Bem pode ser definido desta forma o jogo onde Sporting CP recebeu e venceu, sem margem para dúvidas, o Vitória de Setúbal, tal foi o caudal ofensivo que os leões evidenciaram durante todo o jogo da 11ª jornada da Primeira Liga, com os golos a surgiram apenas na segunda parte.
Em Alvalade, perante o seu público, que esperava ansioso o regresso da equipa às vitórias, em casa, para o campeonato, o Sporting entrou a dominar completamente o seu adversário, numa partida que teve um só sentido, o da baliza de Ricardo Baptista, guardião sadino, que ainda fez um punhado de boas intervenções que foram negando o que parecia inevitável.
Marco Silva, treinador leonino, apresentou uma formação com Montero e Slimani de início, eles que decidiram o jogo apontado os 3 golos da vitória leonina, o argelino abriu e fechou a contagem, o colombiano marcou um grande golo, mais um, num belo remate fora da área.
Com a surpresa da titularidade de Fredy Montero, claramente o homem do jogo, o treinador leonino juntava pela primeira vez os dois avançados de referência do Sporting no onze inicial, com esta alteração, porque o colombiano trata a bola como poucos, o jovem treinador sportinguista procurou ter maior capacidade de finalização na área e fora dela, pois os dotes de remate espontâneo de Montero são de sobra conhecidos, além deste aspecto, deve ser referido que o avançado possui uma visão de jogo acima da média e que a sua capacidade técnica lhe permite jogar com enorme confiança fora da área, isso torna-o um municiador de ataque com enorme definição e clareza.
Nos primeiros 30 minutos de jogo a bola esteve sempre, ou quase sempre, no meio campo defensivo da equipa orientada por Domingos Paciência, neste período, o ataque leonino construiu 5/6 ocasiões claríssimas de golo, sem resultados práticos, umas vezes por falta de pontaria, outras vezes porque Ricardo Baptista não permitiu a bola beijar as redes da sua baliza.
Sempre em alta rotação, nesta meia hora de ataque frenético, as bolas iam chegando à área sadina com os jogadores do Vitória completamente desorientados e atónitos com a força atacante que os leões apresentavam quer pela direita, onde Montero e Mané combinavam na perfeição e eram ajudados por Cédric, quer pela esquerda, com Nani (uns furos abaixo do que já habituou os adeptos, mas sempre em grande nível) e Jefferson (a quem a concorrência lhe fez crescer a produção) a combinarem quase com os olhos fechados jogadas rápidas de ataque, o golo esse é que não surgiu e a natural ansiedade começou a tomar conta das bancadas e dos jogadores leoninos, por esta altura já Domingos Paciência tinha introduzido uma alteração na sua equipa (ao minuto 28 retirou João Schmidt e fez entrar Ericson Duarte), com o claro propósito de estancar os movimentos do ataque leonino, em especial de Montero, que surgia nas zonas intermédias a desequilibrar o jogo e a abrir brechas na defesa da formação do Sado. Com esta alteração, que trouxe maior solidez ao bloco defensivo, o treinador sadino alcançou os seus objectivos, pois o Sporting perdeu clarividência e intensidade e assim se chegou, com 0-0 no marcador, ao intervalo.
No reatamento o sentido de jogo só mudou porque as equipas invertem a posição no campo, porque a direcção de ataque continuava a mesma, sempre focados, os jogadores do Sporting continuavam a sua investida contra a baliza do Vitória de Setúbal. Deve dizer-se que o Sporting não conseguiu reproduzir a primeira meia hora de jogo, mas a rotação atacante mantinha-se em grande proporção, o golo esse é que ia tardando em chegar.
Após mais 15 minutos sem que o placard sofresse qualquer alteração, Marco Silva, resolveu abanar com o jogo, chamou para o campo João Mário e André Carrillo, retirou Mané, que havia perdido fulgor e Adrien, que esteve sempre desligado do jogo. O peruano entrou para a ala direita e a partir desse flanco desferir veneno com a sua velocidade e destreza técnica, já João Mário entrou para pegar na batuta da construção e deixar as tarefas defensivas, única e exclusivamente entregues a William Carvalho que, diga-se, chegava e sobrava para as encomendas, pois a nível ofensivo o Vitória de Setúbal foi zero em todo o jogo, Rui Patrício não fez uma única intervenção toda noite.
