No dérbi eterno, o Sporting foi até ao Estádio da Luz, em jogo da jornada 8 da Liga NOS, infligir pesada derrota ao Benfica, por números bem expressivos, 0-3. Resultado que foi construído ainda durante a primeira parte, onde os leões foram demolidores.
Desde 2006 que o Sporting não vencia no Estádio da Luz, fê-lo nesta jornada e de forma estrondosa, com um resultado que não deixa margem para dúvidas, numa exibição segura, homogénea, cínica, mas com a matreirice das grandes equipas.
Primeiros 45 minutos decidiram tudo.
A ideia com que se ficou foi de uma melhor entrada em jogo do Benfica, que quis, logo desde o primeiro minuto, tomar conta do jogo, porém, este melhor arranque encarnado foi inconsequente e a formação da Luz foi incapaz de responder à frieza do Sporting.
Rui Vitória, que apostou no mesmo onze que havia perdido na Turquia, a meio da semana diante do Galatasaray, em jogo a contar para a 3ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, viu o seu opositor apostar no onze que mais ou menos se adivinhava, pois a única dúvida que poderia existir, seria a titularidade de Bryan Ruiz, que recuperou de lesão e esteve muito bem durante o jogo.
Conforme se disse atrás, após o melhor começo do Benfica, foi o Sporting que, na primeira oportunidade que teve, por intermédio de Teo Gutierrez, que já havia sido o autor do golo da vitória dos leões na Supertaça, abriu a contagem após passe de Adrien, depois de este ter recuperado a bola junto à área do Benfica. Este golo, veio a comprovar-se mais tarde, foi devastador para os encarnados e um tónico muito grande para os leões que, a partir deste momento, começaram a trocar a bola e a controlar as operações com muito à vontade, sem que a formação da casa conseguisse parar as intenções dos verde-e-brancos, que traziam a lição bem estudada.
Para este desenrolar de jogo leonino muito contribuíram dois homens, João Mário e Bryan Ruiz, que no papel seriam os extremos da equipa, mas na verdade formavam, juntamente com William Carvalho e Adrien, um losango que acorrentou a equipa de Rui Vitória.
Estavam os benfiquistas ainda mal refeitos do primeiro golo e à procura de um antidoto que pudesse desbloquear o meio-campo leonino e Slimani, após cruzamento teleguiado de Jefferson, no coração da área, à vontade entre Luisão e Jardel, sem necessidade sequer de saltar, fazia de cabeça o 0-2. Estavam jogados 21 minutos. Atónitos, além dos jogadores, ficaram os adeptos encarnados, enquanto os do Sporting, fechados na caixa de segurança, faziam a festa, à espera de uma tarde memorável.
Se o primeiro golo leonino deixou marcas no Benfica, o segundo foi um soco no estômago e o pior, era que não se via na formação encarnada quem pudesse dar a volta ao texto. Gaitán, que tem funcionado como farol da equipa, neste jogo esteve muito implicativo e sem inspiração; Jonas, que costuma resgatar os encarnados das profundezas esteve apagado e longe do jogo e Raúl Jimenez, preso entre Paulo Oliveira e Naldo, que estiveram imperiais, não tinha possibilidades de fazer a diferença. A juntar a isto tudo, chegou, ao minuto 36, o golpe de misericórdia, na terceira chegada com perigo do Sporting à baliza encarnada, os leões marcaram terceiro golo. Nova recuperação de bola, ainda atrás da linha do meio-campo e saída rápida para o ataque, Slimani, conduziu a bola e tentou ser feliz, rematou para defesa de Júlio César, que teve noite ingrata, a bola sobrou para Bryan Ruiz, mais rápido e mais lesto que Sílvio, aproveitou para fazer o último golo do jogo. O desespero tomou conta dos encarnados e o desalento foi total, a primeira parte, atípica, mostrou que só um super-Benfica, que esta tarde não tinha existido e veio depois a ver-se, não iria existir, podia dar a volta ao texto, mas do outro lado, estava uma formação que respirava confiança e tinha vantagem de ter uma eficácia a rondar os 100%.
Na segunda parte o espectáculo veio das bancadas.
No recomeço Rui Vitória mexeu na sua equipa, no balneário ficou Eliseu, condicionado pelo cartão amarelo, para o seu lugar entrou Fejsa. A ideia era clara, reforçar o meio-campo, e fechar no lado esquerdo com André Almeida. Mas esta tarde, estava reservada ao Sporting, pois ao Benfica tudo lhe correu mal. O sérvio, que viu amarelo na primeira vez que fez falta, viria a sair lesionado mais tarde. Já a formação orientada por Jorge Jesus, teve uns segundos 45 minutos de grande tranquilidade, com mais posse de bola os leões souberam tirar a iniciativa de jogo ao Benfica e tiveram até, por intermédio de Jefferson, oportunidade para fazer o 4-0. Num ritmo mais pausado foi o Sporting que teve sempre maior lucidez neste segundo tempo, neste período, realça-se a festa que se viu nas bancada, os 3500 adeptos leoninos, durante muito tempo conseguiram fazer-se ouvir e calaram o inferno da Luz, a resposta foi dada a preceito pelos adeptos encarnados que, durante alguns minutos, fizeram questão de se fazer ouvir no apoio à sua equipa, que sofria copiosa derrota com o eterno rival, situação que foi amenizada pela bonita festa que se fez nas bancadas.
