Portugal ganhou à Dinamarca, 1-0 (João Moutinho), e assim, com esta vitória, carimbou o passaporte rumo ao euro francês, que se disputará em terras gaulesas no Verão do próximo ano. Quando falta jogar uma jornada, a armada lusa, ao contrário daquilo que vinha sendo habitual nas últimas qualificações, vai até este europeu futebolístico sem passar pelo play-off, uma raridade, pois há 20 anos que a selecção das quinas não ficava em primeiro lugar do seu grupo em fases de apuramento.
A cidade de Braga, engalanou-se, aliás como é seu hábito quando algum acontecimento de grande monta surge na cidade e este jogo, por tudo o que podia representar, como se veio a confirmar, mereceu a forma como a capital minhota recebeu a sua selecção. Braços abertos e sorriso na cara, que não é todos os dias que CR7 e seus pares pisam o relvado do municipal de Braga. As bancadas cheias e o fervor do público tornaram a noite mágica, conforme todos os que assistiram pela TV puderam aferir.
Antes de mais alguma consideração, convém dizer o óbvio, mais uma vez, o futebol apresentado pela formação lusa ficou aquém de ser uma maravilha para a vista, mas é práctico, e nestas coisas, mais vale jogar pelo seguro, como exemplo, para corroborar o que se acaba de escrever, os 18 pontos amealhados pela turma das quinas nos 7 jogos disputados, tiveram um score de 9 golos marcados e 4 sofridos. Isto tem um nome: pragmatismo. E depois da derrota frente à Albânia quando se iniciou este apuramento, mais valia jogar feio e ganhar, do que bonito e perder, que até nem era o caso. Sabe-se também que o “engenheiro do penta”, Fernando Santos, não é um treinador que dê às suas equipas brilhantismo, mas dá-lhes resultados e após o descalabro inicial, nada como um engenheiro seguro nas contas, para tornar o apuramento uma perfeita equação matemática, para o primeiro lugar do grupo ser uma realidade. E este homem sabe o que faz, basta olhar para a Grécia do seu tempo e a Grécia, em termos futebolísticos, dos dias de hoje, que foi capaz de ser última do seu grupo e conseguir a humilhante proeza de perder os dois jogos contra a poderosa selecção…das Ilhas Faroé. Goste-se ou não do estilo, Fernando Santos, prima pelo resultado, o brilhantismo fica para outros.
Neste jogo, o seleccionador fez algumas alterações no onze inicial. Uma delas forçada e as outras por opção. Na frente de ataque, Bernardo Silva, que havia ganho a corrida pelo lugar a Danny, no jogo com na Albânia, teve outra boa prestação, mostrando maior entrosamento com os restantes jogadores, Cristiano Ronaldo e Nani, continuam de pedra e cal, com o melhor do mundo a ser a referência no ataque da equipa e tem por isso mesmo e não só, liberdade para vaguear na frente e deixar em sentido a defensiva contrária; no meio campo, João Moutinho e Tiago, além de experiência, preencheram a linha intermédia e deram amplitude ao jogo, Danilo Pereira, uma das surpresas da noite, esteve em belíssimo plano, uma actuação a roçar a perfeição do trinco portista, que abafou a construção dinamarquesa; na defesa, a dupla de centrais, Bruno Alves e Ricardo Carvalho, a caminho da terceira idade e sem o fulgor doutros tempos, parece estar a gozar uma reforma dourada, não complicam e dão segurança q.b. à equipa, nas laterais, Cédric Soares, surgiu no lugar de Vieirinha, que está lesionado, e pode dizer-se que ninguém sentiu falta do jogador do Wolfsburgo, pois o actual jogador do Southampton, esteve em bom plano e já se lhe nota bem o andamento da liga inglesa, na esquerda, Fábio Coentrão, esteve como o peixe na água e muito dificilmente alguém lhe tira o lugar; na baliza, Rui Patrício, esteve atento o suficiente para segurar a sua baliza a zero e quando se viu batido (diga-se a bem da verdade sem nenhuma hipótese de defesa), pelo ataque nórdico, o poste brilhou no seu lugar. Foi com este figurino, que a turma lusa foi a jogo, numa partida onde lhe bastava um ponto, mas que Portugal ganhou e bem.
