Portugal derrotou a Sérvia por 2-1, em jogo da quarta jornada do Grupo I, da fase de qualificação para o Europeu que se disputará no próximo ano, em solo francês. Fábio Coentrão, sem ter feito um grande jogo, assumiu-se como o protagonista maior no Estádio da Luz, uma casa que bem conhece, ao fazer a assistência para o primeiro tento da noite, autoria de Ricardo Carvalho e ao desfazer o nulo, passados dois minutos do grande golo de Matic, que também já foi feliz na Luz, e ao concluir uma boa combinação do ataque luso, com Moutinho a cruzar para o jogador de Vila do Conde responder com um toque subtil, por baixo do corpo de Stojkovic.
Utilizando um chavão do futebol, neste jogo, foi melhor (muito melhor) o resultado que a exibição, que confere a Portugal a liderança do seu grupo e permite que as restantes partidas desta fase, sejam encaradas com maior descontração, sem nenhum tipo de altivez, mas com a confiança que após um arranque desastroso, a selecção das quinas, está agora na “pole position” para a tão ansiada participação no Euro-2016.
Sem arriscar muito, ou nada, na constituição do onze inicial (Patrício, Bosingwa, Bruno Alves, Ricardo Carvalho, Eliseu, Tiago, Moutinho, Coentrão, Danny, Nani e Cristiano), Fernando Santos apresentou uma equipa sem caras novas e fez-se valer da experiência dos jogadores para chegar à vitória. Surpreendeu com a colocação de Eliseu na lateral esquerda, ele que não confere à equipa a melhor dinâmica defensiva, o golo de Matic é disso prova, com o açoriano em campo, Coentrão avançou para a linha intermédia, onde se sente à vontade para combinar com CR7, pois existe o conhecimento mútuo pelo facto de jogarem juntos no Real Madrid; surpreendeu também a titularidade de Danny, pois o jogador do Zenit, não consegue na selecção, atingir os níveis que alcança na equipa russa, onde de resto é pedra chave na orgânica da formação orientada por André Villas-Boas.
Portugal apresentou-se em campo com uma dinâmica que deve ser repensada e deve preocupar o actual seleccionador, pois a pobreza de jogo chegou a ser confrangedora, a selecção de todos nós, que cedo chegou à vantagem, acomodou-se de tal forma no relvado, que após a obtenção do golo, entregou a bola para que fossem os sérvios, que precisavam vencer para continuarem a sonhar com o apuramento, a terem as rédeas da partida, o maior problema, é que a intensidade lusa foi tão baixa, que a selecção dos balcãs passeou pelo relvado à vontade, é certo que Rui Patrício pouco ou nada fez, mas que o combinado nacional se pôs a jeito, lá isso pôs. Pior de tudo, foi o fraco aproveitamento que Portugal fez das perdidas de bola da Sérvia e apenas por uma vez, Cristiano Ronaldo, à bomba, fez Stojkovic tremer, mas o guardião que já jogou no Sporting, fez uma belíssima intervenção e negou aquilo que seria, um grande golo. O ritmo pachorrento ia-se mantendo, e pelo lado português, apenas a lucidez de Tiago e Moutinho, combatiam o jogo sérvio. Destaque ainda para Ricardo Carvalho, que abriu o activo e assim, com este golo, constitui-se como o jogador mais velho a marcar pela equipa nacional, só que o jogador do Mónaco, lesionou-se nos festejos e teve que ceder o seu lugar a José Fonte, que se mostrou em grande nível, na primeira vez que jogou uma partida oficial pelo combinado luso.
