Benfica e Sporting continuam, taco-a-taco, na luta pela liderança da liga que para já, está nas mãos dos encarnados.
No fim de tarde e inicio da noite de ontem, realizaram-se duas das mais importantes partidas desta jornada. Em Coimbra, o Benfica teve de suar e apelar à sua alma para vencer, 1-2, os estudantes, que chegaram a ter vantagem no marcador, por seu turno em Alvalade, o Sporting, levou de vencida um atribulado Marítimo, 3-1, e desta forma não desarma na perseguição ao actual líder.
Comecemos pelo Benfica, após boa prestação europeia, que se saldou com uma derrota, pela margem mínima em Munique, o Benfica encarava este jogo com a necessidade de vencer, para não se colocar à mercê do Sporting, sem poder contudo descurar o jogo da próxima quarta-feira, nem facilitar neste, porque esta partida em terra estudantil, era de vital importância. Sabedor disso mesmo, Rui Vitória, não facilitou e em relação ao jogo da passada terça-feira, apenas Samaris rendeu Fejsa na equipa inicial, quanto ao resto, tudo igual. Já Gouveia, técnico dos da casa, teve de mexer no figurino pois não podia contar com os castigados, Gonçalo Paciência e Leandro Silva e montou uma equipa preparada para sofrer mas à procura de pontuar.
Com as bancadas do estádio pintadas de encarnado, o Benfica da primeira parte esteve quase irreconhecível, sem velocidade nem ideias, a turma da Luz, viu-se a perder no marcador quando um alívio de Eliseu, que mais uma vez fez um jogo sofrível (ele que se perfila como principal candidato à lateral esquerda da selecção no Euro), fez a bola cair redondinha nos pés de Pedro Nuno, que em tempos idos passou pela formação encarnada, mas isso não lhe tolheu as ideias e com grande classe e muita calma à mistura, colocou a redondinha no fundo da baliza, sem possibilidades de defesa para Ederson. A surpresa tomou conta de todos os que estavam no estádio e a ver pela TV, mas a equipa benfiquista, começou a ouvir o furor das bancadas e partiu, com mais coração do que razão, à procura do empate. Demorou a começar a carburar a equipa orientada por Rui Vitória e começou a destacar-se algum nervosismo e ansiedade nas hostes das águias, que em nada contribuíam para a obtenção do golo, mas as oportunidades foram surgindo e o cerco à área estudantil, onde Pedro Trigueira, ia fazendo de tudo para parar os remates dos avançados do actual campeão nacional, foi, a partir da meia hora, uma realidade e foi neste melhor momento encarnado que Pizzi, na direita, cruzou para a área e o grego Mitroglou, com o seu habitual faro de golo, cabeceou a preceito para igualar a contenda, corria o minuto 35. Daqui até ao intervalo, a equipa da casa viveu num sufoco mas aguentou, como pôde, o empate.
No reatar do jogo, os homens do emblema da águia, continuaram mais acutilantes, já os estudantes, começaram a jogar com as armas que tinham, ou seja, o anti-jogo, na esperança que o tempo passasse e o nervosismo se apoderasse, ainda mais, da formação encarnada. O tempo correu e Pedro Trigueira começou a tornar-se um obstáculo quase intransponível, Rui Vitória mexeu na equipa para lhe dar mais poder de ataque, lançou Carcela, Talisca e Raul Jimenez e foi este último, a cinco minutos do fim que fuzilou, após uma insistência na sequência de um pontapé de canto, a baliza dos conimbricenses. Estava feito o 1-2 e soltava-se a loucura nas bancadas.
O Benfica venceu porque teve alma, garra, coração e também, a estrela dos campeões e segue líder na competição e vai para o jogo de volta da Liga dos Campeões, da próxima quarta-feira, com a moral em alta.
Em Alvalade, sabedor do resultado do Benfica, o Sporting não tinha outro remédio que não fosse vencer a equipa do Marítimo para continuar a pressionar o líder e a acalentar o sonho de ser campeão. Por muito que Jorge Jesus diga que o resultado do Benfica era indiferente, todos nós sabemos que isso é conversa fiada, tão habitual do técnico verde-e-branco, se o Benfica não tem ganho, a história era bem diferente.
