A TAÇA QUE TODOS QUEREM, AINDA QUE DIGAM O CONTRÁRIO
A Taça da Liga foi um pau que nasceu torto e, como reza o ditado, tarde ou nunca se irá endireitar. Onde está o entortanço? Mais concretamente, no figurino competitivo que invariavelmente empurra os favoritos para as meias-finais, dando poucas ou nenhumas possibilidades aos outsiders que, tantas vezes, animam estas provas a eliminar. Mais uma vez, os milhões do negócio televisivo ditam as vontades. Aliás, de negócios envolvendo a caixa mágica e o jogo no rectângulo mágico, haveremos de falar mais adiante.
Por ora, concentremo-nos na terceira prova por ordem de importância no quadro competitivo nacional, que apesar de já ter um palmarés com nove edições, apenas conheceu tão somente três vencedores.
Por mais que os clubes critiquem esta prova, pelas razões enunciadas acima, mas também por aquelas que levaram a raposa a desinteressar-se pelo cacho de uvas, nessa bela parábola de Esopo, a verdade é que todos querem chegar às meias-finais, que lhes permita depois disputar o troféu nas margens do Mondego, tal como aconteceu com o Braga no dia 13 de Abril de 2013.
FORMATO DA FASE DE GRUPOS NÃO PERMITE PRECAUÇOS
Mas para chegar a essa fase é necessário ultrapassar uma incómoda e tantas vezes ingrata fase de grupos, onde o sorteio distribui os favoritos em grupos de quatro equipas, onde todos jogam contra todos, mas apenas por uma vez, fazendo com que haja equipas a jogar mais vezes fora do que em casa. Depois, os jogos são disputados no Inverno, depois das festas natalícias, a meio da semana e muitos ainda se conseguem admirar por os estádios estarem às moscas. Quando os campeonatos estão ao rubro e algumas equipas começam a não ter lastro em termos de perda de pontos, os treinadores são tentados a fazer gestão dos seus planteis (aqueles que podem), colocando-se a jeito de perder capacidade competitiva nesta prova. Dado que só o primeiro classificado do grupo se pode apurar e sendo os grupos desequilibrados por força das arrumações anteriormente referidas, na prática, uma equipa que comece a prova a perder, muito dificilmente conseguirá recuperar os pontos necessários para terminar a fase no topo da classificação.
A TAÇA QUE TODOS QUEREM, AINDA QUE DIGAM O CONTRÁRIO
A Taça da Liga foi um pau que nasceu torto e, como reza o ditado, tarde ou nunca se irá endireitar. Onde está o entortanço? Mais concretamente, no figurino competitivo que invariavelmente empurra os favoritos para as meias-finais, dando poucas ou nenhumas possibilidades aos outsiders que, tantas vezes, animam estas provas a eliminar. Mais uma vez, os milhões do negócio televisivo ditam as vontades. Aliás, de negócios envolvendo a caixa mágica e o jogo no rectângulo mágico, haveremos de falar mais adiante.
Por ora, concentremo-nos na terceira prova por ordem de importância no quadro competitivo nacional, que apesar de já ter um palmarés com nove edições, apenas conheceu tão somente três vencedores.
Por mais que os clubes critiquem esta prova, pelas razões enunciadas acima, mas também por aquelas que levaram a raposa a desinteressar-se pelo cacho de uvas, nessa bela parábola de Esopo, a verdade é que todos querem chegar às meias-finais, que lhes permita depois disputar o troféu nas margens do Mondego, tal como aconteceu com o Braga no dia 13 de Abril de 2013.
FORMATO DA FASE DE GRUPOS NÃO PERMITE PRECAUÇOS
Mas para chegar a essa fase é necessário ultrapassar uma incómoda e tantas vezes ingrata fase de grupos, onde o sorteio distribui os favoritos em grupos de quatro equipas, onde todos jogam contra todos, mas apenas por uma vez, fazendo com que haja equipas a jogar mais vezes fora do que em casa. Depois, os jogos são disputados no Inverno, depois das festas natalícias, a meio da semana e muitos ainda se conseguem admirar por os estádios estarem às moscas. Quando os campeonatos estão ao rubro e algumas equipas começam a não ter lastro em termos de perda de pontos, os treinadores são tentados a fazer gestão dos seus planteis (aqueles que podem), colocando-se a jeito de perder capacidade competitiva nesta prova. Dado que só o primeiro classificado do grupo se pode apurar e sendo os grupos desequilibrados por força das arrumações anteriormente referidas, na prática, uma equipa que comece a prova a perder, muito dificilmente conseguirá recuperar os pontos necessários para terminar a fase no topo da classificação.
