Derrota por 3-1, na Rússia, num jogo com uma segunda parte para esquecer dos leões, faz a viagem leonina na Liga dos Campeões desta época, parar em Moscovo.
10 Anos depois, um filme já visto.
O Sporting voltou a perder com os russos do CSKA de Moscovo, 3-1, no jogo que, segundo Jorge Jesus, decidia o apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Segundo o cérebro do Sporting, esta eliminatória, jogada a duas mãos, seria resolvida, como se fosse necessária grande inteligência para descobrir isso mesmo, em solo russo, e foi a única coisa onde o treinador do Sporting teve razão (aparte das queixas de arbitragem, mas já lá iremos).
Após 10 anos de um jogo que ainda está atravessado na garganta da maioria dos sportinguistas, a formação leonina, com outros intérpretes e com outro comandante, voltou a viver o mesmo pesadelo. Ao intervalo, como há 10 anos, vencia por 1-0, no fim do jogo, como há 10 anos, derrota por 3-1. Coincidências tristes, mas sempre com o mesmo desfecho, sempre com os russos a vencerem e neste caso, a encherem os bolsos, já de si abastados, e os portugueses a darem uma pálida imagem no jogo e os bolsos, já de si depenados, a ficarem com menos 14 milhões!!! de euros e, possivelmente, sem um bom patrocinador para as camisolas que injectaria uma boa soma aos paupérrimos cofres de Alvalade. Tudo somado, uma desgraça, não há como fugir a isso, por muito que o treinador já o tenha feito, aguarda-se agora, a reacção, como sempre enérgica do presidente, a alma gémea do treinador.
4x4x2…já foste!
O treinador leonino tinha deixado antever, na conferência de imprensa do dia anterior ao jogo, que poderia fazer alterações na equipa, tinha-se ficado com a ideia, veio a comprovar-se, que Jorge Jesus, iria reforçar o meio-campo com a entrada de Aquilani e que, fruto desta ida a jogo do italiano, seria alguém da frente a ser sacrificado, como o mesmo Jesus, tinha garantido a titularidade de Teo Gutierrez, ficava fácil de ver que seria Slimani a sentar-se no banco de suplentes. Esta mexida, forçosamente, obrigaria a mexer, como se verificou, na estrutura da equipa, que vem formatada desde o inicio de Julho para jogar em 4x4x2, assim, com esta mudança, o figurino leonino passou para o 4x2x3x1, com Aquilani e Adrien no duplo pivot defensivo, Bryan Ruiz na esquerda, Carrillo na direita, João Mário ao meio e Teo Gutierrez na frente. A primeira parte pareceu dar razão ao treinador, o Sporting controlou o jogo, os ritmos da partida, teve mais posse, jogou mais tempo no meio campo do adversário, marcou um golo por Gutierrez aos 36 minutos, na melhor fase de jogo dos russos na primeira parte, o que permitiu ao Sporting ir para o intervalo a vencer sem ter sofrido, durante esses primeiros 45 minutos, grandes sustos na área de Rui Patrício. A fórmula parecia acertada e o resultado dava asas ao sonho. O pior estava para vir.
Deslumbramento e inércia.
A segunda parte leonina foi nefasta. O deslumbramento pelo resultado deu lugar à inércia. O primeiro golo do CSKA, é prova disso mesmo, Adrien, deslumbrado pensou que estava a jogar ao “meiinho” e Rui Patrício, inerte e muito lento a decidir o que fazer, deixou que Doumbia, um terror para o Sporting, fizesse, aos 4 minutos da segunda parte, o golo do empate. O renascer da esperança moscovita. O Sporting, neste segundo tempo, é que nem vê-lo, nada, o ataque não existia e a defesa era um sufoco, então pelo lado direito, João Pereira, era um poço de asneiras. Sem colocação nem velocidade, esta via, era verde para o ataque russo, Musa e Doumbia, percebendo isto mesmo, massacraram o desgastado e lento lateral. Quem parecia não ver nada disto era o treinador, pois nada fez para alterar a situação. Começou a sentir-se que a eliminatória estava em perigo. Do sentimento à realidade, passaram 23 minutos, a dupla terrível do CSKA, voltou a fazer estragos, curiosamente pela direita, Musa surgiu solto na cara de Rui Patrício e endereçou a bola para Doumbia fazer a cambalhota no marcador, 2-1 para os da casa, empate na eliminatória aos 73 minutos. Por esta altura já Teo Gutierrez tinha cedido o lugar a Slimani, mas o argelino sem bola para segurar e sem cruzamentos letais é presa fácil, aí se notou a falta de Jefferson, porque o Sporting, por esta altura, andava aos papéis e à vontade do adversário. O tempo corria e Jorge Jesus não mexia na equipa, ficou a saber-se mais tarde que estava à espera do prolongamento!? e pensar que já se tinha ouvido de tudo nesta vida.
