O FC Porto venceu o Benfica, 1-0, no primeiro clássico da Liga NOS. Num jogo dividido, os actuais campeões nacionais foram melhores na primeira parte e os azuis e brancos dominaram na segunda, com este resultado, o FC Porto assume a liderança do campeonato, ficando à espera do que possa fazer o Sporting e o Benfica fica a 4 pontos de distância, somando a segunda derrota no campeonato.
Lance capital
O desespero de Luisão, capitão do Benfica, a reclamar com os seus companheiros da linha intermediária, a dizer, com um tom imperial “tem que fazer falta, tem que fazer falta” era o espelho do sentimento do benfiquista, entretanto, o Estádio do Dragão, pulava de alegria, estava feito o golo. O único do jogo. Após um recuperação de bola do FC Porto, Brahimi, desenvencilhou-se de dois adversários e entregou a Varela, este, com um toque de calcanhar tão soberbo como subtil, deixou a bola para André André encarar Júlio César, e na cara do golo, o miúdo que aparece em todo o lado, com muita frieza, deitou o guarda-redes e fez, ao minuto 86, o golo que deu a vitória aos dragões. Pode dizer-se que este clássico foi resolvido pelo único que jogador que correu, lutou e batalhou durante os 90 minutos, André André, filho de António André, antiga glória portista, que por ser filho de quem é, não teve a vida facilitada, e pé ante pé, lá fez a sua caminhada até chegar a um grande, conforme o próprio admitiu no fim do jogo “um sonho de criança”. O jovem médio emergiu neste clássico e mostrou que filho de peixe sabe nadar.
Às vezes, muitas até, não costuma acontecer, mas o clássico da jornada 5 da Liga NOS, foi decidido pelo melhor jogador em campo: André André. Um prémio justo pela raça, pela entrega ao jogo, mas acima de tudo pelo bom futebol que o médio poveiro colocou no tapete verde do Dragão.
Desenrolar do jogo
A expectativa para este jogo era elevada. Depois de uma semana com jogos europeus, a Liga dos Campeões deu o pontapé de saída, o FC Porto deslocou-se a Kiev, na quarta-feira, para a primeira jornada da prova rainha da UEFA, depois de ter tido o pássaro na mão, deixou fugir a vitória permitindo o empate aos donos da casa já perto do fim e, além disso, as viagens até à Ucrânia, são sempre longas e desgastantes e podiam fazer mossa; já o Benfica tinha ganho, na terça-feira, em casa, ao desconhecido Astana, equipa do Cazaquistão. Estados de espirito e cansaço bem diferentes.
Muito se tinha falado das alterações que tanto um treinador como outro poderiam levar a cabo, tinha-se até levantado a hipótese de um ou outro ou até os dois, virem a mudar o figurino táctico, mas nada disso aconteceu, e nenhum deles fugiu à matriz de orientação. É certo que Rui Vitória trocou, no onze inicial, Talisca por André Almeida, num claro reforço da linha do meio-campo, fez bem, pois foi consciente na opção e assertivo na ideia, já Julen Lopetegui, decidiu manter Rúben Neves, bem como os recém-chegados, Layún e Corona.
A primeira parte, com especial incidência para os primeiros 30 minutos, foram de claro domínio encarnado, o Benfica entrou melhor, mais rápido, mais pressionante, mais lúcido e esclarecido na hora de ter a bola e foi Iker Casillas, em Espanha, algumas vezes chamado de “San Iker” que, com duas intervenções só ao nível dos melhores do mundo, evitou males maiores para os portistas, ambas as oportunidades encarnadas, tinham como protagonista Mitroglou, numa, actor principal de um cabeceamento também ele notável, na outra, a pentear de forma ligeira um bom cabeceamento de Luisão, mas o guarda-redes espanhol mostrou serviço e deu segurança aos seus.
Ao contrário do seu guarda-redes, que estava em grande plano, o FC Porto, na frente, era um autêntico deserto de ideias, apenas André André tentava remar contra a maré, para se ter a noção disso, dizer que apenas aos 40 minutos, por intermédio de Layún, o Porto fez o seu primeiro remate à baliza, com a bola a sair ao lado, por isso, nada que incomodasse Júlio César. Esta pouca produção ofensiva do Porto tinha um responsável: o Benfica.
