A penúltima jornada da Liga dos Campeões foi, para FC Porto e Sporting, muito proveitosa. Em Minsk, na Bielorrússia, diante do Bate Borisov, os azuis e brancos venceram por 0-3 e assim garantiram o primeiro lugar do seu grupo, confirmando a excelente campanha que a turma de Lopetegui está a realizar na prova da UEFA. Em Alvalade, que ficou parcialmente às escuras no tempo de intervalo, o que atrasou o reatamento do jogo, a equipa de Marco Silva, com Nani à cabeça, novamente em grande plano, venceu o Maribor e deu um passo de gigante para se apurar para os oitavos de final da prova milionária, bastando para isso, e este basta pressupõe arrancar pelo menos um ponto em Stamford Bridge, diante do Chelsea, na última jornada desta fase de grupos, contudo, a turma leonina, garantiu já ontem, com a vitória, o objectivo mínimo, o apuramento para a Liga Europa.
Frio do Leste congelou a primeira parte.
Num jogo sem grande história, a primeira parte entre o Bate Borisov e o FC Porto foi para esquecer, pois nem bielorussos nem portugueses conseguiram fazer jogadas com princípio, meio e fim. Facilmente se conclui que o frio gelou as ideias de ambas as formações, que não tiveram nem capacidade nem arte para desbloquear a partida.
Sem grande capacidade técnico-táctica, a equipa bielorrussa, que é neste momento a formação com mais golos sofridos esta época na Champions, tentou aproveitar a oportunidade de jogar em casa para vencer, mas os fracos recursos deste conjunto, não permitem grandes loucuras e a formação de leste nunca conseguiu colocar em apuros a formação azul e branca.
Julen Lopetegui prometeu e cumpriu, colocou em campo, senão um onze de gala, quase, apenas Marcano e Olivér Torres, entraram nas escolhas iniciais, prova, mais uma vez, que o tempo das grandes mexidas, que não trouxeram grandes frutos, terminaram para os lados do Dragão.
Se calhar, afectada pelo frio, a equipa portista entrou mal na partida, mas nunca permitiu que os donos da casa se impusessem e assim, no meio deste marasmo, chegou-se ao intervalo, sem motivos de grande registo.
Na segunda parte, a única coisa que mudou verdadeiramente, foi o acerto portista, o ritmo e intensidade mantiveram-se. O primeiro e grande golo da tarde, da autoria de Herrera (pode ver aqui), um momento para ser visto e apreciado como quem saboreia um bom vinho, pois o remate do mexicano é daqueles de se tirar o “sombrero”, ao minuto 56, parecia indicar o contrário, mas o que é certo, é que após o segundo golo, obra de Jackson Martinez, a finalizar uma boa combinação entre Brahimi e Herrera, fez regressar o marasmo ao jogo e partir deste instante até ao fim, não se viu mais nada de relevante, a não ser o golo de Tello, aos 89 minutos, que fecharia as contas de um jogo frio como o tempo. Salientar que o passe para Tello é da autoria de Herrera, o que torna o mexicano, com intervenção em todos os tentos do jogo, no MVP desta partida. Quem diria que no frio do Leste, seria um jogador de um país quente como o México, a aquecer a partida.
Com este resultado, os portistas, garantem a liderança do grupo e conseguem o ataque mais concretizador dos dragões na milionária prova da UEFA, com 15 golos, deve juntar-se a isso o facto do FC Porto apenas ter sofrido 3 golos até ao momento nesta fase da Liga dos Campeões.
Leão acredita após vitória caseira.
A noite foi intensa para o Sporting, a precisar da vitória, os leões, lançaram-se desde o início ao ataque, vencer era o único verbo que se podia conjugar, com esse desígnio, a equipa leonina mantinha acesa a chama dos oitavos de final e garantia, como garantiu, a Liga Europa.
Desta forma, sem grandes rodeios, baterias apontadas à baliza de Handanovic (que fez uma soberba exibição e evitou uma goleada por números muito expressivos). Quase toda a primeira parte dos leões foi virada para o ataque, os eslovenos não conseguiam construir nem apoquentar Rui Patrício, que ao contrário do guardião do Maribor, passou a noite de forma calma e tranquila, o Sporting, pendurado nas costas de um soberbo Nani, partiu desde cedo para a área contrária.
A equipa leonina precisava marcar cedo, para evitar a natural ansiedade de quem tem de vencer e assim foi, Carlos Mané, que se nota ainda que não está com total confiança, mas que abriu caminho à vitória e entregou a bola para Nani fazer o segundo golo (um grande golo, mas já lá vamos), aos 10 minutos, cedo como se impunha, abriu o activo, ao responder a uma iniciativa de Jefferson pela faixa esquerda. Estava feito o mais difícil. Após este golo, o Sporting continuou a mesma toada de ataque, procuravam os leões “matar” o jogo e aos 35 minutos, depois de um bom passe de Mané, Nani, que parece que ganhou nova vida após este regresso a casa, fez um daqueles golos que dão sentido ao valor que se paga pelo bilhete. Belo, soberbo, fantástico e mágico (pode ver aqui).
