No Sábado, Benfica e FC Porto, venceram os seus jogos. O Benfica no Restelo venceu o Belenenses por 0-2; já o Porto, em casa, recebeu e venceu a Académica por um magro 1-0. No Domingo, o Sporting, com maior dificuldade que a esperada, levou de vencida o Boavista por 2-1.
Em Belém está-se bem
O fim de tarde de Sábado trouxe dois dos pratos fortes da jornada, Benfica e Porto, em véspera de confronto directo na Luz, jogavam à mesma hora e prendiam, dessa forma, a atenção dos adeptos numa jornada que não permitia falhos a nenhuma das formações.
No Restelo, o Benfica não se atemorizou e não foi na cantiga dos velhos que por ali, reza a história, anunciavam a desgraça e assumiu bem cedo, como de resto vem sendo hábito ultimamente, a dianteira do jogo para gáudio dos muitos adeptos encarnados que pintaram as bancadas do estádio, dando assim um bonito colorido à festa.
Sem poder contar Máxi Pereira, a cumprir um jogo de suspensão, foi rendido pelo todo-terreno André Almeida, com Sálvio, Jonas e Samaris “à bica” de cartões, Jorge Jesus, por motivos físicos, prescindiu do argentino, lançando no jogo o brasileiro e o grego, sendo que o holandês Ola John ocupou a vaga de ataque na direita, de resto, os suspeitos do costume no onze inicial.
O jogo não podia ter começado melhor para a equipa que lidera a tabela, Jonas, aproveitou da melhor forma uma falha defensiva da equipa da Cruz de Cristo e com a habitual classe, ao minuto 6, abriu o activo no Restelo. Chegou a pensar-se que esta seria mais uma tarde fácil para o Benfica, nada disso, o marasmo e a falta de ideias da equipa de Jorge Jesus era tal, que por diversas vezes o técnico das águias, ficou com os nervos em franja com aquilo que via. Esta inesperada apatia do Benfica foi aproveitada pelo Belenenses para procurar chegar à baliza defendida por Júlio César, que foi obrigado a estar atento diversas ocasiões para não ser surpreendido. Até ao intervalo, maior acutilância da formação da casa, mas sem resultados prácticos.
Na segunda parte, tudo rolava no mesmo figurino, mais Belenenses com o mesmo desacerto encarnado, deve dizer-se que este desacerto, muito tinha a ver com a estratégia montada por Jorge Simão, que soube apresentar um esquema táctico que foi cortando as possibilidades dos benfiquistas, contudo, a equipa de Belém, sem lucidez perante a baliza, viu Jonas finalizar com grande categoria uma bola que travou no peito após um passe com olhos de Gaitán, este segundo golo, no segundo remate do Benfica enquadrado com a baliza, feriu de morte a equipa azul e esta nunca mais foi capaz de incomodar Júlio César.
Há chavões no futebol que são usados muitas vezes, aquele que diz que o resultado foi melhor que a exibição, encaixa na perfeição para definir esta partida do Benfica, no primeiro jogo da segunda volta, sem sofrer golos, em jogos realizadas fora do Estádio da Luz. Com mais estes três pontos, os encarnados chegam ao clássico da próxima jornada, com vantagem sobre o FC Porto.
Munique à vista
À mesma hora que o Benfica defrontava o Belenenses no Restelo, Julen Lopetegui, treinador espanhol que orienta o FC Porto, mostra-se cada vez mais conhecedor da história de Portugal, pois em pleno mês de Abril, operou uma autêntica revolução no onze inicial diante da Académica de Coimbra. Depois da épica vitória sobre os germânicos, o timoneiro azul e branco optou por conceder a titularidade no sábado a Fabiano e Alex Sandro, este último a central, de resto, dos jogadores que haviam jogado diante do Bayern, tudo diferente, objectivo, ter a equipa na máxima força para a viagem ao Allianz Arena, e Alex Sandro apenas foi a jogo porque não pode jogar a segunda mão da eliminatória, pois viu cartão amarelo no primeiro jogo.
Obviamente que estas trocas, nove no total, retiraram aos dragões alguma clarividência, rotinas e capacidade de jogo (quem viu o FC Porto contra o Bayern e este jogo, notou a diferença), mas este Porto, estes jogadores, queriam dar nas vistas e lá se lançaram ao ataque e quando Hernâni, aos 15 minutos, abriu a contagem, a ideia que pairou no ar era a da goleada. Nada mais errado, ao Porto faltou ligação, faltou pontaria e Cristiano, guardião estudantil, esteve soberbo. Com tanta alteração junta, houve períodos onde o FC Porto se perdeu e Alex Sandro, um central adaptado, quase borrava a pintura toda, quando colocou a bola nos pés de Rafael Lopes, numa imitação quase perfeita dos erros cometidos pela defensiva do Bayern, só que o avançado da turma de Coimbra, na cara de Fabiano, atirou por cima, passou o susto e chegou-se ao intervalo.
