Em Portugal somos pródigos em arranjar problemas, ver fantasmas onde eles não existem e até nos auto-destruirmos na ânsia de arranjarmos um tema quente que nos conforte a alma.
No futebol ainda é mais evidente, como esta é uma indústria que arrebata multidões, nada melhor que ter o povo entretido com isto e não com outras coisas, alguém quer lá saber que a ministra da justiça tenha mandado demitir dois técnicos de informática, por suposta sabotagem a um sistema que ela jurou estar a funcionar em pleno, ou que passados quase dois meses do início do ano lectivo haja um sem fim de professores por colocar e alunos sem aulas?
Nada importa mais que o futebol e a semana até tem sido fértil em acontecimentos.
No futebol ainda é mais evidente, como esta é uma indústria que arrebata multidões, nada melhor que ter o povo entretido com isto e não com outras coisas, alguém quer lá saber que a ministra da justiça tenha mandado demitir dois técnicos de informática, por suposta sabotagem a um sistema que ela jurou estar a funcionar em pleno, ou que passados quase dois meses do início do ano lectivo haja um sem fim de professores por colocar e alunos sem aulas?
Nada importa mais que o futebol e a semana até tem sido fértil em acontecimentos.
Jorge Jesus vive, por estes dia, momentos de desconfiança no Benfica, potenciados pelo empate no Mónaco, segundo a crítica, uma equipa de segunda linha e a derrota em Braga, que muitos dos treinadores de bancada lhe atribuem como sua por erros cometidos na abordagem ao jogo e no decorrer do mesmo, esquecem-se porém todos os críticos do óbvio, candeia que vai à frente, alumia duas vezes, se bem que muito vaticinam que a luz de Jesus, do Jorge, vai deixar de iluminar dentro breve. Há até quem afirme, que o treinador prepara no segredo do Seixal, uma mudança radical a meio campo, pois Samaris e Cristante tardam em se afirmarem e é preciso devolver à equipa a confiança que ela parece não ter, a ver vamos.
Já Julen Lopetegui desviou-se, até nova rotatividade sem frutos, dos holofotes da desgraça. A vitória em Arouca, por números expressivos, 0-5, desanuviou o céu do Olival, permitiu algum descanso ao treinador espanhol e melhor disposição na gala dos Dragões de Ouro, que teve em Jackson, Danilo e Rúben Neves alguns dos galardoados da noite. Até Quaresma, de quem o treinador basco gosta pouco ou quase nada, vai deixando de ser, sempre e quando o FC Porto ganhe e o treinador não tenha que deitar mão do internacional português para este lhe salvar a pele, um grande problema.
Dias coloridos vivem-se em Alvalade, agora até já é notícia o facto da defesa, que todos juram a pés juntos ser o calcanhar de Aquiles da equipa de Marco Silva, ser menos batida que a do Sporting de Leonardo Jardim. Impressionante o que as vitórias conseguem. É certo que o Sporting está, possivelmente, a practicar, na actualidade, o melhor futebol em Portugal, muito à custa de um meio campo de luxo (William, Adrien e João Mário) e dois extremos (Nani e Carrillo) que tem tido um papel fulcral no desempenho colectivo. Não há duvidas que Nani tem muita influência naquilo que esta equipa vale, arrisco até dizer que há um Sporting com Nani e outro sem ele, veremos como se vai comportar a equipa sem o jogador internacional português emprestado pelo Manchester United, quando acontecer a sua ausência.
Noutro campo o Sporting viu a UEFA achar inadmissível (loucos seriam os que achavam viável que a UEFA acedesse às pretensões leoninas e abrisse um precedente que lhe iria trazer muitos dissabores no futuro) o recurso sobre a tão infeliz (sim, vamos chamar-lhe isso) arbitragem de Gelsenkirchen, a cargo da equipa liderada pelo russo Sergei Karasev. Nem repetição do jogo, nem dinheiro. Caso encerrado.
Em Braga, a equipa de Sérgio Conceição está a crescer de jogo para o jogo. A derrota, injusta no Dragão, já tinha deixado boas indicações, a vitória sobre o Benfica dá a entender isso mesmo, este Sporting de Braga começa a respirar confiança e isso é notório na forma como a equipa reage dentro de campo. Há jogadores que estão a ganhar espaço e a potenciar toda a sua qualidade, naturais destaques para Pedro Tiba, Matheus, Danilo e André Pinto.
