Sporting marca Paços no campeonato.
Leão cede os primeiros pontos no campeonato, num “deja vu” bem conhecido, ao empatar, 1-1, novamente em casa diante do Paços de Ferreira, que já na época passada havia logrado o mesmo resultado. André Carrillo deu vantagem à formação verde e branca na primeira parte, Pelé, aos 80 minutos, na conversão de uma grande penalidade, cometida por João Pereira sobre Cícero, que resultou na expulsão do lateral leonino, fez o golo do empate.
Não foi por falta de aviso que o Sporting empatou na segunda jornada do campeonato, pois, após a já confrangedora prestação em Aveiro, diante do Tondela, nesta ronda, os homens de Jorge Jesus fizeram novamente um jogo fraco de ideias, sem dinâmica, a viver da inspiração de André Carrillo e da velocidade, na segunda parte, de Gelson Martins. Para o terceiro candidato ao título, pouco, manifestamente muito pouco.
Depois de ter vencido no Algarve, o Benfica para a Supertaça e após boa vitória com os russos do CSKA Moscovo, na passada quarta-feira, na primeira mão do playoff de acesso à fase de grupos da Champions, jogos de cariz diferente aos do campeonato, com outro mediatismo, não admira, nada, a prestação leonina nessas partidas, o busílis leonino está nos jogos do campeonato. Neste jogo, no qual era imperioso ganhar, uma equipa que ambiciona ao título de campeã, tem que fazer da sua casa um forte e por aquilo que esta partida representava, animicamente, em vésperas da decisão europeia, o Sporting surgiu em campo, desligado, desafinado e sem dinâmica que lhe permitisse vencer o jogo sem dificuldades e injectar força moral positiva.
Com duas alterações no onze inicial, o conjunto de Alvalade surgiu com o figurino habitual, com Montero, que desaproveitou a oportunidade dada, no lugar de Gutierrez e Aquilani, no lugar de Adrien, só que as mexidas não surtiram o efeito desejado e nunca estes jogadores conseguiram dar à equipa coisas novas. Já a formação do Paços de Ferreira, que vinha com a lição bem estudada, pois nunca quis mais do que aquilo que conseguiu levar, sabia que a ideia era não sofrer, para isso ir enervando a equipa e a plateia leonina, mas mesmo com o golo sofrido, no final da primeira parte, a formação pacense nunca se perdeu e na segunda parte os castores de Jorge Simão, foram tentando, percebendo sempre a superioridade leonina, criar perigo junto da baliza de Rui Patrício. A segunda parte leonina teve mais jogo leonino, muito por força da entrada de Gelson Martins para o lugar de Montero, que dinamizou a ala e permitiu que André Carrillo jogasse mais ao meio no apoio a Slimani, mas como o Sporting não conseguiu fazer o golo e matar o jogo, o Paços começou cada vez mais acreditar na possibilidade de ser feliz e eis quando surge o caso do jogo, numa saída rápida de ataque pela direita, Roniel cruzou para o centro da área, aí, Cícero, antecipou-se a João Pereira, o lateral teve outro jogo para esquecer e começa a ser preocupante, os dois jogadores envolveram-se e Manuel Oliveira, árbitro do jogo, não teve dúvidas e assinalou grande penalidade, dando de seguida cartão vermelho ao lateral. Ficando a dúvida no lance, mais se estranha que o mesmo tenha sido assinalado pois minutos antes, Slimani, também tinha sido travado na área, num lance quase idêntico e o árbitro mandou seguir. Critérios.
Na conversão Pelé não tremeu, enganou Rui Patrício e fez o empate. Faltavam 10 minutos e mesmo com um homem a menos, o Sporting conseguiu, neste tempo, criar duas boas oportunidades para fazer o golo da vitória, mas o destino estava traçado e o empate no marcador não seria alterado.
Este empate tem dois significados imediatos: a) como é óbvio, a perda dos dois pontos nesta temporada, que podem ser importantes na luta pela conquista do título; b) psicologicamente, em vésperas de deslocação, difícil, à Rússia, para o segundo jogo do playoff de apuramento para a Liga dos Campeões, este empate pode afectar, conforme salientou Jorge Jesus, a equipa leonina, já se verá como vão reagir os jogadores.
FC Porto não encontra o caminho Marítimo para a vitória nos Barreiros.