Assim, desta forma, os leões chegavam ao 2-0 que dava a entender que a vitória estava garantida. Nada mais errado, neste afã de se auto massacrar, o Sporting deu vida ao Maribor, e na única subida perigosa na primeira parte do conjunto forasteiro, ao minuto 40, depois de uma desatenção colectiva da defesa leonina, mais uma, Jefferson acabou por introduzir, inexplicavelmente, a bola na sua própria baliza, fazia a turma sportinguista tremer e recolocava o Maribor na luta pelo resultado. Chegava-se assim ao intervalo, com a incerteza no marcador.
No intervalo, surgiu um novo dado, uma parte substancial da iluminação apagou-se e os habituais 15 minutos de descanso deram lugar a 52(!), pois o árbitro e os delegados da UEFA, indicaram que não estavam reunidas as condições para a partida continuar. Após este tempo de indefinição, lá se deu início a um reaquecimento dos jogadores e retomaram-se os 45 minutos que faltavam jogar.
A segunda parte reatou-se ainda à “média luz” e foi, nesse enlace de romantismo, que o Maribor cresceu no jogo. O Sporting sentiu de mais a paragem, que os eslovenos souberam aproveitar para inquietar Alvalade e o habitual nervoso miudinho, tomou conta da equipa e do público. Suspirava-se pelo terceiro golo, mas o Maribor estava, nesta altura, mais tempo no meio campo leonino e foi neste balanceamento atacante dos eslovenos, que o Sporting, aos 65 minutos, chegou ao golo da tranquilidade e que fecharia as contas do jogo, Slimani fuzilou Handanovic, após um toque de cabeça de Nani, no seguimento de um cruzamento da direita de João Mário, feito que estava o 3-1. Sossego em Alvalade. Daqui para a frente, só deu Sporting e também só deu Handanovic, os leoninos tentaram marcar e chegar à goleada, mas o guarda-redes adversário não estava para aí virado e brilhou em grande estilo.
Fim das constas
No fim do dia, vitórias justas de FC Porto e Sporting, com os dragões a terem tudo arrumado no que a esta fase da liga milionária diz respeito, apuramento conseguido e primeiro lugar garantido, em 5 jogos, 4 vitórias, 1 empate, 15 golos marcados e 3 sofridos. Brilhante!
Já o Sporting tem no mínimo que pontuar em Londres na última jornada, para depender apenas de si, podendo, em caso de derrota ou empate do Schalke no terreno do Maribor, perder e continuar em prova. Mas o melhor é jogar pelo seguro e evitar o fado português.
Daniel Loureço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)
Frio do Leste congelou a primeira parte.
Num jogo sem grande história, a primeira parte entre o Bate Borisov e o FC Porto foi para esquecer, pois nem bielorussos nem portugueses conseguiram fazer jogadas com princípio, meio e fim. Facilmente se conclui que o frio gelou as ideias de ambas as formações, que não tiveram nem capacidade nem arte para desbloquear a partida.
Sem grande capacidade técnico-táctica, a equipa bielorrussa, que é neste momento a formação com mais golos sofridos esta época na Champions, tentou aproveitar a oportunidade de jogar em casa para vencer, mas os fracos recursos deste conjunto, não permitem grandes loucuras e a formação de leste nunca conseguiu colocar em apuros a formação azul e branca.
Julen Lopetegui prometeu e cumpriu, colocou em campo, senão um onze de gala, quase, apenas Marcano e Olivér Torres, entraram nas escolhas iniciais, prova, mais uma vez, que o tempo das grandes mexidas, que não trouxeram grandes frutos, terminaram para os lados do Dragão.
Se calhar, afectada pelo frio, a equipa portista entrou mal na partida, mas nunca permitiu que os donos da casa se impusessem e assim, no meio deste marasmo, chegou-se ao intervalo, sem motivos de grande registo.
Na segunda parte, a única coisa que mudou verdadeiramente, foi o acerto portista, o ritmo e intensidade mantiveram-se. O primeiro e grande golo da tarde, da autoria de Herrera (pode ver aqui), um momento para ser visto e apreciado como quem saboreia um bom vinho, pois o remate do mexicano é daqueles de se tirar o “sombrero”, ao minuto 56, parecia indicar o contrário, mas o que é certo, é que após o segundo golo, obra de Jackson Martinez, a finalizar uma boa combinação entre Brahimi e Herrera, fez regressar o marasmo ao jogo e partir deste instante até ao fim, não se viu mais nada de relevante, a não ser o golo de Tello, aos 89 minutos, que fecharia as contas de um jogo frio como o tempo. Salientar que o passe para Tello é da autoria de Herrera, o que torna o mexicano, com intervenção em todos os tentos do jogo, no MVP desta partida. Quem diria que no frio do Leste, seria um jogador de um país quente como o México, a aquecer a partida.