Da Pedreira chega também a notícia do prejuízo nas contas da SAD em mais de 2 milhões de euros, depois de nos últimos anos as mesmas terem sido positivas, 2013/2014, saldou-se a negativo, motivos apontados, a saída precoce das competições europeias e o facto de o Braga ter terminado a época em lugares fora do acesso à Europa. Ficou-se também a saber que o Mónaco pagou 1,1 milhão de euros pelo direito de preferência/observação (gostava que alguém me explicasse o direito de observação) por seis jogadores da formação: Bruno Almeida, Miguel Pinto, Luís Azevedo, Núrio, Jorge Fernandes e Gil Dias, este último, a quem muitos preveem um futuro promissor, já mora no principado desde o início da temporada. Já que se fala de contas, passes e valores, no relatório que será apresentado aos accionistas para aprovação no dia 31, consta que o SC Braga apenas detém 57% do passe de Pedro Tiba.
No Minho há mais quem sorria, Rui Vitória mais uma vez com poucos ovos faz omoletes que se farta. Num conjunto onde brilham o baixo custo e a tenra idade, o trabalho que o treinador faz ano após ano, não pode ser apenas fruto da sorte, também há competência e muita. Rui Vitória além de muita imaginação, que seguramente lhe tira muitas horas de sono, tem demonstrado um elevado conhecimento do jogo e isso potencia o Vitória SC para uma boa dinâmica, como se costuma dizer, uma equipa positiva, onde as poucas estrelas que o plantel tem, sobressaem de forma brilhante. Num clube que vive dias de orçamento baixo, destacam-se Hernâni, André André, Bernard e Jonathan Alvez, este último, é craque.
Por isso, o jogo deste fim-de-semana, que opõe duas formações em alta, tem tudo para ser um belíssimo espectáculo de futebol. O Vitória-Sporting, que já suscita muita atenção por parte de grandes clubes europeus, tem tudo para ser um grande jogo. Um ponto separa o 3º classificado (Vitória) do 4º (Sporting), não se pode desejar nada mais que 90 minutos de futebol total.
Luís Duque é o novo presidente da LPFP, quase todos os clubes votaram nele, este facto dá-lhe margem de manobra e legitimidade nas funções. Para já abdicou do salário, quer resolver os problemas que ao que se sabe, não faltam. Entre pagamentos aos árbitros, à empresa que alugava os carros para as deslocações dos homens do apito, arranjar patrocinadores para as competições profissionais e negociação dos direitos de transmissão televisiva, facilmente se percebe que o ex-dirigente leonino vai ter muita lavra pela frente em dossiers que não são nada fáceis e alguns terão quer ser geridos com pinças.
Pelo que tem vindo a lume quem não vai deixar saudades é Mário Figueiredo, o ex-presidente, ao que se apurou, andou numa azáfama por estes dias para eliminar ficheiros dos computadores e transportar para casa, documentação que ainda falta saber para o que servirá, ele que não foi visto na tomada de posse de Luís Duque, numa clara manifestação de deselegância e falta de sentido de responsabilidade de alguém que auferia 12.500€, usufruía de cartão de crédito ilimitado, carro com motorista e teve episódios rocambolescos no seu período de (des)governação. Mau de mais para ser verdade, quem não se lembra da sede da Liga fechada a sete chaves com cadeado e os presidentes reunidos numa bomba de gasolina.
Daniel Lourenço
[email protected]
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)
Já Julen Lopetegui desviou-se, até nova rotatividade sem frutos, dos holofotes da desgraça. A vitória em Arouca, por números expressivos, 0-5, desanuviou o céu do Olival, permitiu algum descanso ao treinador espanhol e melhor disposição na gala dos Dragões de Ouro, que teve em Jackson, Danilo e Rúben Neves alguns dos galardoados da noite. Até Quaresma, de quem o treinador basco gosta pouco ou quase nada, vai deixando de ser, sempre e quando o FC Porto ganhe e o treinador não tenha que deitar mão do internacional português para este lhe salvar a pele, um grande problema.
Dias coloridos vivem-se em Alvalade, agora até já é notícia o facto da defesa, que todos juram a pés juntos ser o calcanhar de Aquiles da equipa de Marco Silva, ser menos batida que a do Sporting de Leonardo Jardim. Impressionante o que as vitórias conseguem. É certo que o Sporting está, possivelmente, a practicar, na actualidade, o melhor futebol em Portugal, muito à custa de um meio campo de luxo (William, Adrien e João Mário) e dois extremos (Nani e Carrillo) que tem tido um papel fulcral no desempenho colectivo. Não há duvidas que Nani tem muita influência naquilo que esta equipa vale, arrisco até dizer que há um Sporting com Nani e outro sem ele, veremos como se vai comportar a equipa sem o jogador internacional português emprestado pelo Manchester United, quando acontecer a sua ausência.