Ainda com os adeptos a opinarem sobre as opções de Marco Silva, o primeiro golo subia ao marcador, Slimani, bem servidor por Jefferson, no coração da área dava o seguimento ideal a um cruzamento perfeito do brasileiro, estava feito o mais difícil, estava aberta a brecha na muralha sadina. Há que referir também, que antes do cruzamento de Jefferson, a jogada deveria ter sido parada pelo árbitro Artur Soares Dias, pois, na marcação da falta que colocou a bola nos pés do lateral brasileiro, William Carvalho, estorvado por João Mário, deu dois toques seguidos na bola, o que não pode acontecer quando se marca um livre, erro grave do árbitro portuense, que teve uma noite tranquila e viu o seu trabalho manchado por esta decisão.
Como nestes jogos, de clara tendência atacante duma equipa perante a outra, só custa entrar o primeiro, o segundo surgiu passado um minuto, autoria de Montero, que a uns bons 30 metros da baliza vitoriana não se fez rogado e rematou forte, a bola sofreu um pequeno desvio, o suficiente para tirar Ricardo Baptista da jogada, nova explosão de alegria em Alvalade, depois de 60 minutos de total domínio, os golos colocavam justiça no marcador.
Daqui até ao final regista-se uma perdida escandalosa de Diego Capel (que entrou para o lugar de Montero ao minuto 75), o espanhol, servido de forma magistral por Carrillo, que fez uma daquelas jogadas tão habituais do seu cardápio, colocou a bola com mel nos pés do sevilhano e este, dentro da pequena área e sem ninguém na baliza, de forma inexplicável, atirou à barra da baliza setubalense, perdia-se na altura o 3-0, que haveria de chegar ao minutos 90+3, por intermédio do argelino Slimani, servido também por Carrillo, na marca de grande penalidade, com um belo golpe de cabeça, bateu pela última vez Ricardo Baptista, que não merecia tão grande castigo pelo que fez durante o jogo. O guardião sadino foi de longe o melhor em campo da equipa visitante. Com este golo fechava-se com chave de ouro um jogo onde só uma equipa quis fazer pela vida, custou, mas no fim sorriram os leões de forma justa, pois esta vitória não merece nenhum tipo de contestação.
Uma nota final para o fraco desempenho sadino, do ponto de vista atacante, a equipa orientada por Domingos Paciência, que regressava a uma casa que foi sua em 2012, não construiu uma jogada com principio, meio e fim, o Vitória de Setúbal veio claramente jogar para o empate, na zona mais recuada, a tremedeira foi constante, valeu a grande exibição do seu guarda-redes, fica-se com a sensação que esta equipa vai ter muito que suar para evitar os habituais sufocos de final de época.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)
Em Alvalade, perante o seu público, que esperava ansioso o regresso da equipa às vitórias, em casa, para o campeonato, o Sporting entrou a dominar completamente o seu adversário, numa partida que teve um só sentido, o da baliza de Ricardo Baptista, guardião sadino, que ainda fez um punhado de boas intervenções que foram negando o que parecia inevitável.
Marco Silva, treinador leonino, apresentou uma formação com Montero e Slimani de início, eles que decidiram o jogo apontado os 3 golos da vitória leonina, o argelino abriu e fechou a contagem, o colombiano marcou um grande golo, mais um, num belo remate fora da área.
Com a surpresa da titularidade de Fredy Montero, claramente o homem do jogo, o treinador leonino juntava pela primeira vez os dois avançados de referência do Sporting no onze inicial, com esta alteração, porque o colombiano trata a bola como poucos, o jovem treinador sportinguista procurou ter maior capacidade de finalização na área e fora dela, pois os dotes de remate espontâneo de Montero são de sobra conhecidos, além deste aspecto, deve ser referido que o avançado possui uma visão de jogo acima da média e que a sua capacidade técnica lhe permite jogar com enorme confiança fora da área, isso torna-o um municiador de ataque com enorme definição e clareza.
Nos primeiros 30 minutos de jogo a bola esteve sempre, ou quase sempre, no meio campo defensivo da equipa orientada por Domingos Paciência, neste período, o ataque leonino construiu 5/6 ocasiões claríssimas de golo, sem resultados práticos, umas vezes por falta de pontaria, outras vezes porque Ricardo Baptista não permitiu a bola beijar as redes da sua baliza.
