Derrota por 2-0, na Alemanha, deixa os leões com um pé fora da Liga Europa.
Gary Lineker, ponta da lança inglês, que se notabilizou na década de 80, um dos melhores de sempre, além dos golos que marcou, ficou eternizado por ter dito o seguinte: “No futebol são 11 contra 11 e no fim, ganha a Alemanha”. Se substituirmos Alemanha por alemães, a frase pode, perfeitamente, aplicar-se ao jogo do Sporting, na Wolskwagen Arena, diante do Wolsfburgo, na primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa. Não que os leões tenham feito uma partida soberba, não que tenham sido dominadores, mas se não tivessem sido acossados, principalmente no início da segunda, pelo estigma da inferioridade, o resultado podia ter sido bem mais animador.
De forma adulta e personalizada, os leões saltaram para o relvado crentes nas suas capacidades e, se cumprissem à risca o plano traçado, se não tivessem sofrido uma paralisia cerebral colectiva, arrisco até dizer, que as coisas poderiam ter sido bem diferentes, porém, os ses fazem sempre, ou quase sempre, parte do fado lusitano e no fim, os alemães, altos, possantes e crentes nas suas capacidades, fizeram dois golos, não sofreram nenhum e assumem a dianteira da eliminatória, que ficará resolvida daqui a oito dias, em Alvalade.
Na primeira parte o Sporting foi controlando, no seu rendilhado do meio campo, a formação germânica, João Mário e Adrien conduziam, com uma boa troca de bola, as operações e Rosell, que não fazia esquecer William, mas como esta forma do Sporting conduzir a partida, era do seu agrado, fazia a ausência do português, na linha mais recuada do miolo, não ser tão notada. Sabe-se que o Sporting está longe de ser uma equipa sólida defensivamente, por isso, o objectivo era claro, evitar que os alemães rondassem a zona mais recuada da formação leonina. Como fazê-lo, dar a bola a homens que além de a gostarem de ter nos pés, sabem o que lhe fazer. Nos primeiros 45 minutos, à excepção de uma boa arrancada de Schurle, na direita, que só uma boa intervenção de Rui Patrício, evitou que fosse golo, os donos da casa foram enrolados nessa teia. Caíram nessa “armadilha”. E, esta forma de actuar leonina só não deu golo, porque André Carrillo, depois de uma boa solicitação, não conseguiu, pressionado por Naldo e na cara de Diego Benaglio, dar o melhor seguimento ao esférico e este passou a milímetros do poste, mas pelo pior lado, o de fora.
Este jogo fica também marcado por uma má decisão do árbitro da partida, no final da primeira parte, os leões, novamente em solo germânico, viram o árbitro cometer uma falha impressionante, se contra o Schalke 04, a equipa de arbitragem transformou uma bola na cara de Jonathan Silva num penalti, desta vez, a equipa de arbitragem, mais concretamente o arbitro israelita, Alon Yefet, sem coragem, não assinalou o castigo máximo a punir mão de Vieirinha, médio do Wolsfburgo, dentro da área, com o árbitro a mandar seguir, prejudicando, gravemente, a formação lusitana. Aqui o resultado ainda era 0-0 e, caso fosse transformado em golo, este castigo máximo podia mudar, de forma muito significativa, o rumo da eliminatória.
Na segunda parte assistiu-se a outro jogo, os alemães marcaram dois golos e elevarem Rui Patrício, depois de uma semana atribulada com vídeos pelo meio, ao papel de herói, pois o titular da selecção portuguesa parou tudo o que era humanamente possível defender, não podendo fazer nada nos golos sofridos.
