Foi assim que em Aveiro, casa emprestada do CD Tondela, a vitória sorriu ao Sporting, que sofreu para vencer, por 1-2, o jogo inaugural da Liga NOS 2015/16, com o golo da vitória a chegar no último minuto, de grande penalidade, convertida por Adrien Silva.
Perante uma plateia bem composta no Municipal de Aveiro, o Sporting viu-se num aperto para vencer, a muito custo, o Tondela, equipa que se estreava na liga principal do futebol português.
Neste jogo, Jorge Jesus decidiu, confiando na velha máxima portuguesa que diz que em equipa que ganha não se mexe, confiar a titularidade aos mesmos jogadores que tinham vencido no passado domingo o Benfica, no Algarve, no jogo da Supertaça.
O jogo iniciou-se com o Tondela a tentar assustar o Sporting, mas após os primeiros cinco minutos, a equipa leonina tomou conta do jogo e o carrossel de ataque começou a fazer abanar a estrutura defensiva do Tondela que viveu, na primeira parte, um sufoco constante, tal foi a velocidade e o dinamismo apresentado pelos leões.
Nesta primeira parte, o Tondela, teve dificuldades em ter bola, teve dificuldades em passar o meio campo e não viu baliza, nem um remate para dar trabalho a Rui Patrício, um espectador nestes primeiros 45 minutos. Pode-se desculpar esta falta de capacidade ofensiva com algum nervosismo, natural da estreia, mas numa equipa com tanta experiência, pois muitos jogadores já são batidos na primeira divisão, tem que se olhar para o lado da estratégia, que foi, ao contrário daquilo que Vitor Paneira, treinador da equipa que jogava como visitada, de bloco baixo e sem ideias na primeira parte, a não ser, parar a ofensiva do Sporting, sem risco nem vontade de atacar.
Durante o vendaval de ataque leonino, o golo era questão de minutos, Slimani avisou, passados poucos minutos, numa boa envolvência de ataque, com a bola a passar por Carrillo, que desmarcou Bryan Ruiz no interior da área, com o costa-riquenho a cruzar para o argelino, só que num ressalto a bola foi parar aos pés de João Mário, e o médio leonino, que na quinta-feira havia renovado o seu contrato com os leões, rematou para registar o seu nome como primeiro homem a furar as redes esta época. Aos 15 minutos, estava feito o 0-1 e estava marcado o primeiro golo da Liga NOS época 2015/16. No seguimento deste golo, os verdes e brancos continuaram a dinamitar a defensiva do Tondela e, nalguns casos por falta de lucidez e noutros por falta de pontaria, o resultado não se alterou, ao intervalo, o 0-1, era penalizador para o Sporting que, fruto desta vantagem mínima, mantinha os comandados do Vitor Paneira, vivos no jogo.
Na segunda parte, o Tondela, como era sua obrigação, pois estava em situação de desvantagem no marcador, surgiu em campo mais desinibido, mais afoito e a tentar colocar a cabeça fora da água, por seu lado o conjunto leonino surgiu mais apático, sem a mesma lucidez nem a mesma frescura física, com a pré-época, neste contexto, a passar factura ao esforço despendido na primeira parte.
O empate surgiu, mesmo assim, contra a corrente do jogo, pois a equipa que jogava em casa não tinha feito nada, como não fez daí em diante, para obter o golo do empate, mas num lance onde Naldo foi “anjinho” (imagino se no lugar do brasileiro estivesse Tobias Figueiredo, o que iria ouvir da boca do seu treinador, como foi o brasileiro, já não é tão grave), pois na linha lateral tentou controlar a bola para sair a jogar e não fez o mais fácil, jogar simples e colocar a bola para lá da linha, por isso foi surpreendido por Nathan, que quase ganha a bola ao central, mas após uma luta corpo a corpo entre defesa e avançado, Carlos Xistra, a expensas do seu auxiliar, assinalou livre a favor do Tondela, fica a dúvida se a falta não teria sido ao contrário, mas a decisão estava tomada. No seguimento da jogada, aos 58 minutos, Luis Alberto, em fora de jogo e depois de ajeitar a bola com a mão, fazia o golo do empate. Este golo colocava o Sporting, que nesta altura já não estava nada fulgurante, com a primeira adversidade desta temporada, o tempo chegava, a lucidez é que não. A partir daqui os leões tentaram ir para cima do seu opositor, mas a clarividência não ajudava e muitas vezes, vezes demais até, a solução foi colocar a bola na esquerda nos pés de Jefferson e procurar que este, com os seus magníficos cruzamentos, tirasse um daqueles que Slimani tanto gosta, mas a mira não estava calibrada e o cansaço do lateral leonino, que é chamado a jogo ofensivo vezes sem conta, uma situação a rever pois neste vaivém permite clareiras no seu espaço defensivo e fica desgastado com muita facilidade, não permitam tal.
