O Benfica perdeu ontem por 1-0 diante do Zenit, equipa treinada pelo português André Villas Boas. Mais uma vez, o treinador portuense levou a melhor no duelo com Jorge Jesus.
Quando o italiano Nicola Rizzoli apitou pela última vez no gelado estádio Petrovsky, os encarnados sabiam ter esgotado todas as possibilidades de seguir em frente na liga milionária. Mas o pior da noite europeia ainda estava para vir duas horas depois. Porque os jogos da Champions disputados em solo russo são antecipados para as 17:00 horas, por força da diferença horária, só mais tarde vieram a saber do resultado do outro jogo.
Uma vitória do Mónaco em Leverkusen relegava as águias em definitivo para o último lugar do grupo, impedindo-as de prosseguir nas competições europeias por via da Liga Europa. Isso veio a suceder, com os monegascos a venceram os alemães, também por uma bola a zero, e assim o Benfica perdeu a chance de repetir a terceira final consecutiva na segunda maior prova de clubes da UEFA.
A história do jogo de Sampetersburgo não tem muito para contar. Tratou-se de um duelo entre duas boas equipas, em termos colectivos e individuais, orientadas por treinadores de sucesso e vários títulos conquistados, habituados à alta-roda do futebol. O jogo era decisivo para ambos, pois tinham os mesmos pontos à partida. Quem perdesse, ficava de fora. E portanto, um e outro conjuntos fizeram abordagens cautelosas, tentando ter a posse da bola o mais tempo possível, sem no entanto correr demasiados riscos. Naturalmente, as oportunidades de golo foram escassas ao longo do jogo, que teve alternadamente momentos de maior ascendente de uma e de outra equipa.
Acabou por ser mais eficaz o conjunto russo, aos concretizar uma das poucas oportunidades no minuto 80, através do internacional português Danny, que esta semana fora colocado na órbita do Benfica por alguma imprensa. O luso-venezuelano correspondeu muito bem a um cruzamento tenso da esquerda, de Hulk, aparecendo liberto em plena grande-área, cara-a-cara com Júlio César, disparando forte sem hipóteses de defesa para o brasileiro.
Antes do final do encontro, o capitão Luisão recebeu ordem de expulsão por acumulação de amarelos.
Nesta partida decisiva, revelou-se mais uma vez a falta de soluções do plantel encarnado. Jorge Jesus terminou outra partida sem esgotar as três substituições de que dispõe. Certamente, o técnico encarnado terá lamentado a impossibilidade de poder contar com Jonas, o ponta-de-lança brasileiro que, a par de Talisca, muito se tem evidenciado em termos de capacidade goleadora. Porém, o avançado não chegou a tempo de ser inscrito na Champions. Confinado às opções disponíveis, Jesus lançou Ola John e Derley que pouco, ou nada, trouxeram de novo. Deixou ficar no banco Pizzi e Cristante, já para não falar de Tiago (Bebé) que nem sequer foi opção.
Neste momento especula-se a respeito das consequências da eliminação precoce do Benfica das provas europeias, sobretudo da Liga dos Campeões. Alguns vaticinam que o fecho da “torneira dos milhões” não só gorará a expectativa de um reforço do plantel em Janeiro, como também escancarará a porta de saída para os elementos mais cobiçados do plantel: Enzo Pérez, Gaitán, Sálvio ou Talisca.
Outros vêm neste desaire uma oportunidade para apontar o foco às provas internas e apostar de forma mais acérrima da defesa do triplete conquistado na época passada. Até ao momento, não obstante os desequilíbrios de plantel já esmiuçados noutras crónicas, a capacidade técnico-táctica do treinador e a elevada qualidade dos seus principais artistas têm conseguido disfarçar as lacunas nas provas internas.
No próximo mês, os encarnados terão pela frente dois jogos de elevado grau de dificuldade na mesma semana. À 13.ª jornada da liga deslocam-se ao Dragão para defrontar o FC Porto. Passados poucos dias, recebem o SC Braga no Estádio da Luz, a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal, cujo sorteio se realizou hoje.
