A jornada deste fim-de-semana da Liga NOS ficou marcada pela vitória fácil do Benfica, 3-1, sobre um macio Arouca; pelo regresso do Sporting às vitórias, 1-3, em Paços de Ferreira, numa exibição de classe e pela estreia, suada, de José Peseiro, nos comandos do FC Porto, com uma vitória à tangente, 1-0, sobre o Marítimo.
Benfica vence sem dificuldades um Arouca muito macio.
No estádio da Luz, o Benfica recebeu e venceu, sem dificuldades nenhumas, um Arouca que se apresentou no terreno encarnado, além de apático, sem ideais nem capacidade para discutir a superioridade benfiquista.
A supremacia encarnada foi tal, que muito cedo os comandados de Rui Vitória, que por esta altura respiram muita mais confiança do que, por exemplo, no jogo da primeira volta, puseram a nu as fragilidades, principalmente na zona central da equipa de Lito Vidigal.
É certo que o Arouca, logo no primeiro minuto ainda assustou a Luz, ao introduzir a bola na baliza de Júlio César, mas o lance foi invalidado, sem margem para contestação e assim, nesse minuto, se esfumou a chama arouquense. A partir daqui, só deu Benfica e a resposta foi tal, que logo aos três minutos, aproveitando um buraco do tamanho de um vulcão no centro da defesa adversária, Pizzi, solto e sem marcação, fuzilou Bracalli e deu azo à primeira explosão de alegria dos adeptos.
Percebeu-se logo aí que a equipa do Arouca, não iria ter pedalada para o ritmo imposta pelos actuais campeões nacionais e antes dos 20 minutos, mais concretamente aos 19, na sequência de um pontapé de canto, Mitroglou, depois de Lisandro ter ganho a bola, também solto e só pressionado por Jonas, marcou um golo daqueles que fazem os adeptos sentir que o dinheiro gasto no bilhete, foi bem empregue, pois com um toque de calcanhar soberbo, fez a Luz rebentar novamente de alegria. Com apenas 20 minutos, e por aquilo que o Arouca era incapaz de fazer, sentia-se que só uma hecatombe, que não aconteceria, poderia virar os destinos deste jogo. Esta confortável vantagem encarnada, permitiu ao Benfica deixar o tempo rolar e controlar as operações sem margem para grandes sustos.
Na segunda parte, o figurino manteve-se, o Arouca, sem criar perigo, não apoquentava o Benfica e só mesmo um sururu nas bancadas, em zona afecta a uma das claques do Benfica, animou, e de que forma, as bancadas, pois viveram-se momentos de algum pânico e muitos sustos, no relvado, pouco ou quase nada a destacar, a não ser a corrida desenfreada e a luta protagonizada por Mitroglou e Jonas para ver quem marcava o terceiro golo e após essa disputa, Jonas levou a melhor e fechou a contagem para o lado das águias. Já em tempo de compensação, Velasquez, fez o tento de honra e fechou as contas da partida.
Vitória justa do Benfica, sem grandes esforços e com muita determinação, numa equipa que vive hoje um dos melhores momentos da época e isso, fá-la respirar e viver sem o coração na boca como aconteceu, durante largos períodos da primeira volta.
Sporting mostra garra de líder.
Em Paços de Ferreira o Sporting demonstrou o porquê de estar na liderança do campeonato, e fez uma exibição que foi, nada mais, nada menos, que uma verdadeira demonstração de força, pois num campo, tradicionalmente difícil, a formação de Jorge Jesus, foi superior à do Paços e não permitiu que os castores de Jorge Simão, pudessem inquietar os leões.
