Montero aos 90+3, evita ESCÂNDALO em Alvalade na recepção ao Moreirense
Jorge Jesus, treinador do Benfica, disse no final do clássico da jornada, que a sua equipa tinha sido eficaz, experiente e realista, três adjectivos que servem para resumir a vitória e aquilo que foi o jogo dos encarnados. Podia acrescentar-se também, que o líder do campeonato, foi uma equipa cínica e que isso lhe permitiu vencer por 2-0. Esta vitória, no terreno do FC Porto, iguala as últimas vitórias alcançadas pelo Benfica na casa do rival, para o campeonato (2005 e 1991), com mais uma curiosidade, Lima, que tem uma apetência especial para facturar no estádio do Dragão, leva 7 golos marcados em solo portista entre jogos pelo Belenenses, SC Braga e Benfica, num total de 9 golos apontados aos dragões, igualou o bis de Nuno Gomes, em 2005 e César Brito, em 1991. Números a ter em conta do jogador brasileiro, que no fim da partida era um homem feliz e dividiu os louros pelos restantes colegas de equipa.
Águia apaga a chama do dragão
O começo do jogo grande da jornada 13 da 1ª Liga, teve um FC Porto mais afoito, mais rápido e mais lúcido no relvado, sentiu-se o Benfica a vacilar, com Lima, que apareceu a titular no lugar que todos julgavam ser de Jonas, muito só na frente, engolido pela dupla de centrais do FC Porto, neste embate, composta por Martins Indi e Marcano. O FC Porto na primeira meia hora sufocou o Benfica, Jorge Jesus, no banco de suplentes, desesperava, gritava, esbracejava, andava para trás e para a frente, rectificava as posições e tentava que a sua equipa se mantivesse viva no jogo, isto é, sem sofrer golos. O Porto tentava alcançá-lo rapidamente, ciente que isso faria pender a balança para o seu lado e nestes primeiros 30 minutos, procurou ganhar as bolas nas costas da defesa adversária, sobressaindo nesta tarefa o dinamismo de Tello pelo lado direito; na esquerda surgia Brahimi, uns furos abaixo daquilo que já lhe vimos fazer, apoiado por Oliver Torres, o cérebro da construção portista, já Herrera, também sem a intensidade esperada, ajudava as acções de Tello; por seu turno, Jackson Martinez, solto e deambulante na frente de ataque, esperava a sua oportunidade para fazer o gosto ao pé.
Após este início fulgurante dos portistas, o Benfica acertou a estratégia, começou a limitar as acções ofensivas da equipa azul e branca na sua zona mais recuada. Este maior acerto encarnado, ficou a dever-se, essencialmente, a boa partida de Samaris, o grego realizou o melhor jogo desde que chegou a Portugal, há omnipresença de Enzo Perez e aos rasgos de qualidade de Nico Gaitán, com estes condimentos melhores ligados, o golo de Lima, ao minuto 36, gelou a já noite fria do Dragão. A partir de um lançamento lateral, efectuado por Maxi Pereira, a defensiva portista adormeceu, Lima surgiu vindo de trás e de forma estranha (meio com a barriga, meio com a anca, meio não se sabe muito bem com o quê) lá tocou a bola de forma subtil para a baliza do espantado, mas também pouco lesto, Fabiano. E assim, desta forma, chegava o intervalo, com o Benfica na frente, sem ter feito muito para o merecer e com o FC Porto a ter que inverter os papéis, para não ver o rival fugir ainda mais na tabela classificativa.
Na segunda parte os dragões voltaram novamente com mais energia, nos primeiros minutos até arrancaram uma série de jogadas perigosas junta à baliza do seguro Júlio César, mas o Benfica, sem se atemorizar com o perigo e com o bloco ainda mais compacto, fruto desta boa organização, voltou a marcar, remate frontal de Talisca, que havia combinado com Gaitán, Fabiano defendeu para a frente e Lima, quem mais haveria de ser, colocava o resultado final no marcador, 0-2, aos 56 minutos. Neste momento, Julen Lopetegui, colocou a carne quase toda no assador, Quintero e Quaresma renderam Herrera e Tello, estas alterações voltaram a dinamitar o ataque portista, com o internacional português a conseguir, com a habitual empatia que tem com as bancadas e com qualidade técnica acima da média que possui, arrancar bons cruzamentos para a área, onde Jackson Martinez viu duas bolas serem devolvidas pelos ferros e um golo ser bem anulado por Jorge Sousa que, diga-se, teve uma noite tranquila. Em desespero de causa, o treinador basco do FC Porto, ainda lançou Aboubakar para o lugar do apagadíssimo Alex Sandro, mas já não havia nada a fazer, o Benfica voltaria a vencer para o campeonato em casa do rival, após 9 épocas sem o conseguir fazer.
