Aguenta coração encarnado.
Vitória apertada, suada e sufocante do Benfica por 3-2, na recepção ao Moreirense. Rui Vitória teve que colocar novamente as armas todas de ataque em campo para vencer.
Quando aos 86 minutos, Gaitán, que na altura cobria toda a faixa lateral esquerda da equipa encarnada, recebeu a bola e cruzou, mais uma vez com mel para o centro da área, com o resultado num surpreendente 2-2 e a equipa de Moreira de Cónegos agarrada ao empate como um naufrago se agarra a uma boia de salvação, muitos dos adeptos presentes no estádio, com os nervos em franja e o coração novamente a bater a mil, sentiram que podia sair dos pés do mágico argentino, qualquer coisa que permitisse um desfecho vitorioso no jogo, Jonas, na zona de penalti, dissipou as dúvidas com um pontapé de primeira, a bola beijava a rede, estava feito o 3-2. Natural explosão de alegria nas bancadas e, principalmente, alivio no banco, Rui Vitória respirou fundo, desta vez foi à tangente.
Este dramático desfecho só aconteceu porque o Benfica desta época gosta de brincar num misto de apanhadas e às esconde-esconde. É que da forma como a equipa encara os jogos, com lentidão na previsível circulação de bola e sem a intensidade que era apanágio doutras épocas na disputa dos lances, se a formação encarnada não arrepiar caminho, chegará o dia no qual esta táctica “kamikaze” vai deixar de dar frutos, como de resto aconteceu em Aveiro na jornada transacta diante do Arouca e aí, se poderão decidir os destinos do Benfica e do treinador.
Para este jogo com o Moreirense, Rui Vitória fez uma mexida no onze em relação ao último jogo, Victor Andrade, surgiu na formação encarnada em detrimento de Ola John, de resto tudo igual.
A grande diferença no jogo, é que o Moreirense, orientado por Miguel Leal, que ainda não havia pontuado e com meia equipa quase nova, na primeira oportunidade de golo que teve à mercê, marcou, por intermédio de Rafael Martins e colocou em alerta a plateia benfiquista. Até ao intervalo, mais nenhuma mexida no marcador, o Benfica teve oportunidades para empatar, mas não concretizou em golo nenhuma delas e foi para as cabines a perder.
No segundo tempo, o jogo arrastou-se até ao minuto 75, altura em que o mexicano Raul Jimenez, entrado um minuto antes, cabeceou de forma superior um cruzamento de Gaitán. Estava feito o empate. A Luz voltava acreditar na vitória e no Vitória. No banco, o treinador, tinha apostado novamente na táctica: todos ao molho e fé em Deus. Após o golo do empate, para dar mais alegria ao jogo, Samaris, quem mais poderia ser nesta trama dramática, obviamente um grego, deu a cambalhota no jogo com um remate fora da área, estava-se em cima do minuto 78, nesta altura já ninguém calava o vulcão. Ninguém, a não ser Ramón Cardozo, o “Tacuarita” de Moreira de Cónegos, que em posição irregular do tamanho do Rossio, bateu pela segunda vez Júlio César e, ao minuto 84, restabelecia a igualdade. Na Luz, o tempo era outra vez de trevas, até ao minuto 86, altura onde a táctica da molhada no ataque voltou a dar frutos e ninguém se lembrou de criticar mais uma arbitragem de pouca categoria de Jorge Ferreira.
Nova vitória sufocante do Benfica, com Rui Vitória a ter que colocar, outra vez, a carne toda no assador, mas a previsibilidade deste Benfica começa a preocupar e só não vê isso quem tenta encobrir o sol com uma peneira.
Porto vence, mas não convence.
Após novo desaire na Madeira, com o Marítimo, o regresso a casa dos portistas fez-se com o bem arrumado e estruturado Estoril, a vitória por 2-0 assenta bem aos dragões, mas a equipa continua a pecar onde se pensava que não o iria fazer, pelo menos após uma temporada que deveria ter servido de lição.
