Mercê da sua classificação no quinto lugar do ranking UEFA de clubes, Portugal conquistou o direito de colocar três equipas na Liga Europa, da seguinte forma: uma vaga de entrada directa na fase de grupos, outra no playoff de acesso à fase de grupos e uma última na 3.ª pré-eliminatória. Por sua vez, as autoridades que superintendem o desporto-rei em Portugal decidiram distribuir as vagas da seguinte forma:
- A vaga de acesso directo à fase de grupos é atribuída ao vencedor da Taça de Portugal. Mas quando o vencedor da Taça se apura para a Liga dos Campeões via campeonato, então esta vaga transita para o 4.º classificado da Liga.
- O lugar no playoff de acesso à fase de grupos é atribuído ao clube melhor classificado no campeonato, logo atrás dos clubes que garantiram acesso à Liga dos Campeões, ou seja, ao 4.º classificado. Mas se o vencedor da Taça estiver apurado para a Liga dos Campeões, o 4.º classificado garante acesso directo à fase de grupos e, então, a vaga no playoff passa para o 5.º classificado.
- A terceira vaga na Liga Europa está reservada a um eventual finalista vencido da Taça de Portugal, caso esse clube não se tenha qualificado para as competições europeias por outras vias. Tal como aconteceu com o Rio Ave na época passada, quando os vila-condenses asseguraram este lugar com a presença na final do Jamor, que haveriam de perder para o Benfica. No entanto, se ambos os finalistas da Taça de Portugal se apurarem para as competições europeias por via do campeonato, então esta vaga será atribuída ao 6.º classificado da liga.
Foi com estas contas em mente que SC Braga e Belenenses entraram em campo na 6.ª feira. Tal como fizeram ontem Rio Ave e Vitória de Guimarães. Estas quatro equipas são fortes candidatas a um lugar na próxima edição da Liga Europa e a 29.ª jornada da Liga Portuguesa teve a particularidade de as colocar frente-a-frente. Pena foi o Conselho de Arbitragem da FPF ter nomeado dois árbitros de fraca qualidade para apitar estes encontros tão importantes.
Na abertura da ronda, o SC Braga entrou em campo com a certeza de poder assegurar matematicamente, pelo menos, o 5.º lugar e consequente apuramento para as competições europeias. Mas a equipa bracarense não esteve numa noite particularmente inspirada e a juntar a um adversário que já se previa ser causador de dificuldades, também teve de levar com um árbitro que já tem histórico de más arbitragens em prejuízo dos arsenalistas. Quem não se lembra daquele célebre jogo no Estádio da Luz, em 2009, onde uma arbitragem vergonhosa do mesmo árbitro Paulo Baptista motivou uma célebre expressão de Jorge Jesus, à data treinador do Braga, ao dizer que só poderia ganhar aquele jogo se fosse na Playstation. Para além de não assinalar duas grandes penalidades claras contra os azuis do Restelo, ainda expulsou por acumulação de amarelos Pedro Santos, no segundo lance de castigo máximo, ajuizando erradamente uma alegada simulação do extremo bracarense.
Neste jogo o Belenenses adiantou-se no marcador, logo aos 15 minutos, na sequência de um pontapé de ressaca de Pelé, levando a bola rente ao poste e sem dar hipótese ao guarda-redes russo Kritcyuk. O Braga dispôs de várias ocasiões de golo ainda na primeira parte, mas os seus avançados, em particular o cabo-verdiano Zé Luís, estavam de pé frio, e assim os lisboetas saíram para as cabines em vantagem no marcador.
Na segunda parte, os jogadores do Braga entraram algo intranquilos e a sua produção futebolística piorou ligeiramente. Ainda assim, a espaços continuava a criar perigo, mas a meio do segundo tempo viu-se reduzido a dez unidades, em virtude da expulsão errada de Pedro Santos já aqui referida.
Os bracarenses conseguiram evitar a derrota em cima do apito final, através de uma jogada confusa na sequência de um pontapé de canto, Pedro Tiba que entrou na segunda parte conseguiu o golo do empate. Porém, o médio natural dos Arcos de Valdevez também veria ordem de expulsão na partida, terminando a equipa do SC Braga com apenas nove elementos.
