A primeira jornada da segunda volta da primeira liga foi, quando ainda falta jogar uma partida, Paços de Ferreira – Benfica, que o Ricardo Jorge irá dissecar, repleta de surpresas. A mais evidente, a derrota do FC Porto, na Madeira, diante do Marítimo, comprometendo, caso o Benfica vença no terreno do Paços de Ferreira, quase em definitivo, a luta pelo título de campeão nacional.
Por outro lado, o empate do Vitória de Guimarães, a derrota do SC Braga e a vitória do Vitória de Setúbal, representam também, alguns aspectos surpreendentes desta jornada que tem, para já, como grande vencedor, o Sporting, que após suada vitória em casa, diante da Académica, aproximou-se do FC Porto e distanciou-se, ainda mais, de Guimarães e Braga.
Alvalade soube sofrer.
O Sporting recebeu, na tarde de Domingo, no seu estádio, a Académica de Coimbra, equipa que na primeira volta, na jornada inicial da liga, tinha imposto um empate a uma bola aos leões.
Num jogo de sentido único, conforme referiu Marco Silva no final do encontro “Rui Patrício não fez uma única defesa em todo o jogo” os leões sentiram, perante uns estudantes preocupados apenas em defender, muitas dificuldades para furar a muralha defensiva montada por Paulo Sérgio, que percebeu que atrasar ao máximo o golo leonino, lhe poderia dar dividendos nos 90 minutos. A Académica renunciou ao jogo, assumiu a diferença de valor lutando com as armas que tem: bloco muito baixo e compacto, povoamento da zona defensiva e à espera de um menor acerto do ataque leonino.
A tarde estava magnífica, mas Alvalade sofreu a bom sofrer para poder levar de vencida uma equipa que, a continuar desta forma, vai ter muitas dificuldades para se manter entre os primodivisionários. Desde o primeiro minuto que os leões tentaram fazer o assalto à baliza de Lee, mas a falta de capacidade concretizadora, lucidez e dinâmica de elementos como Nani e Carrillo, foram adiando o desatar do nó estudantil. Com uma oportunidade flagrante, por Montero, que falhou o cabeceamento à boca da baliza, alguns remates de meia de distância de João Mário, Carrillo, Adrien e Paulo Oliveira, este último, esteve para fazer o golo da sua vida, o empate ao intervalo, premiava mais a Académica.
Na segunda parte, a equipa leonina entrou com mais dinâmica no jogo, começando por imprimir maior rapidez nas suas acções, mas o passar dos minutos, devolveu ao jogo a toada da primeira parte, o que começou a gerar, na plateia, alguma ansiedade e sofrimento que, felizmente, a jovem formação leonina não acusou, numa demonstração clara, da maturidade que a equipa começa apresentar, num jogo onde o onze inicial, era composto por oito jogadores portugueses: Rui Patrício, Cédric, Paulo Oliveira, Tobias Figueiredo, William Carvalho, Adrien. João Mário e Nani, sendo que destes, apenas Paulo Oliveira, não é um produto da formação. Mas seria, após a entrada de Carlos Mané e Tanaka, que o rumo do jogo virou. O japonês ocupou o lugar de Montero no eixo do ataque, permitiu que este fizesse, na minha opinião o que melhor sabe, jogar atrás do ponta de lança, isso deu mais largura ao ataque leonino, que teve em Mané, um irreverente que ocupou muito bem o lugar do apagado Carrillo. Com naturalidade, após estas alterações, a pressão intensificou-se e numa recuperação de bola de William Carvalho, o melhor em campo, voltou a encher o relvado, a fazer pressão, a recuperar bolas e a lançar de forma soberba os extemos, Tanaka cabeceou forte uma bola colocada com mel na área, Lee defendeu como pôde e João Mário, solto, fez o golo que acalmou Alvalade e juntou mais 3 pontos ao pecúlio leonino, somando assim os leões, a quinta vitória consecutiva na primeira liga.