Com este resultado, os portistas, garantem a liderança do grupo e conseguem o ataque mais concretizador dos dragões na milionária prova da UEFA, com 15 golos, deve juntar-se a isso o facto do FC Porto apenas ter sofrido 3 golos até ao momento nesta fase da Liga dos Campeões.
Leão acredita após vitória caseira.
A noite foi intensa para o Sporting, a precisar da vitória, os leões, lançaram-se desde o início ao ataque, vencer era o único verbo que se podia conjugar, com esse desígnio, a equipa leonina mantinha acesa a chama dos oitavos de final e garantia, como garantiu, a Liga Europa.
Desta forma, sem grandes rodeios, baterias apontadas à baliza de Handanovic (que fez uma soberba exibição e evitou uma goleada por números muito expressivos). Quase toda a primeira parte dos leões foi virada para o ataque, os eslovenos não conseguiam construir nem apoquentar Rui Patrício, que ao contrário do guardião do Maribor, passou a noite de forma calma e tranquila, o Sporting, pendurado nas costas de um soberbo Nani, partiu desde cedo para a área contrária.
A equipa leonina precisava marcar cedo, para evitar a natural ansiedade de quem tem de vencer e assim foi, Carlos Mané, que se nota ainda que não está com total confiança, mas que abriu caminho à vitória e entregou a bola para Nani fazer o segundo golo (um grande golo, mas já lá vamos), aos 10 minutos, cedo como se impunha, abriu o activo, ao responder a uma iniciativa de Jefferson pela faixa esquerda. Estava feito o mais difícil. Após este golo, o Sporting continuou a mesma toada de ataque, procuravam os leões “matar” o jogo e aos 35 minutos, depois de um bom passe de Mané, Nani, que parece que ganhou nova vida após este regresso a casa, fez um daqueles golos que dão sentido ao valor que se paga pelo bilhete. Belo, soberbo, fantástico e mágico (pode ver aqui).
Assim, desta forma, os leões chegavam ao 2-0 que dava a entender que a vitória estava garantida. Nada mais errado, neste afã de se auto massacrar, o Sporting deu vida ao Maribor, e na única subida perigosa na primeira parte do conjunto forasteiro, ao minuto 40, depois de uma desatenção colectiva da defesa leonina, mais uma, Jefferson acabou por introduzir, inexplicavelmente, a bola na sua própria baliza, fazia a turma sportinguista tremer e recolocava o Maribor na luta pelo resultado. Chegava-se assim ao intervalo, com a incerteza no marcador.
No intervalo, surgiu um novo dado, uma parte substancial da iluminação apagou-se e os habituais 15 minutos de descanso deram lugar a 52(!), pois o árbitro e os delegados da UEFA, indicaram que não estavam reunidas as condições para a partida continuar. Após este tempo de indefinição, lá se deu início a um reaquecimento dos jogadores e retomaram-se os 45 minutos que faltavam jogar.
A segunda parte reatou-se ainda à “média luz” e foi, nesse enlace de romantismo, que o Maribor cresceu no jogo. O Sporting sentiu de mais a paragem, que os eslovenos souberam aproveitar para inquietar Alvalade e o habitual nervoso miudinho, tomou conta da equipa e do público. Suspirava-se pelo terceiro golo, mas o Maribor estava, nesta altura, mais tempo no meio campo leonino e foi neste balanceamento atacante dos eslovenos, que o Sporting, aos 65 minutos, chegou ao golo da tranquilidade e que fecharia as contas do jogo, Slimani fuzilou Handanovic, após um toque de cabeça de Nani, no seguimento de um cruzamento da direita de João Mário, feito que estava o 3-1. Sossego em Alvalade. Daqui para a frente, só deu Sporting e também só deu Handanovic, os leoninos tentaram marcar e chegar à goleada, mas o guarda-redes adversário não estava para aí virado e brilhou em grande estilo.
Fim das constas
No fim do dia, vitórias justas de FC Porto e Sporting, com os dragões a terem tudo arrumado no que a esta fase da liga milionária diz respeito, apuramento conseguido e primeiro lugar garantido, em 5 jogos, 4 vitórias, 1 empate, 15 golos marcados e 3 sofridos. Brilhante!
Já o Sporting tem no mínimo que pontuar em Londres na última jornada, para depender apenas de si, podendo, em caso de derrota ou empate do Schalke no terreno do Maribor, perder e continuar em prova. Mas o melhor é jogar pelo seguro e evitar o fado português.
Daniel Loureço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)