“Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.”
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Escolhi iniciar o meu texto com estes versos para me desculpar perante a pessoa que me convidou a reflectir sobre o meu Benfica. E fiz esta escolha porque Álvaro de Campos nos “diz” que não é possível escrever sobre o nosso “amor” de forma objectiva, lógica ou imparcial! E, “diz-nos” também, que os textos de “amor”, aos olhos de quem os lê de forma desapaixonada, são, obviamente, ridículos.
Perdoar-me-á pois, quer o meu amigo Daniel Lourenço, quer o estimado leitor, o elevado grau de incongruência e imperceptibilidade do texto que se segue.
É que na época passada tivemos a sorte de viver uma linda história de “amor”, com um final de época apoteótico, onde apenas nos “fugiu” a Liga Europa! Todos os benfiquistas estavam, naturalmente, em êxtase! Nunca na história do nosso clube tínhamos conseguido uma época tão titulada! O plantel era seguramente dos melhores dos últimos 20 anos , e a equipa jogava “muito à bola”! Foi, de facto, uma época de sonho!
Mas eis que se sucede a mais deprimente pré-época de que eu tenho memória! Logo a nós, os eternos Campeões da Pré-Época! A venda de muitos jogadores fundamentais, os resultados patéticos registados nos jogos de preparação e as aquisições de jogadores “sem nome”, criaram na massa adepta do Benfica, uma grande desconfiança e descrença em relação à nova época.
Só que o Benfica iniciou a época 2014/2015 da mesma forma como terminou a anterior… VENCENDO! Conquistando a Supertaça frente ao Rio Ave no desempate por grandes penalidades, após 120 minutos de bocejos e pouco, muito pouco, futebol. .
“Sol de pouca dura!” exclamaram muitos… Afinal viria aí o tradicional empate/derrota da primeira jornada. Desde os tempos da “Velha Raposa”, Trapattoni, que o Benfica não vencia na primeira jornada, e não ia ser esta “manta de retalhos” que o iria fazer.
Mas fê-lo! E logo frente ao sensacional Paços de Ferreira, equipa que jornadas mais tarde, viria a empatar em Alvalade e que está a fazer, até ao momento, um excelente campeonato.
As jornadas seguintes, sempre sem convencer ninguém (!), conduziram-nos ao primeiro lugar: 8 vitórias, um empate (em casa com o Sporting CP… ai Artur Artur…) e uma derrota (fora com o SC Braga).
Os resultados dizem-nos pois que estamos melhor do que o ano passado: estamos no primeiro lugar, temos mais pontos, temos o melhor ataque e a segunda melhor defesa… mas as exibições, essas, dizem os entendidos, indicam o contrário!
E é por isso, que estão todos à espera do descalabro encarnado… apesar de se saber que habitualmente as equipas do JJ costumam melhorar a partir do mês de Janeiro!
Mas a verdade é que o plantel encarnado, esta época, não tem o mesmo número de soluções que tinha no ano passado:
- Na defesa não foram encontrados substitutos à altura para colmatar as saídas do Oblack, Siqueira e Garay.
- No meio-campo, Fejsa e Amorim tardam em regressar e Enzo Perez é uma sombra do ano passado, seja pelo cansaço causado pelo Mundial, seja pelo constante assédio do clube doe Peter Lim.
- Por último, no ataque, Markovic e Cardozo ainda fazem suspirar os corações dos adeptos encarnados.
Com tudo isto, o nível exibicional da equipa ressentiu-se significativamente, a nota artística desapareceu e o treinador viu-se obrigado a jogar apenas para o resultado.
E se para consumo interno tem sido suficiente, já para a Liga dos Campeões as coisas têm corrido muito mal! O que até é tradição com Jorge Jesus, que parece mais talhado para a Liga Europa do que para a Liga dos Campeões, infelizmente.
Como tal, a questão que se coloca é: Mês de Janeiro? E agora? Mês para comprar ou para vender?
Para mim a resposta deveria ser clara: Reforço do plantel para atacar o bi-campeonato! Acredito que é fundamental para o Benfica vencer 2 ou três campeonatos seguidos para conseguir dar início a um novo ciclo no futebol português.
Fosse eu o Presidente do meu Clube e iria ao mercado contratar três jogadores: um central, um lateral esquerdo de qualidade e um ponta- de -lança que faça golos… muitos golos!
Com três reforços que façam efectivamente a diferença, esta equipa ganharia outra dimensão e seria, para mim (eterno apaixonado pelo Benfica!), o principal candidato ao título!
Assim, quase dobrado o primeiro terço desta Liga 2014/2015, arrisco um palpite: o Benfica irá mais uma vez lutar até ao fim por todos os títulos! E se os ganhar… “melhor ainda!”
Mas será uma vez mais o meu eterno amor pelo Benfica a toldar-me o espírito, levando-me a produzir tal vaticínio? Sinceramente não sei… O futuro dirá o quão ridícula foi esta crónica!
Este texto de opinião foi escrito por João Oliveira, natural de Monção, sócio do SL Benfica e Director Técnico de uma IPSS no concelho de Monção.