Quem não pensou em nada disso foi Ahmed Musa, que surgiu, desta vez pela esquerda, num lance fotocopiado do segundo golo, só que desta vez, o camaronês decidiu ser ele a marcar o golo depois de fintar o guardião leonino. Faltavam 5 minutos para o fim e o vencedor da eliminatória estava encontrado. Após este golo, Jorge Jesus, a cinco minutos do fim do tempo regulamentar, colocou Montero e Mané em campo, tarde demais. Nada havia a fazer.
A arbitragem
Convém, aqui chegados, dizer o óbvio, o Sporting foi muito prejudicado pelas arbitragens tanto no jogo de cá, como no de lá. Além de pelo menos um penalti subtraído no jogo de Alvalade, ontem, o primeiro golo do CSKA de Moscovo é marcado com o braço, de forma ostensiva e o golo anulado ao Slimani, deixa muitas dúvidas, pois fica-se com a sensação que o lance só foi anulado porque a bola entrou na baliza. Neste capítulo os últimos anos tem sido para esquecer, mas como a UEFA não quer saber, seguem em frente os que podem seguir, não os outros, que por vezes, pelo que jogam, deviam seguir.
Para finalizar
Esta eliminatória foi decidida pelos erros cometidos, quer por Jorge Jesus na abordagem ao jogo de ontem, quer pelos árbitros que influenciaram e muito, o desfecho da eliminatória. Porém, tem que se assumir que o Sporting de ontem foi presa fácil e Jorge Jesus demonstra, mais uma vez, que não tem estrutura para esta competição. Não é à toa que o treinador da Amadora cai vergado, constantemente, na prova mais rica da Europa. Pior fica o Sporting, para já, privado de 14 milhões, que jeito que davam, fora o que poderia vir ainda a ganhar e possivelmente vai perder capacidade negocial para o patrocinador das camisolas.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
10 Anos depois, um filme já visto.
O Sporting voltou a perder com os russos do CSKA de Moscovo, 3-1, no jogo que, segundo Jorge Jesus, decidia o apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Segundo o cérebro do Sporting, esta eliminatória, jogada a duas mãos, seria resolvida, como se fosse necessária grande inteligência para descobrir isso mesmo, em solo russo, e foi a única coisa onde o treinador do Sporting teve razão (aparte das queixas de arbitragem, mas já lá iremos).
Após 10 anos de um jogo que ainda está atravessado na garganta da maioria dos sportinguistas, a formação leonina, com outros intérpretes e com outro comandante, voltou a viver o mesmo pesadelo. Ao intervalo, como há 10 anos, vencia por 1-0, no fim do jogo, como há 10 anos, derrota por 3-1. Coincidências tristes, mas sempre com o mesmo desfecho, sempre com os russos a vencerem e neste caso, a encherem os bolsos, já de si abastados, e os portugueses a darem uma pálida imagem no jogo e os bolsos, já de si depenados, a ficarem com menos 14 milhões!!! de euros e, possivelmente, sem um bom patrocinador para as camisolas que injectaria uma boa soma aos paupérrimos cofres de Alvalade. Tudo somado, uma desgraça, não há como fugir a isso, por muito que o treinador já o tenha feito, aguarda-se agora, a reacção, como sempre enérgica do presidente, a alma gémea do treinador.
4x4x2…já foste!
