No fim da tarde de Domingo, por volta das 20H00, senti uma frustração enorme quando, pela internet ouvi, na emissão online da Rádio Vale do Minho, o que não queria ouvir e que não estava, honestamente o assumo, preparado para ouvir.
Confesso que tinha a ilusão de uma criança e estava com muita confiança para o jogo da Final da Taça da A.F. de Viana do Castelo.
Como se costuma dizer, tinha um “feeling” que este seria o nosso dia, pela manhã e durante a tarde, estava super confiante, mas quando percebi, naquele instante, fruto da defesa do guarda-redes arcuense na última grande penalidade, que o Atl. dos Arcos, tinha conquistado a Taça, conforme já disse, fiquei frustrado, mas rapidamente reagi e os meus olhos depressa brilharam, por uma simples questão, os nossos jogadores e a nossa equipa técnica, tinham conseguido fazer, frente a um dos tubarões desta época que, nas palavras do seu presidente, tinha como ambição conquistar o título da divisão distrital e consequente subida de escalão, um jogo de enormíssima qualidade e por isso só podia estar orgulhoso da equipa da minha terra. Só tinha e tenho, motivos para isso, para estar satisfeito. E estou mesmo!
Claro que queria a vitória do Desportivo de Monção, alguém tem duvidas disso, essa questão nem se coloca, queria mesmo ganhar, por tudo, pela ilusão, pelo sonho, pelo ambiente que se viveu em Valença, local onde se jogou a final, pela incerteza, pela angústia e pela emoção sentida durante o jogo, ao qual não pude assistir por motivos profissionais, mas do qual fui sendo informado via SMS. Estas sensações, todas juntas, formavam um caldeirão que me punha na cabeça um pensamento positivo, isto tudo e a forma como o Paulo Almeida e o seu staff prepararam o jogo.
Como não pude estar em Valença, tratei com duas pessoas, pois sou muito picuinhas, que me informassem, via SMS, das incidências do jogo e, volta e meia, depois do início da partida, olhava para o telemóvel sempre à espera de novidades e com o avançar da hora, lá espreitava, cada vez com maior frequência, ansioso e sedento de noticias.
A primeira parte terminou e chegou um pequeno resumo, que dizia quase tudo: “Intervalo, 0-0, estamos a jogar bem, estou confiante” que espectáculo!, estava tudo a rolar como previsto. Passados alguns minutos: “Começou a segunda parte”, vamos lá, vai ser agora, neste segundo tempo que vamos marcar e ganhar, pensei para mim mesmo. Pouco depois, outro SMS, abri a mensagem, nos instantes antes da mesma surgir, senti um arrepio na coluna, será que foi golo, vi que não era, mas li e fiquei ainda mais confiante: “Filipe defendeu um penalti” e outra, logo de seguida, “O puto defendeu, maravilha”. Por esta altura já me tinha saltado a tampa da confiança, se confiante estava, mais fiquei, acreditei mesmo e interiorizei: VAMOS GANHAR!
Já a caminho de casa recebo outra, fiquei de rastos: “Ultimo minuto, anularam-nos um golo”, o quê? Um golo anulado? Porquê? Perguntei e de seguida chegou a resposta: “Fora de jogo mal assinalado, era limpinho”, instantes depois, outra mensagem: “Só o assistente é que viu” foi nesse instante que comecei a perceber que a coisa poderia estar meio inquinada, veio-me logo à memória o jogo contra o Arcos no início do ano para o campeonato, uma vergonha, mas não queria acreditar nisso, uma final, inquinada? Impossível. Não deve ser. Vou continuar a acreditar.
Já em casa ouvi grande parte do prolongamento, depois chegou a lotaria dos penalties e, deixem-me ter uma palavra especial para o nosso guarda-redes, Filipe Gonçalves, com apenas 18 anos, mostrou uma qualidade e uma segurança, que nos agarrou na esperança da conquista. Foste gigante rapaz! Um valente!
Quanto ao resto, já sabem, ganhou quem menos merecia. Custa muito perder, mas dói muito mais da forma como foi. Um erro, um simples erro, muda tudo. Foi o caso.