Também nesta primeira parte, houve picardias bem ao estilo sul-americano, um uruguaio, Maxi Pereira, ex-Benfica, foi travando um duelo intenso com um argentino, Gaitán e viu-se envolto num sururu com um brasileiro, Jonas, Artur Soares Dias, árbitro deste jogo, decidiu-se pelo amarelo ao lateral portista, logo de seguida, Samaris, um grego de sangue latino, também deu um chega para lá no ex-colega, mas a coisa ficou-se por ali, com os dois treinadores a pedirem aos seus jogadores juízo, pois os cartões poderiam mudar de cor.
Já em cima do apito final para estes primeiros 45 minutos, Maicon, com uma atitude irreflectida, saltou à bola com o pé no ar, junto à cabeça de Jonas, gerou-se nova zaragata mas aí veio ao de cima a experiência de Helton, que pegou em Maicon, que estava a ser pressionada por Jonas e mais alguns jogadores benfiquistas e correu com ele para o balneário, não fosse o árbitro pensar em admoestar, não lhe ficaria mal, o central brasileiro.
A segunda parte foi diferente. O FC porto começou a jogar mais e a obrigar o Benfica a recuar no terreno, a equipa da casa comandava agora as operações sempre pela mão do incansável André André, que parecia saído de um qualquer filme de indivíduos com super poderes, o ex-vitoriano mexia-se como e onde queria, aparecia em todo o lado, jogava e fazia jogar e, suportado pelo jogador da Póvoa de Varzim, os dragões deram nova cara ao jogo e logo abrir o segundo tempo, Aboubakar, que voltou a fazer um bom jogo, atirou de cabeça ao poste da baliza encarnada, numa bola colocada na sua cabeça pelo suspeito do costume: André André. Estava dado o mote para a melhoria portista. Percebeu-se, pelo andar do jogo desde o apito para o reinício, que os dragões estavam com outro ânimo, neste período, era o Benfica que não conseguia encontrar o rumo. O jogo estava mais partido, mas era quase sempre jogado perto da baliza de Júlio César que, num frente a frente com Aboubakar, que recebeu nova prenda, adivinhem de quem, desse mesmo, André André, fez uma boa saída com cobertura perfeita e um excelente defesa, no seguimento da jogada, o camaronês ainda tentou almejar a baliza, mas o remate saiu torto e sem força, ficou-se com a ideia que Luisão ainda tocou nas pernas do avançado, mas este não caiu e o árbitro mandou seguir. O Porto estava melhor e Rui Vitória começou a tentar colocar travão nessa melhoria, Pizzi entrou para o lugar de Gonçalo Guedes e Talisca para o lugar de Jonas e foi após esta troca, no mínimo estranha, que o pendor ofensivo dos dragões se acentuou, porém, antes disso, Mitroglou, esteve também em bom plano, já tinha assustado com nova cabeçada, desta vez, a bola saiu por cima da baliza à guarda de Casillas.
Com isto tudo chegou-se ao último quarto de hora do jogo, era altura do tudo ou nada. Mais pressionado, o Porto, por jogar em casa, e o seu treinador, porque ainda não tinha ganho nenhum jogo ao Benfica, continuou mais por cima e quando já Pablo Osvaldo havia tomado o lugar de Aboubakar, chegou o golo que deu justiça a quem o marcou, o melhor de todos, o único que quis sempre ganhar e que andou, o jogo todo, a fazer por isso. Aos 86 minutos, o futebol, tantas vezes injusto, foi justo com André André, o melhor em campo sentenciou a partida. Vitória azul e branca, num jogo em que o empate, não ficava mal a ninguém.