A vitória do Sporting não sofre qualquer tipo de contestação e teve tanto de justa como de sofrida, com a formação orientada por Marco Silva a demonstrar que é, por esta altura, uma equipa com a moral elevada e em grande forma.
Última nota para Nani e Jefferson, que forçaram o quinto amarelo, cumprindo castigo na róxima jornada em Arouca, limpando dessa forma a folha de cartões para estarem aptos para o dérbi contra o Benfica daqui a 15 dias.
Pérola do Atlântico sem brilho para o FC Porto
Na Madeira o FC Porto procurava anular a aproximação que o Sporting fizera minutos antes e colocar pressão ao Benfica, no fim do jogo, nem uma coisa nem outra, com a agravante do Sporting ficar apenas 1 ponto e o Benfica poder aumentar a vantagem para 9.
Depois da mística demonstrada em Braga, o FC Porto, não conseguiu somar nenhum ponto nesta sua deslocação ao reformulado, mas não acabado, estádio do Marítimo. Se olharmos com frieza para o jogo, o FC Porto não devia ter sido derrotado, mas a lógica é uma grande batata e por isso, no regresso à Invicta, sem o apoio de outros dias, o FC Porto trouxe o amargo sabor da derrota na bagagem.
Houve mais Porto no jogo, claro! Foi eficaz o Porto, não! E isso fez toda a diferença, os da casa, na única, repito, na única oportunidade de golo, com a colaboração/displicência da defensiva azul e branca, marcaram o solitário golo da vitória e agarraram-se a isso como um náufrago se agarra a uma bóia, no momento em que pretende salvar-se do afogamento. Deve dizer-se também, que o FC Porto cometeu os erros já demonstrados noutros jogos, este formação de Lopetegui tenta jogar, triangular, bascular, combinar, mas este emaranhado de opções faz a equipa perder lucidez e eficácia, além de ontem, o treinador basco, ter errado na escolha da equipa inicial, Juan Quintero é hoje um jogador sem ideias e Tello é uma ancora, conforme se viu após a sua entrada, Rúben Neves é lúcido e esclarecido, Casemiro é, neste jogos, um jogador sem capacidade técnica para dar consistência, passe e orientação à equipa, contudo isto, perdem-se Jackson e Olivér, que tentaram mudar o rumo e Quaresma, que, sendo um dos melhores em campo, por vezes não tem a clarividência necessária para ajudar a equipa com o seu virtuosismo. Em suma, o Porto que jogou na Madeira, perdeu, de forma cruel, como lhe havia sucedido em casa diante do Benfica, o que deve fazer com que o treinador azul e branco, comece, se quiser ainda sonhar com o título, a perceber que o campeonato português, com os seus momentos e jogos peculiares, que da forma como o Porto, este Porto, aborda os jogos, as possibilidades serão, cada vez mais, reduzidas.
Podem-se contar a inúmeras oportunidades de golo que a equipa criou, mas elas só surgiram com total evidência quando o treinador tirou Herrera, Quintero e Indi, a saída do central não se percebeu, porque para o seu lugar recuou Casemiro, mas o que importa referir, é que as entradas de Tello, Rúben Neves e Gonçalo Paciência, deram à formação dos dragões, uma frescura de ideias e dinâmica, que a equipa, na primeira parte, não teve. Esta melhoria foi, na verdade, mais do que muita, nesta altura brilhou Salin, guarda-redes verde-rubro, que foi o melhor em campo da sua equipa e mesmo quando os insulares ficaram reduzidos a 10, o Porto não teve capacidade para circular rápido e causar o desequilíbrio no meio, tudo somado, redonda na derrota, que pode, complicar as contas e, como disse Quaresma, tonar “tudo muito mais difícil”. No fim Lopetegui, ao seu estilo, queixou-se do árbitro e queixou-se do relvado, asseverando que a sua equipa foi superior, já Leonel Pontes disse, que esta vitória injecta moral para o resto da prova, dum Marítimo que está aquém do esperado.