Na segunda parte, a dinâmica manteve-se, embora se esperasse uma reacção mais enérgica dos sérvios, pois esta derrota significava, em termos práticos, juntamente com a vitória da Albânia, o afastamento da fase final do Euro, a herdeira da ex-Jugoslávia nunca conseguiu um verdadeiro assalto à baliza de Rui Patrício se bem que, aos poucos, a zona recuada da selecção portuguesa começou a ficar em maiores trabalhos, Portugal não conseguia, pela falta de dinâmica já explicada, cortar o jogo sérvio e quando Matic, que fez um daqueles golos de levantar um estádio, marcou o tento do empate, só estranhou, quem estava a dormir, porque quem estava a ver o jogo, ia pressentindo que era isto que ia acontecer. Neste momento, apoderou-se da excelente moldura humana presente no estádio (58 mil pessoas) a habitual descrença lusitana, mas a onda de apoio que veio das bancadas foi enorme, por esta altura, os forasteiros acreditaram que podiam vencer, mas, embalados pelo público e talvez na única saída rápida de Portugal com cabeça, tronco e membros, João Moutinho ofereceu de bandeja o golo a Fábio Coentrão, outro ex-benfiquista a marcar, respondendo da melhor forma ao golo marcado por outro ex-jogador encarnado, em apenas dois minutos, a selecção das quinas, voltava à dianteira.
Muitos pensaram que neste vai e vêm de golos, que o jogo tomaria novo rumo, nada disso, após marcar o golo que viria a fixar o resultado final, Portugal voltou arrefecer o jogo e a melancolia voltaria à Luz. O melhor desta partida, chegou ao minuto 61 e passados dois minutos, tudo voltou ao que havia sido e voltaria a ser.
Portugal fez o que tinha de fazer, vencer, fê-lo sem jogar bem. Eu sei que é melhor jogar mal e ganhar do que jogar bem e perder, mas a imagem deste jogo pinta-se num quadro que não sendo negro, tem uma grande percentagem de tons cinzentos.
Resta agora esperar que a qualificação seja consumada matematicamente e que Fernando Santos, inicie um verdadeiro processo de renovação dos convocados, pois a média de idades da formação titular de ontem era de 30 anos, Portugal está necessitado desta renovação, a nova vaga de jogadores, que irão transitar dos sub-21, na sua grande maioria, tem hoje a possibilidade de estar mais bem preparada, fruto da integração nas equipas B´s nalguns casos ou nas equipas A´s noutros, quer em Portugal quer no estrangeiro, saiba o engenheiro fazer esta transição da melhor forma ainda durante esta fase de apuramento, para se chegar a França com legitimas aspirações de sucesso.
Portugal vai amanhã defrontar Cabo Verde, numa partida que serve para avaliar novos jogadores, alguns deles juntam-se à selecção A de Portugal pela primeira vez, pois os internacionais que jogaram ontem, estão excluídos do jogo contra os africanos, num encontro que terá uma vertente social, pois a receita gerada, será redireccionada para os habitantes da ilha do Fogo, que recentemente se viram a contas com um vulcão.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
Utilizando um chavão do futebol, neste jogo, foi melhor (muito melhor) o resultado que a exibição, que confere a Portugal a liderança do seu grupo e permite que as restantes partidas desta fase, sejam encaradas com maior descontração, sem nenhum tipo de altivez, mas com a confiança que após um arranque desastroso, a selecção das quinas, está agora na “pole position” para a tão ansiada participação no Euro-2016.
Sem arriscar muito, ou nada, na constituição do onze inicial (Patrício, Bosingwa, Bruno Alves, Ricardo Carvalho, Eliseu, Tiago, Moutinho, Coentrão, Danny, Nani e Cristiano), Fernando Santos apresentou uma equipa sem caras novas e fez-se valer da experiência dos jogadores para chegar à vitória. Surpreendeu com a colocação de Eliseu na lateral esquerda, ele que não confere à equipa a melhor dinâmica defensiva, o golo de Matic é disso prova, com o açoriano em campo, Coentrão avançou para a linha intermédia, onde se sente à vontade para combinar com CR7, pois existe o conhecimento mútuo pelo facto de jogarem juntos no Real Madrid; surpreendeu também a titularidade de Danny, pois o jogador do Zenit, não consegue na selecção, atingir os níveis que alcança na equipa russa, onde de resto é pedra chave na orgânica da formação orientada por André Villas-Boas.
