Na passada sexta-feira, em pleno Estádio da Luz a rebentar pelas costuras, jogou-se a partida mais importante e decisiva, para o FC Porto, da jornada 22 da Liga ZON, o bi-campeão nacional, Benfica, abriu as portas de sua casa aos dragões, que saíram da capital portuguesa com as forças renovadas, com reforçada capacidade para disputar o título de campeão e, fruto desta vitória, colocaram água na fervura do entusiasmo encarnado que, diga-se, tomou proporções de claro exagero. A vitória dos azuis e brancos, 1-2, sobre os encarnados, coloca este campeonato como Jorge Jesus havia dito aquando da sua apresentação em Alvalade, no dia 1 de Julho de 2015 "A partir de hoje não há dois candidatos ao título. Há três!"
Chama imensa…do Dragão.
O Benfica partiu para este jogo como claro favorito à vitória, a equipa de Rui Vitória respirava confiança, tinha fé no seu jogo e isso, claro está, dava suporte aos adeptos que, de forma exagerada, já se sabe que os adeptos na hora de ter lucidez, deixam-se levar pelo momento, achavam que a vitória do Benfica seria indiscutível e faltaria apenas saber os números de tão claro prognóstico. A onda vitoriosa era, até sexta-feira, tão intensa, que poucos, ou quase nenhum benfiquista pensou, que a derrota poderia acontecer. Mas foi isso mesmo que aconteceu, o Porto moribundo, em novo fim de ciclo, foi à Luz vencer, bazou o balão encarnado e fez os adeptos voltar à realidade que indica que, nesta temporada, em confrontos directos com os outros candidatos ao título, o Benfica não só não ganhou nenhum, como perdeu todos os embates, de nove pontos possíveis até ao momento, conquistou, como diz Jorge Jesus, “bola”, ou seja, zero. Fará a diferença? Pode fazer, mais à frente saber-se-á.
Há pequenas questões que podem ajudar a perceber o porquê da vitória azul e branca na Luz. O primeiro destaque deve ser por inteiro para Iker Casillas, de longe, o melhor homem em campo. O super titulado guardião espanhol, confirmou neste jogo, que debaixo dos postes, é um grande “portero”. Assinou 4 intervenções extraordinárias, que mantiveram o Porto no jogo e aproximou os homens de Peseiro da luta pela conquista final, no fundo, nesta partida, Iker Casillas, fez aquilo para que foi contratado, defender e com isso foi decisivo na conquista dos 3 pontos.
Após este justo destaque para o espanhol, deve também dizer-se que se há jogadores que se superam, outros há que ficam ofuscados, Jonas é um destes casos, o internacional brasileiro, a quem ninguém nega uma valia acima da média, voltou a não ter pólvora para desfeitear as balizas em jogos deste calibre, o ex-jogador do Valência, até agora nestes embates (com Porto e Sporting) não conseguiu fazer o gosto ao pé e a equipa ressente-se disso, pois o brasileiro é o artilheiro mor da formação encarnada, por outro lado, o grego Mitroglou, demonstrou que tem apetência para estes jogos, confirmou neste jogo os créditos que tinha na Grécia, e marcou o único golo encarnado e teve uma perdida, ainda na primeira parte, quase escandalosa, que poderia ter mudado o rumo do jogo.
Obviamente que isto não diz tudo sobre o jogo, mas ajuda. Houveram outros factores que ajudam a explicar o resultado, se na primeira parte vimos um Benfica positivo e um Porto titubeante, os momentos das equipas explicam isso mesmo, pois a confiança encarnada deu azo a uns primeiros 45 minutos de grande qualidade, com mais 2 ou 3 oportunidades de golo que podiam ter virado o rumo do jogo, já o Porto, que foi feliz na obtenção do tento do empate, conseguiu-o na primeira vez que rematou à baliza, começou, à raiz deste golo, a cimentar maior confiança nos seus processos, e fez uma segunda parte de grande categoria, sendo nesse período, uma formação à imagem daquilo que são os seus pergaminhos.
Outro motivo que ajuda a explicar o resultado veio dos bancos, na figura dos seus treinadores e aqui, José Peseiro, ganhou a Rui Vitória.
O técnico azul e branco, José Peseiro, surpreendeu ao colocar Brahimi perto de Aboubakar e André André, a povoar o flanco esquerdo, e com isso conseguiu potenciar, de forma gritante, a força portista para criar desequilíbrios nessa faixa, uma vez que André Almeida ficava curto na marcação e Pizzi não era, porque nunca foi um homem de grandes labores defensivos, uma grande ajuda, percebe-se que este desenho táctico não foi inocente nem à toa, porque se olharmos com frieza, vemos o óbvio, os golos dos portistas nasceram os dois por esse flanco. Coincidências, talvez, mas também um pouco mais do que isso.
