Como já dei conta numa crónica publicada anteriormente, nutro pelo Desportivo de Monção, o clube da minha terra, uma paixão que não consigo explicar.
É essa paixão que me leva, às vezes, a sair de casa para ver os jogos e tentar, com a minha presença, dar apoio aos dirigentes, equipa técnica e jogadores que representam as cores deste clube.
Foi com esse espírito de compromisso que saí de casa após o almoço de sábado em direcção a Vitorino de Piães, Ponte de Lima, na certeza que iria assistir a um bom jogo, pois o meu Desportivo seguia, à entrada para esta jornada, na segunda posição e os donos da casa, no quinto lugar.
O dia estava magnífico e o Sol radiante. A combinação perfeita para as minhas intenções: um bom jogo, uma boa vitória e um regresso a casa feliz. Destes três objectivos, com muita pena minha, apenas o primeiro se concretizou, ou seja, o jogo até foi bom, intenso e a espaços bem jogado, mas o meu Desportivo perdeu e o regresso a casa, com a noite já a dar um ar da sua graça, foi bem mais sombrio que o esperado e até imaginado. Há dias assim.
Devo confessar que a entrada em jogo do Desportivo foi horrível, aos 7 minutos já estávamos a perder por 2-0, nesse mesmo momento senti um arrepio na espinha e as sensações, até então positivas, passaram a ser de apreensão, percebi naquele instante que a sorte, nessa tarde, tinha, muito por culpa própria, virado as costas às nossas intenções, na certeza porém, que o nosso início de jogo poderia ter deitado por terra uma semana de trabalho. Assim foi. Comprovei isso mais tarde quando o árbitro da partida deu o jogo por terminado.
Foi duro perceber que a equipa da casa, sem ter conseguido até ao momento da obtenção dos golos, produzir futebol que lhe permitisse estar a ganhar, tivesse uma vantagem tão confortável ao seu dispor para gerir durante os 83 minutos de jogo que ainda restavam. No momento em que isto aconteceu, fui invadido por uma enorme vontade de querer que os jogadores do Desportivo dessem a volta ao resultado, mas se calhar faltou coração e faltou, em muitos momentos, alguma razão, aquela que é necessária quando as coisas se complicam. Faltou a serenidade que nos faz pensar com a cabeça e nos ajuda a tomar as melhores decisões. Contudo acreditei, como acredito sempre, que o Desportivo iria vencer, agarrei-me a essa fé que me fez, por instantes, sonhar com um desfecho vitorioso e se calhar foi isso que me desiludiu ainda mais. Tantos quilómetros percorridos e assistir, desta forma, a uma derrota, deixou-me deveras aborrecido.
No fim do jogo fui assaltado por uma mistura de sensações que tornaram o regresso a casa tão insosso e doloroso que a viagem parecia interminável.
Parece impossível que alguém fique assim por causa de um jogo de futebol, mas não foi um jogo qualquer, foi o jogo do meu Desportivo de Monção e quando joga o clube da minha terra, eu quero, como também já referi anteriormente, que ganhe sempre, seja como for.
Não quero com estas palavras por em causa o brio e o profissionalismo dos jogadores, pois também sei reconhecer que após o balde de águia fria inicial, tentaram de várias formas inverter o resultado, não o conseguiram, mas tentaram dar a volta a um desfecho que por culpa própria, mérito da equipa da casa e por causa de um trio vestido de amarelo, que se juntou à festa sem ter sido convidado, não foi possível virar. E essa situação causou-me ainda mais revolta.
Da equipa de arbitragem espera-se isenção e rigor, não se espera que seja uma amálgama de erros e um empecilho no jogo, daqueles que nem a táctica nem o coração conseguem tornear, e por vezes, não se notando muito a sua presença, bastam duas apitadelas, ou a falta delas, para complicar ainda mais algumas equações só por si já difíceis de resolver. O trio de arbitragem destacado para este jogo prestou um mal serviço ao futebol e prejudicou o Desportivo de Monção. A dualidade de critérios foi enorme, talvez porque o medo que as bancadas, vou chamar-lhes barulhentas (só para ser simpático, pois não há ouvidos que resistam a tanto insulto gratuito) provocou foi tal, que na dúvida, o árbitro e a sua equipa fizeram sempre o mais fácil, apitar em consonância com o ruído provocado pelos adeptos . Se me chateou perder, revoltou-me a falta de qualidade deste trio. Sei que muito do que aconteceu ao Desportivo não deve ser assacado à equipa de arbitragem, mas também sei, porque estive lá e vi, que os senhores do apito não tiveram a competência exigida para fazer e gerir o trabalho que tinham em mãos, pois deixaram-se influenciar pelo ambiente e quando assim é, o melhor mesmo é nem pegar no apito.
Ao escrever estas palavras, escrevo-as revoltado, com o cuidado de não ser ofensivo pois quero acreditar que assim como a equipa do Desportivo teve um mal dia, o árbitro e os seus assistentes também o tiveram. Temos é tido o azar de ter alguns árbitros com maus dias, quando apitam o Desportivo e isso, além de me chatear, causa-me apreensão, se bem que por outro lado dá-me ânimo, afinal de contas o clube da minha terra incomoda e assim fico com uma certeza, o DESPORTIVO de MONÇÃO, não é grande, é enorme.
Desta vez, ao contrário do que me aconteceu à vinda da Ponte de Barca, em Setembro, o regresso a casa não foi feliz, bem pelo contrário, uma viagem bem mais curta que me pareceu uma longa maratona com um travo amargo na boca, mas continuo acreditar neste clube, nesta equipa técnica e nestes jogadores, afinal de contas, trata-se do Desportivo de Monção e quando assim é, não há razão, apenas coração. FORÇA DEPOR!