Azuis e brancos empataram, 1-1, na deslocação até ao Funchal, Marítimo começa a ser pedra no sapato, pois desde a época 2011/2012 que os dragões não vencem na casa dos madeirenses. Edgar Costa, ao minuto 5, bateu Iker Casillas, respondeu Herrera, ao minuto 34 e desde aí, o marcador não voltou a mexer.
Na semana passada, já tínhamos referido que o FC Porto tinha esta jornada, uma deslocação difícil, começa a ser complicado descrever as idas dos dragões ao terreno do Marítimo, os portistas começam a ter o estigma de não ganhar na Madeira e isso, afecta claramente a equipa. Até Iker Casillas, que ainda agora cá chegou, antes do jogo, na sua página no facebook escrevia: “Jogo difícil na Madeira. Força equipa!” e não se enganou, não estaria era a contar com tantas dificuldades.
Sabendo-se que as deslocações à Madeira nunca são fáceis, mais complicadas se tornam quando se começa o jogo a perder, foi isso que aconteceu à equipa de Julen Lopetegui, que optou por colocar Brahimi no lugar de Tello, sendo esta a única alteração no onze em relação ao iniciou o campeonato diante do Vitória de Guimarães. Aos cinco minutos, Edgar Costa, bem servidor por Moussa Marega, que grande jogo fez o avançado do Mali, juntamente com Ghazaryan, um jogador arménio que demonstrou grandes predicados durante o jogo, bateu, pela primeira vez esta temporada o guarda-redes portista, os corações dos adeptos azuis e brancos gelaram, novo ano, a mesma música.
Naturalmente que este golo dos verde-rubros colocou maior pressão aos portistas, que teriam a partir desse instante de andar a reboque no marcador. Como não poderia deixar de ser, os homens da cidade Invicta foram à procura do tento do empate para depois tentar vencer, mas ontem, o FC Porto voltou a demonstrar um vazio de ideias preocupante a atacar, além das facilidades concedidas no golo sofrido. Na frente de ataque a formação portista parecia e mostrava-se impotente para dar a volta ao texto, sem jogo de equipa nem rasgos individuais, Julen Lopetegui desesperava no banco, não havia forma da equipa assentar o jogo e fazer uma circulação de bola capaz de desmontar a teia da equipa de Ivo Vieira, por seu turno, os madeirenses, com uma boa organização defensiva e com o bloco compacto, ia dando conta do recado e só ao minuto 34, quando Herrera empatou o jogo, a formação da casa foi surpreendida, pois nesse lance, Aboubakar fugiu da área e deu espaço para que Brahimi trabalhasse bem a bola e servisse para a zona de penálti e aí, depois de alguma confusão, o mexicano bateu Salin e aos 34 minutos, longe de se pensar, o marcador estava fechado.
Após o intervalo, o marasmo portista manteve-se, nem as entradas de Tello e André André fizeram o ataque portista melhorar. O FC Porto era uma formação desgarrada e fácil de segurar para os maritimistas, que tentavam, sempre que possível, o contra-ataque para manterem os azuis e brancos em sentido e tentarem a sua sorte. Sentindo que o jogo poderia ficar disponível para ser feliz, Ivo Vieira arriscou e tentou a vitória, já Lopetegui, colocou em campo Osvaldo e os últimos minutos do jogo tiveram mais bola junto das balizas. Antes de ceder o seu lugar ao argentino, Aboubakar dispôs de uma excelente oportunidade para marcar, mas o remate foi defendido por Salin que enviou para canto, mas tarde, Marega tentou a sua sorte de longe e quase surpreendia Casillas e quando Hugo Miguel, arbitro do jogo, já estava a levar o apito à boca para assinalar o fim do jogo, Brahimi descobriu, vindo de trás, Máxi Pereira, a bola foi colocada pelo argelino com mel na cabeça do uruguaio e este desferiu um golpe que levou a bola ao poste da baliza que a devolveu, caprichosamente, para a linha de baliza e daí para as mãos de Salin. Estava o jogo no fim e o empate no marcador.
Este empate supõe que o Porto não aproveita a escorregadela do Sporting e fica à mercê daquilo que o Benfica vai fazer, é certo que o campeonato ainda está no início, mas é grão a grão que a galinha enche o papo; também supõe o que o Porto não ganha ao Marítimo, nos Barreiros, há cinco jogos consecutivos, preocupante de facto, mas o que mais deve inquietar as hostes portistas são: a falta de ideias e lucidez ofensivas dos dragões e as facilidades concedidas no golo sofrido. A rever. Com urgência.