Bessa amargo para o SC Braga
No Bessa, no último jogo do Domingo futebolístico, o SC Braga perdeu e assim não aproveitou para recuperar terreno ao rival minhoto, Vitória de Guimarães.
Antes de qualquer análise que se possa fazer, deve-se ter uma palavra para o Boavista de Petit, sem jogar um futebol aprimorado, os axadrezados, que todos viam como “os bombos da festa” desta primeira liga, tem conseguido somar pontos e conquistar vitórias que podem vir a ser vitais quando se chegar há hora das decisões. O SC Braga não foi capaz de vencer o Boavista, num jogo fraco, sem muitos motivos de interesse, onde boavisteiros tiveram a sorte do jogo, porque nunca se rendeu, por seu turno, a falta de atitude dos Gverreiros do Minho, foi gritante.
Sérgio Conceição não pôde contar, para este jogo, com Baiano, Santos e Pardo, todos lesionados, para os seus lugares entraram Sasso, Goiano e Salvador Agra, de resto, os mesmos de sempre, com Djavan, a agarrar em definitivo o lugar na lateral esquerda. O maior problema do SC Braga, além da já referida atitude, foi o mal funcionamento entre o meio-campo e o ataque. Nos arsenalistas Pedro Tiba e Rúben Micael estiveram muito aquém do que são capazes; Salvador Agra, nem por sombra faz esquecer Pardo; Rafa está fora de forma e Éder não tem tido a felicidade que é precisa num avançado. A excepção, além de André Pinto, vai para Danilo, mas o jovem brasileiro não pode ser o farol da equipa e ontem, no Bessa, notou-se que a equipa esteve órfã de ideias e de quem desequilibrasse a balança, em suma, notou em demasia a ausência de Pardo, que costuma ser, o elo mais forte da equipa. Sem ideias e sem jogo, facilmente o Braga caiu no engodo boavisteiro, que, na falta de recursos de ataque, foi fazendo da força física a sua força e no momento de ser feliz, Uchebo, aproveitou, solto na área, uma bola defendida para a frente por Matheus, para, com alguma sorte à mistura e completo infortúnio de André Pinto, fazer o golo que vingou a derrota da primeira volta. À luz do sucedido, a derrota surge como castigo demasiado pesado, mas o Braga não fez tudo o que estava ao seu alcance para vencer, a formação da cidade dos arcebispos, que tem mais obrigações que o seu opositor e tem, objectivos mais arrojados, terá, num futuro não muito distante, que jogar mais e fazer bem mais do que o que fez para poder chegar ao fim da época dentro das metas traçadas. O tempo vai passando e este Braga vai deixando fugir oportunidades de ouro, numa jornada em que o quarto classificado perdeu pontos, esperava-se que os minhotos pudessem consumar a aproximação. A formação de Sérgio Conceição tem naturais desequilíbrios, nota em demasia a falta de elementos que não podem dar o seu contributo à equipa e falta, na frente de ataque, quem faça a diferença na hora de atirar à baliza. A equipa, que já fez belíssimas prestações esta época, tem até, em muitos jogos, deslumbrado, mas noutros, deixa muito a desejar e complica a sua tarefa no terreno de jogo.
Quanto aos outros jogos, surpreende a vitória do Setúbal, em casa, perante o Rio Ave. Surpreende pêlos números, 4-1 e pela reviravolta no marcador, fica a dúvida, será que é para durar? Já o Nacional parece que tomou o gosto de vencer fora, nesta jornada fê-lo em casa do Moreirense, 2-3, foi o resultado final. O Estoril ganhou ao Arouca por 1-0 e começa assim, a equipa da linha, aproximar-se dos lugares da frente; já o Belenenses recebeu o Penafiel e até ao momento, este é o único jogo da jornada onde não houveram golos, 0-0 foi o resultado. Na abertura da segunda volta, em Guimarães, o Vitória esteve quase a ceder a primeira derrota em casa, perante o Gil Vicente, mas a equipa vitoriana teve a capacidade de empatar o jogo a 2 bolas, tendo estado a perder por, 0-2.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)
Por outro lado, o empate do Vitória de Guimarães, a derrota do SC Braga e a vitória do Vitória de Setúbal, representam também, alguns aspectos surpreendentes desta jornada que tem, para já, como grande vencedor, o Sporting, que após suada vitória em casa, diante da Académica, aproximou-se do FC Porto e distanciou-se, ainda mais, de Guimarães e Braga.