De salientar ainda a lesão de Rúben Micael, logo no início da partida. O madeirense parece não ter ainda debelado os problemas físicos que o vêm apoquentando e a sua participação no jogo da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal poderá estar comprometida. Importa referir que Sérgio Conceição, até esta altura, ainda não encontrou uma alternativa credível ao médio criativo da Madeira no seio do seu plantel.
Este jogo da Pedreira motivou um sentimento ambivalente no Vitória SC. Se por um lado os vitorianos poderiam desejar a derrota dos bracarenses, pois isso permitir-lhes-ia aproximarem-se novamente da luta do 4.º lugar, também sabiam que um desaire do velho rival aumentaria a pressão do Belenenses que é o perseguidor imediato do 5.º lugar.
Porventura, o empate a uma bola registado na sexta-feira foi o melhor resultado dos três possíveis, pois permitiria aos vimaranenses ganhar vantagem aos dois adversários directos, em caso de triunfo em Vila do Conde.
Mas o jogo disputado este Sábado no Estádio dos Arcos haveria de terminar como o da véspera no anfiteatro bracarense. Motivados após um precioso triunfo sobre o SC Braga em sua casa na ronda anterior, o Vitória SC entrou melhor na partida, mais confiante do que o adversário, e consegui adiantar-se no marcador na conversão de uma grande penalidade. Porém, a meio da segunda parte viu um dos centrais ser expulso e a partir de então nunca mais conseguiu soltar-se da pressão do Rio Ave, que haveria de chegar ao empate já perto do final do jogo.
O desfecho da partida da próxima 5.ª feira a contar para as meias-finais da Taça de Portugal, opondo Rio Ave e SC Braga, também interessará a Vitória SC e CF Belenenses. Pois, caso o Rio Ave consiga ultrapassar a desvantagem de 3-0 e alcançar a final do Jamor pela segunda vez consecutiva, garante desde logo a presença na Liga Europa e retira essa possibilidade ao 6.º classificado da Liga.
Por outro lado, se for o Braga a marcar presença na final e se a juntar a isso mantiver o 4.º lugar até final do campeonato, os bracarenses garantem a entrada directa na fase de grupos da Liga Europa, independentemente de vencerem, ou não, a prova rainha do futebol português. Consequentemente, o 5.º classificado terá acesso ao playoff de acesso à fase de grupos e caberá ao 6.º classificado o lugar na 3.ª pré-eliminatória.
Ricardo Jorge
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)
- A vaga de acesso directo à fase de grupos é atribuída ao vencedor da Taça de Portugal. Mas quando o vencedor da Taça se apura para a Liga dos Campeões via campeonato, então esta vaga transita para o 4.º classificado da Liga.
- O lugar no playoff de acesso à fase de grupos é atribuído ao clube melhor classificado no campeonato, logo atrás dos clubes que garantiram acesso à Liga dos Campeões, ou seja, ao 4.º classificado. Mas se o vencedor da Taça estiver apurado para a Liga dos Campeões, o 4.º classificado garante acesso directo à fase de grupos e, então, a vaga no playoff passa para o 5.º classificado.
- A terceira vaga na Liga Europa está reservada a um eventual finalista vencido da Taça de Portugal, caso esse clube não se tenha qualificado para as competições europeias por outras vias. Tal como aconteceu com o Rio Ave na época passada, quando os vila-condenses asseguraram este lugar com a presença na final do Jamor, que haveriam de perder para o Benfica. No entanto, se ambos os finalistas da Taça de Portugal se apurarem para as competições europeias por via do campeonato, então esta vaga será atribuída ao 6.º classificado da liga.
Foi com estas contas em mente que SC Braga e Belenenses entraram em campo na 6.ª feira. Tal como fizeram ontem Rio Ave e Vitória de Guimarães. Estas quatro equipas são fortes candidatas a um lugar na próxima edição da Liga Europa e a 29.ª jornada da Liga Portuguesa teve a particularidade de as colocar frente-a-frente. Pena foi o Conselho de Arbitragem da FPF ter nomeado dois árbitros de fraca qualidade para apitar estes encontros tão importantes.