No jogo dos bancos, o "mestre da táctica" superou, por goleada, o treinador espanhol do FC Porto, que este ano, em casa, diante dos rivais Sporting (Taça de Portugal) e Benfica (Primeira Liga) perdeu os dois jogos, por dois golos de diferença, 1-3 e 0-2, respectivamente. Um feito que se não for inédito, anda lá perto. Esta vitória do Benfica tem muito mérito do seu treinador, que montou uma estratégia bem delineada, fazendo das fraquezas força, já Lopetegui, que possui um conjunto de jogadores de elevada qualidade, ainda não conseguiu montar uma equipa capaz de fazer jus aquilo que é a valia do plantel que tem ao seu dispor.
Leão manso em Alvalade
Duas horas antes do início do clássico do Dragão, o Sporting recebia em sua casa o Moreirense, tentavam os leões vencer para poderem fazer a aproximação ao rivais directos na luta pelo titulo, ou pelo menos a um deles, só que o Sporting foi um leão mansinho e sem garra, que na primeira parte viu o Moreirense bem arrumado no terreno de jogo, fazer uns 45 minutos de grande categoria e por isso, não foi de estranhar, que a equipa (bem) comandada por Miguel Leal, se adiantasse no marcador ao minuto 35, por intermédio de Ramon "Tacuarita" Cardozo (outro Cardozo, paraguaio, a ter apetência para marcar golos ao Sporting), que em posição irregular, deu ao marcador, o merecido golo obtido pelos vimaranenses.
O Sporting foi uma sombra daquilo que já se viu fazer, nunca conseguiu na primeira parte, à excepção de um tiro de Carrillo e outro de Adrien, colocar em perigo a baliza de Marafona, já Rui Patrício, logo desde o primeiro minuto, teve sempre o perigo a rondar as suas redes.
Durante os primeiros 45 minutos a imagem do futebol leonino foi tão pobre, que até os pacientes adeptos verdes e brancos, assobiaram a sua equipa, tal foi a atitude inofensiva com que os leões abordaram este jogo. Por isso, ao intervalo, o 0-1 no marcador, ajustava-se aquilo que tinha sido a realidade do jogo.
Na segunda parte esperava-se mais da equipa orientada por Marco Silva, mas tudo continuou muito igual, um pouco mais de ritmo é certo, mas a mesma displicência e inoperância. O treinador leonino ainda tentou mudar o chip, introduzindo João Mário e Diego Capel, mas estes dois elementos não acrescentaram quase nada ao jogo leonino e a apatia mantinha-se. Com o natural balanceamento ofensivo, o Sporting começou a tentar sufocar o Moreirense no seu reduto mais atrasado, mas nunca se viram os Cónegos com muita aflição e de uma ou de outra forma, a defensiva minhota ia tirando o perigo da sua área. O fim do jogo aproximava-se a passos largos, a impaciência já tomara conta das bancadas há muito e o japonês Tanaka, já em total desespero, era lançado pelo treinador no terreno, para se juntar no ataque à dupla: Slimani/Montero.
Com o descrédito na bancada, com muita gente abandonar Alvalade, o Moreirense ainda falhou o 0-2 de forma escandalosa e na resposta, quase num golpe de mágica, Montero, ajudado por Tanaka, conseguiu furar a bem montada muralha do Moreirense, o colombiano marcou o golo que evitou, ao minuto 90+3, a derrota e uma surpresa maior na casa dos leões.
Contas finais da jornada
Numa jornada onde o Benfica ganhou, o Porto perdeu, o Vitória de Guimarães e o Sporting empataram, é fácil concluir que a equipa da Luz sai triunfante deste fim de semana.
