No terceiro confronto desta temporada entre os dois grandes rivais da capital, naquele que é considerado o dérbi dos dérbis em Portugal, a formação leonina voltou a bater o rival da segunda circular, neste jogo por 2-1, e assim garantiu o bilhete para os oitavos de final da Prova Rainha do futebol nacional, da qual é o detentor e impôs a terceira derrota, em outros tantos confrontos directos, ao Benfica.
O jogo foi intenso, por vezes não muito bem jogado, foi duro sem ser viril e teve maior supremacia do Sporting, que parece que esta época, até ao momento os resultados dizem isso mesmo, tirou bem as medidas a este Benfica de Rui Vitória que, em provas oficiais, já vai na sexta derrota da temporada e deixou ficar em Alvalade, a possibilidade de conquistar um título pelo caminho.
Entrar a ganhar
Com a natural intensidade destes duelos, o Sporting quase conseguia ser feliz logo ao minuto 5. O argelino Slimani, desviou uma bola de cabeça no coração da área, mas o poste substitui Júlio César e depois, o guardião brasileiro, com uma palmada, sacudiu o perigo, ficou a ideia que este jogo ia ser uma repetição do encontro na Luz de Outubro passado, mas não foi assim, pois quem teve a eficácia do seu lado neste embate, foi a turma encarnada, que logo de seguida, aproveitando um lançamento longo de Gaitán, que descobriu Pizzi (uma das surpresas da noite) na área leonina, com este último a controlar e a permitir que Mitroglou, avançado grego da equipa do Benfica, furasse, pelo meio das pernas, as redes da baliza de Rui Patrício. Estava feito, sem que o galo cantasse sequer, o primeiro golo do jogo. O Benfica, que neste jogo surgiu diferente, colocava-se em vantagem. Para este dérbi, Rui Vitória, optou por deixar Jonas no banco, e concedeu a titularidade, conforme se referiu atrás, a Pizzi, que juntamente com Talisca, emprestavam ao meio-campo encarnado posse e toque de bola com critério. Em virtude desta alteração, os bi-campeões nacionais, conseguiram durante a primeira meia hora, surpreender a formação leonina, que demorou a acertar o passo e a desenvolver o seu futebol. Dava até a entender, que a teia montada por Rui Vitória, viria dar frutos neste jogo, só que a partir dos 30 minutos, os jogadores mais esclarecidos do Sporting, Bryan Ruiz, João Mário e Adrien, começaram a soltar-se das amarras, a ter mais bola no pé e a conseguir fazer o esférico girar para zonas até então escondidas. A equipa verde e branca começou a ter mais bola e com isso mais perigo, já o Benfica, que até então tinha estado muito bem, perdeu-se e começou a sentir dificuldades e quando Slimani chocou, de forma violenta, com Júlio César na disputa de uma bola, ficou dado o toque para poucos minutos depois, ser Jefferson, do meio da rua, a por à prova o “goleiro” encarnado. Estava agora melhor o onze apresentado por Jorge Jesus, que não o admitindo, tinha sido surpreendido pela estratégia de Rui Vitória. Enquanto o técnico da formação leonina pensava na melhor forma para contornar o esquema táctico encarnado, Luisão perdeu a noção do espaço, Júlio César precipitou-se a sair da baliza e no meio desta “bagunça” encarnada, Slimani aproveitou, tocou a bola para a área com o intuito de marcar golo, mas a redondinha saiu com mel para o pé direito de Adrien, que não se fez rogado e desferiu o golpe fatal mesmo em cima do apito para o intervalo, o Sporting empatava o jogo e deixava a eliminatória em aberto para o segundo tempo.
Transformação leonina
Para o segundo tempo, Jorge Jesus, realizou uma alteração na sua equipa e isso foi fulcral para o que se viu nesta parte do jogo. Ao intervalo, Fredy Montero já não saiu das cabines e para o seu lugar entrou Gelson Martins, com esta alteração, a linha de ataque atrás de Slimani, foi um autêntico quebra-cabeças para a defensiva encarnada, que foi desmontada uma e outra vez pela mobilidade de Bryan Ruiz, João Mário e Gelson Martins, com este último a fazer gato-sapato de Eliseu. Neste período de jogo, o sufoco e o cerco à zona mais defensiva do Benfica foram uma constante, a rotação leonina nestes segundos 45 minutos foi frequente mas nunca os leões conseguiram dar a estocada fatal na formação da Luz, faltou sempre qualquer coisa, um passe ou um remate e isso, mantinha o Benfica vivo no jogo, sem bola e sem criar perigo, a sofrer como não sofrera na primeira parte e sem encontrar a fórmula para travar o carrossel leonino. Para conseguir travar este novo figurino dos leões, Rui Vitória, foi obrigado a colocar em campo André Almeida, que substituiu Pizzi, que havia perdido preponderância na dinâmica da sua equipa, com este reforço do miolo, os encarnados puderam respirar um pouco melhor e nesse espaço de tempo, Talisca, tentou por duas vezes a sua sorte, mas Rui Patrício, fechou os caminhos da baliza. Neste momento o Benfica libertou-se do colete-de-forças a que havia sido amarrado, mas nos minutos finais, voltou a ver-se um Sporting mais pressionante e o golo só não surgiu aos 87 minutos, porque o internacional brasileiro, Júlio César, fez uma defesa extraordinária e com isto, o prolongamento passava a ser uma certeza.