Na abertura da ronda, o SC Braga entrou em campo com a certeza de poder assegurar matematicamente, pelo menos, o 5.º lugar e consequente apuramento para as competições europeias. Mas a equipa bracarense não esteve numa noite particularmente inspirada e a juntar a um adversário que já se previa ser causador de dificuldades, também teve de levar com um árbitro que já tem histórico de más arbitragens em prejuízo dos arsenalistas. Quem não se lembra daquele célebre jogo no Estádio da Luz, em 2009, onde uma arbitragem vergonhosa do mesmo árbitro Paulo Baptista motivou uma célebre expressão de Jorge Jesus, à data treinador do Braga, ao dizer que só poderia ganhar aquele jogo se fosse na Playstation. Para além de não assinalar duas grandes penalidades claras contra os azuis do Restelo, ainda expulsou por acumulação de amarelos Pedro Santos, no segundo lance de castigo máximo, ajuizando erradamente uma alegada simulação do extremo bracarense.
Neste jogo o Belenenses adiantou-se no marcador, logo aos 15 minutos, na sequência de um pontapé de ressaca de Pelé, levando a bola rente ao poste e sem dar hipótese ao guarda-redes russo Kritcyuk. O Braga dispôs de várias ocasiões de golo ainda na primeira parte, mas os seus avançados, em particular o cabo-verdiano Zé Luís, estavam de pé frio, e assim os lisboetas saíram para as cabines em vantagem no marcador.
Na segunda parte, os jogadores do Braga entraram algo intranquilos e a sua produção futebolística piorou ligeiramente. Ainda assim, a espaços continuava a criar perigo, mas a meio do segundo tempo viu-se reduzido a dez unidades, em virtude da expulsão errada de Pedro Santos já aqui referida.
Os bracarenses conseguiram evitar a derrota em cima do apito final, através de uma jogada confusa na sequência de um pontapé de canto, Pedro Tiba que entrou na segunda parte conseguiu o golo do empate. Porém, o médio natural dos Arcos de Valdevez também veria ordem de expulsão na partida, terminando a equipa do SC Braga com apenas nove elementos.
De salientar ainda a lesão de Rúben Micael, logo no início da partida. O madeirense parece não ter ainda debelado os problemas físicos que o vêm apoquentando e a sua participação no jogo da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal poderá estar comprometida. Importa referir que Sérgio Conceição, até esta altura, ainda não encontrou uma alternativa credível ao médio criativo da Madeira no seio do seu plantel.
Este jogo da Pedreira motivou um sentimento ambivalente no Vitória SC. Se por um lado os vitorianos poderiam desejar a derrota dos bracarenses, pois isso permitir-lhes-ia aproximarem-se novamente da luta do 4.º lugar, também sabiam que um desaire do velho rival aumentaria a pressão do Belenenses que é o perseguidor imediato do 5.º lugar.
Porventura, o empate a uma bola registado na sexta-feira foi o melhor resultado dos três possíveis, pois permitiria aos vimaranenses ganhar vantagem aos dois adversários directos, em caso de triunfo em Vila do Conde.
Mas o jogo disputado este Sábado no Estádio dos Arcos haveria de terminar como o da véspera no anfiteatro bracarense. Motivados após um precioso triunfo sobre o SC Braga em sua casa na ronda anterior, o Vitória SC entrou melhor na partida, mais confiante do que o adversário, e consegui adiantar-se no marcador na conversão de uma grande penalidade. Porém, a meio da segunda parte viu um dos centrais ser expulso e a partir de então nunca mais conseguiu soltar-se da pressão do Rio Ave, que haveria de chegar ao empate já perto do final do jogo.
O desfecho da partida da próxima 5.ª feira a contar para as meias-finais da Taça de Portugal, opondo Rio Ave e SC Braga, também interessará a Vitória SC e CF Belenenses. Pois, caso o Rio Ave consiga ultrapassar a desvantagem de 3-0 e alcançar a final do Jamor pela segunda vez consecutiva, garante desde logo a presença na Liga Europa e retira essa possibilidade ao 6.º classificado da Liga.
Por outro lado, se for o Braga a marcar presença na final e se a juntar a isso mantiver o 4.º lugar até final do campeonato, os bracarenses garantem a entrada directa na fase de grupos da Liga Europa, independentemente de vencerem, ou não, a prova rainha do futebol português. Consequentemente, o 5.º classificado terá acesso ao playoff de acesso à fase de grupos e caberá ao 6.º classificado o lugar na 3.ª pré-eliminatória.
Ricardo Jorge
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)