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
É essa paixão que me leva, às vezes, a sair de casa para ver os jogos e tentar, com a minha presença, dar apoio aos dirigentes, equipa técnica e jogadores que representam as cores deste clube.
Foi com esse espírito de compromisso que saí de casa após o almoço de sábado em direcção a Vitorino de Piães, Ponte de Lima, na certeza que iria assistir a um bom jogo, pois o meu Desportivo seguia, à entrada para esta jornada, na segunda posição e os donos da casa, no quinto lugar.
O dia estava magnífico e o Sol radiante. A combinação perfeita para as minhas intenções: um bom jogo, uma boa vitória e um regresso a casa feliz. Destes três objectivos, com muita pena minha, apenas o primeiro se concretizou, ou seja, o jogo até foi bom, intenso e a espaços bem jogado, mas o meu Desportivo perdeu e o regresso a casa, com a noite já a dar um ar da sua graça, foi bem mais sombrio que o esperado e até imaginado. Há dias assim.
Devo confessar que a entrada em jogo do Desportivo foi horrível, aos 7 minutos já estávamos a perder por 2-0, nesse mesmo momento senti um arrepio na espinha e as sensações, até então positivas, passaram a ser de apreensão, percebi naquele instante que a sorte, nessa tarde, tinha, muito por culpa própria, virado as costas às nossas intenções, na certeza porém, que o nosso início de jogo poderia ter deitado por terra uma semana de trabalho. Assim foi. Comprovei isso mais tarde quando o árbitro da partida deu o jogo por terminado.
Foi duro perceber que a equipa da casa, sem ter conseguido até ao momento da obtenção dos golos, produzir futebol que lhe permitisse estar a ganhar, tivesse uma vantagem tão confortável ao seu dispor para gerir durante os 83 minutos de jogo que ainda restavam. No momento em que isto aconteceu, fui invadido por uma enorme vontade de querer que os jogadores do Desportivo dessem a volta ao resultado, mas se calhar faltou coração e faltou, em muitos momentos, alguma razão, aquela que é necessária quando as coisas se complicam. Faltou a serenidade que nos faz pensar com a cabeça e nos ajuda a tomar as melhores decisões. Contudo acreditei, como acredito sempre, que o Desportivo iria vencer, agarrei-me a essa fé que me fez, por instantes, sonhar com um desfecho vitorioso e se calhar foi isso que me desiludiu ainda mais. Tantos quilómetros percorridos e assistir, desta forma, a uma derrota, deixou-me deveras aborrecido.
No fim do jogo fui assaltado por uma mistura de sensações que tornaram o regresso a casa tão insosso e doloroso que a viagem parecia interminável.
Parece impossível que alguém fique assim por causa de um jogo de futebol, mas não foi um jogo qualquer, foi o jogo do meu Desportivo de Monção e quando joga o clube da minha terra, eu quero, como também já referi anteriormente, que ganhe sempre, seja como for.
Não quero com estas palavras por em causa o brio e o profissionalismo dos jogadores, pois também sei reconhecer que após o balde de águia fria inicial, tentaram de várias formas inverter o resultado, não o conseguiram, mas tentaram dar a volta a um desfecho que por culpa própria, mérito da equipa da casa e por causa de um trio vestido de amarelo, que se juntou à festa sem ter sido convidado, não foi possível virar. E essa situação causou-me ainda mais revolta.
Da equipa de arbitragem espera-se isenção e rigor, não se espera que seja uma amálgama de erros e um empecilho no jogo, daqueles que nem a táctica nem o coração conseguem tornear, e por vezes, não se notando muito a sua presença, bastam duas apitadelas, ou a falta delas, para complicar ainda mais algumas equações só por si já difíceis de resolver. O trio de arbitragem destacado para este jogo prestou um mal serviço ao futebol e prejudicou o Desportivo de Monção. A dualidade de critérios foi enorme, talvez porque o medo que as bancadas, vou chamar-lhes barulhentas (só para ser simpático, pois não há ouvidos que resistam a tanto insulto gratuito) provocou foi tal, que na dúvida, o árbitro e a sua equipa fizeram sempre o mais fácil, apitar em consonância com o ruído provocado pelos adeptos . Se me chateou perder, revoltou-me a falta de qualidade deste trio. Sei que muito do que aconteceu ao Desportivo não deve ser assacado à equipa de arbitragem, mas também sei, porque estive lá e vi, que os senhores do apito não tiveram a competência exigida para fazer e gerir o trabalho que tinham em mãos, pois deixaram-se influenciar pelo ambiente e quando assim é, o melhor mesmo é nem pegar no apito.
Ao escrever estas palavras, escrevo-as revoltado, com o cuidado de não ser ofensivo pois quero acreditar que assim como a equipa do Desportivo teve um mal dia, o árbitro e os seus assistentes também o tiveram. Temos é tido o azar de ter alguns árbitros com maus dias, quando apitam o Desportivo e isso, além de me chatear, causa-me apreensão, se bem que por outro lado dá-me ânimo, afinal de contas o clube da minha terra incomoda e assim fico com uma certeza, o DESPORTIVO de MONÇÃO, não é grande, é enorme.
Desta vez, ao contrário do que me aconteceu à vinda da Ponte de Barca, em Setembro, o regresso a casa não foi feliz, bem pelo contrário, uma viagem bem mais curta que me pareceu uma longa maratona com um travo amargo na boca, mas continuo acreditar neste clube, nesta equipa técnica e nestes jogadores, afinal de contas, trata-se do Desportivo de Monção e quando assim é, não há razão, apenas coração. FORÇA DEPOR!
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).