O SC Braga venceu o Rio Ave no Estádio dos Arcos, na 23.ª jornada da Primeira Liga. O último triunfo dos bracarenses em Vila do Conde acontecera em 2005. Estas equipas defrontaram-se por cinco ocasiões, nas três provas do quadro competitivo nacional, durante a época 2013/2014. O saldo foi claramente favorável para as gentes da beira-mar: 3 vitórias dos vilacondenses, 2 empates, 0 vitórias para os da cidade dos arcebispos.
Além disso, das vitórias do Rio Ave em sua casa resultaram o apuramento para as duas finais das Taças portuguesas, pese embora a meia-final da Taça da Liga tenha ficado ligada a uma arbitragem inenarrável de Olegário Benquerença.
Esta temporada a tendência inverteu-se, pelo menos a julgar pelos dois confrontos do campeonato. Na primeira volta, o Braga venceu por 3-0. Na altura, os vilacondenses queixaram-se da expulsão do avançado Boateng aos 13 minutos. Os arsenalistas fabricaram o resultado na segunda parte, com golos de Zé Luís, Rúben Micael e Pardo. Tal como ontem, os golos dos bracarenses apareceram na 2.ª parte, novamente o placard aberto por Zé Luís (6.º golo no campeonato), aproveitando muito bem uma oferta do lateral-direito Lionn. Já ao cair do pano, Salvador Agra faria o segundo golo numa jogada de contra-ataque. A actuar na sua terra natal, o extremo voltou a marcar depois de ser lançado na segunda parte, mas a sua ligação ao rival Varzim, onde se formou para o futebol, e a forma como festejou o golo, provocaram a ira dos adeptos da casa e uma enorme confusão entre os bancos.
Felizmente, a equipa de arbitragem liderada por Carlos Xistra conseguiu serenar os ânimos e rapidamente a normalidade regressou.
Estas equipas voltarão a defrontar-se em Abril para as meias-finais da Taça de Portugal, sendo a primeira-mão disputada em Braga e a segunda em Vila do Conde. Até ao momento, a contabilidade é totalmente favorável aos vermelhos e brancos: duas vitórias e cinco golos marcados. O Rio Ave ainda não conseguiu marcar qualquer golo ao SC Braga nesta temporada.
Mas para além do desequilíbrio dos números, as prestações das equipas, numa e noutra partida, também têm revelado um predomínio maior dos bracarenses, contrariamente ao equilíbrio verificado na época passada. Se na primeira volta do campeonato a superioridade do SC Braga pode ser justificada pelo facto do Rio Ave ter jogado em inferioridade numérica desde o 13.º minuto, o jogo de ontem revelou um SC Braga mais forte e consistente. A imprensa caracteriza a exibição do Rio Ave como uma das piores da era Pedro Martins. Mas para tal muito contribuiu o SC Braga de Sérgio Conceição, que alcançou ontem o 5.º triunfo consecutivo para o campeonato, mantendo-se firme no 4.º lugar e podendo ficar apenas a um ponto do 3.º, dependendo do que possam fazer Porto e Sporting no clássico do Dragão.
O que mudou no Rio Ave e Braga de uma época para outra?
O comando técnico.
Em Vila do Conde, Nuno Espírito Santo saiu para o Valência e entrou Pedro Martins proveniente do Marítimo.
Em 2013/2014, o Braga teve dois treinadores. Começou Jesualdo Ferreira, afastado a meio da temporada e substituído por Jorge Paixão. Jesualdo defrontou o Rio Ave por duas ocasiões e perdeu ambas. Jorge Paixão conseguiu dois empates, mas sofreu uma derrota. Acabou por não continuar no clube depois de falhar o acesso à final da Taça de Portugal, chegando para o seu lugar Sérgio Conceição, proveniente da Académica.
Mudanças no plantel.
No Rio Ave saíram jogadores importantes na estrutura montada por NES:
O defesa-central peruano Rodriguez
O lateral brasileiro Edimar
O médio brasileiro Felipe Augusto
Embora não fosse titular, o extremo Pedro Santos revelou-se uma opção muito válida no Rio Ave da época passada. Esta temporada regressou a Braga onde tem estado em grande plano nas últimas jornadas.
No Braga, não se pode dizer que se tenha operado uma revolução no balneário, porque na equipa base ainda pontificam muitos elementos da época transacta. Pode-se dizer que o Braga aproveitou os melhores de 2013/2014 (Baiano, Santos, Rafa, Pardo, Éder)... valorizou alguns dos activos existentes (André Pinto, Rúben Micael, Zé Luís, Pedro Santos, Agra)... e reforçou-se bem nos sectores que mais lacunas evidenciaram:
Baliza: entrou Matheus, saiu Eduardo.
