Há jogos que se perdem antes de começarem, antes de serem disputados percebe-se claramente o que vai acontecer no terreno de jogo.
Dito isto, reportemo-nos às declarações de Rui Vitória, treinador do Vitória de Guimarães, no lançamento do jogo com o Benfica e de Lito Vidigal, treinador do Belenenses, aquando da antevisão do jogo contra o FC Porto, desta jornada. Às vezes era preferível fazerem como o Sérgio Conceição, que decretou blackout às antevisões dos jogos.
Nem deu para ver os caramelos, só chocolate.
Rui Vitória, técnico dos minhotos do Vitória de Guimarães, na véspera do jogo havia dito que a sua equipa era composta por “caramelos” e a do Benfica, tinha jogadores que mais pareciam “chocolates suíços”, percebendo-se a intenção do treinador, que ultimamente tem sido associado às águias, caso a renovação de Jorge Jesus não avance, não se compreende, que o timoneiro da equipa que segue na terceira posição do campeonato, que havia derrotado o Sporting, empatado com o Porto e com o Braga, afirmasse que a sua equipa era composta por “caramelos”, seguramente não será e a folia do mercado que se vive em Guimarães, com os jogadores vitorianos a serem muito cobiçados, não se coaduna com este discurso tão derrotista do técnico minhoto.
Sendo certo que as coisas por vezes não estão encadeadas, a verdade é que a primeira parte vitoriana, no jogo de homenagem ao Rei Eusébio, foi de tal forma mal conseguida que nem caramelos se viram, apenas chocolate suíço e esta vitória do Benfica por 3-0 e com três bolas nos ferros, não sofre qualquer tipo contestação.
Obrigado, como vem sendo habitual, a mexer no onze inicial, Jorge Jesus, colocou André Almeida a suprir o castigo de Máxi Pereira e para a lateral esquerda chamou o recuperado Eliseu; no meio campo o grego Samaris ganhou a corrida a Cristante e jogou ao lado de Talisca; na frente, Jonas, Lima, Ola John e o talento com pernas, Gaitán.
Como é também costume nas formações de Jorge Jesus, embora esta época essa característica tem estado mais escondida, desde o apito inicial que os encarnados se lançaram para a vitória e Jonas, logo aos 20 segundos, não chegou ao golo por falta de pontaria, mas o destino estava traçado, com o internacional brasileiro a facturar ao minuto 13 (no dia de homenagem a Eusébio, marcar ao minuto 13 reforça o simbolismo, pois foi com este numero que o Rei brilhou no mundial de 1966), no seguimento de uma falta lateral. Esta falta surgiu pelo lado onde Rui Vitória teve que fazer mudanças, Chemmam, surgiu neste jogo de início, fê-lo pela primeira vez na temporada e notou-se bem a falta de Traoré, que há hora do jogo, era apresentado como reforço dos suíços do Basileia. Após o golo esperava-se a reacção vitoriana, mas esta nunca surgiu com a alma que é conhecida a esta equipa e aquelas que são as pedras vitais da formação minhota também estiveram amedrontadas durante todo o jogo, Hernâni nunca foi capaz de aproveitar a falta de ritmo de Eliseu, Bernard surgiu em campo sem um pingo de inspiração e André André, não conseguiu ser o dínamo que a equipa precisa e que este costuma ser. As dificuldades dos minhotos eram tantas perante a maior capacidade benfiquista, que só ao minuto 43, os vitorianos criaram perigo, mas aí brilhou Júlio César, com uma excelente defesa a evitar aquele que poderia ter sido, o golo do empate.
Na segunda parte surgiram melhor os jogadores da equipa da cidade Berço, mas o Benfica foi, nestes segundos 45 minutos, uma equipa mais compacta e, aos 53 minutos, acabou com as aspirações dos forasteiros por intermédio de Ola John, que na área teve tempo tudo, falhou o primeiro remate e sem ser importunado, conseguiu, à segunda, fuzilar Assis. Até ao fim destaque para mais um golo do Benfica, obtido por Gaitán, talvez o melhor em campo, já perto do último apito de Rui Costa.
No dia em que os encarnados lembraram senão o maior, um dos maiores do futebol português, Eusébio, o Benfica prestou a devida homenagem com uma vitória convincente, perante uma equipa minhota muito descrente. Moral da estória, Benfica a mais e Vitória de Guimarães a menos.
Porto não dá hipóteses
«Não tenho dúvidas de que se tivéssemos uma semana de recuperação, as nossas possibilidades de êxito seriam bem superiores» Foi desta forma que Lito Vidigal, que vinha de uma concludente derrota em Braga para a Taça de Portugal, por 7-1, deu o mote para o jogo no Dragão, sem grandes possibilidades de êxito, a derrota por 3-0, surge de forma natural e dentro daquilo que seria o esperado.
