O SC Braga voltou a vencer para a Liga Portuguesa e por números convincentes. Desta vez, a vítima foi a frágil equipa do Penafiel, promovida esta época ao escalão maior do futebol, mas a ocupar o último lugar da tabela classificativa. Os números atestam o bom momento dos bracarenses, pois, nas últimas três partidas oficiais disputadas somaram outras tantas vitórias, conseguindo marcar nove golos e não sofrer nenhum. Aliás, a inviolabilidade das redes bracarenses já dura há quase 400 minutos.
Perante um Penafiel que não criou praticamente dificuldades, o jogo desenrolou-se sempre no sentido da baliza visitante, com os bracarenses a somarem um triunfo por 4-0. Mesmo sem impor grande velocidade, os Guerreiros do Minho assumiram desde logo o controlo da partida e a goleada só não foi ampliada porque o artilheiro-mor dos últimos jogos, Zé Luís, esteve numa tarde menos inspirada. Recorde-se que no jogo da primeira volta o Braga havia conseguido outra goleada, por seis bolas a uma.
Quem esteve novamente inspirado foi Rúben Micael, rubricando mais uma exibição de gala. Em vésperas do jogo, o próprio havia considerado estar a viver a sua melhor época com a camisola do Braga vestida. Solto, dinâmico e criativo, o madeirense foi decisivo na obtenção dos quatro golos. Após inaugurar o placar com um golpe de cabeça perfeito, iniciou com toques de classe as jogadas que resultaram no 2-0 e o 3-0, apontados por Pardo, outro dos homens da tarde. O colombiano regressou aos tentos a contar para a Liga Portuguesa, depois de um jejum de quase quatro meses.
Mas o Zidane de Câmara de Lobos voltaria a fazer o gosto ao pé, através de um remate forte e colocado que fixou o resultado final em 4-0.
Este jogo permitiu, ainda, a Sérgio Conceição poupar jogadores em risco de exclusão por acumulação de amarelos. Nestas circunstâncias encontravam-se Baiano, Santos e Djavan. O lateral-direito nem sequer foi chamado a jogo, entrando para o seu lugar Marcelo Goiano. Quanto a Santos e Djavan, foram substituídos durante a partida, obrigando o técnico a improvisar um quarteto defensivo, passando Salvador Agra para lateral-direito, Goiano para lateral-esquerdo e Mauro para central. Este jogo permitiu tudo isso e muito mais
DERBI DE SEXTA PODERÁ ARRUMAR EM DEFINITIVO O 4.º LUGAR
A vigésima nona ronda da Liga Portuguesa abre com o sempre apetecido duelo entre os principais emblemas do Minho. Para além dos aliciantes típicos destes confrontos, há a juntar a disputa pelo 4.º lugar da tabela classificativa. Se é verdade que os de Guimarães já dispuseram de uma vantagem de 5 pontos para os de Braga a meio da primeira volta do campeonato, a partir da 20.ª jornada os bracarenses não só ultrapassaram os vimaranenses, como têm vindo a alargar paulatinamente a distância, que nesta altura se cifra em 10 pontos.
Portanto, a pressão deste jogo está toda do lado vitoriano, a quem só o triunfo interessa para manter vivo o sonho de acabar a prova nos quatro primeiros e ultrapassar o velho rival. No entanto, os problemas de Rui Vitória não param de aumentar, sobretudo no eixo da defesa, o que vai obrigar o técnico vimaranense a recorrer novamente à equipa B. Além disso, o avançado Alex é igualmente baixa até final da época. A estas contrariedades, há ainda a juntar as transferências de jogadores nucleares na reabertura de mercado, como Hernâni ou Traouré, cujas saídas não foram colmatadas com os reforços de inverno. Aliás um desses reforços é Sami, chegado proveniente de Braga, mas tal como acontecera na Cidade dos Arcebispos, também não caiu nas graças das gentes de Guimarães.
Quanto ao SC Braga, a não ser que haja algum problema físico resultante da semana de trabalho, apresentar-se-á no D. Afonso Henriques na máxima força. Os arsenalistas sabem que bastará não perder o jogo para tecnicamente garantirem o primeiro objectivo da época: classificar-se entre os quatro primeiros. Se assim for e porque o 3.º lugar já é uma miragem, poderão depois apontar todas as baterias para a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal.
Ricardo Jorge
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