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.”
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Escolhi iniciar o meu texto com estes versos para me desculpar perante a pessoa que me convidou a reflectir sobre o meu Benfica. E fiz esta escolha porque Álvaro de Campos nos “diz” que não é possível escrever sobre o nosso “amor” de forma objectiva, lógica ou imparcial! E, “diz-nos” também, que os textos de “amor”, aos olhos de quem os lê de forma desapaixonada, são, obviamente, ridículos.
Perdoar-me-á pois, quer o meu amigo Daniel Lourenço, quer o estimado leitor, o elevado grau de incongruência e imperceptibilidade do texto que se segue.
É que na época passada tivemos a sorte de viver uma linda história de “amor”, com um final de época apoteótico, onde apenas nos “fugiu” a Liga Europa! Todos os benfiquistas estavam, naturalmente, em êxtase! Nunca na história do nosso clube tínhamos conseguido uma época tão titulada! O plantel era seguramente dos melhores dos últimos 20 anos , e a equipa jogava “muito à bola”! Foi, de facto, uma época de sonho!
Mas eis que se sucede a mais deprimente pré-época de que eu tenho memória! Logo a nós, os eternos Campeões da Pré-Época! A venda de muitos jogadores fundamentais, os resultados patéticos registados nos jogos de preparação e as aquisições de jogadores “sem nome”, criaram na massa adepta do Benfica, uma grande desconfiança e descrença em relação à nova época.
Só que o Benfica iniciou a época 2014/2015 da mesma forma como terminou a anterior… VENCENDO! Conquistando a Supertaça frente ao Rio Ave no desempate por grandes penalidades, após 120 minutos de bocejos e pouco, muito pouco, futebol. .
“Sol de pouca dura!” exclamaram muitos… Afinal viria aí o tradicional empate/derrota da primeira jornada. Desde os tempos da “Velha Raposa”, Trapattoni, que o Benfica não vencia na primeira jornada, e não ia ser esta “manta de retalhos” que o iria fazer.
Mas fê-lo! E logo frente ao sensacional Paços de Ferreira, equipa que jornadas mais tarde, viria a empatar em Alvalade e que está a fazer, até ao momento, um excelente campeonato.
As jornadas seguintes, sempre sem convencer ninguém (!), conduziram-nos ao primeiro lugar: 8 vitórias, um empate (em casa com o Sporting CP… ai Artur Artur…) e uma derrota (fora com o SC Braga).
Os resultados dizem-nos pois que estamos melhor do que o ano passado: estamos no primeiro lugar, temos mais pontos, temos o melhor ataque e a segunda melhor defesa… mas as exibições, essas, dizem os entendidos, indicam o contrário!
E é por isso, que estão todos à espera do descalabro encarnado… apesar de se saber que habitualmente as equipas do JJ costumam melhorar a partir do mês de Janeiro!
Mas a verdade é que o plantel encarnado, esta época, não tem o mesmo número de soluções que tinha no ano passado:
- Na defesa não foram encontrados substitutos à altura para colmatar as saídas do Oblack, Siqueira e Garay.
- No meio-campo, Fejsa e Amorim tardam em regressar e Enzo Perez é uma sombra do ano passado, seja pelo cansaço causado pelo Mundial, seja pelo constante assédio do clube doe Peter Lim.
- Por último, no ataque, Markovic e Cardozo ainda fazem suspirar os corações dos adeptos encarnados.
Com tudo isto, o nível exibicional da equipa ressentiu-se significativamente, a nota artística desapareceu e o treinador viu-se obrigado a jogar apenas para o resultado.
E se para consumo interno tem sido suficiente, já para a Liga dos Campeões as coisas têm corrido muito mal! O que até é tradição com Jorge Jesus, que parece mais talhado para a Liga Europa do que para a Liga dos Campeões, infelizmente.
Como tal, a questão que se coloca é: Mês de Janeiro? E agora? Mês para comprar ou para vender?
Para mim a resposta deveria ser clara: Reforço do plantel para atacar o bi-campeonato! Acredito que é fundamental para o Benfica vencer 2 ou três campeonatos seguidos para conseguir dar início a um novo ciclo no futebol português.
Fosse eu o Presidente do meu Clube e iria ao mercado contratar três jogadores: um central, um lateral esquerdo de qualidade e um ponta- de -lança que faça golos… muitos golos!
Com três reforços que façam efectivamente a diferença, esta equipa ganharia outra dimensão e seria, para mim (eterno apaixonado pelo Benfica!), o principal candidato ao título!
Assim, quase dobrado o primeiro terço desta Liga 2014/2015, arrisco um palpite: o Benfica irá mais uma vez lutar até ao fim por todos os títulos! E se os ganhar… “melhor ainda!”
Mas será uma vez mais o meu eterno amor pelo Benfica a toldar-me o espírito, levando-me a produzir tal vaticínio? Sinceramente não sei… O futuro dirá o quão ridícula foi esta crónica!
Este texto de opinião foi escrito por João Oliveira, natural de Monção, sócio do SL Benfica e Director Técnico de uma IPSS no concelho de Monção.