Sem poder contar com Brahimi, que se encontra ao serviço de selecção da Argélia, que irá disputar a CAN, Julen Lopetegui, chamou Quaresma para o lugar do franco-argelino e lançou José Angel, para o lugar do castigado, Alex Sandro, sendo estas as únicas mexidas promovidas pelo basco.
O FC Porto entrou a mandar no jogo, como que a não deixar que o frio arrefecesse mais as bancadas do Dragão, querendo desde cedo, dar motivos ao seu publico para saltar e aquecer a alma e assim foi, Jackson Martinéz, quem mais haveria de ser, logo aos 10 minutos, após um excelente cruzamento de Herrera, a facturar o primeiro da noite na cidade invicta. Esta melhor entrada em campo da equipa azul e branca facilitou o resto do jogo, com os portistas a serem superiores ao seu adversário, contudo, o 1-0 ao intervalo, dava azo a uma revolta da equipa da cruz de Cristo, mas esta nunca se veio a verificar.
Na segunda parte o FC Porto cedo resolveu a questão, um grande remate de Oliver Torres à entrada da área, em zonal frontal, não deu hipótese a Ventura, que regressava ao ponto de partida da sua carreira, daqui para a frente, o Belenenses não esboçou nenhuma reacção e o FC Porto controlou sem sustos o correr dos minutos. Os azuis do Restelo só no último minuto conseguiram importunar a baliza de Fabiano, e nessa altura foi Maicon quem limpou o perigo, para no cair do pano, Evandro, ao minuto 90+3, fechar a contagem e fazer o 3-0.
Nota ainda para uma manifestação da claque azul e branca, Super Dragões, que exibiram uma tarja em que dão conta da sua insatisfação, pelo alegado benefício, por parte das arbitragens, ao Benfica esta época, sendo que os elementos desta claque, só ocuparam o seu lugar na bancada, passados 6 minutos do arranque do jogo, a representar o mesmo número de pontos de atraso que separa os portistas dos benfiquistas.
Vitória segura e tranquila da equipa de Julen Lopetegui, que assim se mantém na perseguição ao líder Benfica sem deixar que os encarnados ganhem mais pontos de avanço, à entrada para a última jornada da primeira volta.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto-Lei 35.228/45 )
Dito isto, reportemo-nos às declarações de Rui Vitória, treinador do Vitória de Guimarães, no lançamento do jogo com o Benfica e de Lito Vidigal, treinador do Belenenses, aquando da antevisão do jogo contra o FC Porto, desta jornada. Às vezes era preferível fazerem como o Sérgio Conceição, que decretou blackout às antevisões dos jogos.
Nem deu para ver os caramelos, só chocolate.
Rui Vitória, técnico dos minhotos do Vitória de Guimarães, na véspera do jogo havia dito que a sua equipa era composta por “caramelos” e a do Benfica, tinha jogadores que mais pareciam “chocolates suíços”, percebendo-se a intenção do treinador, que ultimamente tem sido associado às águias, caso a renovação de Jorge Jesus não avance, não se compreende, que o timoneiro da equipa que segue na terceira posição do campeonato, que havia derrotado o Sporting, empatado com o Porto e com o Braga, afirmasse que a sua equipa era composta por “caramelos”, seguramente não será e a folia do mercado que se vive em Guimarães, com os jogadores vitorianos a serem muito cobiçados, não se coaduna com este discurso tão derrotista do técnico minhoto.
Sendo certo que as coisas por vezes não estão encadeadas, a verdade é que a primeira parte vitoriana, no jogo de homenagem ao Rei Eusébio, foi de tal forma mal conseguida que nem caramelos se viram, apenas chocolate suíço e esta vitória do Benfica por 3-0 e com três bolas nos ferros, não sofre qualquer tipo contestação.
Obrigado, como vem sendo habitual, a mexer no onze inicial, Jorge Jesus, colocou André Almeida a suprir o castigo de Máxi Pereira e para a lateral esquerda chamou o recuperado Eliseu; no meio campo o grego Samaris ganhou a corrida a Cristante e jogou ao lado de Talisca; na frente, Jonas, Lima, Ola John e o talento com pernas, Gaitán.