Tempo Extra
No tempo de prolongamento, a tendência manteve-se, ou seja, mais perigo do lado do Sporting, maior contenção do Benfica. Só quando faltavam 8 minutos para o fim, aos 112, após jogada de insistência pela direita do ataque leonino, a bola sobrou para Adrien, que encheu o pé e obrigou Júlio César a defender para a frente, na sobra, o argelino Slimani, em jogo pela acção de Eliseu, marcou o golo que assegurava a vitória e que permitia aos leões seguirem em frente na prova.
O árbitro
Apitar um dérbi nunca é tarefa fácil, Jorge Sousa tentou fazer uma arbitragem de conceito largo, ou seja, deixar andar, mas errou em muitos lances. Esteve mal no aspecto disciplinar e tecnicamente também não agradou a ninguém. O Benfica queixa-se de um penalti sobre Luisão, que deveria ter sido assinalado, mas antes existem outros lances que mereciam, daquele que é considerado o melhor árbitro português da actualidade, decisões mais acertadas. Definitivamente, o árbitro portuense, não esteve há altura do jogo.
Em jeito de resumo
No jogo deste fim-de-semana, Rui Vitória conseguiu surpreender Jorge Jesus, o esquema táctico apresentado pelo actual técnico encarnado, baralhou as contas, mas após um início prometedor, o Sporting conseguiu assentar o seu jogo e após isso tomou conta das operações. Neste jogo, como nos outros dois já disputado esta época, a equipa leonina superiorizou-se aos encarnados e voltou a ganhar com toda a justiça.
No final do jogo, exaltado, Rui Vitória, queixou-se ao árbitro, na flash-interview, queixou-se novamente da arbitragem, demonstrando algum desespero e impotência, pois diante dos rivais directos (Sporting e Porto) averbou 4 derrotas em outros tantos jogos e isso, faz mossa; já Jorge Jesus, bem ao seu estilo, retorquiu a ideia do seu opositor e voltou a deixar claro que o Sporting havia sido superior ao Benfica, e que o resultado espelhava isso mesmo e fez notar que há 61 anos, que o Sporting não ganhava 3 jogos seguidos ao Benfica.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
O jogo foi intenso, por vezes não muito bem jogado, foi duro sem ser viril e teve maior supremacia do Sporting, que parece que esta época, até ao momento os resultados dizem isso mesmo, tirou bem as medidas a este Benfica de Rui Vitória que, em provas oficiais, já vai na sexta derrota da temporada e deixou ficar em Alvalade, a possibilidade de conquistar um título pelo caminho.
Entrar a ganhar
Com a natural intensidade destes duelos, o Sporting quase conseguia ser feliz logo ao minuto 5. O argelino Slimani, desviou uma bola de cabeça no coração da área, mas o poste substitui Júlio César e depois, o guardião brasileiro, com uma palmada, sacudiu o perigo, ficou a ideia que este jogo ia ser uma repetição do encontro na Luz de Outubro passado, mas não foi assim, pois quem teve a eficácia do seu lado neste embate, foi a turma encarnada, que logo de seguida, aproveitando um lançamento longo de Gaitán, que descobriu Pizzi (uma das surpresas da noite) na área leonina, com este último a controlar e a permitir que Mitroglou, avançado grego da equipa do Benfica, furasse, pelo meio das pernas, as redes da baliza de Rui Patrício. Estava feito, sem que o galo cantasse sequer, o primeiro golo do jogo. O Benfica, que neste jogo surgiu diferente, colocava-se em vantagem. Para este dérbi, Rui Vitória, optou por deixar Jonas no banco, e concedeu a titularidade, conforme se referiu atrás, a Pizzi, que juntamente com Talisca, emprestavam ao meio-campo encarnado posse e toque de bola com critério. Em virtude desta alteração, os bi-campeões nacionais, conseguiram durante a primeira meia hora, surpreender a formação leonina, que demorou a acertar o passo e a desenvolver o seu futebol. Dava até a entender, que a teia montada por Rui Vitória, viria dar frutos neste jogo, só que a partir dos 30 minutos, os jogadores mais esclarecidos do Sporting, Bryan Ruiz, João Mário e Adrien, começaram a soltar-se das amarras, a ter mais bola no pé e a conseguir fazer o esférico girar para zonas até então escondidas. A equipa verde e branca começou a ter mais bola e com isso mais perigo, já o Benfica, que até então tinha estado muito bem, perdeu-se e começou a sentir dificuldades e quando Slimani chocou, de forma violenta, com Júlio César na disputa de uma bola, ficou dado o toque para poucos minutos depois, ser Jefferson, do meio da rua, a por à prova o “goleiro” encarnado. Estava agora melhor o onze apresentado por Jorge Jesus, que não o admitindo, tinha sido surpreendido pela estratégia de Rui Vitória. Enquanto o técnico da formação leonina pensava na melhor forma para contornar o esquema táctico encarnado, Luisão perdeu a noção do espaço, Júlio César precipitou-se a sair da baliza e no meio desta “bagunça” encarnada, Slimani aproveitou, tocou a bola para a área com o intuito de marcar golo, mas a redondinha saiu com mel para o pé direito de Adrien, que não se fez rogado e desferiu o golpe fatal mesmo em cima do apito para o intervalo, o Sporting empatava o jogo e deixava a eliminatória em aberto para o segundo tempo.