Alvalade soube sofrer.
O Sporting recebeu, na tarde de Domingo, no seu estádio, a Académica de Coimbra, equipa que na primeira volta, na jornada inicial da liga, tinha imposto um empate a uma bola aos leões.
Num jogo de sentido único, conforme referiu Marco Silva no final do encontro “Rui Patrício não fez uma única defesa em todo o jogo” os leões sentiram, perante uns estudantes preocupados apenas em defender, muitas dificuldades para furar a muralha defensiva montada por Paulo Sérgio, que percebeu que atrasar ao máximo o golo leonino, lhe poderia dar dividendos nos 90 minutos. A Académica renunciou ao jogo, assumiu a diferença de valor lutando com as armas que tem: bloco muito baixo e compacto, povoamento da zona defensiva e à espera de um menor acerto do ataque leonino.
A tarde estava magnífica, mas Alvalade sofreu a bom sofrer para poder levar de vencida uma equipa que, a continuar desta forma, vai ter muitas dificuldades para se manter entre os primodivisionários. Desde o primeiro minuto que os leões tentaram fazer o assalto à baliza de Lee, mas a falta de capacidade concretizadora, lucidez e dinâmica de elementos como Nani e Carrillo, foram adiando o desatar do nó estudantil. Com uma oportunidade flagrante, por Montero, que falhou o cabeceamento à boca da baliza, alguns remates de meia de distância de João Mário, Carrillo, Adrien e Paulo Oliveira, este último, esteve para fazer o golo da sua vida, o empate ao intervalo, premiava mais a Académica.
Na segunda parte, a equipa leonina entrou com mais dinâmica no jogo, começando por imprimir maior rapidez nas suas acções, mas o passar dos minutos, devolveu ao jogo a toada da primeira parte, o que começou a gerar, na plateia, alguma ansiedade e sofrimento que, felizmente, a jovem formação leonina não acusou, numa demonstração clara, da maturidade que a equipa começa apresentar, num jogo onde o onze inicial, era composto por oito jogadores portugueses: Rui Patrício, Cédric, Paulo Oliveira, Tobias Figueiredo, William Carvalho, Adrien. João Mário e Nani, sendo que destes, apenas Paulo Oliveira, não é um produto da formação. Mas seria, após a entrada de Carlos Mané e Tanaka, que o rumo do jogo virou. O japonês ocupou o lugar de Montero no eixo do ataque, permitiu que este fizesse, na minha opinião o que melhor sabe, jogar atrás do ponta de lança, isso deu mais largura ao ataque leonino, que teve em Mané, um irreverente que ocupou muito bem o lugar do apagado Carrillo. Com naturalidade, após estas alterações, a pressão intensificou-se e numa recuperação de bola de William Carvalho, o melhor em campo, voltou a encher o relvado, a fazer pressão, a recuperar bolas e a lançar de forma soberba os extemos, Tanaka cabeceou forte uma bola colocada com mel na área, Lee defendeu como pôde e João Mário, solto, fez o golo que acalmou Alvalade e juntou mais 3 pontos ao pecúlio leonino, somando assim os leões, a quinta vitória consecutiva na primeira liga.
A vitória do Sporting não sofre qualquer tipo de contestação e teve tanto de justa como de sofrida, com a formação orientada por Marco Silva a demonstrar que é, por esta altura, uma equipa com a moral elevada e em grande forma.