Como é também costume nas formações de Jorge Jesus, embora esta época essa característica tem estado mais escondida, desde o apito inicial que os encarnados se lançaram para a vitória e Jonas, logo aos 20 segundos, não chegou ao golo por falta de pontaria, mas o destino estava traçado, com o internacional brasileiro a facturar ao minuto 13 (no dia de homenagem a Eusébio, marcar ao minuto 13 reforça o simbolismo, pois foi com este numero que o Rei brilhou no mundial de 1966), no seguimento de uma falta lateral. Esta falta surgiu pelo lado onde Rui Vitória teve que fazer mudanças, Chemmam, surgiu neste jogo de início, fê-lo pela primeira vez na temporada e notou-se bem a falta de Traoré, que há hora do jogo, era apresentado como reforço dos suíços do Basileia. Após o golo esperava-se a reacção vitoriana, mas esta nunca surgiu com a alma que é conhecida a esta equipa e aquelas que são as pedras vitais da formação minhota também estiveram amedrontadas durante todo o jogo, Hernâni nunca foi capaz de aproveitar a falta de ritmo de Eliseu, Bernard surgiu em campo sem um pingo de inspiração e André André, não conseguiu ser o dínamo que a equipa precisa e que este costuma ser. As dificuldades dos minhotos eram tantas perante a maior capacidade benfiquista, que só ao minuto 43, os vitorianos criaram perigo, mas aí brilhou Júlio César, com uma excelente defesa a evitar aquele que poderia ter sido, o golo do empate.
Na segunda parte surgiram melhor os jogadores da equipa da cidade Berço, mas o Benfica foi, nestes segundos 45 minutos, uma equipa mais compacta e, aos 53 minutos, acabou com as aspirações dos forasteiros por intermédio de Ola John, que na área teve tempo tudo, falhou o primeiro remate e sem ser importunado, conseguiu, à segunda, fuzilar Assis. Até ao fim destaque para mais um golo do Benfica, obtido por Gaitán, talvez o melhor em campo, já perto do último apito de Rui Costa.
No dia em que os encarnados lembraram senão o maior, um dos maiores do futebol português, Eusébio, o Benfica prestou a devida homenagem com uma vitória convincente, perante uma equipa minhota muito descrente. Moral da estória, Benfica a mais e Vitória de Guimarães a menos.
Porto não dá hipóteses
«Não tenho dúvidas de que se tivéssemos uma semana de recuperação, as nossas possibilidades de êxito seriam bem superiores» Foi desta forma que Lito Vidigal, que vinha de uma concludente derrota em Braga para a Taça de Portugal, por 7-1, deu o mote para o jogo no Dragão, sem grandes possibilidades de êxito, a derrota por 3-0, surge de forma natural e dentro daquilo que seria o esperado.
Sem poder contar com Brahimi, que se encontra ao serviço de selecção da Argélia, que irá disputar a CAN, Julen Lopetegui, chamou Quaresma para o lugar do franco-argelino e lançou José Angel, para o lugar do castigado, Alex Sandro, sendo estas as únicas mexidas promovidas pelo basco.
O FC Porto entrou a mandar no jogo, como que a não deixar que o frio arrefecesse mais as bancadas do Dragão, querendo desde cedo, dar motivos ao seu publico para saltar e aquecer a alma e assim foi, Jackson Martinéz, quem mais haveria de ser, logo aos 10 minutos, após um excelente cruzamento de Herrera, a facturar o primeiro da noite na cidade invicta. Esta melhor entrada em campo da equipa azul e branca facilitou o resto do jogo, com os portistas a serem superiores ao seu adversário, contudo, o 1-0 ao intervalo, dava azo a uma revolta da equipa da cruz de Cristo, mas esta nunca se veio a verificar.
Na segunda parte o FC Porto cedo resolveu a questão, um grande remate de Oliver Torres à entrada da área, em zonal frontal, não deu hipótese a Ventura, que regressava ao ponto de partida da sua carreira, daqui para a frente, o Belenenses não esboçou nenhuma reacção e o FC Porto controlou sem sustos o correr dos minutos. Os azuis do Restelo só no último minuto conseguiram importunar a baliza de Fabiano, e nessa altura foi Maicon quem limpou o perigo, para no cair do pano, Evandro, ao minuto 90+3, fechar a contagem e fazer o 3-0.
Nota ainda para uma manifestação da claque azul e branca, Super Dragões, que exibiram uma tarja em que dão conta da sua insatisfação, pelo alegado benefício, por parte das arbitragens, ao Benfica esta época, sendo que os elementos desta claque, só ocuparam o seu lugar na bancada, passados 6 minutos do arranque do jogo, a representar o mesmo número de pontos de atraso que separa os portistas dos benfiquistas.
Vitória segura e tranquila da equipa de Julen Lopetegui, que assim se mantém na perseguição ao líder Benfica sem deixar que os encarnados ganhem mais pontos de avanço, à entrada para a última jornada da primeira volta.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto-Lei 35.228/45 )