O primeiro golo alemão surgiu logo abrir, mau presságio para o que aí vinha. Naldo, um dos centrais da equipa da casa, recuperou(!?) uma bola no meio campo defensivo do Sporting, fez um ziguezague que descolorou o meio campo leonino e solicitou, pelo corredor central, o holandês Bas Dost, que, depois de receber e encarar o guardião leonino, colocou a bola por baixo deste, sem hipótese de defesa, enquanto os centrais e restante linha defensiva viam jogar e pediam um fora de jogo inexistente. Aos 47 minutos, apenas 2 após o reatamento, estava feito o mais fácil para a formação que ocupa o segundo lugar da Bundesliga, estava aberta a brecha na muralha leonina. Daqui para a frente o Sporting desconjuntou-se, a equipa começou a sentir falta de William como até aí não tinha acontecido, e nem Nani, que está longe da forma que já se lhe viu esta época, neste que era o seu centésimo jogou europeu, conseguiu dar à equipa aquilo que ela precisava: tranquilidade. Percebeu-se depois que este golo foi um rude golpe, Rui Patrício, que na primeira parte tinha estado tranquilo, começou a ser colocado à prova com frequência, foi adiando, enquanto pôde, o que parecia a todos inevitável e que veio acontecer aos minuto 63, com o mesmo protagonista, Bas Dost, a fechar a contagem, a fazer subir o 2-0 ao placard e a deixar o leão, quase ferido de morte. Até ao final não se viu reacção da equipa liderada por Marco Silva e viu-se o capitão leonino, a fazer um punhado de boas defesas que evitaram o avolumar do resultado.
A supremacia alemã, que os euros ajudam a explicar (o Wolsfburgo tem capacidade para contratar jogadores como Schurle ou Kevin de Bruyne, ambos ao Chelsea, isto diz muito da boa saúde financeira do mercado alemão), existiu, mas fica-se com a sensação, que o decorrer dos minutos limitou, sobretudo mentalmente, a formação portuguesa e esse, parece ter sido, o maior pecado do Sporting, o que denota alguma falta de mentalidade e estabilidade emocional para segurar um jogo desta natureza. Resta agora aos leões fazerem, na próxima quinta-feira, mais uma brilhante noite europeia, para levar de vencida os alemães. Ficamos à espera de um rugido de leão.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)
Gary Lineker, ponta da lança inglês, que se notabilizou na década de 80, um dos melhores de sempre, além dos golos que marcou, ficou eternizado por ter dito o seguinte: “No futebol são 11 contra 11 e no fim, ganha a Alemanha”. Se substituirmos Alemanha por alemães, a frase pode, perfeitamente, aplicar-se ao jogo do Sporting, na Wolskwagen Arena, diante do Wolsfburgo, na primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa. Não que os leões tenham feito uma partida soberba, não que tenham sido dominadores, mas se não tivessem sido acossados, principalmente no início da segunda, pelo estigma da inferioridade, o resultado podia ter sido bem mais animador.
De forma adulta e personalizada, os leões saltaram para o relvado crentes nas suas capacidades e, se cumprissem à risca o plano traçado, se não tivessem sofrido uma paralisia cerebral colectiva, arrisco até dizer, que as coisas poderiam ter sido bem diferentes, porém, os ses fazem sempre, ou quase sempre, parte do fado lusitano e no fim, os alemães, altos, possantes e crentes nas suas capacidades, fizeram dois golos, não sofreram nenhum e assumem a dianteira da eliminatória, que ficará resolvida daqui a oito dias, em Alvalade.
Na primeira parte o Sporting foi controlando, no seu rendilhado do meio campo, a formação germânica, João Mário e Adrien conduziam, com uma boa troca de bola, as operações e Rosell, que não fazia esquecer William, mas como esta forma do Sporting conduzir a partida, era do seu agrado, fazia a ausência do português, na linha mais recuada do miolo, não ser tão notada. Sabe-se que o Sporting está longe de ser uma equipa sólida defensivamente, por isso, o objectivo era claro, evitar que os alemães rondassem a zona mais recuada da formação leonina. Como fazê-lo, dar a bola a homens que além de a gostarem de ter nos pés, sabem o que lhe fazer. Nos primeiros 45 minutos, à excepção de uma boa arrancada de Schurle, na direita, que só uma boa intervenção de Rui Patrício, evitou que fosse golo, os donos da casa foram enrolados nessa teia. Caíram nessa “armadilha”. E, esta forma de actuar leonina só não deu golo, porque André Carrillo, depois de uma boa solicitação, não conseguiu, pressionado por Naldo e na cara de Diego Benaglio, dar o melhor seguimento ao esférico e este passou a milímetros do poste, mas pelo pior lado, o de fora.