Benfica pela ria abaixo e o Arouca por ela a cima.
A derrota do Benfica, em Aveiro, diante do Arouca, 1-0, deixa a equipa de Lito Vidigal, surpreendentemente, isolada no comando da Liga NOS e coloca o Benfica, atrás de Porto e Sporting na tabela classificativa. O golo madrugador de Roberto, 3 minutos, foi o quanto baste para os arouquenses chegarem à frente e levarem de vencida a formação encarnada.
O actual bi-campeão entrou no jogo, practicamente a perder, pois aos 3 minutos, Roberto, furou, na cara de Júlio César, a rede encarnada e colocou logo nesse instante em alarme as hostes e havia outra certeza, o Benfica tinha pela frente uma complicada tarefa, como se veio a comprovar. Com Samaris em campo ao lado de Pizzi, na única alteração em relação ao último jogo, Rui Vitória queria ter maior precisão na condução da bola e maior qualidade no primeiro passe, só que este golo madrugador, que não vinha no guião, obrigou a que a formação da Luz investisse sem trégua no opositor e a reacção ao golo sofrido foi bem conseguida, com a equipa do Arouca a ser arremetida para o seu meio-campo e a brilhar, em grande estilo, o seu guarda-redes e bem conhecido, Rafael Bracalli, que durante os primeiros 45 minutos, fez um punhado de boas defesas. Atente-se também ao facto do Arouca não ter renunciado ao ataque e Júlio César teve que brilhar para evitar o segundo golo da formação da casa, só que o Benfica estava por cima e investia tudo na procura do golo do empate, que não surgiu até ao intervalo, nem viria a surgir na segunda parte.
Nesse segundo tempo, fica-se com a ideia que a formação benfiquista perdeu alguma clarividência e nem a entrada de Vitcor Andrade, ao intervalo, rendeu Ola John, trouxe a necessária vitamina à equipa, mesmo que o brasileiro se tenha cotado como um dos melhores em campo, e como o tempo ia passando, os jogadores dentro das quatro linhas começaram acusar o nervosismo que o resultado espalhava. Fruto disso mesmo procuravam soluções rápidas de colocar a bola na área através de cruzamentos vindos da direita e da esquerda, mas aí, a defesa do Arouca esteve soberba e Bracalli seguro. Com o tempo a passar, a equipa do Arouca foi ficando cada vez mais pressionada, mas quando saía para o ataque fazia-o com critério e por uma ou outra vez ainda assustou a baliza encarnada. Sem que o golo do empate surgisse, Rui Vitória começou arriscar, estreou Carcela em jogos oficiais, colocando-o no lugar de Eliseu, sem efeitos práticos, pois o marroquino não trouxe a profundidade ao flanco que o treinador pedia, e Gaitán, no meio, não rendeu o que era suposto, aos 78 minutos, a carne foi toda para o assador, Raúl Jimenez, que também se esteava, foi a jogo para o lugar de Samaris, risco total, pois dava igual perder por um como perder por dois. O cerco continuava mas faltava frieza e lucidez e sempre, ou quase sempre, o ataque do Benfica esbarrou na boa organização do Arouca, no último suspiro, Jonas, até aí um pouco alheado do jogo, cabeceou uma bola bombeada para a área, no estádio fez-se silêncio, mas o esférico beijo o poste e saiu pela linha de fundo, enorme bruá nas bancadas mas o resultado não se viria a alterar.
Nota final para Nuno Almeida, árbitro da partida, há duas decisões que suscitam dúvidas, a primeira, aos 17 minutos protagonizada por Hugo Bastos que parece derrubar na área Mitroglou, ficou um penalti por assinalar, a outra, já no fim do jogo, Jonas introduziu a bola na baliza de Bracalli, mas o árbitro, havia assinalado uma falta de Lisandro López na disputa da bola que depois sobrou para o brasileiro, fica a dúvida e fica novamente a arbitragem em cheque. A procissão ainda vai no adro, mas os casos sucedem-se uns atrás dos outros.