O árbitro
Artur Soares Dias foi o escolhido para dirigir o primeiro clássico da época. O árbitro do Porto está na linha da frente da arbitragem nacional, o que espelha bem a fraca qualidade que a classe detém neste momento. Um árbitro que na semana passada, havido feito uma arbitragem com tantos casos no jogo Estoril-Braga, não podia ter como prémio um jogo deste calibre. Também se deve dizer que o jogo não foi fácil de dirigir, mas quando o árbitro não tem qualidade, pior se torna. Desde cartões sem sentido e outros sem nexo, a lances mal ajuizados, esta arbitragem teve tudo de mal. E assim vamos indo.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
Lance capital
O desespero de Luisão, capitão do Benfica, a reclamar com os seus companheiros da linha intermediária, a dizer, com um tom imperial “tem que fazer falta, tem que fazer falta” era o espelho do sentimento do benfiquista, entretanto, o Estádio do Dragão, pulava de alegria, estava feito o golo. O único do jogo. Após um recuperação de bola do FC Porto, Brahimi, desenvencilhou-se de dois adversários e entregou a Varela, este, com um toque de calcanhar tão soberbo como subtil, deixou a bola para André André encarar Júlio César, e na cara do golo, o miúdo que aparece em todo o lado, com muita frieza, deitou o guarda-redes e fez, ao minuto 86, o golo que deu a vitória aos dragões. Pode dizer-se que este clássico foi resolvido pelo único que jogador que correu, lutou e batalhou durante os 90 minutos, André André, filho de António André, antiga glória portista, que por ser filho de quem é, não teve a vida facilitada, e pé ante pé, lá fez a sua caminhada até chegar a um grande, conforme o próprio admitiu no fim do jogo “um sonho de criança”. O jovem médio emergiu neste clássico e mostrou que filho de peixe sabe nadar.
Às vezes, muitas até, não costuma acontecer, mas o clássico da jornada 5 da Liga NOS, foi decidido pelo melhor jogador em campo: André André. Um prémio justo pela raça, pela entrega ao jogo, mas acima de tudo pelo bom futebol que o médio poveiro colocou no tapete verde do Dragão.
Desenrolar do jogo
A expectativa para este jogo era elevada. Depois de uma semana com jogos europeus, a Liga dos Campeões deu o pontapé de saída, o FC Porto deslocou-se a Kiev, na quarta-feira, para a primeira jornada da prova rainha da UEFA, depois de ter tido o pássaro na mão, deixou fugir a vitória permitindo o empate aos donos da casa já perto do fim e, além disso, as viagens até à Ucrânia, são sempre longas e desgastantes e podiam fazer mossa; já o Benfica tinha ganho, na terça-feira, em casa, ao desconhecido Astana, equipa do Cazaquistão. Estados de espirito e cansaço bem diferentes.
Muito se tinha falado das alterações que tanto um treinador como outro poderiam levar a cabo, tinha-se até levantado a hipótese de um ou outro ou até os dois, virem a mudar o figurino táctico, mas nada disso aconteceu, e nenhum deles fugiu à matriz de orientação. É certo que Rui Vitória trocou, no onze inicial, Talisca por André Almeida, num claro reforço da linha do meio-campo, fez bem, pois foi consciente na opção e assertivo na ideia, já Julen Lopetegui, decidiu manter Rúben Neves, bem como os recém-chegados, Layún e Corona.
A primeira parte, com especial incidência para os primeiros 30 minutos, foram de claro domínio encarnado, o Benfica entrou melhor, mais rápido, mais pressionante, mais lúcido e esclarecido na hora de ter a bola e foi Iker Casillas, em Espanha, algumas vezes chamado de “San Iker” que, com duas intervenções só ao nível dos melhores do mundo, evitou males maiores para os portistas, ambas as oportunidades encarnadas, tinham como protagonista Mitroglou, numa, actor principal de um cabeceamento também ele notável, na outra, a pentear de forma ligeira um bom cabeceamento de Luisão, mas o guarda-redes espanhol mostrou serviço e deu segurança aos seus.
Ao contrário do seu guarda-redes, que estava em grande plano, o FC Porto, na frente, era um autêntico deserto de ideias, apenas André André tentava remar contra a maré, para se ter a noção disso, dizer que apenas aos 40 minutos, por intermédio de Layún, o Porto fez o seu primeiro remate à baliza, com a bola a sair ao lado, por isso, nada que incomodasse Júlio César. Esta pouca produção ofensiva do Porto tinha um responsável: o Benfica.