Os encarnados ficam nesta altura, com uma vantagem de 6 pontos sobre o FC Porto e Guimarães, 9 sobre o SC Braga, que fruto da vitória em Belém subiu à quarta posição, beneficiando do empate do Sporting e com 10(!) de avanço sobre os leões; havendo ainda muito campeonato pela frente, valendo esta vitória do Benfica, na prática, apenas e tão-somente 3 pontos, sabe-se que a injecção de moral que este resultado dá é enorme. Pode-se afirmar, que a equipa de Jorge Jesus, ficou numa posição excelente para revalidar o título de campeão, que esta vitória, na 13ª jornada do campeonato, dá aos encarnados um Natal mais feliz, enquanto os outros adversários ficam à espera, que o Pai Natal lhes coloque uma boa prenda no sapatinho.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)
Águia apaga a chama do dragão
O começo do jogo grande da jornada 13 da 1ª Liga, teve um FC Porto mais afoito, mais rápido e mais lúcido no relvado, sentiu-se o Benfica a vacilar, com Lima, que apareceu a titular no lugar que todos julgavam ser de Jonas, muito só na frente, engolido pela dupla de centrais do FC Porto, neste embate, composta por Martins Indi e Marcano. O FC Porto na primeira meia hora sufocou o Benfica, Jorge Jesus, no banco de suplentes, desesperava, gritava, esbracejava, andava para trás e para a frente, rectificava as posições e tentava que a sua equipa se mantivesse viva no jogo, isto é, sem sofrer golos. O Porto tentava alcançá-lo rapidamente, ciente que isso faria pender a balança para o seu lado e nestes primeiros 30 minutos, procurou ganhar as bolas nas costas da defesa adversária, sobressaindo nesta tarefa o dinamismo de Tello pelo lado direito; na esquerda surgia Brahimi, uns furos abaixo daquilo que já lhe vimos fazer, apoiado por Oliver Torres, o cérebro da construção portista, já Herrera, também sem a intensidade esperada, ajudava as acções de Tello; por seu turno, Jackson Martinez, solto e deambulante na frente de ataque, esperava a sua oportunidade para fazer o gosto ao pé.
Após este início fulgurante dos portistas, o Benfica acertou a estratégia, começou a limitar as acções ofensivas da equipa azul e branca na sua zona mais recuada. Este maior acerto encarnado, ficou a dever-se, essencialmente, a boa partida de Samaris, o grego realizou o melhor jogo desde que chegou a Portugal, há omnipresença de Enzo Perez e aos rasgos de qualidade de Nico Gaitán, com estes condimentos melhores ligados, o golo de Lima, ao minuto 36, gelou a já noite fria do Dragão. A partir de um lançamento lateral, efectuado por Maxi Pereira, a defensiva portista adormeceu, Lima surgiu vindo de trás e de forma estranha (meio com a barriga, meio com a anca, meio não se sabe muito bem com o quê) lá tocou a bola de forma subtil para a baliza do espantado, mas também pouco lesto, Fabiano. E assim, desta forma, chegava o intervalo, com o Benfica na frente, sem ter feito muito para o merecer e com o FC Porto a ter que inverter os papéis, para não ver o rival fugir ainda mais na tabela classificativa.
Na segunda parte os dragões voltaram novamente com mais energia, nos primeiros minutos até arrancaram uma série de jogadas perigosas junta à baliza do seguro Júlio César, mas o Benfica, sem se atemorizar com o perigo e com o bloco ainda mais compacto, fruto desta boa organização, voltou a marcar, remate frontal de Talisca, que havia combinado com Gaitán, Fabiano defendeu para a frente e Lima, quem mais haveria de ser, colocava o resultado final no marcador, 0-2, aos 56 minutos. Neste momento, Julen Lopetegui, colocou a carne quase toda no assador, Quintero e Quaresma renderam Herrera e Tello, estas alterações voltaram a dinamitar o ataque portista, com o internacional português a conseguir, com a habitual empatia que tem com as bancadas e com qualidade técnica acima da média que possui, arrancar bons cruzamentos para a área, onde Jackson Martinez viu duas bolas serem devolvidas pelos ferros e um golo ser bem anulado por Jorge Sousa que, diga-se, teve uma noite tranquila. Em desespero de causa, o treinador basco do FC Porto, ainda lançou Aboubakar para o lugar do apagadíssimo Alex Sandro, mas já não havia nada a fazer, o Benfica voltaria a vencer para o campeonato em casa do rival, após 9 épocas sem o conseguir fazer.