Nota final
Com os empates de Sporting e Porto, o Benfica teve na sua mão a possibilidade soberana de se isolar da concorrência, assim, desta forma e com a derrota dos encarnados, leões e dragões em vez de perderem dois pontos para as águias, ganharam 1, numa jornada verdadeiramente atípica. Nota também para este Arouca, que à segunda jornada consegue o inédito feito de vencer o Benfica e assumir, pelo menos até à próxima jornada, a liderança isolada da tabela classificativa.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
Leão cede os primeiros pontos no campeonato, num “deja vu” bem conhecido, ao empatar, 1-1, novamente em casa diante do Paços de Ferreira, que já na época passada havia logrado o mesmo resultado. André Carrillo deu vantagem à formação verde e branca na primeira parte, Pelé, aos 80 minutos, na conversão de uma grande penalidade, cometida por João Pereira sobre Cícero, que resultou na expulsão do lateral leonino, fez o golo do empate.
Não foi por falta de aviso que o Sporting empatou na segunda jornada do campeonato, pois, após a já confrangedora prestação em Aveiro, diante do Tondela, nesta ronda, os homens de Jorge Jesus fizeram novamente um jogo fraco de ideias, sem dinâmica, a viver da inspiração de André Carrillo e da velocidade, na segunda parte, de Gelson Martins. Para o terceiro candidato ao título, pouco, manifestamente muito pouco.
Depois de ter vencido no Algarve, o Benfica para a Supertaça e após boa vitória com os russos do CSKA Moscovo, na passada quarta-feira, na primeira mão do playoff de acesso à fase de grupos da Champions, jogos de cariz diferente aos do campeonato, com outro mediatismo, não admira, nada, a prestação leonina nessas partidas, o busílis leonino está nos jogos do campeonato. Neste jogo, no qual era imperioso ganhar, uma equipa que ambiciona ao título de campeã, tem que fazer da sua casa um forte e por aquilo que esta partida representava, animicamente, em vésperas da decisão europeia, o Sporting surgiu em campo, desligado, desafinado e sem dinâmica que lhe permitisse vencer o jogo sem dificuldades e injectar força moral positiva.
Com duas alterações no onze inicial, o conjunto de Alvalade surgiu com o figurino habitual, com Montero, que desaproveitou a oportunidade dada, no lugar de Gutierrez e Aquilani, no lugar de Adrien, só que as mexidas não surtiram o efeito desejado e nunca estes jogadores conseguiram dar à equipa coisas novas. Já a formação do Paços de Ferreira, que vinha com a lição bem estudada, pois nunca quis mais do que aquilo que conseguiu levar, sabia que a ideia era não sofrer, para isso ir enervando a equipa e a plateia leonina, mas mesmo com o golo sofrido, no final da primeira parte, a formação pacense nunca se perdeu e na segunda parte os castores de Jorge Simão, foram tentando, percebendo sempre a superioridade leonina, criar perigo junto da baliza de Rui Patrício. A segunda parte leonina teve mais jogo leonino, muito por força da entrada de Gelson Martins para o lugar de Montero, que dinamizou a ala e permitiu que André Carrillo jogasse mais ao meio no apoio a Slimani, mas como o Sporting não conseguiu fazer o golo e matar o jogo, o Paços começou cada vez mais acreditar na possibilidade de ser feliz e eis quando surge o caso do jogo, numa saída rápida de ataque pela direita, Roniel cruzou para o centro da área, aí, Cícero, antecipou-se a João Pereira, o lateral teve outro jogo para esquecer e começa a ser preocupante, os dois jogadores envolveram-se e Manuel Oliveira, árbitro do jogo, não teve dúvidas e assinalou grande penalidade, dando de seguida cartão vermelho ao lateral. Ficando a dúvida no lance, mais se estranha que o mesmo tenha sido assinalado pois minutos antes, Slimani, também tinha sido travado na área, num lance quase idêntico e o árbitro mandou seguir. Critérios.
Na conversão Pelé não tremeu, enganou Rui Patrício e fez o empate. Faltavam 10 minutos e mesmo com um homem a menos, o Sporting conseguiu, neste tempo, criar duas boas oportunidades para fazer o golo da vitória, mas o destino estava traçado e o empate no marcador não seria alterado.
Este empate tem dois significados imediatos: a) como é óbvio, a perda dos dois pontos nesta temporada, que podem ser importantes na luta pela conquista do título; b) psicologicamente, em vésperas de deslocação, difícil, à Rússia, para o segundo jogo do playoff de apuramento para a Liga dos Campeões, este empate pode afectar, conforme salientou Jorge Jesus, a equipa leonina, já se verá como vão reagir os jogadores.
FC Porto não encontra o caminho Marítimo para a vitória nos Barreiros.