Como a felicidade protege os audazes, a aposta no jovem Chidozie, foi ganha, obviamente que não teve uma noite sem erros, mas o jovem nigeriano demonstrou uma força mental muito grande para esta prova de fogo, com esta aposta na defesa, a ideia táctica de Peseiro, que não cedeu à tentação de recuar Danilo para central, permitiu maior consistência no meio-campo dos dragões e por fim, as substituições, sempre que mexeu, José Peseiro, colocou a equipa melhor do que o que estava, sempre com o pensamento de ganhar o jogo.
Por seu lado, Rui Vitória, que claudica sempre em jogos de grande dimensão, deixou-se amarrar na teia do seu homologo portista, além disso, quando mexeu, não teve astúcia para colmatar as falhas no miolo, que ficaram a nu na segunda parte, e sempre que mexeu na equipa, não a colocou melhor, bem pelo contrário e a entrada de Sálvio, que não se percebeu, porque vinha de um período de lesão e inactividade competitiva muito longo, só demonstrou que houve, na altura de mudar alguma coisa, falta de capacidade de resposta para aquilo que o jogo estava a ser e esta entrada do argentino, dá a sensação de ter sido apenas lançar, por lançar, como que a dar a entender que se colocou a carne toda no assador, e não havia mais nada a fazer.
Para terminar, realçar e elogiar a postura do Porto na segunda parte do jogo, pois foi aqui, neste período, depois do natural entusiasmo encarnado da primeira parte, que o dragão fez, o cerco à aguia. A inoperância do Benfica nesta segunda parte, saltou à vista, porque o miolo azul e branco foi capaz de dominar as operações e foi capaz de deter, quase na totalidade, a força de Renato Sanches, ele que é, de longe, o motor deste Benfica.
Com esta vitória, o Porto volta a entrar na luta pelo título e abre novamente a dúvida nas hostes encarnadas. Temos campeonato e isso é, uma boa notícia.
Leão não facilitou na Choupana.
Sabedor do resultado da noite anterior, o Sporting tinha, na Madeira, excelente oportunidade para se voltar a isolar na frente da tabela classificativa e, sem deixar margem para alguma dúvida, a formação orientada por Jorge Jesus, saiu da pérola do atlântico com os 3 pontos no bolso e uma boa exibição na bagagem. Vitória folgada por 0-4 e liderança isolada.
Com alguns jogadores impedidos por lesão e com Barcos, ainda fora de forma (contratar um ponta de lança no fim de Janeiro e este estar fora de forma é, no mínimo, estranho), Jorge Jesus voltou a um sistema que lhe tem dados bons resultados, Bryan Ruiz ao centro, João Mário e Bruno César nas faixas e Slimani solto na frente, é quando joga desta forma que o Sporting rende melhor e nesta jornada, também foi assim. Já o Nacional é uma sombra daquilo que se lhe conheceu em épocas anteriores, sem ideias, sem fio de jogo e com muito défice de confiança, estranho é dizê-lo, mas o Nacional estava apenas, à entrada para esta jornada, 3 pontos acima da linha de água.
Com uma entrada que lhe permitiu, logo aos 3 minutos, adiantar-se no marcador, o Sporting, à raiz deste golo, cimentou a sua confiança no jogo e se na primeira parte, tirando um lance duvidoso de Bryan Ruiz, que chegou a introduzir a bola na baliza, mas que a equipa de arbitragem, liderada por Bruno Paixão, anulou por suposto fora de jogo do costa-riquenho e uma boa iniciativa colectiva, mesmo a terminar esta parte, que Carlos Mané, tinha rendido Bruno César que entretanto se havia lesionado, desperdiçou, não há muito mais a destacar.
Já na segunda parte, com a equipa da casa a não incomodar, os leões soltaram as amararras e deram ao resultado cor de goleada, Adrien fez, de pénalti, após excelente jogada de Bryan Ruiz, que viu um defesa cortar a bola com a mão, o segundo, o terceiro foi de João Mário que aproveitou uma sobra vinda da barra, após remate de Slimani e o quarto, foi novamente obra do argelino, que assim visou na partida, Bruno Paixão, assinalou novo castigo máximo, de forma errada, por Schelloto, foi travado e não há dúvida quanto a isso, mas a falta foi cometida fora da área.