Na segunda parte, o recital de Cristiano continuou e o dos golos falhados também. Sem nunca sossegar, percebeu-se que os comandados de José Viterbo dificilmente chegariam ao golo, mas o 1-0 é sempre um resultado curto e quando os de Coimbra fizeram o Dragão tremer, com Fabiano a segurar o 1-0, Lopetegui abanou e lançou alguma carne no assador, mas os resultados prácticos não foram nenhuns e numa soberba ocasião, Jackson Martinez, fez o mais difícil, em cima da linha de golo, atirou para fora e gorou-se a possibilidade de descansar a plateia. Quando Duarte Gomes apitou para o fim, todo mundo suspirou.
Vitória suada, apertada, mas justa do Porto. Com este resultado, os dragões chegam vivos à Luz e tem Munique, quase a seus pés. Numa semana decisiva, os azuis e brancos para já, estão a mostrar as garras e a fibra de que são feitos.
Leão quase em xeque-mate
Em Alvalade, ainda muitos dos adeptos não se tinham sentado e já Adrien tinha feito o gosto ao pé. Em apenas 15(!) segundos, o Sporting construiu uma jogada de ataque, aproveitou uma falha monumental da defensiva axadrezada e marcou um golo. Melhor inicio? Impossível. Só que no melhor pano cai a nódoa e os leões, depois deste golo que fez a maioria pensar que a goleada estava a ser fabricada, entrou numa tão grande amarra que, talvez confiados na facilidade com que se chegou ao golo inaugural, deixaram a pantera colocar as garras de fora e o empate, aos 7, fruto duma passividade incompreensível da defensiva leonina, não trazia justiça, porque ninguém tinha feito nada para marcar, mas colocava o Boavista empatado e com lucidez para não se deixar abater. Na verdade, os homens de Petit, souberam reagir e não se atemorizaram em Alvalade. O que se viu do Sporting daqui para a frente, nestes primeiros 45 minutos, foi do pior que a equipa de Marco Silva fez em toda a época, foi tão confrangedor, que aos 30 minutos, o jovem técnico leonino tirou Rosell, não que estivesse a jogar mal, mas o Boavista não assustava e tê-lo em campo não era necessário, e fez entrar para o seu lugar Slimani, mas melhorias não se notaram e quando já todos suspiravam pelo intervalo, noutra patética abordagem da defesa verde e branca, Tobias Figueiredo derrubou Zé Manuel que seguia isolado para o cara a cara com Patrício, Luis Ferreira, o árbitro, não teve dúvidas e expulsou o central, décima quarta expulsão leonina na época, situação a rever, as bancadas ficaram em suspenso e só não ficaram de boca aberta, porque na conversão do livre frontal, o suspeito do costume pelo lado boavisteiro, Zé Manuel, atirou à barra com Patrício sem possibilidades de defesa.
No reatamento, e depois de já ter feito uma alteração, sem centrais no banco, Marco Silva lançou William Carvalho no terreno no lugar de Tanaka, o objectivo era fixar-se no apoio a Paulo Oliveira, se do lado boavisteiro a pressão no ataque não existia, pois o objectivo era apenas pontuar, já o Sporting, com o “patrão” em campo, melhorou a sua prestação e procurava formas para chegar ao golo, já o Boavista, em superioridade numérica, não se aventurava no ataque. Uma atitude incompreensível. A melhoria do Sporting permitiu que Adrien tivesse oportunidade de visar, mas Mika, guarda-redes boavisteiro, negou o golo com uma excelente palmada, mais tarde, após cruzamento da Carrillo, foi impotente para parar a cabeçada triunfal de Slimani, que dava a definitiva vantagem à turma da casa. A partir daqui, os leões começaram a gerir, a guardar a bola, não permitindo que os do Bessa fizessem perigar a baliza do seu guarda-redes e quando o apito soou pela derradeira vez, Alvalade respirou melhor.
Vitória muito apertada do Sporting, que sofreu, conforme Marco Silva disse no final, por culpa própria, porém, esta vitória, alicerça o terceiro lugar leonino esta temporada, com a final da Taça no horizonte, a pergunta que fica é, alcançado em definitivo o terceiro posto, como se vão motivar as tropas?