A pedido de várias famílias, Julen Lopetegui, cedeu à vontade de quem diz que Brahimi deveria funcionar neste FC Porto como playmaker, jogar a número 10, como criativo do jogo azul e branco. Aos 6 minutos, todos os que pensavam isto, ao verem a jogada protagonizada pelo argelino que deu origem ao golo de Aboubakar, o primeiro do jogo, só podem ter visto isso como um sinal da razão que suportava esta opção. Sem ter feito muito por isso, o Porto estava na frente do marcador, o pior estava para vir.
A formação da cidade Invicta, a partir deste momento, apresentou um marasmo e uma falta de lucidez que foi confrangedora. Com Brahimi na organização de jogo, Imbula e Danilo retraíram-se em zonas defensivas e como o Estoril começou a equilibrar a contenda nessa zona, começaram a fazer-se sentir os primeiros assobios, percebeu-se de seguida que Lopetegui também não estava a gostar, daí até colocar em campo André André foi um instante. O ex do Vitória entrou para equilibrar o meio terreno, com isto, Brahimi passou para a direita. O acerto foi maior, mas a intensidade continuou pouca, e a circulação que o Porto procurou fazer tinha outro handicap, a pouca capacidade de Martins Indi para fazer o esférico andar, o holandês substituiu, com alguma surpresa à mistura, o francês Cissokho, que de titular na Madeira seguiu para a bancada, mas nota-se que o defesa de ascendência lusa, não tem as rotinas do lugar e por vezes, muitas até, funcionou como travão à marcha da bola, e sem essa rotação, o Porto é uma triste cópia da época passada. A toada foi a mesma o jogo todo, com o Estoril, que merece uma palavra pela postura positiva com que encarou a partida, pois soube sempre o que queria e como o queria fazer, está de parabéns Fabiano Soares, depois de uma belíssima partida na Luz, a equipa da linha de Sintra voltou a mostrar-se ambiciosa no Dragão, só que Maicon, com um livre superiormente cobrado em zona frontal, matou a réstia de esperança dos canarinhos. Aos 62 minutos o resultado estava feito, só continuaram mesmo os assobios. A plateia não gostou do que viu.
O FC Porto continua a mostrar pecados passados, a ideia de jogo, por sinal interessante, carece de alguns jogadores que a coloquem em práctica e percebe-se a cada jogo que passa, que este Porto não tem um plano B.
Na ressaca europeia leão não vacilou.
Em Coimbra, no exame pós-eliminação europeia, o Sporting venceu por 1-3, numa vitória que não sofre contestação
Num jogo que estava a ser um passeio para o Sporting, que calmamente vencia, aos 33 minutos, os estudantes de José Viterbo, por 0-2, até que o árbitro, Bruno Esteves, assinalou uma grande penalidade por derrube de Adrien a Leandro Silva, poderão existir dúvidas sobre o contacto (fica-se com a sensação que o árbitro ajuizou mal), não há dúvidas é sobre a falta de lucidez do capitão leonino, que na área, tem que ter mais cuidado na disputa da bola, o aparato do lance, pode ter iludido a equipa de arbitragem. Os estudantes, por intermédio de Rabiola, colocaram o 1-2 e responderam assim, ao madrugador golo de Mané aos 6 minutos e ao grande golo de Slimani, num chapéu bem medido a Lee, ao minuto 24 e assim, por esta altura e desta forma, a Académica, que andava perdida em campo, voltava à disputa do resultado. Até então, os donos da casa nada haviam feito que justificasse o golo, por seu turno, o Sporting, além dos dois tentos obtidos, já tinha desperdiçado mais um par de boas ocasiões. Após o golo estudantil, o Sporting seguiu a sua caminhada para a vitória e continuou na busca do golo, num jogada típica de Slimani, aos 41 minutos, o árbitro fez vista grossa a um claríssimo derrube de João Real sobre o argelino, a partir daqui, o foco do jogo virou-se para o homem do apito, que no seguimento desta jogada, expulsou Jorge Jesus do banco por este ter, supostamente, reclamado de forma inapropriada o lance com o quarto árbitro.