Com esta vitória folgada, o Sporting volta assumir a liderança isolada da Liga NOS e Jorge Jesus, no fim do jogo, teve uma expressão que pode ajudar a perceber aquilo que se vive em Alvalade: “Estamos a fazer um xeque aos reis, que são os nossos dois adversários, e vamos ver se fazemos o mate".
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
Chama imensa…do Dragão.
O Benfica partiu para este jogo como claro favorito à vitória, a equipa de Rui Vitória respirava confiança, tinha fé no seu jogo e isso, claro está, dava suporte aos adeptos que, de forma exagerada, já se sabe que os adeptos na hora de ter lucidez, deixam-se levar pelo momento, achavam que a vitória do Benfica seria indiscutível e faltaria apenas saber os números de tão claro prognóstico. A onda vitoriosa era, até sexta-feira, tão intensa, que poucos, ou quase nenhum benfiquista pensou, que a derrota poderia acontecer. Mas foi isso mesmo que aconteceu, o Porto moribundo, em novo fim de ciclo, foi à Luz vencer, bazou o balão encarnado e fez os adeptos voltar à realidade que indica que, nesta temporada, em confrontos directos com os outros candidatos ao título, o Benfica não só não ganhou nenhum, como perdeu todos os embates, de nove pontos possíveis até ao momento, conquistou, como diz Jorge Jesus, “bola”, ou seja, zero. Fará a diferença? Pode fazer, mais à frente saber-se-á.
Há pequenas questões que podem ajudar a perceber o porquê da vitória azul e branca na Luz. O primeiro destaque deve ser por inteiro para Iker Casillas, de longe, o melhor homem em campo. O super titulado guardião espanhol, confirmou neste jogo, que debaixo dos postes, é um grande “portero”. Assinou 4 intervenções extraordinárias, que mantiveram o Porto no jogo e aproximou os homens de Peseiro da luta pela conquista final, no fundo, nesta partida, Iker Casillas, fez aquilo para que foi contratado, defender e com isso foi decisivo na conquista dos 3 pontos.
Após este justo destaque para o espanhol, deve também dizer-se que se há jogadores que se superam, outros há que ficam ofuscados, Jonas é um destes casos, o internacional brasileiro, a quem ninguém nega uma valia acima da média, voltou a não ter pólvora para desfeitear as balizas em jogos deste calibre, o ex-jogador do Valência, até agora nestes embates (com Porto e Sporting) não conseguiu fazer o gosto ao pé e a equipa ressente-se disso, pois o brasileiro é o artilheiro mor da formação encarnada, por outro lado, o grego Mitroglou, demonstrou que tem apetência para estes jogos, confirmou neste jogo os créditos que tinha na Grécia, e marcou o único golo encarnado e teve uma perdida, ainda na primeira parte, quase escandalosa, que poderia ter mudado o rumo do jogo.
Obviamente que isto não diz tudo sobre o jogo, mas ajuda. Houveram outros factores que ajudam a explicar o resultado, se na primeira parte vimos um Benfica positivo e um Porto titubeante, os momentos das equipas explicam isso mesmo, pois a confiança encarnada deu azo a uns primeiros 45 minutos de grande qualidade, com mais 2 ou 3 oportunidades de golo que podiam ter virado o rumo do jogo, já o Porto, que foi feliz na obtenção do tento do empate, conseguiu-o na primeira vez que rematou à baliza, começou, à raiz deste golo, a cimentar maior confiança nos seus processos, e fez uma segunda parte de grande categoria, sendo nesse período, uma formação à imagem daquilo que são os seus pergaminhos.
Outro motivo que ajuda a explicar o resultado veio dos bancos, na figura dos seus treinadores e aqui, José Peseiro, ganhou a Rui Vitória.
O técnico azul e branco, José Peseiro, surpreendeu ao colocar Brahimi perto de Aboubakar e André André, a povoar o flanco esquerdo, e com isso conseguiu potenciar, de forma gritante, a força portista para criar desequilíbrios nessa faixa, uma vez que André Almeida ficava curto na marcação e Pizzi não era, porque nunca foi um homem de grandes labores defensivos, uma grande ajuda, percebe-se que este desenho táctico não foi inocente nem à toa, porque se olharmos com frieza, vemos o óbvio, os golos dos portistas nasceram os dois por esse flanco. Coincidências, talvez, mas também um pouco mais do que isso.