ENTRAR A VENCER
Por isso, a vitória alcançada pelo SC Braga na primeira jornada do GRUPO D foi fundamental para as ambiciosas aspirações dos bracarenses na prova. O jogo de ontem à noite frente ao Belenenses, na Pedreira, foi o primeiro e último a disputar-se na Pedreira, pois, nas próximas jornadas os arsenalistas visitarão o Leixões e Rio Ave nos seus estádios à beira-mar.
Os poucos adeptos que se deslocaram ao Estádio Municipal até nem têm razões de queixa de S. Pedro, que descarregou todas as águas celestiais durante a tarde, empurrando as nuvens para longe de Dume. E o frio que se fez sentir neste Inverno atípico não foi suficiente para gelar ninguém.
Na véspera, Paulo Fonseca corroborou da ambição nesta prova, alicerçada pelo prestígio de figurar no muito restrito grupo de vencedores da prova. E porque o próximo jogo da Liga ainda é distante, esperava-se que o técnico bracarense fizesse alinhar o seu melhor 11, mas, tal não veio a acontecer, desde logo, porque Rafa e Alan ficaram no banco, dando lugar à dupla formada por Pedro Santos e Román. O português até brilhou na partida, assinando um golo de belo efeito aos 13 minutos, com o qual se inaugurou o marcador. Já o espanhol, esteve numa noite completamente desastrada, quase tudo lhe saiu mal. Deve ter atenção este jovem criativo, porque dada a forte concorrência no sector, não deverá ter muitas oportunidades para brilhar, mesmo faltando ainda muito jogo para disputar até final.
No centro de defesa também mexeu Paulo Fonseca, tirando Boly e André Pinto, chamando novamente à titularidade Ricardo Ferreira e possibilitando a Arghus realizar a segunda partida oficial, pois, o central brasileiro lesionara-se na sua estreia frente ao Groningen, para a Liga Europa, e desde então nunca mais foi opção.
Na baliza, manteve-se a rotatividade típica das Taças, com a chamada de Matheus. Na linha média, Mauro e Vukcevic renderam Felipe Augusto e Luiz Carlos que haviam sido titulares diante do Paços de Ferreira. Em relação a Luiz Carlos, nem sequer foi convocado para este jogo, o que leva a supor que a sua saída nesta reabertura de mercado pode ser mesmo real.
Na frente, face às ausências de Stojilikovic e Crislán devido a lesão, as escolhas de Rui Fonte e Hassan foram naturais, tal como dos brasileiros Baiano e Goiano para as laterais da defesa, porque Djavan ainda recentemente foi dado como apto, ao passo que o reforço Ringstad ainda não está sequer inscrito.
Quanto às incidências do jogo, parece-me justo o triunfo do Braga em função daquilo que ocorreu nas quatro linhas do rectângulo mágico. O Braga, apesar de não ter realizado uma exibição deslumbrante, foi sempre superior a um Belenenses deprimido, que parece estar a pagar uma onerosa factura pela participação na Liga Europa, que motivou o começo dos trabalhos muito cedo pelas bandas do Restelo. Entretanto, os azuis da cruz de Cristo já mudaram de treinador, Sá Pinto deu lugar ao espanhol Julio Jimenez, mas as mudanças não deverão ficar por aqui, pois a equipa deverá ser reestruturada também em termos de plantel, em face do afastamento das provas da UEFA.
O Braga foi a única equipa a criar oportunidades, tendo concretizado dois golos nas poucas vezes em que conseguiu desenhar aquelas jogadas de classe a que nos vem habituando. Por seu turno, o Belenenses poucas vezes incomodou Matheus e, quando o fez, tal se deveu a momentos de desconcentração da equipa da casa, algo que já se começa a tornar recorrente e, como tal, requer a atenção do treinador para corrigir rapidamente. Uma dessas falhas deu origem ao golo dos visitantes perto do final da partida.