Desde cedo se notou que o Sporting queria deixar para trás a semana que tinha vivido (empate com o Tondela e derrota em Portimão), com o esquema habitual dos últimos embates, a formação leonina tomou conta das operações a partir do meio-campo, com João Mário e Adrien a fazerem duas exibições portentosas e a serem eles a pautarem os ritmos de jogo à sua vontade e mercê. A estes dois elementos, juntou-se um incansável Slimani, que fez uma exibição cheia de dinâmica e vigor, e entre os 3, com a restante equipa a juntar-se a eles, foram ofegando o Paços até ao golo que deu justiça ao domínio leonino, obtido por Bruno César, após um rápido lançamento de linha lateral, com Jefferson, perspicaz, a descobrir Slimani, que aproveitou para servir o brasileiro, estava feito o primeiro e com toda a justiça. Antes disso, já Marafona, guardião pacense, tinha feito duas boas intervenções. Ao intervalo, o resultado, 0-1, era demonstrador daquilo que estava a ser o jogo.
No segundo tempo, a dinâmica leonina manteve-se, o mesmo figurino e a mesma capacidade dos três elementos atrás referidos, quanto ao Paços, uma sombra da equipa que costuma ser e quando aos 63 minutos, Slimani, servido por João Mário, após recuperação de bola de Adrien, fez o 0-2, o Sporting colocava o resultado com uma confortável vantagem, que vinha apenas corroborar a exibição superior dos homens de Jorge Jesus. E só perto do fim, quando Bruno Moreira, aos 82 minutos fez o golo do Paços, se sentiu que a equipa da capital do móvel podia tentar discutir o resultado, mas no reatamento, João Mário, quem mais haveria de ser, serviu o suspeito do costume, Slimani, que só teve de empurrar o esférico para a baliza, após jogada individual do médio leonino. Estava fechada a contagem e o resultado, e esta diferença de 3 golos, espalhava a superioridade leonina em toda a partida.
Esta vitória do Sporting foi uma verdadeira demonstração de força, um alerta aos perseguidores e uma boa injecção de moral para o que aí vem. Já o Paços de Ferreira, desiludiu e não foi capaz, em momento algum, de inquietar os leões.
FC Porto vence na estreia de José Peseiro.
O FC Porto, na estreia do seu novo treinador, fez aquilo que era expectável, ou seja, manter a identidade habitual do seu jogo e vencer a formação do Marítimo, também ela a estrear timoneiro, Nelo Vingada, pois ninguém no seu perfeito juízo, poderia esperar muito mais do jogo ou uma grande mudança de sistema, o tempo foi curto e há muito trabalho pela frente.
A formação azul e branca foi a jogo com era de esperar, muita posse, muita circulação e alguma acutilância, mas como estava num ciclo de derrotas, duas seguidas, coisa rara para aquelas bandas, as pernas dos jogadores tremiam e a confiança estava, naturalmente, abalada. O novo técnico azul e branco, no fim do jogo, resumiu na perfeição aquilo que ele tinha sido “entramos em jogo de forma tensa” e que “o importante era vencer”, não há como fugir a isso mesmo, este Porto tinha, porque estava pressionado pelas vitórias de Sporting e Benfica, que vencer, fê-lo, com as naturais e habituais falhas defensivas, com a normal posse de bola e sem a profundidade que se espera que esta equipa possa vir a ter num futuro próximo, mas no fim, somaram-se os 3 pontos e, na óptica dos dragões, nada melhor que isso mesmo.
Dizer também que do outro lado, esteve uma formação que tentou jogar com a natural ansiedade do seu opositor, Nelo Vingada, treinador com muita experiência, tentou explorar isso ao máximo e como o próprio referiu, a grande diferença esteve nos postes, no seu caso, a bola bateu no travessão e saiu, no caso dos FC Porto, bateu no travessão e entrou.
Contudo, houve já alguns dos traços daquilo que José Peseiro poderá vir a introduzir no futuro, pois Danilo Pereira e Herrera jogaram a par, com André André, a assumir juntamente com Corona e Brahimi, um tridente que funcionou atrás de Aboubakar, será para ficar? Não se sabe, mas o que se sabe, é que este FC Porto, até pelo historial de Peseiro, terá, do meio-campo para a frente, uma abordagem ao jogo menos rendilhada e mais vertiginosa.