Também nesta primeira parte, houve picardias bem ao estilo sul-americano, um uruguaio, Maxi Pereira, ex-Benfica, foi travando um duelo intenso com um argentino, Gaitán e viu-se envolto num sururu com um brasileiro, Jonas, Artur Soares Dias, árbitro deste jogo, decidiu-se pelo amarelo ao lateral portista, logo de seguida, Samaris, um grego de sangue latino, também deu um chega para lá no ex-colega, mas a coisa ficou-se por ali, com os dois treinadores a pedirem aos seus jogadores juízo, pois os cartões poderiam mudar de cor.
Já em cima do apito final para estes primeiros 45 minutos, Maicon, com uma atitude irreflectida, saltou à bola com o pé no ar, junto à cabeça de Jonas, gerou-se nova zaragata mas aí veio ao de cima a experiência de Helton, que pegou em Maicon, que estava a ser pressionada por Jonas e mais alguns jogadores benfiquistas e correu com ele para o balneário, não fosse o árbitro pensar em admoestar, não lhe ficaria mal, o central brasileiro.
A segunda parte foi diferente. O FC porto começou a jogar mais e a obrigar o Benfica a recuar no terreno, a equipa da casa comandava agora as operações sempre pela mão do incansável André André, que parecia saído de um qualquer filme de indivíduos com super poderes, o ex-vitoriano mexia-se como e onde queria, aparecia em todo o lado, jogava e fazia jogar e, suportado pelo jogador da Póvoa de Varzim, os dragões deram nova cara ao jogo e logo abrir o segundo tempo, Aboubakar, que voltou a fazer um bom jogo, atirou de cabeça ao poste da baliza encarnada, numa bola colocada na sua cabeça pelo suspeito do costume: André André. Estava dado o mote para a melhoria portista. Percebeu-se, pelo andar do jogo desde o apito para o reinício, que os dragões estavam com outro ânimo, neste período, era o Benfica que não conseguia encontrar o rumo. O jogo estava mais partido, mas era quase sempre jogado perto da baliza de Júlio César que, num frente a frente com Aboubakar, que recebeu nova prenda, adivinhem de quem, desse mesmo, André André, fez uma boa saída com cobertura perfeita e um excelente defesa, no seguimento da jogada, o camaronês ainda tentou almejar a baliza, mas o remate saiu torto e sem força, ficou-se com a ideia que Luisão ainda tocou nas pernas do avançado, mas este não caiu e o árbitro mandou seguir. O Porto estava melhor e Rui Vitória começou a tentar colocar travão nessa melhoria, Pizzi entrou para o lugar de Gonçalo Guedes e Talisca para o lugar de Jonas e foi após esta troca, no mínimo estranha, que o pendor ofensivo dos dragões se acentuou, porém, antes disso, Mitroglou, esteve também em bom plano, já tinha assustado com nova cabeçada, desta vez, a bola saiu por cima da baliza à guarda de Casillas.
Com isto tudo chegou-se ao último quarto de hora do jogo, era altura do tudo ou nada. Mais pressionado, o Porto, por jogar em casa, e o seu treinador, porque ainda não tinha ganho nenhum jogo ao Benfica, continuou mais por cima e quando já Pablo Osvaldo havia tomado o lugar de Aboubakar, chegou o golo que deu justiça a quem o marcou, o melhor de todos, o único que quis sempre ganhar e que andou, o jogo todo, a fazer por isso. Aos 86 minutos, o futebol, tantas vezes injusto, foi justo com André André, o melhor em campo sentenciou a partida. Vitória azul e branca, num jogo em que o empate, não ficava mal a ninguém.
O árbitro
Artur Soares Dias foi o escolhido para dirigir o primeiro clássico da época. O árbitro do Porto está na linha da frente da arbitragem nacional, o que espelha bem a fraca qualidade que a classe detém neste momento. Um árbitro que na semana passada, havido feito uma arbitragem com tantos casos no jogo Estoril-Braga, não podia ter como prémio um jogo deste calibre. Também se deve dizer que o jogo não foi fácil de dirigir, mas quando o árbitro não tem qualidade, pior se torna. Desde cartões sem sentido e outros sem nexo, a lances mal ajuizados, esta arbitragem teve tudo de mal. E assim vamos indo.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).