Ricardo Jorge
[email protected]
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)
Quando o italiano Nicola Rizzoli apitou pela última vez no gelado estádio Petrovsky, os encarnados sabiam ter esgotado todas as possibilidades de seguir em frente na liga milionária. Mas o pior da noite europeia ainda estava para vir duas horas depois. Porque os jogos da Champions disputados em solo russo são antecipados para as 17:00 horas, por força da diferença horária, só mais tarde vieram a saber do resultado do outro jogo.
Uma vitória do Mónaco em Leverkusen relegava as águias em definitivo para o último lugar do grupo, impedindo-as de prosseguir nas competições europeias por via da Liga Europa. Isso veio a suceder, com os monegascos a venceram os alemães, também por uma bola a zero, e assim o Benfica perdeu a chance de repetir a terceira final consecutiva na segunda maior prova de clubes da UEFA.
A história do jogo de Sampetersburgo não tem muito para contar. Tratou-se de um duelo entre duas boas equipas, em termos colectivos e individuais, orientadas por treinadores de sucesso e vários títulos conquistados, habituados à alta-roda do futebol. O jogo era decisivo para ambos, pois tinham os mesmos pontos à partida. Quem perdesse, ficava de fora. E portanto, um e outro conjuntos fizeram abordagens cautelosas, tentando ter a posse da bola o mais tempo possível, sem no entanto correr demasiados riscos. Naturalmente, as oportunidades de golo foram escassas ao longo do jogo, que teve alternadamente momentos de maior ascendente de uma e de outra equipa.
Acabou por ser mais eficaz o conjunto russo, aos concretizar uma das poucas oportunidades no minuto 80, através do internacional português Danny, que esta semana fora colocado na órbita do Benfica por alguma imprensa. O luso-venezuelano correspondeu muito bem a um cruzamento tenso da esquerda, de Hulk, aparecendo liberto em plena grande-área, cara-a-cara com Júlio César, disparando forte sem hipóteses de defesa para o brasileiro.
Antes do final do encontro, o capitão Luisão recebeu ordem de expulsão por acumulação de amarelos.
Nesta partida decisiva, revelou-se mais uma vez a falta de soluções do plantel encarnado. Jorge Jesus terminou outra partida sem esgotar as três substituições de que dispõe. Certamente, o técnico encarnado terá lamentado a impossibilidade de poder contar com Jonas, o ponta-de-lança brasileiro que, a par de Talisca, muito se tem evidenciado em termos de capacidade goleadora. Porém, o avançado não chegou a tempo de ser inscrito na Champions. Confinado às opções disponíveis, Jesus lançou Ola John e Derley que pouco, ou nada, trouxeram de novo. Deixou ficar no banco Pizzi e Cristante, já para não falar de Tiago (Bebé) que nem sequer foi opção.
Neste momento especula-se a respeito das consequências da eliminação precoce do Benfica das provas europeias, sobretudo da Liga dos Campeões. Alguns vaticinam que o fecho da “torneira dos milhões” não só gorará a expectativa de um reforço do plantel em Janeiro, como também escancarará a porta de saída para os elementos mais cobiçados do plantel: Enzo Pérez, Gaitán, Sálvio ou Talisca.
Outros vêm neste desaire uma oportunidade para apontar o foco às provas internas e apostar de forma mais acérrima da defesa do triplete conquistado na época passada. Até ao momento, não obstante os desequilíbrios de plantel já esmiuçados noutras crónicas, a capacidade técnico-táctica do treinador e a elevada qualidade dos seus principais artistas têm conseguido disfarçar as lacunas nas provas internas.
No próximo mês, os encarnados terão pela frente dois jogos de elevado grau de dificuldade na mesma semana. À 13.ª jornada da liga deslocam-se ao Dragão para defrontar o FC Porto. Passados poucos dias, recebem o SC Braga no Estádio da Luz, a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal, cujo sorteio se realizou hoje.
Ricardo Jorge
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Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)