O jogo seguiu o seu curso, o Benfica tentava o tento de honra mas não o conseguiu e quase no fim, numa total demonstração do dia não encarnado, num atraso de bola para o seu guarda-redes, Luisão, quase fez autogolo. Estava fechado o jogo e selada a vitória do Sporting, quase 10 anos depois da última vitória na casa do rival da segunda-circular.
O árbitro.
As semanas que antecederam este confronto, foram vividas de forma muito intensa, tendo os homens do apito estado na berlinda por supostas e alegadas pressões, não estando isento de erros, Carlos Xistra, árbitro nomeado para este jogo, esteve quase sempre bem.
Os encarnados queixam-se de duas grandes penalidades, que o juiz de Castelo Branco entendeu não assinalar, se na primeira jogada, o agarrão de Bryan Ruiz a Luisão parece existir, na segunda, fica-se com a sensação que foi Gaitán quem procurou o contacto. No geral, uma arbitragem com nota positiva.
O fecho do pano.
A vitória assenta que nem uma luva ao Sporting, foi tão justa como merecida, diante de um Benfica que não teve argumentos nem capacidade para incomodar a formação orientada por Jorge Jesus que, pela primeira vez na sua carreira, logo no primeiro jogo na Luz como treinador leonino, vence na condição de treinador visitante.
Com este resultado o Sporting segura e isola-se no primeiro lugar, pois beneficia do empate entre o FC Porto e o SC Braga, outro dos grandes jogos desta jornada e deixa, para já, o Benfica, ainda que com um jogo a menos, a 8 pontos de distância. De realçar que esta época o Benfica, em três jogos contra os rivais directos, Sporting (Liga e Supertaça) e Porto (Liga), perdeu sempre.
Uma palavra final para o comportamento dos adeptos antes, durante e depois do jogo, foram de uma cordialidade que deve ser assinalada. Diria que rara em função ao que se viu e ouviu nas semanas que antecederam este jogo.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
Desde 2006 que o Sporting não vencia no Estádio da Luz, fê-lo nesta jornada e de forma estrondosa, com um resultado que não deixa margem para dúvidas, numa exibição segura, homogénea, cínica, mas com a matreirice das grandes equipas.
Primeiros 45 minutos decidiram tudo.
A ideia com que se ficou foi de uma melhor entrada em jogo do Benfica, que quis, logo desde o primeiro minuto, tomar conta do jogo, porém, este melhor arranque encarnado foi inconsequente e a formação da Luz foi incapaz de responder à frieza do Sporting.
Rui Vitória, que apostou no mesmo onze que havia perdido na Turquia, a meio da semana diante do Galatasaray, em jogo a contar para a 3ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, viu o seu opositor apostar no onze que mais ou menos se adivinhava, pois a única dúvida que poderia existir, seria a titularidade de Bryan Ruiz, que recuperou de lesão e esteve muito bem durante o jogo.
Conforme se disse atrás, após o melhor começo do Benfica, foi o Sporting que, na primeira oportunidade que teve, por intermédio de Teo Gutierrez, que já havia sido o autor do golo da vitória dos leões na Supertaça, abriu a contagem após passe de Adrien, depois de este ter recuperado a bola junto à área do Benfica. Este golo, veio a comprovar-se mais tarde, foi devastador para os encarnados e um tónico muito grande para os leões que, a partir deste momento, começaram a trocar a bola e a controlar as operações com muito à vontade, sem que a formação da casa conseguisse parar as intenções dos verde-e-brancos, que traziam a lição bem estudada.
Para este desenrolar de jogo leonino muito contribuíram dois homens, João Mário e Bryan Ruiz, que no papel seriam os extremos da equipa, mas na verdade formavam, juntamente com William Carvalho e Adrien, um losango que acorrentou a equipa de Rui Vitória.
Estavam os benfiquistas ainda mal refeitos do primeiro golo e à procura de um antidoto que pudesse desbloquear o meio-campo leonino e Slimani, após cruzamento teleguiado de Jefferson, no coração da área, à vontade entre Luisão e Jardel, sem necessidade sequer de saltar, fazia de cabeça o 0-2. Estavam jogados 21 minutos. Atónitos, além dos jogadores, ficaram os adeptos encarnados, enquanto os do Sporting, fechados na caixa de segurança, faziam a festa, à espera de uma tarde memorável.