Transformação leonina
Para o segundo tempo, Jorge Jesus, realizou uma alteração na sua equipa e isso foi fulcral para o que se viu nesta parte do jogo. Ao intervalo, Fredy Montero já não saiu das cabines e para o seu lugar entrou Gelson Martins, com esta alteração, a linha de ataque atrás de Slimani, foi um autêntico quebra-cabeças para a defensiva encarnada, que foi desmontada uma e outra vez pela mobilidade de Bryan Ruiz, João Mário e Gelson Martins, com este último a fazer gato-sapato de Eliseu. Neste período de jogo, o sufoco e o cerco à zona mais defensiva do Benfica foram uma constante, a rotação leonina nestes segundos 45 minutos foi frequente mas nunca os leões conseguiram dar a estocada fatal na formação da Luz, faltou sempre qualquer coisa, um passe ou um remate e isso, mantinha o Benfica vivo no jogo, sem bola e sem criar perigo, a sofrer como não sofrera na primeira parte e sem encontrar a fórmula para travar o carrossel leonino. Para conseguir travar este novo figurino dos leões, Rui Vitória, foi obrigado a colocar em campo André Almeida, que substituiu Pizzi, que havia perdido preponderância na dinâmica da sua equipa, com este reforço do miolo, os encarnados puderam respirar um pouco melhor e nesse espaço de tempo, Talisca, tentou por duas vezes a sua sorte, mas Rui Patrício, fechou os caminhos da baliza. Neste momento o Benfica libertou-se do colete-de-forças a que havia sido amarrado, mas nos minutos finais, voltou a ver-se um Sporting mais pressionante e o golo só não surgiu aos 87 minutos, porque o internacional brasileiro, Júlio César, fez uma defesa extraordinária e com isto, o prolongamento passava a ser uma certeza.
Tempo Extra
No tempo de prolongamento, a tendência manteve-se, ou seja, mais perigo do lado do Sporting, maior contenção do Benfica. Só quando faltavam 8 minutos para o fim, aos 112, após jogada de insistência pela direita do ataque leonino, a bola sobrou para Adrien, que encheu o pé e obrigou Júlio César a defender para a frente, na sobra, o argelino Slimani, em jogo pela acção de Eliseu, marcou o golo que assegurava a vitória e que permitia aos leões seguirem em frente na prova.
O árbitro
Apitar um dérbi nunca é tarefa fácil, Jorge Sousa tentou fazer uma arbitragem de conceito largo, ou seja, deixar andar, mas errou em muitos lances. Esteve mal no aspecto disciplinar e tecnicamente também não agradou a ninguém. O Benfica queixa-se de um penalti sobre Luisão, que deveria ter sido assinalado, mas antes existem outros lances que mereciam, daquele que é considerado o melhor árbitro português da actualidade, decisões mais acertadas. Definitivamente, o árbitro portuense, não esteve há altura do jogo.
Em jeito de resumo
No jogo deste fim-de-semana, Rui Vitória conseguiu surpreender Jorge Jesus, o esquema táctico apresentado pelo actual técnico encarnado, baralhou as contas, mas após um início prometedor, o Sporting conseguiu assentar o seu jogo e após isso tomou conta das operações. Neste jogo, como nos outros dois já disputado esta época, a equipa leonina superiorizou-se aos encarnados e voltou a ganhar com toda a justiça.
No final do jogo, exaltado, Rui Vitória, queixou-se ao árbitro, na flash-interview, queixou-se novamente da arbitragem, demonstrando algum desespero e impotência, pois diante dos rivais directos (Sporting e Porto) averbou 4 derrotas em outros tantos jogos e isso, faz mossa; já Jorge Jesus, bem ao seu estilo, retorquiu a ideia do seu opositor e voltou a deixar claro que o Sporting havia sido superior ao Benfica, e que o resultado espelhava isso mesmo e fez notar que há 61 anos, que o Sporting não ganhava 3 jogos seguidos ao Benfica.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).