MOSQUITOS POR CORDAS
Pouco antes do descanso começa a confusão que viria a mudar o foco das atenções deste jogo. Após uma entrada dura do lateral direito do Belenenses sobre Mauro, que saiu do lance bastante queixoso, o árbitro da partida considerou conduta violente de João Amorim e expulsou o jogador.
Esta acção disciplinar motivou a ira dos visitantes que chegaram mesmo a ponderar a falta de comparência na segunda parte. Aliás, o segundo tempo começou com mais de dez minutos de atraso, depois da equipa de arbitragem conferenciar com os responsáveis belenenses. Ainda assim, o presidente dos azuis do Restelo haveria de receber ordem de expulsão ainda antes da partida se reatar.
Mas foi curto o tempo em que o Braga gozou de superioridade numérica, porque aos 54 minutos, num lance que teve tanto de aproveitamento do guarda-redes Ricardo Ribeiro, como de displicência de Hassan que já tinha visto um cartão amarelo, ao tentar abordar uma bola na área adversária, o egípcio não conseguiu evitar o choque com o guarda-redes do Belenenses e acabou expulso por acumulação de amarelos. Definitivamente, a vida não está a correr de feição a Hassan, pois, a juntar às lesões e a um longo jejum de golos e boas exibições, está agora na iminência de ficar de fora do jogo em Setúbal, aumentando também as dores de cabeça do treinador que, para já, só tem Rui Fonte disponível no ataque para o jogo diante do Vitória sadino.
OS MELHORES DO BRAGA
Vukcevic: o montenegrino foi o jogador mais regular da equipa e desempenhou muito bem o papel de “motor” do meio-campo, até aqui protagonizado por Luiz Carlos. Dos seus pés saiu o passe que abriu o caminho para o segundo golo.
Arghus: como já referido, o defesa brasileiro fez ontem o seu segundo jogo oficial pelo Braga e cumpriu na perfeição, muito embora o adversário não tivesse sido propriamente problemático, mas ainda assim demonstrou eficácia, segurança e concentração. Definitivamente, o Braga está muito bem servido em termos de centrais.
Rui Fonte: depois de ter sido o herói na vitória diante do Sporting, teve intervenção nos dois golos de ontem. No primeiro, de forma indirecta, fazendo uma movimentação que abriu espaço para Pedro Santos. No segundo, de forma directa, ao aparecer oportuno no coração da área a corresponder de forma eficaz ao cruzamento rasteiro de Baiano. Após a expulsão de Hassan, teve trabalho redobrado na pressão exercida aquando do início de construção de jogo do Belenenses.
O CAPITÃO BATEU O RECORD: 300 JOGOS
Apesar do jogo ter sido enfadonho a espaços, exceptuando os lances dos golos e uma, ou outra, boa jogada de ataque do Braga, nem por isso deixou de se fazer história.
Quando Paulo Fonseca fez entrar Alan aos 87 minutos, em hora tardia porque há muito que a equipa precisava do seu capitão em campo, o brasileiro tornou-se no jogador com mais jogos oficiais realizados com o emblema bracarense ao peito: 300. Para além desta marca dificilmente ultrapassável, Alan é já uma referência do clube, pois para além das três centenas de jogos realizados, fica também ligado a todos os êxitos da história recente do clube: vencedor da Taça Intertoto em 2009, vice-campeão nacional em 2010, finalista da Liga Europa em 2011, vencedor da Taça da Liga em 2013 e finalista da Taça de Portugal em 2015.
AS CONTAS DO GRUPO D
Na tarde de hoje disputou-se o outro jogo do grupo, com a recepção do Leixões ao Rio Ave. Os vila-condenses também venceram por 2-1 e, como tal, neste momento partilham a liderança do grupo com o SC Braga, em igualdade pontual e também em termos da diferença entre golos marcados e sofridos. Na próxima jornada, o Rio Ave volta a jogar fora diante do Belenenses, no Estádio do Restelo, ao passo que o Braga medirá forças com o Leixões no Estádio do Mar.
Ricardo Jorge
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)