É importante dizer, que fruto da boa campanha realizada, após o desaire do primeiro jogo desta fase de apuramento, a selecção portuguesa chegou a este confronto com o natural à vontade de ter 2 jogos (domingo joga-se na Sérvia) para conquistar um ponto, mas todo o staff técnico e os próprios jogadores vinham dizendo que só importava ganhar; já a Dinamarca, que fazia o seu último jogo nesta fase, precisava ganhar, e mesmo ganhando (em função do que poderia fazer a Albânia no seu confronto caseiro com a Sérvia), poderia não garantir o segundo lugar do grupo, que também dá direito a qualificação directa para este Europeu, pois apenas o terceiro lugar manda as equipas para o play-off, mas como a Albânia também perdeu, a Dinamarca continua com um ponto de vantagem sobre os albaneses e fica à espera que a Arménia dê uma ajuda no próximo domingo, quando se fecharem as contas deste grupo I.
Se a Dinamarca tinha obrigação de ganhar o jogo, diga-se que disfarçou bem, pois ficou-se com a ideia que os nórdicos apenas tentaram pontuar, ou seja, empatar. A postura da formação orientada pelo carismático Morten Olsen, nunca foi a de quem queria vencer, nesse domínio, Portugal encarou esse desígnio com maior rigor e foi a turma lusa que o procurou ganhar, pois notava-se que os portugueses queriam carimbar o passaporte com uma vitória. Assim foi, depois de na primeira parte o sinal mais ter sido sempre da equipa das quinas, com Nani a enviar uma bola de cabeça ao travessão, na segunda parte, bem mais interessante, foi Bentdner, dois minutos após o recomeço, que depois de boa jogada da equipa do norte da Europa, se desfez de Coentrão e atirou a contar para a baliza, Rui Patrício bem se esforçou, mas a bola só foi parada pelo poste. Parecia estar dado o mote para que os forasteiros se atrevessem mais no ataque, nada mais errado, foi sol de pouca dura, e a equipa portuguesa rapidamente voltou a tomar conta das operações e anulou qualquer intento dos dinamarqueses, a partir daqui, voltaram a ser os comandados de Fernando Santos a ter as rédeas do jogo.
O melhor futebol português foi coroado com o golo da vitória, após um canto e respectiva insistência, a bola, depois de aliviada pela defensiva, foi cair nos pés de Moutinho, que se encontrava à entrada da área, com categoria o jogador do Mónaco livrou-se de dois defesas e rematou sem dar hipótese a Kasper Schmeichel, que bem se esticou, estava inaugurado o marcador e, ao minuto 66, fechada a contagem. Pouco minutos após este tento, Bernardo Silva, teve nos pés o 2-0, mas depois de excelente iniciativa individual o esférico saiu ao lado, mesmo a rasar o poste da baliza dinamarquesa, a partir daqui, domínio e controlo de jogo por parte dos portugueses e quase no fim, a armada forasteira, colocou toda a carne no assador e foi à procura do empate, tarde demais, mas ainda a tempo de assustar, só que o marcador, não mais se mexeu e o apuramento de Portugal estava na mão.
Esta vitória garante o apuramento em primeiro lugar do grupo quando ainda falta jogar o último jogo na Sérvia e aí, com toda a naturalidade, os portugueses vão à procura da vitória, mas vão, também, com a cabeça aliviada e sem a habitual calculadora. O seleccionador pode, a partir deste jogo, começar a fazer testes e experimentações, pois nos próximos 8 meses, convém encontrar e afinar uma estratégia que nos permita sonhar com o caneco.
