Não tem sido norma, desde que a televisão monopolizou o futebol e os seus horários, os três habituais candidatos ao título, jogarem no mesmo dia. Costuma acontecer uma vez por festas, como foi o caso desta jornada. Quem gosta de futebol, passou uma tarde regalada, Benfica, Porto e Sporting foram a jogo na tarde e noite de Domingo, fazendo as delícias de muitos e eu, particularmente, quando vejo futebol disputado à tarde, sinto alguma nostalgia de tempos idos, pois acho que o futebol devia ser sempre jogado à tarde, com a luz natural do dia de forma a promover que as famílias se juntem para ir à bola.
Vitória justa do Benfica sobre o Boavista.
O Benfica foi o primeiro dos três grandes a ir a jogo, às 16H00 de um dia de verdadeiro Verão de S. Martinho, venceu de forma justa um Boavista que se deslocou à Luz a jogar para o pontinho.
Como era de prever, perante a postura anunciada pelo Boavista, o Benfica entrou a dominar o jogo e a querer, cedo, resolver a questão, mas a organização ultra defensiva do Boavista, que beneficiou a ocupação dos espaços com um bloco baixo e muito compacto, não permitia aos encarnados encontrar o caminho do golo. O objectivo dos axadrezados era claro, retardar ao máximo o golo benfiquista e com isso enervar a turma de Rui Vitória.
Sempre ancorados em Gaitán, que literalmente carrega o Benfica às costas, os bicampeões nacionais iam procurando formas de chegar à baliza de Mika, mas só apenas aos 39 minutos, depois de boa jogada do argentino, é que os encarnados conseguiram marcar, por intermédio de Gonçalo Guedes, que chegava ao jogo com a moral em alta depois da chamada de Fernando Santos para os trabalhos da selecção A de Portugal. Neste momento o mais difícil estava feito. A muralha estava arrombada e o caminho para o intervalo era curto.
No segundo tempo, Petit arriscou um pouco e procurou fazer uma gracinha, mas pertenceram ao Benfica as melhores ocasiões de golo, só que a pontaria esteve afinada de mais e Jonas e Talisca, acertaram no poste, como o golo da tranquilidade tardava em chegar, as panteras continuaram a sua tentativa de assustar a águia, mas nota-se também que esta equipa que já foi campeã nacional, tem parcos recursos na frente de ataque, não será à toa que já la vão 5 jogos sem marcar nenhum golo.
O sossego apenas chegou ao jogo aos 88 minutos, Gaitán, quem mais poderia ser, cruzou para Jardel atirar ao travessão, na sobra, Carcela, que assina sempre a folha de ponto quando joga, fez o 2-0 e deu um pouco mais de justiça ao resultado.
Com esta vitória, o Benfica aborda a paragem nas competições nacionais de forma mais tranquila, com o jogo da Taça de Portugal, em Alvalade, no horizonte.
FC Porto de fato-macaco para ganhar ao Setúbal.
O Vitória de Setúbal costuma ser um bom freguês no Dragão, mas no jogo desta jornada, vendeu cara a derrota e conseguiu enervar um FC Porto que tinha obrigação de vencer.
Não é por acaso que o Vitória de Setúbal, orientado por Quim Machado, é uma das boas equipas desta Liga, pelo menos pela forma como aborda as partidas, faziam falta ao nosso futebol mais equipas com esta mentalidade e nos primeiros minutos do jogo, chegou até a surpreender por não se atemorizou perante um opositor de inegável valia.
Já o Porto, onde Julen Lopetegui, que gosta de alterar as opções iniciais, voltou a mexer na equipa, sentiu essas dificuldades, mas logo se apoderou do comando das operações, manietando a equipa do sado na sua zona mais recuada. Este também foi um jogo de oportunidades falhadas, mas o que é certo, é que a incerteza no marcador, até ao golo de Aboubakar na segunda parte, deu algum suspense ao jogo. Até ao intervalo, o Porto mostrou-se muito perdulário, por três vezes podia ter feito o golo mas a pontaria esteve desafinada e o 0-0, no fim dos primeiros 45 minutos, era penalizador para aquilo que os dragões haviam produzido.
No reatamento, já com André André em campo, no lugar de Rúben Neves, o figurino manteve-se igual, ou seja, maior pendor ofensivo do Porto, tentativa de jogar rápido no contra-ataque da equipa sadina, mas o que é certo é que golos, nem vê-los.
Os nervos começaram a apoderar-se da plateia do Dragão e só aos 70 minutos, o camaronês Aboubakar, colocou em delírio a bancada, o golo acabava também com a seca concretizadora do avançado e deixava os portista a suspirar de alívio, daqui em diante, tudo como dantes até ao golo tranquilizador de Layún, com um portentoso remate de fora da área, fez o 2-0 e ao minuto 84, fechava as contas do jogo.
Este resultado assenta bem ao Porto que, tirando os primeiros minutos, conseguiu controlar o jogo, embora os golos só tenham surgido na segunda parte, a justiça do resultado não pode ser contestada.