A vitória, à tangente, não deixa de ser justa, numa equipa que não se libertou, nem se irá libertar tão cedo, dos fantasmas do passado, mas com esta vitória, a formação azul e branca continua a sua perseguição aos opositores, que era no fundo, o mais importante.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
Benfica vence sem dificuldades um Arouca muito macio.
No estádio da Luz, o Benfica recebeu e venceu, sem dificuldades nenhumas, um Arouca que se apresentou no terreno encarnado, além de apático, sem ideais nem capacidade para discutir a superioridade benfiquista.
A supremacia encarnada foi tal, que muito cedo os comandados de Rui Vitória, que por esta altura respiram muita mais confiança do que, por exemplo, no jogo da primeira volta, puseram a nu as fragilidades, principalmente na zona central da equipa de Lito Vidigal.
É certo que o Arouca, logo no primeiro minuto ainda assustou a Luz, ao introduzir a bola na baliza de Júlio César, mas o lance foi invalidado, sem margem para contestação e assim, nesse minuto, se esfumou a chama arouquense. A partir daqui, só deu Benfica e a resposta foi tal, que logo aos três minutos, aproveitando um buraco do tamanho de um vulcão no centro da defesa adversária, Pizzi, solto e sem marcação, fuzilou Bracalli e deu azo à primeira explosão de alegria dos adeptos.
Percebeu-se logo aí que a equipa do Arouca, não iria ter pedalada para o ritmo imposta pelos actuais campeões nacionais e antes dos 20 minutos, mais concretamente aos 19, na sequência de um pontapé de canto, Mitroglou, depois de Lisandro ter ganho a bola, também solto e só pressionado por Jonas, marcou um golo daqueles que fazem os adeptos sentir que o dinheiro gasto no bilhete, foi bem empregue, pois com um toque de calcanhar soberbo, fez a Luz rebentar novamente de alegria. Com apenas 20 minutos, e por aquilo que o Arouca era incapaz de fazer, sentia-se que só uma hecatombe, que não aconteceria, poderia virar os destinos deste jogo. Esta confortável vantagem encarnada, permitiu ao Benfica deixar o tempo rolar e controlar as operações sem margem para grandes sustos.
Na segunda parte, o figurino manteve-se, o Arouca, sem criar perigo, não apoquentava o Benfica e só mesmo um sururu nas bancadas, em zona afecta a uma das claques do Benfica, animou, e de que forma, as bancadas, pois viveram-se momentos de algum pânico e muitos sustos, no relvado, pouco ou quase nada a destacar, a não ser a corrida desenfreada e a luta protagonizada por Mitroglou e Jonas para ver quem marcava o terceiro golo e após essa disputa, Jonas levou a melhor e fechou a contagem para o lado das águias. Já em tempo de compensação, Velasquez, fez o tento de honra e fechou as contas da partida.
Vitória justa do Benfica, sem grandes esforços e com muita determinação, numa equipa que vive hoje um dos melhores momentos da época e isso, fá-la respirar e viver sem o coração na boca como aconteceu, durante largos períodos da primeira volta.
Sporting mostra garra de líder.
Em Paços de Ferreira o Sporting demonstrou o porquê de estar na liderança do campeonato, e fez uma exibição que foi, nada mais, nada menos, que uma verdadeira demonstração de força, pois num campo, tradicionalmente difícil, a formação de Jorge Jesus, foi superior à do Paços e não permitiu que os castores de Jorge Simão, pudessem inquietar os leões.
Desde cedo se notou que o Sporting queria deixar para trás a semana que tinha vivido (empate com o Tondela e derrota em Portimão), com o esquema habitual dos últimos embates, a formação leonina tomou conta das operações a partir do meio-campo, com João Mário e Adrien a fazerem duas exibições portentosas e a serem eles a pautarem os ritmos de jogo à sua vontade e mercê. A estes dois elementos, juntou-se um incansável Slimani, que fez uma exibição cheia de dinâmica e vigor, e entre os 3, com a restante equipa a juntar-se a eles, foram ofegando o Paços até ao golo que deu justiça ao domínio leonino, obtido por Bruno César, após um rápido lançamento de linha lateral, com Jefferson, perspicaz, a descobrir Slimani, que aproveitou para servir o brasileiro, estava feito o primeiro e com toda a justiça. Antes disso, já Marafona, guardião pacense, tinha feito duas boas intervenções. Ao intervalo, o resultado, 0-1, era demonstrador daquilo que estava a ser o jogo.