Ao intervalo o resultado era mais saboroso para os da casa, os leões iam descansar com um resultado escasso. Sabe-se que estes resultados, pela margem mínima, causam alguma intranquilidade, notou-se isso em certa medida na formação leonina no recomeço e quando a calma poderia ter surgido, Adrien, desperdiçou uma grande penalidade, estava-se a chegar ao minuto 70, após isso JJ da tribuna deu indicação para que Aquilani fosse a jogo no lugar de Carrillo, o Sporting voltou a ter mais posse de bola e beneficiou de novo castigo máximo. O capitão do Sporting, Adrien, mesmo depois de já ter falhado um castigo máximo, preparou-se para assumir a responsabilidade, mas a ordem dada por Jesus apontou para que fosse Aquilani a bater desta vez, o italiano não vacilou e fez o 1-3. Estava fechado o jogo.
Em Coimbra, o Sporting “lambeu as feridas” da eliminação europeia, venceu sem contestação uma fraca Académica que demonstra, nesta altura, parcos recursos para a Liga NOS. Os leões sem fazerem um grande jogo venceram de forma fácil e subiram, juntamente com o FC Porto e o Arouca, ao topo da tabela classificativa.
MERCADO DE TRANSFERÊNCIAS
Como vem sendo apanágio, o último dia do mercado de transferências costuma ser uma verdadeira agitação. Compras, vendas e empréstimos “aos montes”; rumores e certezas, uma constante. Um corridinho de notícias, umas mais acertadas, outras mais erradas, algumas são verdadeiros disparates.
Confesso, que causa alguma estranheza perceber o porquê de ficar tudo para o último dia e depois, ver também, algumas, permitam-me a expressão, barretadas que acontecem. Foi o caso da não transferência de de Gea, guarda-redes do Manchester United, que queria jogar no Real Madrid e Keylor Navas, fruto desta negociação, iria viajar no sentido inverso, mas a papelada, dizem os jornais, não chegou em tempo útil e isso inviabilizou a inscrição em Espanha. Contado, ninguém acredita e agora, ambos emblemas, sacodem a água do capote e os jogadores ficam, como se diz na gíria, completamente destroçados, porque sentem que no sítio onde estão, não os querem e não podem ir para o lugar onde eram desejados. Até Janeiro, vão ter que se governar, eles e os clubes.
Em Portugal, o Porto respondeu às necessidades que o treinador lhe mostrou no jogo com o Estoril, chegaram ao Dragão um lateral esquerdo e um jogador para as alas; o Benfica conseguiu segurar Gaitán e emprestou Ola John ao Reading; o Sporting, resistiu à tentação de vender Carrillo, cedeu a título definitivo Wilson Eduardo ao Braga e Rubio ao Valladolid, mas ficou com alguns casos complicados em Alcochete, André Martins, não tem espaço no onze de Jesus, Rosell não tem lugar, Viola e Labyad, além de falta de lugar, faltou-lhes colocação e segundo se diz, ganham salários elevados para a realidade leonina.
Quem esteve muito activo foi o SC Braga, saídas e entradas, uma autêntica vertigem. Chegaram à capital do Minho: Wilson Eduardo, Aaron Ñiguez e Filipe Augusto, este por empréstimo do Rio Ave, dias antes, Hassan, tinha feito também a viagem de Vila do Conde para Braga; foram cedidos: Fábio Martins (Paços de Ferreira), Erik Moreno e Pedro Tiba (Valladolid).