Após um arranque a tremer com derrota em Setembro de 2014, imposta pela Albânia, em Aveiro, que deixou o país futebolístico em depressão, esta selecção teve a capacidade de se reorganizar e pela mão de Fernando Santos, fazer um apuramento brilhante e em Braga, a selecção das quinas, não deixou fugir o carimbo no passaporte por um canudo.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
A cidade de Braga, engalanou-se, aliás como é seu hábito quando algum acontecimento de grande monta surge na cidade e este jogo, por tudo o que podia representar, como se veio a confirmar, mereceu a forma como a capital minhota recebeu a sua selecção. Braços abertos e sorriso na cara, que não é todos os dias que CR7 e seus pares pisam o relvado do municipal de Braga. As bancadas cheias e o fervor do público tornaram a noite mágica, conforme todos os que assistiram pela TV puderam aferir.
Antes de mais alguma consideração, convém dizer o óbvio, mais uma vez, o futebol apresentado pela formação lusa ficou aquém de ser uma maravilha para a vista, mas é práctico, e nestas coisas, mais vale jogar pelo seguro, como exemplo, para corroborar o que se acaba de escrever, os 18 pontos amealhados pela turma das quinas nos 7 jogos disputados, tiveram um score de 9 golos marcados e 4 sofridos. Isto tem um nome: pragmatismo. E depois da derrota frente à Albânia quando se iniciou este apuramento, mais valia jogar feio e ganhar, do que bonito e perder, que até nem era o caso. Sabe-se também que o “engenheiro do penta”, Fernando Santos, não é um treinador que dê às suas equipas brilhantismo, mas dá-lhes resultados e após o descalabro inicial, nada como um engenheiro seguro nas contas, para tornar o apuramento uma perfeita equação matemática, para o primeiro lugar do grupo ser uma realidade. E este homem sabe o que faz, basta olhar para a Grécia do seu tempo e a Grécia, em termos futebolísticos, dos dias de hoje, que foi capaz de ser última do seu grupo e conseguir a humilhante proeza de perder os dois jogos contra a poderosa selecção…das Ilhas Faroé. Goste-se ou não do estilo, Fernando Santos, prima pelo resultado, o brilhantismo fica para outros.
Neste jogo, o seleccionador fez algumas alterações no onze inicial. Uma delas forçada e as outras por opção. Na frente de ataque, Bernardo Silva, que havia ganho a corrida pelo lugar a Danny, no jogo com na Albânia, teve outra boa prestação, mostrando maior entrosamento com os restantes jogadores, Cristiano Ronaldo e Nani, continuam de pedra e cal, com o melhor do mundo a ser a referência no ataque da equipa e tem por isso mesmo e não só, liberdade para vaguear na frente e deixar em sentido a defensiva contrária; no meio campo, João Moutinho e Tiago, além de experiência, preencheram a linha intermédia e deram amplitude ao jogo, Danilo Pereira, uma das surpresas da noite, esteve em belíssimo plano, uma actuação a roçar a perfeição do trinco portista, que abafou a construção dinamarquesa; na defesa, a dupla de centrais, Bruno Alves e Ricardo Carvalho, a caminho da terceira idade e sem o fulgor doutros tempos, parece estar a gozar uma reforma dourada, não complicam e dão segurança q.b. à equipa, nas laterais, Cédric Soares, surgiu no lugar de Vieirinha, que está lesionado, e pode dizer-se que ninguém sentiu falta do jogador do Wolfsburgo, pois o actual jogador do Southampton, esteve em bom plano e já se lhe nota bem o andamento da liga inglesa, na esquerda, Fábio Coentrão, esteve como o peixe na água e muito dificilmente alguém lhe tira o lugar; na baliza, Rui Patrício, esteve atento o suficiente para segurar a sua baliza a zero e quando se viu batido (diga-se a bem da verdade sem nenhuma hipótese de defesa), pelo ataque nórdico, o poste brilhou no seu lugar. Foi com este figurino, que a turma lusa foi a jogo, numa partida onde lhe bastava um ponto, mas que Portugal ganhou e bem.