Como a felicidade protege os audazes, a aposta no jovem Chidozie, foi ganha, obviamente que não teve uma noite sem erros, mas o jovem nigeriano demonstrou uma força mental muito grande para esta prova de fogo, com esta aposta na defesa, a ideia táctica de Peseiro, que não cedeu à tentação de recuar Danilo para central, permitiu maior consistência no meio-campo dos dragões e por fim, as substituições, sempre que mexeu, José Peseiro, colocou a equipa melhor do que o que estava, sempre com o pensamento de ganhar o jogo.
Por seu lado, Rui Vitória, que claudica sempre em jogos de grande dimensão, deixou-se amarrar na teia do seu homologo portista, além disso, quando mexeu, não teve astúcia para colmatar as falhas no miolo, que ficaram a nu na segunda parte, e sempre que mexeu na equipa, não a colocou melhor, bem pelo contrário e a entrada de Sálvio, que não se percebeu, porque vinha de um período de lesão e inactividade competitiva muito longo, só demonstrou que houve, na altura de mudar alguma coisa, falta de capacidade de resposta para aquilo que o jogo estava a ser e esta entrada do argentino, dá a sensação de ter sido apenas lançar, por lançar, como que a dar a entender que se colocou a carne toda no assador, e não havia mais nada a fazer.
Para terminar, realçar e elogiar a postura do Porto na segunda parte do jogo, pois foi aqui, neste período, depois do natural entusiasmo encarnado da primeira parte, que o dragão fez, o cerco à aguia. A inoperância do Benfica nesta segunda parte, saltou à vista, porque o miolo azul e branco foi capaz de dominar as operações e foi capaz de deter, quase na totalidade, a força de Renato Sanches, ele que é, de longe, o motor deste Benfica.
Com esta vitória, o Porto volta a entrar na luta pelo título e abre novamente a dúvida nas hostes encarnadas. Temos campeonato e isso é, uma boa notícia.
Leão não facilitou na Choupana.
Sabedor do resultado da noite anterior, o Sporting tinha, na Madeira, excelente oportunidade para se voltar a isolar na frente da tabela classificativa e, sem deixar margem para alguma dúvida, a formação orientada por Jorge Jesus, saiu da pérola do atlântico com os 3 pontos no bolso e uma boa exibição na bagagem. Vitória folgada por 0-4 e liderança isolada.
Com alguns jogadores impedidos por lesão e com Barcos, ainda fora de forma (contratar um ponta de lança no fim de Janeiro e este estar fora de forma é, no mínimo, estranho), Jorge Jesus voltou a um sistema que lhe tem dados bons resultados, Bryan Ruiz ao centro, João Mário e Bruno César nas faixas e Slimani solto na frente, é quando joga desta forma que o Sporting rende melhor e nesta jornada, também foi assim. Já o Nacional é uma sombra daquilo que se lhe conheceu em épocas anteriores, sem ideias, sem fio de jogo e com muito défice de confiança, estranho é dizê-lo, mas o Nacional estava apenas, à entrada para esta jornada, 3 pontos acima da linha de água.
Com uma entrada que lhe permitiu, logo aos 3 minutos, adiantar-se no marcador, o Sporting, à raiz deste golo, cimentou a sua confiança no jogo e se na primeira parte, tirando um lance duvidoso de Bryan Ruiz, que chegou a introduzir a bola na baliza, mas que a equipa de arbitragem, liderada por Bruno Paixão, anulou por suposto fora de jogo do costa-riquenho e uma boa iniciativa colectiva, mesmo a terminar esta parte, que Carlos Mané, tinha rendido Bruno César que entretanto se havia lesionado, desperdiçou, não há muito mais a destacar.
Já na segunda parte, com a equipa da casa a não incomodar, os leões soltaram as amararras e deram ao resultado cor de goleada, Adrien fez, de pénalti, após excelente jogada de Bryan Ruiz, que viu um defesa cortar a bola com a mão, o segundo, o terceiro foi de João Mário que aproveitou uma sobra vinda da barra, após remate de Slimani e o quarto, foi novamente obra do argelino, que assim visou na partida, Bruno Paixão, assinalou novo castigo máximo, de forma errada, por Schelloto, foi travado e não há dúvida quanto a isso, mas a falta foi cometida fora da área.
Com esta vitória folgada, o Sporting volta assumir a liderança isolada da Liga NOS e Jorge Jesus, no fim do jogo, teve uma expressão que pode ajudar a perceber aquilo que se vive em Alvalade: “Estamos a fazer um xeque aos reis, que são os nossos dois adversários, e vamos ver se fazemos o mate".
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).