Quando dei por mim, comecei a lembrar-me do esforço que esta direcção tem feito para aguentar o barco, lembrei-me do presidente, uma pessoa que conheço desde a minha infância e como sei do seu amor ao clube, confesso que me custou; lembrei-me de vários amigos que fazem parte da direcção, que se esfolam pelo clube da sua/nossa terra a troco de nada e vêem assim, desta forma, o sonho ser desmanchado; lembrei-me do Pereira, que desde que me conheço trabalha no e para o clube e que merecia erguer o troféu; lembrei-me dos jogadores, que fizeram um jogo perfeito, perfeição essa que esbarrou na incompetência de um árbitro assistente e lembrei-me do treinador e amigo, Paulo Almeida, a quem deixo uma palavra especial (mas não é por ele fazer o favor de ser meu amigo que lhe deixo estas palavras), pois nesta época e em especial neste jogo da final, conseguiu, de forma brilhante, incutir aos atletas a motivação para vencer, que permitiu que a equipa do Desportivo de Monção, encostasse os Arcos às cordas. Que banhada companheiro! Como se costuma dizer, sabonete. Tiro-te o meu chapéu, merecias ter sido feliz neste jogo, mas vais sê-lo muitas mais vezes. Não duvides!
A verdade é que vivi o momento com intensidade, quando o jogo acabou, vieram-me à memória todas as angústias passadas durante a temporada, das dificuldades sentidas e só quem vive a realidade de um clube amador sabe o que isso é, mas, acima de tudo, senti-me orgulhoso, porque sei que esta equipa, que representa o meu concelho de forma digna, fez de tudo para ganhar. Não os deixaram vencer, não tem mal (na verdade até tem, mas não vou perder o meu tempo com gente insignificante, que não sabe estar e que não tem a capacidade de isenção necessária para o exercício da sua actividade), continuam, para mim, a ser uns heróis, porque tiveram o condão de me fazer sonhar e nos sonhos, manda quem tem a capacidade de nos fazer acreditar. E eu sonhei. Oh se sonhei. E por isso, do fundo do meu coração: OBRIGADO EQUIPA! OBRIGADO DESPORTIVO DE MONÇÃO POR ME TERES FEITO SONHAR!
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
Confesso que tinha a ilusão de uma criança e estava com muita confiança para o jogo da Final da Taça da A.F. de Viana do Castelo.
Como se costuma dizer, tinha um “feeling” que este seria o nosso dia, pela manhã e durante a tarde, estava super confiante, mas quando percebi, naquele instante, fruto da defesa do guarda-redes arcuense na última grande penalidade, que o Atl. dos Arcos, tinha conquistado a Taça, conforme já disse, fiquei frustrado, mas rapidamente reagi e os meus olhos depressa brilharam, por uma simples questão, os nossos jogadores e a nossa equipa técnica, tinham conseguido fazer, frente a um dos tubarões desta época que, nas palavras do seu presidente, tinha como ambição conquistar o título da divisão distrital e consequente subida de escalão, um jogo de enormíssima qualidade e por isso só podia estar orgulhoso da equipa da minha terra. Só tinha e tenho, motivos para isso, para estar satisfeito. E estou mesmo!
Claro que queria a vitória do Desportivo de Monção, alguém tem duvidas disso, essa questão nem se coloca, queria mesmo ganhar, por tudo, pela ilusão, pelo sonho, pelo ambiente que se viveu em Valença, local onde se jogou a final, pela incerteza, pela angústia e pela emoção sentida durante o jogo, ao qual não pude assistir por motivos profissionais, mas do qual fui sendo informado via SMS. Estas sensações, todas juntas, formavam um caldeirão que me punha na cabeça um pensamento positivo, isto tudo e a forma como o Paulo Almeida e o seu staff prepararam o jogo.
Como não pude estar em Valença, tratei com duas pessoas, pois sou muito picuinhas, que me informassem, via SMS, das incidências do jogo e, volta e meia, depois do início da partida, olhava para o telemóvel sempre à espera de novidades e com o avançar da hora, lá espreitava, cada vez com maior frequência, ansioso e sedento de noticias.