Vamos debruçar-nos sobre Pedro Tiba, um caso estranho de eclipse total na equipa arsenalista. Se até meio da época passada era indiscutível e influente no onze arsenalista, a partir do meio da temporada, de forma estranha, começou a ser aposta para alguns minutos de jogo, cada vez menos, estranho num jogador que até tinha sido chamado aos trabalhos selecção nacional. Para esta temporada, chegou a pensar-se, com a chegada de Paulo Fonseca à cidade dos arcebispos, que o jogador teria mais oportunidades, nada mais errado, tal não aconteceu, nem um minuto para amostra e, francamente, quando se vê a jogar Mauro, Luiz Carlos e Vukcevic, deitam-se as mãos à cabeça e percebe-se que algo não está bem. A pergunta que fica é: estará Pedro Tiba tão em baixo de forma que não possa disputar o lugar na equipa com os elementos atrás referidos ou haverá mais alguma coisa que não nos é explicada? Honestamente acredito na segunda opção, e aqui, entram aqueles que mais lucram com as vendas, compras e empréstimos: os empresários. Os senhores que no futebol moderno, ditam as leis do mercado. O caso de Pedro Tiba tem todos os jeitos de ser um caso destes, de bastidores, de estórias mal contadas e outras que tal, Pedro Tiba, futebolisticamente, no actual plantel, seria o seu melhor jogador, mas o destino levou-o para Espanha. Aguardam-se os próximos episódios…
Por outro lado, a SAD arsenalista brindou também todos os adeptos e sócios, com uma inovadora nota informativa (julgo não haver memória de tal, por isso mesmo, um passo à frente em relação à concorrência) onde se faz um primeiro balanço sobre os resultados das transferências realizadas, além de parecer um pouco do género “deitar areia para os olhos”, parece também estranho que esta inovação só se faça num ano onde os resultados apontam para o lado positivo do rácio directo vendas/compras, mas não seria preferível, a SAD, deixar-se destes apontamentos, e apresentar, como de resto costuma fazer, estes resultados, por sinal muito proveitoso, para o relatório e contas anual? E lá vir tudo explicado como deve ser, é que numa folha de excell, sem as devidas explicações eu, leigo me confesso, fico com dúvidas sobre algumas linhas que lá vêm descritas. Costuma-se dizer que cada burro só come a palha que lhe dão…mas também só a come se a quiser comer.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
Vitória apertada, suada e sufocante do Benfica por 3-2, na recepção ao Moreirense. Rui Vitória teve que colocar novamente as armas todas de ataque em campo para vencer.
Quando aos 86 minutos, Gaitán, que na altura cobria toda a faixa lateral esquerda da equipa encarnada, recebeu a bola e cruzou, mais uma vez com mel para o centro da área, com o resultado num surpreendente 2-2 e a equipa de Moreira de Cónegos agarrada ao empate como um naufrago se agarra a uma boia de salvação, muitos dos adeptos presentes no estádio, com os nervos em franja e o coração novamente a bater a mil, sentiram que podia sair dos pés do mágico argentino, qualquer coisa que permitisse um desfecho vitorioso no jogo, Jonas, na zona de penalti, dissipou as dúvidas com um pontapé de primeira, a bola beijava a rede, estava feito o 3-2. Natural explosão de alegria nas bancadas e, principalmente, alivio no banco, Rui Vitória respirou fundo, desta vez foi à tangente.
Este dramático desfecho só aconteceu porque o Benfica desta época gosta de brincar num misto de apanhadas e às esconde-esconde. É que da forma como a equipa encara os jogos, com lentidão na previsível circulação de bola e sem a intensidade que era apanágio doutras épocas na disputa dos lances, se a formação encarnada não arrepiar caminho, chegará o dia no qual esta táctica “kamikaze” vai deixar de dar frutos, como de resto aconteceu em Aveiro na jornada transacta diante do Arouca e aí, se poderão decidir os destinos do Benfica e do treinador.
Para este jogo com o Moreirense, Rui Vitória fez uma mexida no onze em relação ao último jogo, Victor Andrade, surgiu na formação encarnada em detrimento de Ola John, de resto tudo igual.