Com este desiderato na mente, os leões, com Aquilani no lugar de Adrien, que cumpria castigo por ter atingido o quinto amarelo, e que diferente que é este Sporting sem o capitão em campo, começou o jogo a tentar impor velocidade e ritmo elevado à partida, mas com a notória baixa de forma de Bryan Ruiz, que durante muitas jornadas, carregou a equipa às costas e sem a velocidade e intensidade do capitão, este, como referido, ausência por castigo, no meio campo, os leões não conseguiam a acutilância habitual dos últimos jogos e as oportunidades escasseavam, foi até, no melhor período da equipa insular, já perto do intervalo, que Téo Gutierrez, parece que acordou definitivamente do marasmo onde vivia, puxou um remate de fora de área que teve a felicidade de bater em João Diogo e com isso trair Salin, estava, desta forma estranha e numa altura de algum desnorte leonino, aberto o activo e os leões saíam para o intervalo, com a cabeça bem mais aliviada e a pressão mais desanuviada.
No regresso das cabines, o Sporting percebeu que tinha de marcar novamente para, dessa forma, aniquilar as chances de sucesso da equipa de Nelo Vingada e foi isso que aconteceu quando William, após uma recuperação à entrada da área maritimista, se desenvencilhou de um contrário e com o pé esquerdo, fuzilou a baliza adversária, estava feito, aos 53 minutos, o 2-0 e em Alvalade, suou a sineta da tranquilidade. Até ao fim do jogo, o Sporting tentou, numa toada de maior gestão do jogo, dar mais volume ao marcador e o Marítimo, que fez um jogo interessante após uma semana nada normal, que levou à suspensão de dois atletas, Rúben Ferreira e Lynneeker, tentou obter o golo de honra que lhe permitisse ainda entrar na disputa dos pontos, mas surgiu o 3-0, obra de Slimani e só a 9 minutos do fim, Ghazaryan, marcou para os homens da ilha, mas pouco mais havia a fazer.
Com esta vitória, justa e bem conseguida, o Sporting mantém o segundo lugar da tabela, a apenas dois pontos do líder e contínua a ter de vencer os jogos todos e a esperar que o Benfica, que tem um calendário, pela lógica, mas facilitado, coloque em algum deles, o pé em ramo verde e, no mínimo, possa escorregar. Mas para já, temos campeonato!
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
No fim de tarde e inicio da noite de ontem, realizaram-se duas das mais importantes partidas desta jornada. Em Coimbra, o Benfica teve de suar e apelar à sua alma para vencer, 1-2, os estudantes, que chegaram a ter vantagem no marcador, por seu turno em Alvalade, o Sporting, levou de vencida um atribulado Marítimo, 3-1, e desta forma não desarma na perseguição ao actual líder.
Comecemos pelo Benfica, após boa prestação europeia, que se saldou com uma derrota, pela margem mínima em Munique, o Benfica encarava este jogo com a necessidade de vencer, para não se colocar à mercê do Sporting, sem poder contudo descurar o jogo da próxima quarta-feira, nem facilitar neste, porque esta partida em terra estudantil, era de vital importância. Sabedor disso mesmo, Rui Vitória, não facilitou e em relação ao jogo da passada terça-feira, apenas Samaris rendeu Fejsa na equipa inicial, quanto ao resto, tudo igual. Já Gouveia, técnico dos da casa, teve de mexer no figurino pois não podia contar com os castigados, Gonçalo Paciência e Leandro Silva e montou uma equipa preparada para sofrer mas à procura de pontuar.
Com as bancadas do estádio pintadas de encarnado, o Benfica da primeira parte esteve quase irreconhecível, sem velocidade nem ideias, a turma da Luz, viu-se a perder no marcador quando um alívio de Eliseu, que mais uma vez fez um jogo sofrível (ele que se perfila como principal candidato à lateral esquerda da selecção no Euro), fez a bola cair redondinha nos pés de Pedro Nuno, que em tempos idos passou pela formação encarnada, mas isso não lhe tolheu as ideias e com grande classe e muita calma à mistura, colocou a redondinha no fundo da baliza, sem possibilidades de defesa para Ederson. A surpresa tomou conta de todos os que estavam no estádio e a ver pela TV, mas a equipa benfiquista, começou a ouvir o furor das bancadas e partiu, com mais coração do que razão, à procura do empate. Demorou a começar a carburar a equipa orientada por Rui Vitória e começou a destacar-se algum nervosismo e ansiedade nas hostes das águias, que em nada contribuíam para a obtenção do golo, mas as oportunidades foram surgindo e o cerco à área estudantil, onde Pedro Trigueira, ia fazendo de tudo para parar os remates dos avançados do actual campeão nacional, foi, a partir da meia hora, uma realidade e foi neste melhor momento encarnado que Pizzi, na direita, cruzou para a área e o grego Mitroglou, com o seu habitual faro de golo, cabeceou a preceito para igualar a contenda, corria o minuto 35. Daqui até ao intervalo, a equipa da casa viveu num sufoco mas aguentou, como pôde, o empate.