Vendo que o tempo ia passando e com Vitor Paneira a reforçar a zona mais recuada da sua equipa, Jorge Jesus começou a mexer na equipa, Carlos Mané entrou para o lugar de Bryan Ruiz, que dava mostras de muito cansaço, poucos minutos depois, uma troca de colombiano, Teo Gutierrez, que para já não justifica a titularidade, pois não joga metade daquilo que Freddy Montero joga, cedeu o seu lugar ao seu compatriota, que tentou fazer os movimentos que vem da época transacta com Slimani, mas nada surtia o efeito desejado, até que na última substituição, aos 90 minutos, Gelson Martins entrou para o lugar de João Mário, o “menino”, desinibido, aproveitou para mostrar serviço e após um lançamento lateral, irregular por parte de João Pereira, que está a km da sua boa forma, pois este tinha os pés para lá da linha, o novo produto da academia de Alcochete ganhou a bola e sofreu falta, desnecessária, de Jhon Murillo, que Xistra considerou, e bem, como merecedora de castigo máximo. A oportunidade para selar a vitória estava nos ombros de Adrien, capitão de equipa, este, no último suspiro do jogo, não fraquejou e ofereceu de bandeja, a vitória ao Sporting. Estava no fim o jogo e os leões levavam na algibeira, os 3 primeiros pontos deste campeonato.
Para terminar esta análise, duas notas: a justiça da vitória do Sporting não se contesta, pese embora a equipa não tenha ainda capacidade para resistir os 90 minutos, como ficou provado hoje, na primeira parte os leões jogaram o suficiente para ter, ao intervalo, o jogo completamente decidido; no segundo jogo oficial da época, mais dois casos de arbitragem, neste jogo foi Carlos Xistra, que não viu as irregularidades no golo da equipa do Tondela, nem viu que João Pereira estava para lá da linha no lançamento lateral que, posteriormente, viria a redundar na grande penalidade que permitiu a vitória dos leões, espera-se que seja só um mal inicio de época, mas as sensações não são boas e enquanto o erro for repartido, ninguém se queixará, quando uma equipa beneficiar e a outra não, a coisa vai, como é natural, azedar.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
Perante uma plateia bem composta no Municipal de Aveiro, o Sporting viu-se num aperto para vencer, a muito custo, o Tondela, equipa que se estreava na liga principal do futebol português.
Neste jogo, Jorge Jesus decidiu, confiando na velha máxima portuguesa que diz que em equipa que ganha não se mexe, confiar a titularidade aos mesmos jogadores que tinham vencido no passado domingo o Benfica, no Algarve, no jogo da Supertaça.
O jogo iniciou-se com o Tondela a tentar assustar o Sporting, mas após os primeiros cinco minutos, a equipa leonina tomou conta do jogo e o carrossel de ataque começou a fazer abanar a estrutura defensiva do Tondela que viveu, na primeira parte, um sufoco constante, tal foi a velocidade e o dinamismo apresentado pelos leões.
Nesta primeira parte, o Tondela, teve dificuldades em ter bola, teve dificuldades em passar o meio campo e não viu baliza, nem um remate para dar trabalho a Rui Patrício, um espectador nestes primeiros 45 minutos. Pode-se desculpar esta falta de capacidade ofensiva com algum nervosismo, natural da estreia, mas numa equipa com tanta experiência, pois muitos jogadores já são batidos na primeira divisão, tem que se olhar para o lado da estratégia, que foi, ao contrário daquilo que Vitor Paneira, treinador da equipa que jogava como visitada, de bloco baixo e sem ideias na primeira parte, a não ser, parar a ofensiva do Sporting, sem risco nem vontade de atacar.
Durante o vendaval de ataque leonino, o golo era questão de minutos, Slimani avisou, passados poucos minutos, numa boa envolvência de ataque, com a bola a passar por Carrillo, que desmarcou Bryan Ruiz no interior da área, com o costa-riquenho a cruzar para o argelino, só que num ressalto a bola foi parar aos pés de João Mário, e o médio leonino, que na quinta-feira havia renovado o seu contrato com os leões, rematou para registar o seu nome como primeiro homem a furar as redes esta época. Aos 15 minutos, estava feito o 0-1 e estava marcado o primeiro golo da Liga NOS época 2015/16. No seguimento deste golo, os verdes e brancos continuaram a dinamitar a defensiva do Tondela e, nalguns casos por falta de lucidez e noutros por falta de pontaria, o resultado não se alterou, ao intervalo, o 0-1, era penalizador para o Sporting que, fruto desta vantagem mínima, mantinha os comandados do Vitor Paneira, vivos no jogo.