Se o primeiro golo leonino deixou marcas no Benfica, o segundo foi um soco no estômago e o pior, era que não se via na formação encarnada quem pudesse dar a volta ao texto. Gaitán, que tem funcionado como farol da equipa, neste jogo esteve muito implicativo e sem inspiração; Jonas, que costuma resgatar os encarnados das profundezas esteve apagado e longe do jogo e Raúl Jimenez, preso entre Paulo Oliveira e Naldo, que estiveram imperiais, não tinha possibilidades de fazer a diferença. A juntar a isto tudo, chegou, ao minuto 36, o golpe de misericórdia, na terceira chegada com perigo do Sporting à baliza encarnada, os leões marcaram terceiro golo. Nova recuperação de bola, ainda atrás da linha do meio-campo e saída rápida para o ataque, Slimani, conduziu a bola e tentou ser feliz, rematou para defesa de Júlio César, que teve noite ingrata, a bola sobrou para Bryan Ruiz, mais rápido e mais lesto que Sílvio, aproveitou para fazer o último golo do jogo. O desespero tomou conta dos encarnados e o desalento foi total, a primeira parte, atípica, mostrou que só um super-Benfica, que esta tarde não tinha existido e veio depois a ver-se, não iria existir, podia dar a volta ao texto, mas do outro lado, estava uma formação que respirava confiança e tinha vantagem de ter uma eficácia a rondar os 100%.
Na segunda parte o espectáculo veio das bancadas.
No recomeço Rui Vitória mexeu na sua equipa, no balneário ficou Eliseu, condicionado pelo cartão amarelo, para o seu lugar entrou Fejsa. A ideia era clara, reforçar o meio-campo, e fechar no lado esquerdo com André Almeida. Mas esta tarde, estava reservada ao Sporting, pois ao Benfica tudo lhe correu mal. O sérvio, que viu amarelo na primeira vez que fez falta, viria a sair lesionado mais tarde. Já a formação orientada por Jorge Jesus, teve uns segundos 45 minutos de grande tranquilidade, com mais posse de bola os leões souberam tirar a iniciativa de jogo ao Benfica e tiveram até, por intermédio de Jefferson, oportunidade para fazer o 4-0. Num ritmo mais pausado foi o Sporting que teve sempre maior lucidez neste segundo tempo, neste período, realça-se a festa que se viu nas bancada, os 3500 adeptos leoninos, durante muito tempo conseguiram fazer-se ouvir e calaram o inferno da Luz, a resposta foi dada a preceito pelos adeptos encarnados que, durante alguns minutos, fizeram questão de se fazer ouvir no apoio à sua equipa, que sofria copiosa derrota com o eterno rival, situação que foi amenizada pela bonita festa que se fez nas bancadas.
O jogo seguiu o seu curso, o Benfica tentava o tento de honra mas não o conseguiu e quase no fim, numa total demonstração do dia não encarnado, num atraso de bola para o seu guarda-redes, Luisão, quase fez autogolo. Estava fechado o jogo e selada a vitória do Sporting, quase 10 anos depois da última vitória na casa do rival da segunda-circular.
O árbitro.
As semanas que antecederam este confronto, foram vividas de forma muito intensa, tendo os homens do apito estado na berlinda por supostas e alegadas pressões, não estando isento de erros, Carlos Xistra, árbitro nomeado para este jogo, esteve quase sempre bem.
Os encarnados queixam-se de duas grandes penalidades, que o juiz de Castelo Branco entendeu não assinalar, se na primeira jogada, o agarrão de Bryan Ruiz a Luisão parece existir, na segunda, fica-se com a sensação que foi Gaitán quem procurou o contacto. No geral, uma arbitragem com nota positiva.
O fecho do pano.
A vitória assenta que nem uma luva ao Sporting, foi tão justa como merecida, diante de um Benfica que não teve argumentos nem capacidade para incomodar a formação orientada por Jorge Jesus que, pela primeira vez na sua carreira, logo no primeiro jogo na Luz como treinador leonino, vence na condição de treinador visitante.
Com este resultado o Sporting segura e isola-se no primeiro lugar, pois beneficia do empate entre o FC Porto e o SC Braga, outro dos grandes jogos desta jornada e deixa, para já, o Benfica, ainda que com um jogo a menos, a 8 pontos de distância. De realçar que esta época o Benfica, em três jogos contra os rivais directos, Sporting (Liga e Supertaça) e Porto (Liga), perdeu sempre.
Uma palavra final para o comportamento dos adeptos antes, durante e depois do jogo, foram de uma cordialidade que deve ser assinalada. Diria que rara em função ao que se viu e ouviu nas semanas que antecederam este jogo.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).