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
Em Belém está-se bem
O fim de tarde de Sábado trouxe dois dos pratos fortes da jornada, Benfica e Porto, em véspera de confronto directo na Luz, jogavam à mesma hora e prendiam, dessa forma, a atenção dos adeptos numa jornada que não permitia falhos a nenhuma das formações.
No Restelo, o Benfica não se atemorizou e não foi na cantiga dos velhos que por ali, reza a história, anunciavam a desgraça e assumiu bem cedo, como de resto vem sendo hábito ultimamente, a dianteira do jogo para gáudio dos muitos adeptos encarnados que pintaram as bancadas do estádio, dando assim um bonito colorido à festa.
Sem poder contar Máxi Pereira, a cumprir um jogo de suspensão, foi rendido pelo todo-terreno André Almeida, com Sálvio, Jonas e Samaris “à bica” de cartões, Jorge Jesus, por motivos físicos, prescindiu do argentino, lançando no jogo o brasileiro e o grego, sendo que o holandês Ola John ocupou a vaga de ataque na direita, de resto, os suspeitos do costume no onze inicial.
O jogo não podia ter começado melhor para a equipa que lidera a tabela, Jonas, aproveitou da melhor forma uma falha defensiva da equipa da Cruz de Cristo e com a habitual classe, ao minuto 6, abriu o activo no Restelo. Chegou a pensar-se que esta seria mais uma tarde fácil para o Benfica, nada disso, o marasmo e a falta de ideias da equipa de Jorge Jesus era tal, que por diversas vezes o técnico das águias, ficou com os nervos em franja com aquilo que via. Esta inesperada apatia do Benfica foi aproveitada pelo Belenenses para procurar chegar à baliza defendida por Júlio César, que foi obrigado a estar atento diversas ocasiões para não ser surpreendido. Até ao intervalo, maior acutilância da formação da casa, mas sem resultados prácticos.
Na segunda parte, tudo rolava no mesmo figurino, mais Belenenses com o mesmo desacerto encarnado, deve dizer-se que este desacerto, muito tinha a ver com a estratégia montada por Jorge Simão, que soube apresentar um esquema táctico que foi cortando as possibilidades dos benfiquistas, contudo, a equipa de Belém, sem lucidez perante a baliza, viu Jonas finalizar com grande categoria uma bola que travou no peito após um passe com olhos de Gaitán, este segundo golo, no segundo remate do Benfica enquadrado com a baliza, feriu de morte a equipa azul e esta nunca mais foi capaz de incomodar Júlio César.
Há chavões no futebol que são usados muitas vezes, aquele que diz que o resultado foi melhor que a exibição, encaixa na perfeição para definir esta partida do Benfica, no primeiro jogo da segunda volta, sem sofrer golos, em jogos realizadas fora do Estádio da Luz. Com mais estes três pontos, os encarnados chegam ao clássico da próxima jornada, com vantagem sobre o FC Porto.
Munique à vista
À mesma hora que o Benfica defrontava o Belenenses no Restelo, Julen Lopetegui, treinador espanhol que orienta o FC Porto, mostra-se cada vez mais conhecedor da história de Portugal, pois em pleno mês de Abril, operou uma autêntica revolução no onze inicial diante da Académica de Coimbra. Depois da épica vitória sobre os germânicos, o timoneiro azul e branco optou por conceder a titularidade no sábado a Fabiano e Alex Sandro, este último a central, de resto, dos jogadores que haviam jogado diante do Bayern, tudo diferente, objectivo, ter a equipa na máxima força para a viagem ao Allianz Arena, e Alex Sandro apenas foi a jogo porque não pode jogar a segunda mão da eliminatória, pois viu cartão amarelo no primeiro jogo.
Obviamente que estas trocas, nove no total, retiraram aos dragões alguma clarividência, rotinas e capacidade de jogo (quem viu o FC Porto contra o Bayern e este jogo, notou a diferença), mas este Porto, estes jogadores, queriam dar nas vistas e lá se lançaram ao ataque e quando Hernâni, aos 15 minutos, abriu a contagem, a ideia que pairou no ar era a da goleada. Nada mais errado, ao Porto faltou ligação, faltou pontaria e Cristiano, guardião estudantil, esteve soberbo. Com tanta alteração junta, houve períodos onde o FC Porto se perdeu e Alex Sandro, um central adaptado, quase borrava a pintura toda, quando colocou a bola nos pés de Rafael Lopes, numa imitação quase perfeita dos erros cometidos pela defensiva do Bayern, só que o avançado da turma de Coimbra, na cara de Fabiano, atirou por cima, passou o susto e chegou-se ao intervalo.