Noutro campo o Sporting viu a UEFA achar inadmissível (loucos seriam os que achavam viável que a UEFA acedesse às pretensões leoninas e abrisse um precedente que lhe iria trazer muitos dissabores no futuro) o recurso sobre a tão infeliz (sim, vamos chamar-lhe isso) arbitragem de Gelsenkirchen, a cargo da equipa liderada pelo russo Sergei Karasev. Nem repetição do jogo, nem dinheiro. Caso encerrado.
Em Braga, a equipa de Sérgio Conceição está a crescer de jogo para o jogo. A derrota, injusta no Dragão, já tinha deixado boas indicações, a vitória sobre o Benfica dá a entender isso mesmo, este Sporting de Braga começa a respirar confiança e isso é notório na forma como a equipa reage dentro de campo. Há jogadores que estão a ganhar espaço e a potenciar toda a sua qualidade, naturais destaques para Pedro Tiba, Matheus, Danilo e André Pinto.
Da Pedreira chega também a notícia do prejuízo nas contas da SAD em mais de 2 milhões de euros, depois de nos últimos anos as mesmas terem sido positivas, 2013/2014, saldou-se a negativo, motivos apontados, a saída precoce das competições europeias e o facto de o Braga ter terminado a época em lugares fora do acesso à Europa. Ficou-se também a saber que o Mónaco pagou 1,1 milhão de euros pelo direito de preferência/observação (gostava que alguém me explicasse o direito de observação) por seis jogadores da formação: Bruno Almeida, Miguel Pinto, Luís Azevedo, Núrio, Jorge Fernandes e Gil Dias, este último, a quem muitos preveem um futuro promissor, já mora no principado desde o início da temporada. Já que se fala de contas, passes e valores, no relatório que será apresentado aos accionistas para aprovação no dia 31, consta que o SC Braga apenas detém 57% do passe de Pedro Tiba.
No Minho há mais quem sorria, Rui Vitória mais uma vez com poucos ovos faz omoletes que se farta. Num conjunto onde brilham o baixo custo e a tenra idade, o trabalho que o treinador faz ano após ano, não pode ser apenas fruto da sorte, também há competência e muita. Rui Vitória além de muita imaginação, que seguramente lhe tira muitas horas de sono, tem demonstrado um elevado conhecimento do jogo e isso potencia o Vitória SC para uma boa dinâmica, como se costuma dizer, uma equipa positiva, onde as poucas estrelas que o plantel tem, sobressaem de forma brilhante. Num clube que vive dias de orçamento baixo, destacam-se Hernâni, André André, Bernard e Jonathan Alvez, este último, é craque.
Por isso, o jogo deste fim-de-semana, que opõe duas formações em alta, tem tudo para ser um belíssimo espectáculo de futebol. O Vitória-Sporting, que já suscita muita atenção por parte de grandes clubes europeus, tem tudo para ser um grande jogo. Um ponto separa o 3º classificado (Vitória) do 4º (Sporting), não se pode desejar nada mais que 90 minutos de futebol total.
Luís Duque é o novo presidente da LPFP, quase todos os clubes votaram nele, este facto dá-lhe margem de manobra e legitimidade nas funções. Para já abdicou do salário, quer resolver os problemas que ao que se sabe, não faltam. Entre pagamentos aos árbitros, à empresa que alugava os carros para as deslocações dos homens do apito, arranjar patrocinadores para as competições profissionais e negociação dos direitos de transmissão televisiva, facilmente se percebe que o ex-dirigente leonino vai ter muita lavra pela frente em dossiers que não são nada fáceis e alguns terão quer ser geridos com pinças.
Pelo que tem vindo a lume quem não vai deixar saudades é Mário Figueiredo, o ex-presidente, ao que se apurou, andou numa azáfama por estes dias para eliminar ficheiros dos computadores e transportar para casa, documentação que ainda falta saber para o que servirá, ele que não foi visto na tomada de posse de Luís Duque, numa clara manifestação de deselegância e falta de sentido de responsabilidade de alguém que auferia 12.500€, usufruía de cartão de crédito ilimitado, carro com motorista e teve episódios rocambolescos no seu período de (des)governação. Mau de mais para ser verdade, quem não se lembra da sede da Liga fechada a sete chaves com cadeado e os presidentes reunidos numa bomba de gasolina.
Daniel Lourenço
[email protected]
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)