Última nota para Nani e Jefferson, que forçaram o quinto amarelo, cumprindo castigo na róxima jornada em Arouca, limpando dessa forma a folha de cartões para estarem aptos para o dérbi contra o Benfica daqui a 15 dias.
Pérola do Atlântico sem brilho para o FC Porto
Na Madeira o FC Porto procurava anular a aproximação que o Sporting fizera minutos antes e colocar pressão ao Benfica, no fim do jogo, nem uma coisa nem outra, com a agravante do Sporting ficar apenas 1 ponto e o Benfica poder aumentar a vantagem para 9.
Depois da mística demonstrada em Braga, o FC Porto, não conseguiu somar nenhum ponto nesta sua deslocação ao reformulado, mas não acabado, estádio do Marítimo. Se olharmos com frieza para o jogo, o FC Porto não devia ter sido derrotado, mas a lógica é uma grande batata e por isso, no regresso à Invicta, sem o apoio de outros dias, o FC Porto trouxe o amargo sabor da derrota na bagagem.
Houve mais Porto no jogo, claro! Foi eficaz o Porto, não! E isso fez toda a diferença, os da casa, na única, repito, na única oportunidade de golo, com a colaboração/displicência da defensiva azul e branca, marcaram o solitário golo da vitória e agarraram-se a isso como um náufrago se agarra a uma bóia, no momento em que pretende salvar-se do afogamento. Deve dizer-se também, que o FC Porto cometeu os erros já demonstrados noutros jogos, este formação de Lopetegui tenta jogar, triangular, bascular, combinar, mas este emaranhado de opções faz a equipa perder lucidez e eficácia, além de ontem, o treinador basco, ter errado na escolha da equipa inicial, Juan Quintero é hoje um jogador sem ideias e Tello é uma ancora, conforme se viu após a sua entrada, Rúben Neves é lúcido e esclarecido, Casemiro é, neste jogos, um jogador sem capacidade técnica para dar consistência, passe e orientação à equipa, contudo isto, perdem-se Jackson e Olivér, que tentaram mudar o rumo e Quaresma, que, sendo um dos melhores em campo, por vezes não tem a clarividência necessária para ajudar a equipa com o seu virtuosismo. Em suma, o Porto que jogou na Madeira, perdeu, de forma cruel, como lhe havia sucedido em casa diante do Benfica, o que deve fazer com que o treinador azul e branco, comece, se quiser ainda sonhar com o título, a perceber que o campeonato português, com os seus momentos e jogos peculiares, que da forma como o Porto, este Porto, aborda os jogos, as possibilidades serão, cada vez mais, reduzidas.
Podem-se contar a inúmeras oportunidades de golo que a equipa criou, mas elas só surgiram com total evidência quando o treinador tirou Herrera, Quintero e Indi, a saída do central não se percebeu, porque para o seu lugar recuou Casemiro, mas o que importa referir, é que as entradas de Tello, Rúben Neves e Gonçalo Paciência, deram à formação dos dragões, uma frescura de ideias e dinâmica, que a equipa, na primeira parte, não teve. Esta melhoria foi, na verdade, mais do que muita, nesta altura brilhou Salin, guarda-redes verde-rubro, que foi o melhor em campo da sua equipa e mesmo quando os insulares ficaram reduzidos a 10, o Porto não teve capacidade para circular rápido e causar o desequilíbrio no meio, tudo somado, redonda na derrota, que pode, complicar as contas e, como disse Quaresma, tonar “tudo muito mais difícil”. No fim Lopetegui, ao seu estilo, queixou-se do árbitro e queixou-se do relvado, asseverando que a sua equipa foi superior, já Leonel Pontes disse, que esta vitória injecta moral para o resto da prova, dum Marítimo que está aquém do esperado.
Bessa amargo para o SC Braga
No Bessa, no último jogo do Domingo futebolístico, o SC Braga perdeu e assim não aproveitou para recuperar terreno ao rival minhoto, Vitória de Guimarães.