Na segunda parte, o recital de Cristiano continuou e o dos golos falhados também. Sem nunca sossegar, percebeu-se que os comandados de José Viterbo dificilmente chegariam ao golo, mas o 1-0 é sempre um resultado curto e quando os de Coimbra fizeram o Dragão tremer, com Fabiano a segurar o 1-0, Lopetegui abanou e lançou alguma carne no assador, mas os resultados prácticos não foram nenhuns e numa soberba ocasião, Jackson Martinez, fez o mais difícil, em cima da linha de golo, atirou para fora e gorou-se a possibilidade de descansar a plateia. Quando Duarte Gomes apitou para o fim, todo mundo suspirou.
Vitória suada, apertada, mas justa do Porto. Com este resultado, os dragões chegam vivos à Luz e tem Munique, quase a seus pés. Numa semana decisiva, os azuis e brancos para já, estão a mostrar as garras e a fibra de que são feitos.
Leão quase em xeque-mate
Em Alvalade, ainda muitos dos adeptos não se tinham sentado e já Adrien tinha feito o gosto ao pé. Em apenas 15(!) segundos, o Sporting construiu uma jogada de ataque, aproveitou uma falha monumental da defensiva axadrezada e marcou um golo. Melhor inicio? Impossível. Só que no melhor pano cai a nódoa e os leões, depois deste golo que fez a maioria pensar que a goleada estava a ser fabricada, entrou numa tão grande amarra que, talvez confiados na facilidade com que se chegou ao golo inaugural, deixaram a pantera colocar as garras de fora e o empate, aos 7, fruto duma passividade incompreensível da defensiva leonina, não trazia justiça, porque ninguém tinha feito nada para marcar, mas colocava o Boavista empatado e com lucidez para não se deixar abater. Na verdade, os homens de Petit, souberam reagir e não se atemorizaram em Alvalade. O que se viu do Sporting daqui para a frente, nestes primeiros 45 minutos, foi do pior que a equipa de Marco Silva fez em toda a época, foi tão confrangedor, que aos 30 minutos, o jovem técnico leonino tirou Rosell, não que estivesse a jogar mal, mas o Boavista não assustava e tê-lo em campo não era necessário, e fez entrar para o seu lugar Slimani, mas melhorias não se notaram e quando já todos suspiravam pelo intervalo, noutra patética abordagem da defesa verde e branca, Tobias Figueiredo derrubou Zé Manuel que seguia isolado para o cara a cara com Patrício, Luis Ferreira, o árbitro, não teve dúvidas e expulsou o central, décima quarta expulsão leonina na época, situação a rever, as bancadas ficaram em suspenso e só não ficaram de boca aberta, porque na conversão do livre frontal, o suspeito do costume pelo lado boavisteiro, Zé Manuel, atirou à barra com Patrício sem possibilidades de defesa.
No reatamento, e depois de já ter feito uma alteração, sem centrais no banco, Marco Silva lançou William Carvalho no terreno no lugar de Tanaka, o objectivo era fixar-se no apoio a Paulo Oliveira, se do lado boavisteiro a pressão no ataque não existia, pois o objectivo era apenas pontuar, já o Sporting, com o “patrão” em campo, melhorou a sua prestação e procurava formas para chegar ao golo, já o Boavista, em superioridade numérica, não se aventurava no ataque. Uma atitude incompreensível. A melhoria do Sporting permitiu que Adrien tivesse oportunidade de visar, mas Mika, guarda-redes boavisteiro, negou o golo com uma excelente palmada, mais tarde, após cruzamento da Carrillo, foi impotente para parar a cabeçada triunfal de Slimani, que dava a definitiva vantagem à turma da casa. A partir daqui, os leões começaram a gerir, a guardar a bola, não permitindo que os do Bessa fizessem perigar a baliza do seu guarda-redes e quando o apito soou pela derradeira vez, Alvalade respirou melhor.
Vitória muito apertada do Sporting, que sofreu, conforme Marco Silva disse no final, por culpa própria, porém, esta vitória, alicerça o terceiro lugar leonino esta temporada, com a final da Taça no horizonte, a pergunta que fica é, alcançado em definitivo o terceiro posto, como se vão motivar as tropas?
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).