No reatar do jogo, os homens do emblema da águia, continuaram mais acutilantes, já os estudantes, começaram a jogar com as armas que tinham, ou seja, o anti-jogo, na esperança que o tempo passasse e o nervosismo se apoderasse, ainda mais, da formação encarnada. O tempo correu e Pedro Trigueira começou a tornar-se um obstáculo quase intransponível, Rui Vitória mexeu na equipa para lhe dar mais poder de ataque, lançou Carcela, Talisca e Raul Jimenez e foi este último, a cinco minutos do fim que fuzilou, após uma insistência na sequência de um pontapé de canto, a baliza dos conimbricenses. Estava feito o 1-2 e soltava-se a loucura nas bancadas.
O Benfica venceu porque teve alma, garra, coração e também, a estrela dos campeões e segue líder na competição e vai para o jogo de volta da Liga dos Campeões, da próxima quarta-feira, com a moral em alta.
Em Alvalade, sabedor do resultado do Benfica, o Sporting não tinha outro remédio que não fosse vencer a equipa do Marítimo para continuar a pressionar o líder e a acalentar o sonho de ser campeão. Por muito que Jorge Jesus diga que o resultado do Benfica era indiferente, todos nós sabemos que isso é conversa fiada, tão habitual do técnico verde-e-branco, se o Benfica não tem ganho, a história era bem diferente.
Com este desiderato na mente, os leões, com Aquilani no lugar de Adrien, que cumpria castigo por ter atingido o quinto amarelo, e que diferente que é este Sporting sem o capitão em campo, começou o jogo a tentar impor velocidade e ritmo elevado à partida, mas com a notória baixa de forma de Bryan Ruiz, que durante muitas jornadas, carregou a equipa às costas e sem a velocidade e intensidade do capitão, este, como referido, ausência por castigo, no meio campo, os leões não conseguiam a acutilância habitual dos últimos jogos e as oportunidades escasseavam, foi até, no melhor período da equipa insular, já perto do intervalo, que Téo Gutierrez, parece que acordou definitivamente do marasmo onde vivia, puxou um remate de fora de área que teve a felicidade de bater em João Diogo e com isso trair Salin, estava, desta forma estranha e numa altura de algum desnorte leonino, aberto o activo e os leões saíam para o intervalo, com a cabeça bem mais aliviada e a pressão mais desanuviada.
No regresso das cabines, o Sporting percebeu que tinha de marcar novamente para, dessa forma, aniquilar as chances de sucesso da equipa de Nelo Vingada e foi isso que aconteceu quando William, após uma recuperação à entrada da área maritimista, se desenvencilhou de um contrário e com o pé esquerdo, fuzilou a baliza adversária, estava feito, aos 53 minutos, o 2-0 e em Alvalade, suou a sineta da tranquilidade. Até ao fim do jogo, o Sporting tentou, numa toada de maior gestão do jogo, dar mais volume ao marcador e o Marítimo, que fez um jogo interessante após uma semana nada normal, que levou à suspensão de dois atletas, Rúben Ferreira e Lynneeker, tentou obter o golo de honra que lhe permitisse ainda entrar na disputa dos pontos, mas surgiu o 3-0, obra de Slimani e só a 9 minutos do fim, Ghazaryan, marcou para os homens da ilha, mas pouco mais havia a fazer.
Com esta vitória, justa e bem conseguida, o Sporting mantém o segundo lugar da tabela, a apenas dois pontos do líder e contínua a ter de vencer os jogos todos e a esperar que o Benfica, que tem um calendário, pela lógica, mas facilitado, coloque em algum deles, o pé em ramo verde e, no mínimo, possa escorregar. Mas para já, temos campeonato!
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).