Antes de qualquer análise que se possa fazer, deve-se ter uma palavra para o Boavista de Petit, sem jogar um futebol aprimorado, os axadrezados, que todos viam como “os bombos da festa” desta primeira liga, tem conseguido somar pontos e conquistar vitórias que podem vir a ser vitais quando se chegar há hora das decisões. O SC Braga não foi capaz de vencer o Boavista, num jogo fraco, sem muitos motivos de interesse, onde boavisteiros tiveram a sorte do jogo, porque nunca se rendeu, por seu turno, a falta de atitude dos Gverreiros do Minho, foi gritante.
Sérgio Conceição não pôde contar, para este jogo, com Baiano, Santos e Pardo, todos lesionados, para os seus lugares entraram Sasso, Goiano e Salvador Agra, de resto, os mesmos de sempre, com Djavan, a agarrar em definitivo o lugar na lateral esquerda. O maior problema do SC Braga, além da já referida atitude, foi o mal funcionamento entre o meio-campo e o ataque. Nos arsenalistas Pedro Tiba e Rúben Micael estiveram muito aquém do que são capazes; Salvador Agra, nem por sombra faz esquecer Pardo; Rafa está fora de forma e Éder não tem tido a felicidade que é precisa num avançado. A excepção, além de André Pinto, vai para Danilo, mas o jovem brasileiro não pode ser o farol da equipa e ontem, no Bessa, notou-se que a equipa esteve órfã de ideias e de quem desequilibrasse a balança, em suma, notou em demasia a ausência de Pardo, que costuma ser, o elo mais forte da equipa. Sem ideias e sem jogo, facilmente o Braga caiu no engodo boavisteiro, que, na falta de recursos de ataque, foi fazendo da força física a sua força e no momento de ser feliz, Uchebo, aproveitou, solto na área, uma bola defendida para a frente por Matheus, para, com alguma sorte à mistura e completo infortúnio de André Pinto, fazer o golo que vingou a derrota da primeira volta. À luz do sucedido, a derrota surge como castigo demasiado pesado, mas o Braga não fez tudo o que estava ao seu alcance para vencer, a formação da cidade dos arcebispos, que tem mais obrigações que o seu opositor e tem, objectivos mais arrojados, terá, num futuro não muito distante, que jogar mais e fazer bem mais do que o que fez para poder chegar ao fim da época dentro das metas traçadas. O tempo vai passando e este Braga vai deixando fugir oportunidades de ouro, numa jornada em que o quarto classificado perdeu pontos, esperava-se que os minhotos pudessem consumar a aproximação. A formação de Sérgio Conceição tem naturais desequilíbrios, nota em demasia a falta de elementos que não podem dar o seu contributo à equipa e falta, na frente de ataque, quem faça a diferença na hora de atirar à baliza. A equipa, que já fez belíssimas prestações esta época, tem até, em muitos jogos, deslumbrado, mas noutros, deixa muito a desejar e complica a sua tarefa no terreno de jogo.
Quanto aos outros jogos, surpreende a vitória do Setúbal, em casa, perante o Rio Ave. Surpreende pêlos números, 4-1 e pela reviravolta no marcador, fica a dúvida, será que é para durar? Já o Nacional parece que tomou o gosto de vencer fora, nesta jornada fê-lo em casa do Moreirense, 2-3, foi o resultado final. O Estoril ganhou ao Arouca por 1-0 e começa assim, a equipa da linha, aproximar-se dos lugares da frente; já o Belenenses recebeu o Penafiel e até ao momento, este é o único jogo da jornada onde não houveram golos, 0-0 foi o resultado. Na abertura da segunda volta, em Guimarães, o Vitória esteve quase a ceder a primeira derrota em casa, perante o Gil Vicente, mas a equipa vitoriana teve a capacidade de empatar o jogo a 2 bolas, tendo estado a perder por, 0-2.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)