A grande diferença no jogo, é que o Moreirense, orientado por Miguel Leal, que ainda não havia pontuado e com meia equipa quase nova, na primeira oportunidade de golo que teve à mercê, marcou, por intermédio de Rafael Martins e colocou em alerta a plateia benfiquista. Até ao intervalo, mais nenhuma mexida no marcador, o Benfica teve oportunidades para empatar, mas não concretizou em golo nenhuma delas e foi para as cabines a perder.
No segundo tempo, o jogo arrastou-se até ao minuto 75, altura em que o mexicano Raul Jimenez, entrado um minuto antes, cabeceou de forma superior um cruzamento de Gaitán. Estava feito o empate. A Luz voltava acreditar na vitória e no Vitória. No banco, o treinador, tinha apostado novamente na táctica: todos ao molho e fé em Deus. Após o golo do empate, para dar mais alegria ao jogo, Samaris, quem mais poderia ser nesta trama dramática, obviamente um grego, deu a cambalhota no jogo com um remate fora da área, estava-se em cima do minuto 78, nesta altura já ninguém calava o vulcão. Ninguém, a não ser Ramón Cardozo, o “Tacuarita” de Moreira de Cónegos, que em posição irregular do tamanho do Rossio, bateu pela segunda vez Júlio César e, ao minuto 84, restabelecia a igualdade. Na Luz, o tempo era outra vez de trevas, até ao minuto 86, altura onde a táctica da molhada no ataque voltou a dar frutos e ninguém se lembrou de criticar mais uma arbitragem de pouca categoria de Jorge Ferreira.
Nova vitória sufocante do Benfica, com Rui Vitória a ter que colocar, outra vez, a carne toda no assador, mas a previsibilidade deste Benfica começa a preocupar e só não vê isso quem tenta encobrir o sol com uma peneira.
Porto vence, mas não convence.
Após novo desaire na Madeira, com o Marítimo, o regresso a casa dos portistas fez-se com o bem arrumado e estruturado Estoril, a vitória por 2-0 assenta bem aos dragões, mas a equipa continua a pecar onde se pensava que não o iria fazer, pelo menos após uma temporada que deveria ter servido de lição.
A pedido de várias famílias, Julen Lopetegui, cedeu à vontade de quem diz que Brahimi deveria funcionar neste FC Porto como playmaker, jogar a número 10, como criativo do jogo azul e branco. Aos 6 minutos, todos os que pensavam isto, ao verem a jogada protagonizada pelo argelino que deu origem ao golo de Aboubakar, o primeiro do jogo, só podem ter visto isso como um sinal da razão que suportava esta opção. Sem ter feito muito por isso, o Porto estava na frente do marcador, o pior estava para vir.
A formação da cidade Invicta, a partir deste momento, apresentou um marasmo e uma falta de lucidez que foi confrangedora. Com Brahimi na organização de jogo, Imbula e Danilo retraíram-se em zonas defensivas e como o Estoril começou a equilibrar a contenda nessa zona, começaram a fazer-se sentir os primeiros assobios, percebeu-se de seguida que Lopetegui também não estava a gostar, daí até colocar em campo André André foi um instante. O ex do Vitória entrou para equilibrar o meio terreno, com isto, Brahimi passou para a direita. O acerto foi maior, mas a intensidade continuou pouca, e a circulação que o Porto procurou fazer tinha outro handicap, a pouca capacidade de Martins Indi para fazer o esférico andar, o holandês substituiu, com alguma surpresa à mistura, o francês Cissokho, que de titular na Madeira seguiu para a bancada, mas nota-se que o defesa de ascendência lusa, não tem as rotinas do lugar e por vezes, muitas até, funcionou como travão à marcha da bola, e sem essa rotação, o Porto é uma triste cópia da época passada. A toada foi a mesma o jogo todo, com o Estoril, que merece uma palavra pela postura positiva com que encarou a partida, pois soube sempre o que queria e como o queria fazer, está de parabéns Fabiano Soares, depois de uma belíssima partida na Luz, a equipa da linha de Sintra voltou a mostrar-se ambiciosa no Dragão, só que Maicon, com um livre superiormente cobrado em zona frontal, matou a réstia de esperança dos canarinhos. Aos 62 minutos o resultado estava feito, só continuaram mesmo os assobios. A plateia não gostou do que viu.