Na segunda parte, o Tondela, como era sua obrigação, pois estava em situação de desvantagem no marcador, surgiu em campo mais desinibido, mais afoito e a tentar colocar a cabeça fora da água, por seu lado o conjunto leonino surgiu mais apático, sem a mesma lucidez nem a mesma frescura física, com a pré-época, neste contexto, a passar factura ao esforço despendido na primeira parte.
O empate surgiu, mesmo assim, contra a corrente do jogo, pois a equipa que jogava em casa não tinha feito nada, como não fez daí em diante, para obter o golo do empate, mas num lance onde Naldo foi “anjinho” (imagino se no lugar do brasileiro estivesse Tobias Figueiredo, o que iria ouvir da boca do seu treinador, como foi o brasileiro, já não é tão grave), pois na linha lateral tentou controlar a bola para sair a jogar e não fez o mais fácil, jogar simples e colocar a bola para lá da linha, por isso foi surpreendido por Nathan, que quase ganha a bola ao central, mas após uma luta corpo a corpo entre defesa e avançado, Carlos Xistra, a expensas do seu auxiliar, assinalou livre a favor do Tondela, fica a dúvida se a falta não teria sido ao contrário, mas a decisão estava tomada. No seguimento da jogada, aos 58 minutos, Luis Alberto, em fora de jogo e depois de ajeitar a bola com a mão, fazia o golo do empate. Este golo colocava o Sporting, que nesta altura já não estava nada fulgurante, com a primeira adversidade desta temporada, o tempo chegava, a lucidez é que não. A partir daqui os leões tentaram ir para cima do seu opositor, mas a clarividência não ajudava e muitas vezes, vezes demais até, a solução foi colocar a bola na esquerda nos pés de Jefferson e procurar que este, com os seus magníficos cruzamentos, tirasse um daqueles que Slimani tanto gosta, mas a mira não estava calibrada e o cansaço do lateral leonino, que é chamado a jogo ofensivo vezes sem conta, uma situação a rever pois neste vaivém permite clareiras no seu espaço defensivo e fica desgastado com muita facilidade, não permitam tal.
Vendo que o tempo ia passando e com Vitor Paneira a reforçar a zona mais recuada da sua equipa, Jorge Jesus começou a mexer na equipa, Carlos Mané entrou para o lugar de Bryan Ruiz, que dava mostras de muito cansaço, poucos minutos depois, uma troca de colombiano, Teo Gutierrez, que para já não justifica a titularidade, pois não joga metade daquilo que Freddy Montero joga, cedeu o seu lugar ao seu compatriota, que tentou fazer os movimentos que vem da época transacta com Slimani, mas nada surtia o efeito desejado, até que na última substituição, aos 90 minutos, Gelson Martins entrou para o lugar de João Mário, o “menino”, desinibido, aproveitou para mostrar serviço e após um lançamento lateral, irregular por parte de João Pereira, que está a km da sua boa forma, pois este tinha os pés para lá da linha, o novo produto da academia de Alcochete ganhou a bola e sofreu falta, desnecessária, de Jhon Murillo, que Xistra considerou, e bem, como merecedora de castigo máximo. A oportunidade para selar a vitória estava nos ombros de Adrien, capitão de equipa, este, no último suspiro do jogo, não fraquejou e ofereceu de bandeja, a vitória ao Sporting. Estava no fim o jogo e os leões levavam na algibeira, os 3 primeiros pontos deste campeonato.
Para terminar esta análise, duas notas: a justiça da vitória do Sporting não se contesta, pese embora a equipa não tenha ainda capacidade para resistir os 90 minutos, como ficou provado hoje, na primeira parte os leões jogaram o suficiente para ter, ao intervalo, o jogo completamente decidido; no segundo jogo oficial da época, mais dois casos de arbitragem, neste jogo foi Carlos Xistra, que não viu as irregularidades no golo da equipa do Tondela, nem viu que João Pereira estava para lá da linha no lançamento lateral que, posteriormente, viria a redundar na grande penalidade que permitiu a vitória dos leões, espera-se que seja só um mal inicio de época, mas as sensações não são boas e enquanto o erro for repartido, ninguém se queixará, quando uma equipa beneficiar e a outra não, a coisa vai, como é natural, azedar.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).