No jogo dos bancos, o "mestre da táctica" superou, por goleada, o treinador espanhol do FC Porto, que este ano, em casa, diante dos rivais Sporting (Taça de Portugal) e Benfica (Primeira Liga) perdeu os dois jogos, por dois golos de diferença, 1-3 e 0-2, respectivamente. Um feito que se não for inédito, anda lá perto. Esta vitória do Benfica tem muito mérito do seu treinador, que montou uma estratégia bem delineada, fazendo das fraquezas força, já Lopetegui, que possui um conjunto de jogadores de elevada qualidade, ainda não conseguiu montar uma equipa capaz de fazer jus aquilo que é a valia do plantel que tem ao seu dispor.
Leão manso em Alvalade
Duas horas antes do início do clássico do Dragão, o Sporting recebia em sua casa o Moreirense, tentavam os leões vencer para poderem fazer a aproximação ao rivais directos na luta pelo titulo, ou pelo menos a um deles, só que o Sporting foi um leão mansinho e sem garra, que na primeira parte viu o Moreirense bem arrumado no terreno de jogo, fazer uns 45 minutos de grande categoria e por isso, não foi de estranhar, que a equipa (bem) comandada por Miguel Leal, se adiantasse no marcador ao minuto 35, por intermédio de Ramon "Tacuarita" Cardozo (outro Cardozo, paraguaio, a ter apetência para marcar golos ao Sporting), que em posição irregular, deu ao marcador, o merecido golo obtido pelos vimaranenses.
O Sporting foi uma sombra daquilo que já se viu fazer, nunca conseguiu na primeira parte, à excepção de um tiro de Carrillo e outro de Adrien, colocar em perigo a baliza de Marafona, já Rui Patrício, logo desde o primeiro minuto, teve sempre o perigo a rondar as suas redes.
Durante os primeiros 45 minutos a imagem do futebol leonino foi tão pobre, que até os pacientes adeptos verdes e brancos, assobiaram a sua equipa, tal foi a atitude inofensiva com que os leões abordaram este jogo. Por isso, ao intervalo, o 0-1 no marcador, ajustava-se aquilo que tinha sido a realidade do jogo.
Na segunda parte esperava-se mais da equipa orientada por Marco Silva, mas tudo continuou muito igual, um pouco mais de ritmo é certo, mas a mesma displicência e inoperância. O treinador leonino ainda tentou mudar o chip, introduzindo João Mário e Diego Capel, mas estes dois elementos não acrescentaram quase nada ao jogo leonino e a apatia mantinha-se. Com o natural balanceamento ofensivo, o Sporting começou a tentar sufocar o Moreirense no seu reduto mais atrasado, mas nunca se viram os Cónegos com muita aflição e de uma ou de outra forma, a defensiva minhota ia tirando o perigo da sua área. O fim do jogo aproximava-se a passos largos, a impaciência já tomara conta das bancadas há muito e o japonês Tanaka, já em total desespero, era lançado pelo treinador no terreno, para se juntar no ataque à dupla: Slimani/Montero.
Com o descrédito na bancada, com muita gente abandonar Alvalade, o Moreirense ainda falhou o 0-2 de forma escandalosa e na resposta, quase num golpe de mágica, Montero, ajudado por Tanaka, conseguiu furar a bem montada muralha do Moreirense, o colombiano marcou o golo que evitou, ao minuto 90+3, a derrota e uma surpresa maior na casa dos leões.
Contas finais da jornada
Numa jornada onde o Benfica ganhou, o Porto perdeu, o Vitória de Guimarães e o Sporting empataram, é fácil concluir que a equipa da Luz sai triunfante deste fim de semana.
Os encarnados ficam nesta altura, com uma vantagem de 6 pontos sobre o FC Porto e Guimarães, 9 sobre o SC Braga, que fruto da vitória em Belém subiu à quarta posição, beneficiando do empate do Sporting e com 10(!) de avanço sobre os leões; havendo ainda muito campeonato pela frente, valendo esta vitória do Benfica, na prática, apenas e tão-somente 3 pontos, sabe-se que a injecção de moral que este resultado dá é enorme. Pode-se afirmar, que a equipa de Jorge Jesus, ficou numa posição excelente para revalidar o título de campeão, que esta vitória, na 13ª jornada do campeonato, dá aos encarnados um Natal mais feliz, enquanto os outros adversários ficam à espera, que o Pai Natal lhes coloque uma boa prenda no sapatinho.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)