Azuis e brancos empataram, 1-1, na deslocação até ao Funchal, Marítimo começa a ser pedra no sapato, pois desde a época 2011/2012 que os dragões não vencem na casa dos madeirenses. Edgar Costa, ao minuto 5, bateu Iker Casillas, respondeu Herrera, ao minuto 34 e desde aí, o marcador não voltou a mexer.
Na semana passada, já tínhamos referido que o FC Porto tinha esta jornada, uma deslocação difícil, começa a ser complicado descrever as idas dos dragões ao terreno do Marítimo, os portistas começam a ter o estigma de não ganhar na Madeira e isso, afecta claramente a equipa. Até Iker Casillas, que ainda agora cá chegou, antes do jogo, na sua página no facebook escrevia: “Jogo difícil na Madeira. Força equipa!” e não se enganou, não estaria era a contar com tantas dificuldades.
Sabendo-se que as deslocações à Madeira nunca são fáceis, mais complicadas se tornam quando se começa o jogo a perder, foi isso que aconteceu à equipa de Julen Lopetegui, que optou por colocar Brahimi no lugar de Tello, sendo esta a única alteração no onze em relação ao iniciou o campeonato diante do Vitória de Guimarães. Aos cinco minutos, Edgar Costa, bem servidor por Moussa Marega, que grande jogo fez o avançado do Mali, juntamente com Ghazaryan, um jogador arménio que demonstrou grandes predicados durante o jogo, bateu, pela primeira vez esta temporada o guarda-redes portista, os corações dos adeptos azuis e brancos gelaram, novo ano, a mesma música.
Naturalmente que este golo dos verde-rubros colocou maior pressão aos portistas, que teriam a partir desse instante de andar a reboque no marcador. Como não poderia deixar de ser, os homens da cidade Invicta foram à procura do tento do empate para depois tentar vencer, mas ontem, o FC Porto voltou a demonstrar um vazio de ideias preocupante a atacar, além das facilidades concedidas no golo sofrido. Na frente de ataque a formação portista parecia e mostrava-se impotente para dar a volta ao texto, sem jogo de equipa nem rasgos individuais, Julen Lopetegui desesperava no banco, não havia forma da equipa assentar o jogo e fazer uma circulação de bola capaz de desmontar a teia da equipa de Ivo Vieira, por seu turno, os madeirenses, com uma boa organização defensiva e com o bloco compacto, ia dando conta do recado e só ao minuto 34, quando Herrera empatou o jogo, a formação da casa foi surpreendida, pois nesse lance, Aboubakar fugiu da área e deu espaço para que Brahimi trabalhasse bem a bola e servisse para a zona de penálti e aí, depois de alguma confusão, o mexicano bateu Salin e aos 34 minutos, longe de se pensar, o marcador estava fechado.
Após o intervalo, o marasmo portista manteve-se, nem as entradas de Tello e André André fizeram o ataque portista melhorar. O FC Porto era uma formação desgarrada e fácil de segurar para os maritimistas, que tentavam, sempre que possível, o contra-ataque para manterem os azuis e brancos em sentido e tentarem a sua sorte. Sentindo que o jogo poderia ficar disponível para ser feliz, Ivo Vieira arriscou e tentou a vitória, já Lopetegui, colocou em campo Osvaldo e os últimos minutos do jogo tiveram mais bola junto das balizas. Antes de ceder o seu lugar ao argentino, Aboubakar dispôs de uma excelente oportunidade para marcar, mas o remate foi defendido por Salin que enviou para canto, mas tarde, Marega tentou a sua sorte de longe e quase surpreendia Casillas e quando Hugo Miguel, arbitro do jogo, já estava a levar o apito à boca para assinalar o fim do jogo, Brahimi descobriu, vindo de trás, Máxi Pereira, a bola foi colocada pelo argelino com mel na cabeça do uruguaio e este desferiu um golpe que levou a bola ao poste da baliza que a devolveu, caprichosamente, para a linha de baliza e daí para as mãos de Salin. Estava o jogo no fim e o empate no marcador.
Este empate supõe que o Porto não aproveita a escorregadela do Sporting e fica à mercê daquilo que o Benfica vai fazer, é certo que o campeonato ainda está no início, mas é grão a grão que a galinha enche o papo; também supõe o que o Porto não ganha ao Marítimo, nos Barreiros, há cinco jogos consecutivos, preocupante de facto, mas o que mais deve inquietar as hostes portistas são: a falta de ideias e lucidez ofensivas dos dragões e as facilidades concedidas no golo sofrido. A rever. Com urgência.