Este jogo fica também marcado por uma má decisão do árbitro da partida, no final da primeira parte, os leões, novamente em solo germânico, viram o árbitro cometer uma falha impressionante, se contra o Schalke 04, a equipa de arbitragem transformou uma bola na cara de Jonathan Silva num penalti, desta vez, a equipa de arbitragem, mais concretamente o arbitro israelita, Alon Yefet, sem coragem, não assinalou o castigo máximo a punir mão de Vieirinha, médio do Wolsfburgo, dentro da área, com o árbitro a mandar seguir, prejudicando, gravemente, a formação lusitana. Aqui o resultado ainda era 0-0 e, caso fosse transformado em golo, este castigo máximo podia mudar, de forma muito significativa, o rumo da eliminatória.
Na segunda parte assistiu-se a outro jogo, os alemães marcaram dois golos e elevarem Rui Patrício, depois de uma semana atribulada com vídeos pelo meio, ao papel de herói, pois o titular da selecção portuguesa parou tudo o que era humanamente possível defender, não podendo fazer nada nos golos sofridos.
O primeiro golo alemão surgiu logo abrir, mau presságio para o que aí vinha. Naldo, um dos centrais da equipa da casa, recuperou(!?) uma bola no meio campo defensivo do Sporting, fez um ziguezague que descolorou o meio campo leonino e solicitou, pelo corredor central, o holandês Bas Dost, que, depois de receber e encarar o guardião leonino, colocou a bola por baixo deste, sem hipótese de defesa, enquanto os centrais e restante linha defensiva viam jogar e pediam um fora de jogo inexistente. Aos 47 minutos, apenas 2 após o reatamento, estava feito o mais fácil para a formação que ocupa o segundo lugar da Bundesliga, estava aberta a brecha na muralha leonina. Daqui para a frente o Sporting desconjuntou-se, a equipa começou a sentir falta de William como até aí não tinha acontecido, e nem Nani, que está longe da forma que já se lhe viu esta época, neste que era o seu centésimo jogou europeu, conseguiu dar à equipa aquilo que ela precisava: tranquilidade. Percebeu-se depois que este golo foi um rude golpe, Rui Patrício, que na primeira parte tinha estado tranquilo, começou a ser colocado à prova com frequência, foi adiando, enquanto pôde, o que parecia a todos inevitável e que veio acontecer aos minuto 63, com o mesmo protagonista, Bas Dost, a fechar a contagem, a fazer subir o 2-0 ao placard e a deixar o leão, quase ferido de morte. Até ao final não se viu reacção da equipa liderada por Marco Silva e viu-se o capitão leonino, a fazer um punhado de boas defesas que evitaram o avolumar do resultado.
A supremacia alemã, que os euros ajudam a explicar (o Wolsfburgo tem capacidade para contratar jogadores como Schurle ou Kevin de Bruyne, ambos ao Chelsea, isto diz muito da boa saúde financeira do mercado alemão), existiu, mas fica-se com a sensação, que o decorrer dos minutos limitou, sobretudo mentalmente, a formação portuguesa e esse, parece ter sido, o maior pecado do Sporting, o que denota alguma falta de mentalidade e estabilidade emocional para segurar um jogo desta natureza. Resta agora aos leões fazerem, na próxima quinta-feira, mais uma brilhante noite europeia, para levar de vencida os alemães. Ficamos à espera de um rugido de leão.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)