A primeira parte terminou e chegou um pequeno resumo, que dizia quase tudo: “Intervalo, 0-0, estamos a jogar bem, estou confiante” que espectáculo!, estava tudo a rolar como previsto. Passados alguns minutos: “Começou a segunda parte”, vamos lá, vai ser agora, neste segundo tempo que vamos marcar e ganhar, pensei para mim mesmo. Pouco depois, outro SMS, abri a mensagem, nos instantes antes da mesma surgir, senti um arrepio na coluna, será que foi golo, vi que não era, mas li e fiquei ainda mais confiante: “Filipe defendeu um penalti” e outra, logo de seguida, “O puto defendeu, maravilha”. Por esta altura já me tinha saltado a tampa da confiança, se confiante estava, mais fiquei, acreditei mesmo e interiorizei: VAMOS GANHAR!
Já a caminho de casa recebo outra, fiquei de rastos: “Ultimo minuto, anularam-nos um golo”, o quê? Um golo anulado? Porquê? Perguntei e de seguida chegou a resposta: “Fora de jogo mal assinalado, era limpinho”, instantes depois, outra mensagem: “Só o assistente é que viu” foi nesse instante que comecei a perceber que a coisa poderia estar meio inquinada, veio-me logo à memória o jogo contra o Arcos no início do ano para o campeonato, uma vergonha, mas não queria acreditar nisso, uma final, inquinada? Impossível. Não deve ser. Vou continuar a acreditar.
Já em casa ouvi grande parte do prolongamento, depois chegou a lotaria dos penalties e, deixem-me ter uma palavra especial para o nosso guarda-redes, Filipe Gonçalves, com apenas 18 anos, mostrou uma qualidade e uma segurança, que nos agarrou na esperança da conquista. Foste gigante rapaz! Um valente!
Quanto ao resto, já sabem, ganhou quem menos merecia. Custa muito perder, mas dói muito mais da forma como foi. Um erro, um simples erro, muda tudo. Foi o caso.
Quando dei por mim, comecei a lembrar-me do esforço que esta direcção tem feito para aguentar o barco, lembrei-me do presidente, uma pessoa que conheço desde a minha infância e como sei do seu amor ao clube, confesso que me custou; lembrei-me de vários amigos que fazem parte da direcção, que se esfolam pelo clube da sua/nossa terra a troco de nada e vêem assim, desta forma, o sonho ser desmanchado; lembrei-me do Pereira, que desde que me conheço trabalha no e para o clube e que merecia erguer o troféu; lembrei-me dos jogadores, que fizeram um jogo perfeito, perfeição essa que esbarrou na incompetência de um árbitro assistente e lembrei-me do treinador e amigo, Paulo Almeida, a quem deixo uma palavra especial (mas não é por ele fazer o favor de ser meu amigo que lhe deixo estas palavras), pois nesta época e em especial neste jogo da final, conseguiu, de forma brilhante, incutir aos atletas a motivação para vencer, que permitiu que a equipa do Desportivo de Monção, encostasse os Arcos às cordas. Que banhada companheiro! Como se costuma dizer, sabonete. Tiro-te o meu chapéu, merecias ter sido feliz neste jogo, mas vais sê-lo muitas mais vezes. Não duvides!
A verdade é que vivi o momento com intensidade, quando o jogo acabou, vieram-me à memória todas as angústias passadas durante a temporada, das dificuldades sentidas e só quem vive a realidade de um clube amador sabe o que isso é, mas, acima de tudo, senti-me orgulhoso, porque sei que esta equipa, que representa o meu concelho de forma digna, fez de tudo para ganhar. Não os deixaram vencer, não tem mal (na verdade até tem, mas não vou perder o meu tempo com gente insignificante, que não sabe estar e que não tem a capacidade de isenção necessária para o exercício da sua actividade), continuam, para mim, a ser uns heróis, porque tiveram o condão de me fazer sonhar e nos sonhos, manda quem tem a capacidade de nos fazer acreditar. E eu sonhei. Oh se sonhei. E por isso, do fundo do meu coração: OBRIGADO EQUIPA! OBRIGADO DESPORTIVO DE MONÇÃO POR ME TERES FEITO SONHAR!
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).