É importante dizer, que fruto da boa campanha realizada, após o desaire do primeiro jogo desta fase de apuramento, a selecção portuguesa chegou a este confronto com o natural à vontade de ter 2 jogos (domingo joga-se na Sérvia) para conquistar um ponto, mas todo o staff técnico e os próprios jogadores vinham dizendo que só importava ganhar; já a Dinamarca, que fazia o seu último jogo nesta fase, precisava ganhar, e mesmo ganhando (em função do que poderia fazer a Albânia no seu confronto caseiro com a Sérvia), poderia não garantir o segundo lugar do grupo, que também dá direito a qualificação directa para este Europeu, pois apenas o terceiro lugar manda as equipas para o play-off, mas como a Albânia também perdeu, a Dinamarca continua com um ponto de vantagem sobre os albaneses e fica à espera que a Arménia dê uma ajuda no próximo domingo, quando se fecharem as contas deste grupo I.
Se a Dinamarca tinha obrigação de ganhar o jogo, diga-se que disfarçou bem, pois ficou-se com a ideia que os nórdicos apenas tentaram pontuar, ou seja, empatar. A postura da formação orientada pelo carismático Morten Olsen, nunca foi a de quem queria vencer, nesse domínio, Portugal encarou esse desígnio com maior rigor e foi a turma lusa que o procurou ganhar, pois notava-se que os portugueses queriam carimbar o passaporte com uma vitória. Assim foi, depois de na primeira parte o sinal mais ter sido sempre da equipa das quinas, com Nani a enviar uma bola de cabeça ao travessão, na segunda parte, bem mais interessante, foi Bentdner, dois minutos após o recomeço, que depois de boa jogada da equipa do norte da Europa, se desfez de Coentrão e atirou a contar para a baliza, Rui Patrício bem se esforçou, mas a bola só foi parada pelo poste. Parecia estar dado o mote para que os forasteiros se atrevessem mais no ataque, nada mais errado, foi sol de pouca dura, e a equipa portuguesa rapidamente voltou a tomar conta das operações e anulou qualquer intento dos dinamarqueses, a partir daqui, voltaram a ser os comandados de Fernando Santos a ter as rédeas do jogo.
O melhor futebol português foi coroado com o golo da vitória, após um canto e respectiva insistência, a bola, depois de aliviada pela defensiva, foi cair nos pés de Moutinho, que se encontrava à entrada da área, com categoria o jogador do Mónaco livrou-se de dois defesas e rematou sem dar hipótese a Kasper Schmeichel, que bem se esticou, estava inaugurado o marcador e, ao minuto 66, fechada a contagem. Pouco minutos após este tento, Bernardo Silva, teve nos pés o 2-0, mas depois de excelente iniciativa individual o esférico saiu ao lado, mesmo a rasar o poste da baliza dinamarquesa, a partir daqui, domínio e controlo de jogo por parte dos portugueses e quase no fim, a armada forasteira, colocou toda a carne no assador e foi à procura do empate, tarde demais, mas ainda a tempo de assustar, só que o marcador, não mais se mexeu e o apuramento de Portugal estava na mão.
Esta vitória garante o apuramento em primeiro lugar do grupo quando ainda falta jogar o último jogo na Sérvia e aí, com toda a naturalidade, os portugueses vão à procura da vitória, mas vão, também, com a cabeça aliviada e sem a habitual calculadora. O seleccionador pode, a partir deste jogo, começar a fazer testes e experimentações, pois nos próximos 8 meses, convém encontrar e afinar uma estratégia que nos permita sonhar com o caneco.
Após um arranque a tremer com derrota em Setembro de 2014, imposta pela Albânia, em Aveiro, que deixou o país futebolístico em depressão, esta selecção teve a capacidade de se reorganizar e pela mão de Fernando Santos, fazer um apuramento brilhante e em Braga, a selecção das quinas, não deixou fugir o carimbo no passaporte por um canudo.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).