Lateral-esquerda da defesa: entraram Tiago Gomes e Djavan, saiu Joãozinho.
Meio-campo: entraram Danilo e Pedro Tiba, saiu Custódio. Luiz Carlos relegado para o banco.
Modelo de jogo.
O Rio Ave de NES era uma equipa pragmática, que privilegiava a consistência defensiva e apostava em saídas rápidas para o ataque. Pedro Martins gosta mais de um modelo assente em futebol apoiado e posse de bola, um estilo mais atractivo, mas menos eficaz que o do seu antecessor.
Jesualdo Ferreira tentou implementar o seu característico 4-3-3, mas os resultados não apareceram. Jorge Paixão não conseguiu implementar nada de significativo.
O modelo adoptado por Sérgio Conceição é semelhante ao de NES, salvaguardando as devidas distâncias e o estatuto granjeado pelo SC Braga no futebol português nos últimos anos.
Além disso, das vitórias do Rio Ave em sua casa resultaram o apuramento para as duas finais das Taças portuguesas, pese embora a meia-final da Taça da Liga tenha ficado ligada a uma arbitragem inenarrável de Olegário Benquerença.
Esta temporada a tendência inverteu-se, pelo menos a julgar pelos dois confrontos do campeonato. Na primeira volta, o Braga venceu por 3-0. Na altura, os vilacondenses queixaram-se da expulsão do avançado Boateng aos 13 minutos. Os arsenalistas fabricaram o resultado na segunda parte, com golos de Zé Luís, Rúben Micael e Pardo. Tal como ontem, os golos dos bracarenses apareceram na 2.ª parte, novamente o placard aberto por Zé Luís (6.º golo no campeonato), aproveitando muito bem uma oferta do lateral-direito Lionn. Já ao cair do pano, Salvador Agra faria o segundo golo numa jogada de contra-ataque. A actuar na sua terra natal, o extremo voltou a marcar depois de ser lançado na segunda parte, mas a sua ligação ao rival Varzim, onde se formou para o futebol, e a forma como festejou o golo, provocaram a ira dos adeptos da casa e uma enorme confusão entre os bancos.
Felizmente, a equipa de arbitragem liderada por Carlos Xistra conseguiu serenar os ânimos e rapidamente a normalidade regressou.
Estas equipas voltarão a defrontar-se em Abril para as meias-finais da Taça de Portugal, sendo a primeira-mão disputada em Braga e a segunda em Vila do Conde. Até ao momento, a contabilidade é totalmente favorável aos vermelhos e brancos: duas vitórias e cinco golos marcados. O Rio Ave ainda não conseguiu marcar qualquer golo ao SC Braga nesta temporada.
Mas para além do desequilíbrio dos números, as prestações das equipas, numa e noutra partida, também têm revelado um predomínio maior dos bracarenses, contrariamente ao equilíbrio verificado na época passada. Se na primeira volta do campeonato a superioridade do SC Braga pode ser justificada pelo facto do Rio Ave ter jogado em inferioridade numérica desde o 13.º minuto, o jogo de ontem revelou um SC Braga mais forte e consistente. A imprensa caracteriza a exibição do Rio Ave como uma das piores da era Pedro Martins. Mas para tal muito contribuiu o SC Braga de Sérgio Conceição, que alcançou ontem o 5.º triunfo consecutivo para o campeonato, mantendo-se firme no 4.º lugar e podendo ficar apenas a um ponto do 3.º, dependendo do que possam fazer Porto e Sporting no clássico do Dragão.
O que mudou no Rio Ave e Braga de uma época para outra?
O comando técnico.
Em Vila do Conde, Nuno Espírito Santo saiu para o Valência e entrou Pedro Martins proveniente do Marítimo.
Em 2013/2014, o Braga teve dois treinadores. Começou Jesualdo Ferreira, afastado a meio da temporada e substituído por Jorge Paixão. Jesualdo defrontou o Rio Ave por duas ocasiões e perdeu ambas. Jorge Paixão conseguiu dois empates, mas sofreu uma derrota. Acabou por não continuar no clube depois de falhar o acesso à final da Taça de Portugal, chegando para o seu lugar Sérgio Conceição, proveniente da Académica.
Mudanças no plantel.
No Rio Ave saíram jogadores importantes na estrutura montada por NES:
O defesa-central peruano Rodriguez
O lateral brasileiro Edimar
O médio brasileiro Felipe Augusto
Embora não fosse titular, o extremo Pedro Santos revelou-se uma opção muito válida no Rio Ave da época passada. Esta temporada regressou a Braga onde tem estado em grande plano nas últimas jornadas.