O FC Porto continua a mostrar pecados passados, a ideia de jogo, por sinal interessante, carece de alguns jogadores que a coloquem em práctica e percebe-se a cada jogo que passa, que este Porto não tem um plano B.
Na ressaca europeia leão não vacilou.
Em Coimbra, no exame pós-eliminação europeia, o Sporting venceu por 1-3, numa vitória que não sofre contestação
Num jogo que estava a ser um passeio para o Sporting, que calmamente vencia, aos 33 minutos, os estudantes de José Viterbo, por 0-2, até que o árbitro, Bruno Esteves, assinalou uma grande penalidade por derrube de Adrien a Leandro Silva, poderão existir dúvidas sobre o contacto (fica-se com a sensação que o árbitro ajuizou mal), não há dúvidas é sobre a falta de lucidez do capitão leonino, que na área, tem que ter mais cuidado na disputa da bola, o aparato do lance, pode ter iludido a equipa de arbitragem. Os estudantes, por intermédio de Rabiola, colocaram o 1-2 e responderam assim, ao madrugador golo de Mané aos 6 minutos e ao grande golo de Slimani, num chapéu bem medido a Lee, ao minuto 24 e assim, por esta altura e desta forma, a Académica, que andava perdida em campo, voltava à disputa do resultado. Até então, os donos da casa nada haviam feito que justificasse o golo, por seu turno, o Sporting, além dos dois tentos obtidos, já tinha desperdiçado mais um par de boas ocasiões. Após o golo estudantil, o Sporting seguiu a sua caminhada para a vitória e continuou na busca do golo, num jogada típica de Slimani, aos 41 minutos, o árbitro fez vista grossa a um claríssimo derrube de João Real sobre o argelino, a partir daqui, o foco do jogo virou-se para o homem do apito, que no seguimento desta jogada, expulsou Jorge Jesus do banco por este ter, supostamente, reclamado de forma inapropriada o lance com o quarto árbitro.
Ao intervalo o resultado era mais saboroso para os da casa, os leões iam descansar com um resultado escasso. Sabe-se que estes resultados, pela margem mínima, causam alguma intranquilidade, notou-se isso em certa medida na formação leonina no recomeço e quando a calma poderia ter surgido, Adrien, desperdiçou uma grande penalidade, estava-se a chegar ao minuto 70, após isso JJ da tribuna deu indicação para que Aquilani fosse a jogo no lugar de Carrillo, o Sporting voltou a ter mais posse de bola e beneficiou de novo castigo máximo. O capitão do Sporting, Adrien, mesmo depois de já ter falhado um castigo máximo, preparou-se para assumir a responsabilidade, mas a ordem dada por Jesus apontou para que fosse Aquilani a bater desta vez, o italiano não vacilou e fez o 1-3. Estava fechado o jogo.
Em Coimbra, o Sporting “lambeu as feridas” da eliminação europeia, venceu sem contestação uma fraca Académica que demonstra, nesta altura, parcos recursos para a Liga NOS. Os leões sem fazerem um grande jogo venceram de forma fácil e subiram, juntamente com o FC Porto e o Arouca, ao topo da tabela classificativa.
MERCADO DE TRANSFERÊNCIAS
Como vem sendo apanágio, o último dia do mercado de transferências costuma ser uma verdadeira agitação. Compras, vendas e empréstimos “aos montes”; rumores e certezas, uma constante. Um corridinho de notícias, umas mais acertadas, outras mais erradas, algumas são verdadeiros disparates.