Portugal apresentou-se em campo com uma dinâmica que deve ser repensada e deve preocupar o actual seleccionador, pois a pobreza de jogo chegou a ser confrangedora, a selecção de todos nós, que cedo chegou à vantagem, acomodou-se de tal forma no relvado, que após a obtenção do golo, entregou a bola para que fossem os sérvios, que precisavam vencer para continuarem a sonhar com o apuramento, a terem as rédeas da partida, o maior problema, é que a intensidade lusa foi tão baixa, que a selecção dos balcãs passeou pelo relvado à vontade, é certo que Rui Patrício pouco ou nada fez, mas que o combinado nacional se pôs a jeito, lá isso pôs. Pior de tudo, foi o fraco aproveitamento que Portugal fez das perdidas de bola da Sérvia e apenas por uma vez, Cristiano Ronaldo, à bomba, fez Stojkovic tremer, mas o guardião que já jogou no Sporting, fez uma belíssima intervenção e negou aquilo que seria, um grande golo. O ritmo pachorrento ia-se mantendo, e pelo lado português, apenas a lucidez de Tiago e Moutinho, combatiam o jogo sérvio. Destaque ainda para Ricardo Carvalho, que abriu o activo e assim, com este golo, constitui-se como o jogador mais velho a marcar pela equipa nacional, só que o jogador do Mónaco, lesionou-se nos festejos e teve que ceder o seu lugar a José Fonte, que se mostrou em grande nível, na primeira vez que jogou uma partida oficial pelo combinado luso.
Na segunda parte, a dinâmica manteve-se, embora se esperasse uma reacção mais enérgica dos sérvios, pois esta derrota significava, em termos práticos, juntamente com a vitória da Albânia, o afastamento da fase final do Euro, a herdeira da ex-Jugoslávia nunca conseguiu um verdadeiro assalto à baliza de Rui Patrício se bem que, aos poucos, a zona recuada da selecção portuguesa começou a ficar em maiores trabalhos, Portugal não conseguia, pela falta de dinâmica já explicada, cortar o jogo sérvio e quando Matic, que fez um daqueles golos de levantar um estádio, marcou o tento do empate, só estranhou, quem estava a dormir, porque quem estava a ver o jogo, ia pressentindo que era isto que ia acontecer. Neste momento, apoderou-se da excelente moldura humana presente no estádio (58 mil pessoas) a habitual descrença lusitana, mas a onda de apoio que veio das bancadas foi enorme, por esta altura, os forasteiros acreditaram que podiam vencer, mas, embalados pelo público e talvez na única saída rápida de Portugal com cabeça, tronco e membros, João Moutinho ofereceu de bandeja o golo a Fábio Coentrão, outro ex-benfiquista a marcar, respondendo da melhor forma ao golo marcado por outro ex-jogador encarnado, em apenas dois minutos, a selecção das quinas, voltava à dianteira.
Muitos pensaram que neste vai e vêm de golos, que o jogo tomaria novo rumo, nada disso, após marcar o golo que viria a fixar o resultado final, Portugal voltou arrefecer o jogo e a melancolia voltaria à Luz. O melhor desta partida, chegou ao minuto 61 e passados dois minutos, tudo voltou ao que havia sido e voltaria a ser.
Portugal fez o que tinha de fazer, vencer, fê-lo sem jogar bem. Eu sei que é melhor jogar mal e ganhar do que jogar bem e perder, mas a imagem deste jogo pinta-se num quadro que não sendo negro, tem uma grande percentagem de tons cinzentos.
Resta agora esperar que a qualificação seja consumada matematicamente e que Fernando Santos, inicie um verdadeiro processo de renovação dos convocados, pois a média de idades da formação titular de ontem era de 30 anos, Portugal está necessitado desta renovação, a nova vaga de jogadores, que irão transitar dos sub-21, na sua grande maioria, tem hoje a possibilidade de estar mais bem preparada, fruto da integração nas equipas B´s nalguns casos ou nas equipas A´s noutros, quer em Portugal quer no estrangeiro, saiba o engenheiro fazer esta transição da melhor forma ainda durante esta fase de apuramento, para se chegar a França com legitimas aspirações de sucesso.
Portugal vai amanhã defrontar Cabo Verde, numa partida que serve para avaliar novos jogadores, alguns deles juntam-se à selecção A de Portugal pela primeira vez, pois os internacionais que jogaram ontem, estão excluídos do jogo contra os africanos, num encontro que terá uma vertente social, pois a receita gerada, será redireccionada para os habitantes da ilha do Fogo, que recentemente se viram a contas com um vulcão.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).