No Braga, não se pode dizer que se tenha operado uma revolução no balneário, porque na equipa base ainda pontificam muitos elementos da época transacta. Pode-se dizer que o Braga aproveitou os melhores de 2013/2014 (Baiano, Santos, Rafa, Pardo, Éder)... valorizou alguns dos activos existentes (André Pinto, Rúben Micael, Zé Luís, Pedro Santos, Agra)... e reforçou-se bem nos sectores que mais lacunas evidenciaram:
Baliza: entrou Matheus, saiu Eduardo.
Lateral-esquerda da defesa: entraram Tiago Gomes e Djavan, saiu Joãozinho.
Meio-campo: entraram Danilo e Pedro Tiba, saiu Custódio. Luiz Carlos relegado para o banco.
Modelo de jogo.
O Rio Ave de NES era uma equipa pragmática, que privilegiava a consistência defensiva e apostava em saídas rápidas para o ataque. Pedro Martins gosta mais de um modelo assente em futebol apoiado e posse de bola, um estilo mais atractivo, mas menos eficaz que o do seu antecessor.
Jesualdo Ferreira tentou implementar o seu característico 4-3-3, mas os resultados não apareceram. Jorge Paixão não conseguiu implementar nada de significativo.
O modelo adoptado por Sérgio Conceição é semelhante ao de NES, salvaguardando as devidas distâncias e o estatuto granjeado pelo SC Braga no futebol português nos últimos anos.
Equipas-tipo de sc braga e rio ave na época 2013/2014
onzes iniciais no jogo da 23.ª jornada
Pedro Martins foi forçado a promover várias alterações no 11, em virtude das ausências de Diego Lopes, Pedro Moreira, Marcelo e Del Valle. A zona intermediária foi recauchutada, com Tarantini a avançar para junto de Hassan, entrando Pape Sow para o seu lugar, em parelha com Wakaso. Com Diego Lopes na posição 10 e Tarantini no seu lugar habitual, o meio-campo vilacondense ganha outro tipo de consistência. Em termos defensivos, a presença de Marcelo acrescenta qualidade e liderança. No ataque, Del Valle é um jogador espontâneo, com capacidade de desequilíbrio, características semelhantes às de Pardo no Braga. O egípcio Hassan é um avançado mais posicional, eficaz na finalização, mas necessita de ser bem assistido para poder causar estragos à defesa adversária.
Tudo isto terá de ser levado em conta por Sérgio Conceição nos confrontos da Taça de Portugal. O técnico bracarense tem há muito consolidada a sua equipa-tipo, com a excepção da lateral-esquerda, onde Djavam e Tiago Gomes têm alternado. Nesta partida, o lateral português ex-Estoril esteve muito bem e conseguiu ofuscar Ukra, um dos elementos mais perigosos do ataque vilacondense.
A qualidade global do plantel permite ao treinador do Braga colmatar eventuais ausências. Contudo, na posição 10 Alan não tem conseguido estar ao nível de Rúben Micael. No sector mais recuado da linha média, também não existem alternativas no banco à altura de Danilo e Pedro Tiba.
No futebol, é costume dizer-se que cada jogo tem a sua história e a Taça de Portugal é uma caixinha de surpresas. Mas pelo que se viu até agora nos confrontos entre SC Braga e Rio Ave, dá a sensação que os arsenalistas terão favoritismo na eliminatória que dará acesso à final do Jamor no próximo mês de Maio.
Ricardo Jorge
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)
Tudo isto terá de ser levado em conta por Sérgio Conceição nos confrontos da Taça de Portugal. O técnico bracarense tem há muito consolidada a sua equipa-tipo, com a excepção da lateral-esquerda, onde Djavam e Tiago Gomes têm alternado. Nesta partida, o lateral português ex-Estoril esteve muito bem e conseguiu ofuscar Ukra, um dos elementos mais perigosos do ataque vilacondense.
A qualidade global do plantel permite ao treinador do Braga colmatar eventuais ausências. Contudo, na posição 10 Alan não tem conseguido estar ao nível de Rúben Micael. No sector mais recuado da linha média, também não existem alternativas no banco à altura de Danilo e Pedro Tiba.
No futebol, é costume dizer-se que cada jogo tem a sua história e a Taça de Portugal é uma caixinha de surpresas. Mas pelo que se viu até agora nos confrontos entre SC Braga e Rio Ave, dá a sensação que os arsenalistas terão favoritismo na eliminatória que dará acesso à final do Jamor no próximo mês de Maio.
Ricardo Jorge
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)