No segundo tempo, a dinâmica leonina manteve-se, o mesmo figurino e a mesma capacidade dos três elementos atrás referidos, quanto ao Paços, uma sombra da equipa que costuma ser e quando aos 63 minutos, Slimani, servido por João Mário, após recuperação de bola de Adrien, fez o 0-2, o Sporting colocava o resultado com uma confortável vantagem, que vinha apenas corroborar a exibição superior dos homens de Jorge Jesus. E só perto do fim, quando Bruno Moreira, aos 82 minutos fez o golo do Paços, se sentiu que a equipa da capital do móvel podia tentar discutir o resultado, mas no reatamento, João Mário, quem mais haveria de ser, serviu o suspeito do costume, Slimani, que só teve de empurrar o esférico para a baliza, após jogada individual do médio leonino. Estava fechada a contagem e o resultado, e esta diferença de 3 golos, espalhava a superioridade leonina em toda a partida.
Esta vitória do Sporting foi uma verdadeira demonstração de força, um alerta aos perseguidores e uma boa injecção de moral para o que aí vem. Já o Paços de Ferreira, desiludiu e não foi capaz, em momento algum, de inquietar os leões.
FC Porto vence na estreia de José Peseiro.
O FC Porto, na estreia do seu novo treinador, fez aquilo que era expectável, ou seja, manter a identidade habitual do seu jogo e vencer a formação do Marítimo, também ela a estrear timoneiro, Nelo Vingada, pois ninguém no seu perfeito juízo, poderia esperar muito mais do jogo ou uma grande mudança de sistema, o tempo foi curto e há muito trabalho pela frente.
A formação azul e branca foi a jogo com era de esperar, muita posse, muita circulação e alguma acutilância, mas como estava num ciclo de derrotas, duas seguidas, coisa rara para aquelas bandas, as pernas dos jogadores tremiam e a confiança estava, naturalmente, abalada. O novo técnico azul e branco, no fim do jogo, resumiu na perfeição aquilo que ele tinha sido “entramos em jogo de forma tensa” e que “o importante era vencer”, não há como fugir a isso mesmo, este Porto tinha, porque estava pressionado pelas vitórias de Sporting e Benfica, que vencer, fê-lo, com as naturais e habituais falhas defensivas, com a normal posse de bola e sem a profundidade que se espera que esta equipa possa vir a ter num futuro próximo, mas no fim, somaram-se os 3 pontos e, na óptica dos dragões, nada melhor que isso mesmo.
Dizer também que do outro lado, esteve uma formação que tentou jogar com a natural ansiedade do seu opositor, Nelo Vingada, treinador com muita experiência, tentou explorar isso ao máximo e como o próprio referiu, a grande diferença esteve nos postes, no seu caso, a bola bateu no travessão e saiu, no caso dos FC Porto, bateu no travessão e entrou.
Contudo, houve já alguns dos traços daquilo que José Peseiro poderá vir a introduzir no futuro, pois Danilo Pereira e Herrera jogaram a par, com André André, a assumir juntamente com Corona e Brahimi, um tridente que funcionou atrás de Aboubakar, será para ficar? Não se sabe, mas o que se sabe, é que este FC Porto, até pelo historial de Peseiro, terá, do meio-campo para a frente, uma abordagem ao jogo menos rendilhada e mais vertiginosa.
A vitória, à tangente, não deixa de ser justa, numa equipa que não se libertou, nem se irá libertar tão cedo, dos fantasmas do passado, mas com esta vitória, a formação azul e branca continua a sua perseguição aos opositores, que era no fundo, o mais importante.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).