Leão viu-se e desejou-se para ganhar ao Arouca.
Depois da fraca figura de quinta-feira, o Sporting visitava a casa do surpreendente Arouca, que chegava a esta jogo, o terceiro com os grandes, depois de ter vencido o Benfica e ter perdido com o Porto, naquela que representava até esta jornada, a única derrota dos homens arouquenses.
Esta é o tipo de crónica que devia começar de trás para a frente, pois só no fim é que houve emoção. Aos 84 minutos, Naldo, escorregou na área e quando percebeu que Adilson Tavares ficava em posição privilegiada derrubou o homem do Arouca, o árbitro, Cosme Machado, mandou jogar, como era de esperar, fizeram-se ouvir os protestos e Lito Vidigal, conhecido por ser um homem ponderado, fez a primeira aparição dentro das quatro linhas. Neste instante, o jogo ganhou uma emoção que não tinha tido e, aos 88 minutos, depois de uma disputa de bola entre João Mário e Nuno Valente, que o árbitro considerou falta do homem da equipa da casa, quando Naldo se preparava para bater a bola com rapidez, Lito Vidigal voltou a entrar nas quatro linhas, mas desta vez teve uma atitude totalmente descabida pois impediu, de forma ostensiva, que o defesa leonino jogasse a bola e ficou o caldo entornado, não gostando da atitude do treinador adversário, o jogador brasileiro empurrou de forma nada simpática o treinador arouquense, que só parou no chão, gerou-se um sururu e o árbitro, como era de esperar, deu ordem de expulsão ao defesa leonino e ao treinador da equipa da casa.
Este lance, quase no fim, como que perturbou a equipa da casa e quem aproveitou para marcar o golo da vitória foi o Sporting. Após uma recuperação de bola, Bryan Ruiz lançou o esférico para Montero, que havia rendido Teo Gutierrez, de forma soberba o colombiano dominou a redondinha mas falhou o remate, este falhanço foi um passe com mel para Slimani, que na cara de Bracali, não perdoou e desfez o nulo ao minuto 90. O Sporting sem fazer um grande jogo saiu de Arouca com os 3 pontos.
Quanto ao resto, um jogo que a equipa da casa conseguiu levar para onde pretendia, com muita gente compacta no centro do terreno e povoando bem as zonas onde o Sporting costuma ser forte, as alas, a equipa bem montada de Lito Vidigal quase roubou pontos a um Sporting que não teve arte e engenho, tirando o lance do golo, para saber contornar as dificuldades, mesmo com Jorge Jesus a lançar homens de ataque para tentar vencer.
Se calhar a vitória assenta bem ao Sporting, porque foi quem realmente quis ganhar e há jogos que só se ganham assim, com um rasgo de sorte e uma mão ajudar.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
Vitória justa do Benfica sobre o Boavista.
O Benfica foi o primeiro dos três grandes a ir a jogo, às 16H00 de um dia de verdadeiro Verão de S. Martinho, venceu de forma justa um Boavista que se deslocou à Luz a jogar para o pontinho.
Como era de prever, perante a postura anunciada pelo Boavista, o Benfica entrou a dominar o jogo e a querer, cedo, resolver a questão, mas a organização ultra defensiva do Boavista, que beneficiou a ocupação dos espaços com um bloco baixo e muito compacto, não permitia aos encarnados encontrar o caminho do golo. O objectivo dos axadrezados era claro, retardar ao máximo o golo benfiquista e com isso enervar a turma de Rui Vitória.
Sempre ancorados em Gaitán, que literalmente carrega o Benfica às costas, os bicampeões nacionais iam procurando formas de chegar à baliza de Mika, mas só apenas aos 39 minutos, depois de boa jogada do argentino, é que os encarnados conseguiram marcar, por intermédio de Gonçalo Guedes, que chegava ao jogo com a moral em alta depois da chamada de Fernando Santos para os trabalhos da selecção A de Portugal. Neste momento o mais difícil estava feito. A muralha estava arrombada e o caminho para o intervalo era curto.
No segundo tempo, Petit arriscou um pouco e procurou fazer uma gracinha, mas pertenceram ao Benfica as melhores ocasiões de golo, só que a pontaria esteve afinada de mais e Jonas e Talisca, acertaram no poste, como o golo da tranquilidade tardava em chegar, as panteras continuaram a sua tentativa de assustar a águia, mas nota-se também que esta equipa que já foi campeã nacional, tem parcos recursos na frente de ataque, não será à toa que já la vão 5 jogos sem marcar nenhum golo.
O sossego apenas chegou ao jogo aos 88 minutos, Gaitán, quem mais poderia ser, cruzou para Jardel atirar ao travessão, na sobra, Carcela, que assina sempre a folha de ponto quando joga, fez o 2-0 e deu um pouco mais de justiça ao resultado.
Com esta vitória, o Benfica aborda a paragem nas competições nacionais de forma mais tranquila, com o jogo da Taça de Portugal, em Alvalade, no horizonte.