Confesso, que causa alguma estranheza perceber o porquê de ficar tudo para o último dia e depois, ver também, algumas, permitam-me a expressão, barretadas que acontecem. Foi o caso da não transferência de de Gea, guarda-redes do Manchester United, que queria jogar no Real Madrid e Keylor Navas, fruto desta negociação, iria viajar no sentido inverso, mas a papelada, dizem os jornais, não chegou em tempo útil e isso inviabilizou a inscrição em Espanha. Contado, ninguém acredita e agora, ambos emblemas, sacodem a água do capote e os jogadores ficam, como se diz na gíria, completamente destroçados, porque sentem que no sítio onde estão, não os querem e não podem ir para o lugar onde eram desejados. Até Janeiro, vão ter que se governar, eles e os clubes.
Em Portugal, o Porto respondeu às necessidades que o treinador lhe mostrou no jogo com o Estoril, chegaram ao Dragão um lateral esquerdo e um jogador para as alas; o Benfica conseguiu segurar Gaitán e emprestou Ola John ao Reading; o Sporting, resistiu à tentação de vender Carrillo, cedeu a título definitivo Wilson Eduardo ao Braga e Rubio ao Valladolid, mas ficou com alguns casos complicados em Alcochete, André Martins, não tem espaço no onze de Jesus, Rosell não tem lugar, Viola e Labyad, além de falta de lugar, faltou-lhes colocação e segundo se diz, ganham salários elevados para a realidade leonina.
Quem esteve muito activo foi o SC Braga, saídas e entradas, uma autêntica vertigem. Chegaram à capital do Minho: Wilson Eduardo, Aaron Ñiguez e Filipe Augusto, este por empréstimo do Rio Ave, dias antes, Hassan, tinha feito também a viagem de Vila do Conde para Braga; foram cedidos: Fábio Martins (Paços de Ferreira), Erik Moreno e Pedro Tiba (Valladolid).
Vamos debruçar-nos sobre Pedro Tiba, um caso estranho de eclipse total na equipa arsenalista. Se até meio da época passada era indiscutível e influente no onze arsenalista, a partir do meio da temporada, de forma estranha, começou a ser aposta para alguns minutos de jogo, cada vez menos, estranho num jogador que até tinha sido chamado aos trabalhos selecção nacional. Para esta temporada, chegou a pensar-se, com a chegada de Paulo Fonseca à cidade dos arcebispos, que o jogador teria mais oportunidades, nada mais errado, tal não aconteceu, nem um minuto para amostra e, francamente, quando se vê a jogar Mauro, Luiz Carlos e Vukcevic, deitam-se as mãos à cabeça e percebe-se que algo não está bem. A pergunta que fica é: estará Pedro Tiba tão em baixo de forma que não possa disputar o lugar na equipa com os elementos atrás referidos ou haverá mais alguma coisa que não nos é explicada? Honestamente acredito na segunda opção, e aqui, entram aqueles que mais lucram com as vendas, compras e empréstimos: os empresários. Os senhores que no futebol moderno, ditam as leis do mercado. O caso de Pedro Tiba tem todos os jeitos de ser um caso destes, de bastidores, de estórias mal contadas e outras que tal, Pedro Tiba, futebolisticamente, no actual plantel, seria o seu melhor jogador, mas o destino levou-o para Espanha. Aguardam-se os próximos episódios…
Por outro lado, a SAD arsenalista brindou também todos os adeptos e sócios, com uma inovadora nota informativa (julgo não haver memória de tal, por isso mesmo, um passo à frente em relação à concorrência) onde se faz um primeiro balanço sobre os resultados das transferências realizadas, além de parecer um pouco do género “deitar areia para os olhos”, parece também estranho que esta inovação só se faça num ano onde os resultados apontam para o lado positivo do rácio directo vendas/compras, mas não seria preferível, a SAD, deixar-se destes apontamentos, e apresentar, como de resto costuma fazer, estes resultados, por sinal muito proveitoso, para o relatório e contas anual? E lá vir tudo explicado como deve ser, é que numa folha de excell, sem as devidas explicações eu, leigo me confesso, fico com dúvidas sobre algumas linhas que lá vêm descritas. Costuma-se dizer que cada burro só come a palha que lhe dão…mas também só a come se a quiser comer.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).