Sempre em alta rotação, nesta meia hora de ataque frenético, as bolas iam chegando à área sadina com os jogadores do Vitória completamente desorientados e atónitos com a força atacante que os leões apresentavam quer pela direita, onde Montero e Mané combinavam na perfeição e eram ajudados por Cédric, quer pela esquerda, com Nani (uns furos abaixo do que já habituou os adeptos, mas sempre em grande nível) e Jefferson (a quem a concorrência lhe fez crescer a produção) a combinarem quase com os olhos fechados jogadas rápidas de ataque, o golo esse é que não surgiu e a natural ansiedade começou a tomar conta das bancadas e dos jogadores leoninos, por esta altura já Domingos Paciência tinha introduzido uma alteração na sua equipa (ao minuto 28 retirou João Schmidt e fez entrar Ericson Duarte), com o claro propósito de estancar os movimentos do ataque leonino, em especial de Montero, que surgia nas zonas intermédias a desequilibrar o jogo e a abrir brechas na defesa da formação do Sado. Com esta alteração, que trouxe maior solidez ao bloco defensivo, o treinador sadino alcançou os seus objectivos, pois o Sporting perdeu clarividência e intensidade e assim se chegou, com 0-0 no marcador, ao intervalo.
No reatamento o sentido de jogo só mudou porque as equipas invertem a posição no campo, porque a direcção de ataque continuava a mesma, sempre focados, os jogadores do Sporting continuavam a sua investida contra a baliza do Vitória de Setúbal. Deve dizer-se que o Sporting não conseguiu reproduzir a primeira meia hora de jogo, mas a rotação atacante mantinha-se em grande proporção, o golo esse é que ia tardando em chegar.
Após mais 15 minutos sem que o placard sofresse qualquer alteração, Marco Silva, resolveu abanar com o jogo, chamou para o campo João Mário e André Carrillo, retirou Mané, que havia perdido fulgor e Adrien, que esteve sempre desligado do jogo. O peruano entrou para a ala direita e a partir desse flanco desferir veneno com a sua velocidade e destreza técnica, já João Mário entrou para pegar na batuta da construção e deixar as tarefas defensivas, única e exclusivamente entregues a William Carvalho que, diga-se, chegava e sobrava para as encomendas, pois a nível ofensivo o Vitória de Setúbal foi zero em todo o jogo, Rui Patrício não fez uma única intervenção toda noite.
Ainda com os adeptos a opinarem sobre as opções de Marco Silva, o primeiro golo subia ao marcador, Slimani, bem servidor por Jefferson, no coração da área dava o seguimento ideal a um cruzamento perfeito do brasileiro, estava feito o mais difícil, estava aberta a brecha na muralha sadina. Há que referir também, que antes do cruzamento de Jefferson, a jogada deveria ter sido parada pelo árbitro Artur Soares Dias, pois, na marcação da falta que colocou a bola nos pés do lateral brasileiro, William Carvalho, estorvado por João Mário, deu dois toques seguidos na bola, o que não pode acontecer quando se marca um livre, erro grave do árbitro portuense, que teve uma noite tranquila e viu o seu trabalho manchado por esta decisão.
Como nestes jogos, de clara tendência atacante duma equipa perante a outra, só custa entrar o primeiro, o segundo surgiu passado um minuto, autoria de Montero, que a uns bons 30 metros da baliza vitoriana não se fez rogado e rematou forte, a bola sofreu um pequeno desvio, o suficiente para tirar Ricardo Baptista da jogada, nova explosão de alegria em Alvalade, depois de 60 minutos de total domínio, os golos colocavam justiça no marcador.
Daqui até ao final regista-se uma perdida escandalosa de Diego Capel (que entrou para o lugar de Montero ao minuto 75), o espanhol, servido de forma magistral por Carrillo, que fez uma daquelas jogadas tão habituais do seu cardápio, colocou a bola com mel nos pés do sevilhano e este, dentro da pequena área e sem ninguém na baliza, de forma inexplicável, atirou à barra da baliza setubalense, perdia-se na altura o 3-0, que haveria de chegar ao minutos 90+3, por intermédio do argelino Slimani, servido também por Carrillo, na marca de grande penalidade, com um belo golpe de cabeça, bateu pela última vez Ricardo Baptista, que não merecia tão grande castigo pelo que fez durante o jogo. O guardião sadino foi de longe o melhor em campo da equipa visitante. Com este golo fechava-se com chave de ouro um jogo onde só uma equipa quis fazer pela vida, custou, mas no fim sorriram os leões de forma justa, pois esta vitória não merece nenhum tipo de contestação.
Uma nota final para o fraco desempenho sadino, do ponto de vista atacante, a equipa orientada por Domingos Paciência, que regressava a uma casa que foi sua em 2012, não construiu uma jogada com principio, meio e fim, o Vitória de Setúbal veio claramente jogar para o empate, na zona mais recuada, a tremedeira foi constante, valeu a grande exibição do seu guarda-redes, fica-se com a sensação que esta equipa vai ter muito que suar para evitar os habituais sufocos de final de época.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)