FC Porto de fato-macaco para ganhar ao Setúbal.
O Vitória de Setúbal costuma ser um bom freguês no Dragão, mas no jogo desta jornada, vendeu cara a derrota e conseguiu enervar um FC Porto que tinha obrigação de vencer.
Não é por acaso que o Vitória de Setúbal, orientado por Quim Machado, é uma das boas equipas desta Liga, pelo menos pela forma como aborda as partidas, faziam falta ao nosso futebol mais equipas com esta mentalidade e nos primeiros minutos do jogo, chegou até a surpreender por não se atemorizou perante um opositor de inegável valia.
Já o Porto, onde Julen Lopetegui, que gosta de alterar as opções iniciais, voltou a mexer na equipa, sentiu essas dificuldades, mas logo se apoderou do comando das operações, manietando a equipa do sado na sua zona mais recuada. Este também foi um jogo de oportunidades falhadas, mas o que é certo, é que a incerteza no marcador, até ao golo de Aboubakar na segunda parte, deu algum suspense ao jogo. Até ao intervalo, o Porto mostrou-se muito perdulário, por três vezes podia ter feito o golo mas a pontaria esteve desafinada e o 0-0, no fim dos primeiros 45 minutos, era penalizador para aquilo que os dragões haviam produzido.
No reatamento, já com André André em campo, no lugar de Rúben Neves, o figurino manteve-se igual, ou seja, maior pendor ofensivo do Porto, tentativa de jogar rápido no contra-ataque da equipa sadina, mas o que é certo é que golos, nem vê-los.
Os nervos começaram a apoderar-se da plateia do Dragão e só aos 70 minutos, o camaronês Aboubakar, colocou em delírio a bancada, o golo acabava também com a seca concretizadora do avançado e deixava os portista a suspirar de alívio, daqui em diante, tudo como dantes até ao golo tranquilizador de Layún, com um portentoso remate de fora da área, fez o 2-0 e ao minuto 84, fechava as contas do jogo.
Este resultado assenta bem ao Porto que, tirando os primeiros minutos, conseguiu controlar o jogo, embora os golos só tenham surgido na segunda parte, a justiça do resultado não pode ser contestada.
Leão viu-se e desejou-se para ganhar ao Arouca.
Depois da fraca figura de quinta-feira, o Sporting visitava a casa do surpreendente Arouca, que chegava a esta jogo, o terceiro com os grandes, depois de ter vencido o Benfica e ter perdido com o Porto, naquela que representava até esta jornada, a única derrota dos homens arouquenses.
Esta é o tipo de crónica que devia começar de trás para a frente, pois só no fim é que houve emoção. Aos 84 minutos, Naldo, escorregou na área e quando percebeu que Adilson Tavares ficava em posição privilegiada derrubou o homem do Arouca, o árbitro, Cosme Machado, mandou jogar, como era de esperar, fizeram-se ouvir os protestos e Lito Vidigal, conhecido por ser um homem ponderado, fez a primeira aparição dentro das quatro linhas. Neste instante, o jogo ganhou uma emoção que não tinha tido e, aos 88 minutos, depois de uma disputa de bola entre João Mário e Nuno Valente, que o árbitro considerou falta do homem da equipa da casa, quando Naldo se preparava para bater a bola com rapidez, Lito Vidigal voltou a entrar nas quatro linhas, mas desta vez teve uma atitude totalmente descabida pois impediu, de forma ostensiva, que o defesa leonino jogasse a bola e ficou o caldo entornado, não gostando da atitude do treinador adversário, o jogador brasileiro empurrou de forma nada simpática o treinador arouquense, que só parou no chão, gerou-se um sururu e o árbitro, como era de esperar, deu ordem de expulsão ao defesa leonino e ao treinador da equipa da casa.
Este lance, quase no fim, como que perturbou a equipa da casa e quem aproveitou para marcar o golo da vitória foi o Sporting. Após uma recuperação de bola, Bryan Ruiz lançou o esférico para Montero, que havia rendido Teo Gutierrez, de forma soberba o colombiano dominou a redondinha mas falhou o remate, este falhanço foi um passe com mel para Slimani, que na cara de Bracali, não perdoou e desfez o nulo ao minuto 90. O Sporting sem fazer um grande jogo saiu de Arouca com os 3 pontos.
Quanto ao resto, um jogo que a equipa da casa conseguiu levar para onde pretendia, com muita gente compacta no centro do terreno e povoando bem as zonas onde o Sporting costuma ser forte, as alas, a equipa bem montada de Lito Vidigal quase roubou pontos a um Sporting que não teve arte e engenho, tirando o lance do golo, para saber contornar as dificuldades, mesmo com Jorge Jesus a lançar homens de ataque para tentar vencer.
Se calhar a vitória assenta bem ao Sporting, porque foi quem realmente quis ganhar e há jogos que só se ganham assim, com um rasgo de sorte e uma mão ajudar.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).