O treinador leonino tinha deixado antever, na conferência de imprensa do dia anterior ao jogo, que poderia fazer alterações na equipa, tinha-se ficado com a ideia, veio a comprovar-se, que Jorge Jesus, iria reforçar o meio-campo com a entrada de Aquilani e que, fruto desta ida a jogo do italiano, seria alguém da frente a ser sacrificado, como o mesmo Jesus, tinha garantido a titularidade de Teo Gutierrez, ficava fácil de ver que seria Slimani a sentar-se no banco de suplentes. Esta mexida, forçosamente, obrigaria a mexer, como se verificou, na estrutura da equipa, que vem formatada desde o inicio de Julho para jogar em 4x4x2, assim, com esta mudança, o figurino leonino passou para o 4x2x3x1, com Aquilani e Adrien no duplo pivot defensivo, Bryan Ruiz na esquerda, Carrillo na direita, João Mário ao meio e Teo Gutierrez na frente. A primeira parte pareceu dar razão ao treinador, o Sporting controlou o jogo, os ritmos da partida, teve mais posse, jogou mais tempo no meio campo do adversário, marcou um golo por Gutierrez aos 36 minutos, na melhor fase de jogo dos russos na primeira parte, o que permitiu ao Sporting ir para o intervalo a vencer sem ter sofrido, durante esses primeiros 45 minutos, grandes sustos na área de Rui Patrício. A fórmula parecia acertada e o resultado dava asas ao sonho. O pior estava para vir.
Deslumbramento e inércia.
A segunda parte leonina foi nefasta. O deslumbramento pelo resultado deu lugar à inércia. O primeiro golo do CSKA, é prova disso mesmo, Adrien, deslumbrado pensou que estava a jogar ao “meiinho” e Rui Patrício, inerte e muito lento a decidir o que fazer, deixou que Doumbia, um terror para o Sporting, fizesse, aos 4 minutos da segunda parte, o golo do empate. O renascer da esperança moscovita. O Sporting, neste segundo tempo, é que nem vê-lo, nada, o ataque não existia e a defesa era um sufoco, então pelo lado direito, João Pereira, era um poço de asneiras. Sem colocação nem velocidade, esta via, era verde para o ataque russo, Musa e Doumbia, percebendo isto mesmo, massacraram o desgastado e lento lateral. Quem parecia não ver nada disto era o treinador, pois nada fez para alterar a situação. Começou a sentir-se que a eliminatória estava em perigo. Do sentimento à realidade, passaram 23 minutos, a dupla terrível do CSKA, voltou a fazer estragos, curiosamente pela direita, Musa surgiu solto na cara de Rui Patrício e endereçou a bola para Doumbia fazer a cambalhota no marcador, 2-1 para os da casa, empate na eliminatória aos 73 minutos. Por esta altura já Teo Gutierrez tinha cedido o lugar a Slimani, mas o argelino sem bola para segurar e sem cruzamentos letais é presa fácil, aí se notou a falta de Jefferson, porque o Sporting, por esta altura, andava aos papéis e à vontade do adversário. O tempo corria e Jorge Jesus não mexia na equipa, ficou a saber-se mais tarde que estava à espera do prolongamento!? e pensar que já se tinha ouvido de tudo nesta vida.
Quem não pensou em nada disso foi Ahmed Musa, que surgiu, desta vez pela esquerda, num lance fotocopiado do segundo golo, só que desta vez, o camaronês decidiu ser ele a marcar o golo depois de fintar o guardião leonino. Faltavam 5 minutos para o fim e o vencedor da eliminatória estava encontrado. Após este golo, Jorge Jesus, a cinco minutos do fim do tempo regulamentar, colocou Montero e Mané em campo, tarde demais. Nada havia a fazer.
A arbitragem
Convém, aqui chegados, dizer o óbvio, o Sporting foi muito prejudicado pelas arbitragens tanto no jogo de cá, como no de lá. Além de pelo menos um penalti subtraído no jogo de Alvalade, ontem, o primeiro golo do CSKA de Moscovo é marcado com o braço, de forma ostensiva e o golo anulado ao Slimani, deixa muitas dúvidas, pois fica-se com a sensação que o lance só foi anulado porque a bola entrou na baliza. Neste capítulo os últimos anos tem sido para esquecer, mas como a UEFA não quer saber, seguem em frente os que podem seguir, não os outros, que por vezes, pelo que jogam, deviam seguir.
Para finalizar
Esta eliminatória foi decidida pelos erros cometidos, quer por Jorge Jesus na abordagem ao jogo de ontem, quer pelos árbitros que influenciaram e muito, o desfecho da eliminatória. Porém, tem que se assumir que o Sporting de ontem foi presa fácil e Jorge Jesus demonstra, mais uma vez, que não tem estrutura para esta competição. Não é à toa que o treinador da Amadora cai vergado, constantemente, na prova mais rica da Europa. Pior fica o Sporting, para já, privado de 14 milhões, que jeito que davam, fora o que poderia vir ainda a ganhar e possivelmente vai perder capacidade negocial para o patrocinador das camisolas.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).