Benfica pela ria abaixo e o Arouca por ela a cima.
A derrota do Benfica, em Aveiro, diante do Arouca, 1-0, deixa a equipa de Lito Vidigal, surpreendentemente, isolada no comando da Liga NOS e coloca o Benfica, atrás de Porto e Sporting na tabela classificativa. O golo madrugador de Roberto, 3 minutos, foi o quanto baste para os arouquenses chegarem à frente e levarem de vencida a formação encarnada.
O actual bi-campeão entrou no jogo, practicamente a perder, pois aos 3 minutos, Roberto, furou, na cara de Júlio César, a rede encarnada e colocou logo nesse instante em alarme as hostes e havia outra certeza, o Benfica tinha pela frente uma complicada tarefa, como se veio a comprovar. Com Samaris em campo ao lado de Pizzi, na única alteração em relação ao último jogo, Rui Vitória queria ter maior precisão na condução da bola e maior qualidade no primeiro passe, só que este golo madrugador, que não vinha no guião, obrigou a que a formação da Luz investisse sem trégua no opositor e a reacção ao golo sofrido foi bem conseguida, com a equipa do Arouca a ser arremetida para o seu meio-campo e a brilhar, em grande estilo, o seu guarda-redes e bem conhecido, Rafael Bracalli, que durante os primeiros 45 minutos, fez um punhado de boas defesas. Atente-se também ao facto do Arouca não ter renunciado ao ataque e Júlio César teve que brilhar para evitar o segundo golo da formação da casa, só que o Benfica estava por cima e investia tudo na procura do golo do empate, que não surgiu até ao intervalo, nem viria a surgir na segunda parte.
Nesse segundo tempo, fica-se com a ideia que a formação benfiquista perdeu alguma clarividência e nem a entrada de Vitcor Andrade, ao intervalo, rendeu Ola John, trouxe a necessária vitamina à equipa, mesmo que o brasileiro se tenha cotado como um dos melhores em campo, e como o tempo ia passando, os jogadores dentro das quatro linhas começaram acusar o nervosismo que o resultado espalhava. Fruto disso mesmo procuravam soluções rápidas de colocar a bola na área através de cruzamentos vindos da direita e da esquerda, mas aí, a defesa do Arouca esteve soberba e Bracalli seguro. Com o tempo a passar, a equipa do Arouca foi ficando cada vez mais pressionada, mas quando saía para o ataque fazia-o com critério e por uma ou outra vez ainda assustou a baliza encarnada. Sem que o golo do empate surgisse, Rui Vitória começou arriscar, estreou Carcela em jogos oficiais, colocando-o no lugar de Eliseu, sem efeitos práticos, pois o marroquino não trouxe a profundidade ao flanco que o treinador pedia, e Gaitán, no meio, não rendeu o que era suposto, aos 78 minutos, a carne foi toda para o assador, Raúl Jimenez, que também se esteava, foi a jogo para o lugar de Samaris, risco total, pois dava igual perder por um como perder por dois. O cerco continuava mas faltava frieza e lucidez e sempre, ou quase sempre, o ataque do Benfica esbarrou na boa organização do Arouca, no último suspiro, Jonas, até aí um pouco alheado do jogo, cabeceou uma bola bombeada para a área, no estádio fez-se silêncio, mas o esférico beijo o poste e saiu pela linha de fundo, enorme bruá nas bancadas mas o resultado não se viria a alterar.
Nota final para Nuno Almeida, árbitro da partida, há duas decisões que suscitam dúvidas, a primeira, aos 17 minutos protagonizada por Hugo Bastos que parece derrubar na área Mitroglou, ficou um penalti por assinalar, a outra, já no fim do jogo, Jonas introduziu a bola na baliza de Bracalli, mas o árbitro, havia assinalado uma falta de Lisandro López na disputa da bola que depois sobrou para o brasileiro, fica a dúvida e fica novamente a arbitragem em cheque. A procissão ainda vai no adro, mas os casos sucedem-se uns atrás dos outros.
Nota final
Com os empates de Sporting e Porto, o Benfica teve na sua mão a possibilidade soberana de se isolar da concorrência, assim, desta forma e com a derrota dos encarnados, leões e dragões em vez de perderem dois pontos para as águias, ganharam 1, numa jornada verdadeiramente atípica. Nota também para este Arouca, que à segunda jornada consegue o inédito feito de vencer o Benfica e assumir, pelo menos até à próxima jornada, a liderança isolada da tabela classificativa.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).