Antes da paragem de Natal, o FC Porto, fruto da vitória em casa diante da Académica, por 3-1 e da derrota, a primeira no campeonato, do Sporting, 1-0, na casa do União da Madeira, saltou para a liderança isolada da tabela. Já o Benfica, que venceu o Rio Ave, por 3-1, volta a relançar a sua candidatura ao título nacional.
Benfica safou-se quase no fim.
Na tarde de Domingo, os bi-campeões nacionais, após um empate que não vinha nas contas, no acerto do campeonato na passada terça-feira com o União da Madeira, entrou em campo para este jogo, com a pressão aumentada pois o tribunal da Luz não estava para brincadeiras.
Entrou bem a equipa de Rui Vitória, que bem cedo, aos 4 minutos, se colocou em vantagem, o brasileiro Jonas, com golo tão madrugador, parecia querer exorcizar o fantasma do jogo passado e colocava em delírio os adeptos que davam excelente colorido nas bancadas. Mas, e há sempre um mas, e neste Benfica há muitos, a equipa encarnada gosta de viver no limbo e aos 13 minutos, Bressan, cobrou um livre em zonal frontal de forma irrepreensível, sem que Júlio César pudesse fazer algo, e voltava ao marcador o empate. Este golo do Rio Ave, equipa que troca bem a bola e joga com superior organização, além de enervar a plateia, desassossegou os jogadores encarnados e deu confiança aos vila-condenses que dominaram quase toda a primeira parte.
Na segunda metade, a postura do Rio Ave manteve-se, com um senão, tornou-se uma equipa muito recuada junto da baliza de Cássio e com isso o Benfica ganhou alguma liberdade, quase sempre mal aproveitada, mas pode dizer-se, que a turma de Pedro Martins, se colocou à mercê do Benfica e a entrada de Carcela no jogo foi determinante para o que viria a suceder mais tarde. Já se jogavam os últimos 10 minutos quando Jonas, novamente investido na pele de salvador, resgatou os encarnados para a vitória ao aproveitar da melhor forma um centro do marroquino. Por essa altura, após alguns assobios e muito descontentamento, que levou muitos adeptos a abandonar mais cedo os seus lugares e a verem este golo, chegou a explosão de alegria que fez Rui Vitória respirar de alívio, para compor melhor a festa, Raúl Jimenez, entrado para o lugar do grego Mitroglou, passados 2 minutos do segundo golo de Jonas e a passe deste, fechou a contagem.
Vitória justa mas difícil do Benfica, que teve a protecção de Jonas que foi um autêntico porto de abrigo para a equipa e para o treinador.
Bailinho da Madeira tira liderança ao Sporting.
Na Madeira, os leões, depois da derrota para a Taça de Portugal, em Braga, na passada quarta-feira, procuravam, neste jogo, voltar ao caminho das vitórias, só que o União, que fez das fraquezas força, levou a melhor e quebrou a invencibilidade leonina na Liga NOS.
Se se olhar friamente para os números deste jogo, parece impossível o Sporting ter perdido, mas como no futebol, o que decide os jogos ainda são os golos, aí o União, foi de uma eficácia brutal, de fazer inveja aos melhores.
Após o desgastante jogo de Braga, Jorge Jesus, promoveu algumas alterações no onze titular, Esgaio, Naldo, Gelson e Montero assumiram lugar na equipa titular, por seu turno, João Pereira, Ewerton, William e Aquilani, foram para o banco e não foi por aqui que o Sporting não ganhou, porque teve e dispôs de ocasiões suficientes para vencer, mas encontrou sempre um entrave, André Moreira, guardião das redes unionistas, pois o jovem guarda-redes assinou uma exibição portentosa.
A equipa verde-e-branca aproveitou a velocidade de Gelson para canalizar por aí o seu jogo, mas cedo se percebeu que o osso deste encontro, era duro de roer e invariavelmente, Slimani, Montero e companhia, esbarraram no último homem do União.
O jogo foi quase sempre de sentido único, mas o União da Madeira, nada incomodado com isso, pois essa era a postura assumida pela equipa de Norton de Matos, aguentava a pressão e quando todos erravam, sobressaía do guarda-redes, que nunca falhou.
O tempo corria de forma rápida para o Sporting e lenta para o União e quando o sufoco à área da equipa patrocinada por CR7 se estava a transformar em agoniante, numa saída rápida para o contra-ataque, os madeirenses chegaram ao golo por intermédio de Danilo Dias, faltavam 20 minutos para o fim da partida e as coisas complicaram-se de forma muito significativa para a equipa leonina.
No tempo restante, a equipa de Jorge Jesus, procurou por todas as formas marcar um golo, mas a pontaria e o guarda-redes contrário, não o permitiram e mesmo no último suspiro, quando Slimani se preparava para festejar, André Moreira voltou a ser gigante e desviou um golo feito.
Terminado o jogo, estava consomada a derrota e os leões, ficavam à mercê do FC Porto.
No futebol é usual falar-se em justiça, neste jogo em concreto, não foi esse o factor mais determinante, mas sim a felicidade, e o União, pelo coração que teve e pela excelente exibição do seu guarda-redes, mereceu ser feliz e a justiça, ficará para outros jogos.
FC Porto vence e assume a liderança.
À entrada para este jogo, as contas dos dragões eram fáceis de fazer, uma vitória, deixava a formação de Julen Lopetegui, na liderança. Fácil e apelativo.
Sabedores disso mesmo, os jogadores portistas arrancaram para uma exibição segura e venceram de forma inequívoca a equipa da Académica de Coimbra, que pese embora, após a chegada de Gouveia, esteja bem melhor, não tem argumentos para se bater com este Porto.
Vai daí, para que não houvesse lugar a sustos desnecessário, Danilo Pereira, de cabeça e com a atrapalhação de Pedro Trigueira à mistura, logo aos 7 minutos, na sequência de um pontapé de canto, abriu o activo e colocou em delírio umas bancadas que já tinham festejado minutos antes a derrota do Sporting.
Este golo, tão madrugador, dava, logo à partida, tranquilidade aos dragões e justiça ao marcador. Os academistas, durante quase toda a primeira parte, apenas viram jogar, a bola, neste período de jogo, teimava em não chegar aos estudantes e isso, complicou ainda mais a tarefa da Académica e Casillas, um espectador, apenas teve alguns sobressaltos já no fim da primeira parte, aí, a equipa de Coimbra queixa-se, se calhar com alguma razão, de dois lances onde se fica com a ideia que poderia ter havido lugar à marcação de grande penalidade.
Ora se a equipa azul e branca marcou cedo no começo, no reatamento, Aboubakar, após um livre lateral superiormente cobrado por Layún, fez o 2-0 e sossegou as hostes azuis e brancas. Estava feito o golo que dava segurança e tranquilidade. Contudo, o melhor da noite estava guardado para o fim, uma jogada com selo mexicano, permitiu a Herrera, servido de forma magistral por Corona, fazer um golo “à Madjer”. Um grande momento que funcionou como prenda de Natal.
Até ao fim, o golo da Académica, marcado por Rui Pedro e os assobios a Lopetegui por não lançar André Silva em jogo.
Antes da deslocação a Alvalade, no início do próximo ano (2 de Janeiro), o FC Porto, assume a liderança isolada e passa uma consoada bem mais feliz.
Aproveito também, antes de fechar esta crónica, para desejar a todos um BOM NATAL!
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).