A época 2014/15 seria de risco para o SL Benfica e Jorge Jesus sabia disso muito bem. A época anterior fora gloriosa, tendo as águias conquistado todas as provas nacionais e ainda participado na final da Liga Europa, a qual viria a fugir-lhes na lotaria das grande penalidades. Melhorar a prestação da temporada passada implicaria vencer novamente todas as competições internas e atingir a fase a eliminar da Liga dos Campeões, ou então vencer a Liga Europa.
A tarefa seria hercúlea, mesmo se mantivesse o plantel da época passada. Mas, na verdade J.J. viu sair alguns dos elementos mais importantes, tais como: Oblak, Garay, Siqueira, André Gomes, Rodrigo, Markovic ou Cardozo… A este rol há ainda a juntar jogadores que poderiam saltar de imediato para a titularidade, garantindo a manutenção da qualidade, como Sílvio, Fejsa ou Rúben Amorim. No entanto, lesões complicadas impedem estes elementos de serem opção durante semanas, ou até meses.
A tarefa seria hercúlea, mesmo se mantivesse o plantel da época passada. Mas, na verdade J.J. viu sair alguns dos elementos mais importantes, tais como: Oblak, Garay, Siqueira, André Gomes, Rodrigo, Markovic ou Cardozo… A este rol há ainda a juntar jogadores que poderiam saltar de imediato para a titularidade, garantindo a manutenção da qualidade, como Sílvio, Fejsa ou Rúben Amorim. No entanto, lesões complicadas impedem estes elementos de serem opção durante semanas, ou até meses.
Todas estas baixas (transferidos e lesionados) não foram colmatadas, porquanto a SAD não tem condições de suportar o elevadíssimo investimento da época passada, muito acima das possibilidades de qualquer clube em Portugal. Os reforços oferecidos por Luís Filipe Vieira foram contratados a baixo custo e, como tal, ficam a anos-luz da qualidade e potencial daqueles que rumaram a outras paragens. Inclusivamente, alguns desses novos jogadores contratados nem chegaram a iniciar a época, tendo sido dispensados pelo técnico benfiquista.
Se ainda juntarmos a estas circunstâncias a incerteza em torno da continuidade de Gaitán ou Enzo Pérez (a deste último durou até ao fecho do mercado), a Jorge Jesus e aos responsáveis do Benfica não restava outra alternativa, a não ser baixar a fasquia em termos de objectivos. Ora, seria inadmissível ao campeão em título não se candidatar à renovação do troféu.
Assim, a época foi abordada em termos de prioridades por Jorge Jesus, colocando no topo o campeonato português e relegando a Liga dos Campeões para segundo plano. Desconheço se haveria alguma segunda intenção na mente de Jesus, talvez retirar um pouco de pressão a uma equipa em redefinição. O sorteio da CL também não foi propriamente favorável, já que calhou em sorte num grupo onde pontificam clubes fortes, muito embora não sejam do lote de colossos europeus. No entanto, dois destes clubes são orientados por treinadores portugueses de prestígio, bons conhecedores do futebol português, do Benfica e das estratégias de Jesus.
Terminada a primeira volta da fase de grupos, o Benfica ocupa o último lugar do Grupo C, com apenas um ponto, alcançado ontem após um empate a zero em casa do Mónaco de Leonardo Jardim. Os benfiquistas têm ainda hipóteses matemáticas de passar aos oitavos-de-final, dependendo ainda de si próprios. E até de conseguir o primeiro lugar do grupo, em determinada conjugação de resultados dos seus adversários. Mas para isso, terão de derrotar todos os adversários, algo ainda não conseguido até ao momento.
Mas por outro lado, o Benfica tem em risco não somente a possibilidade de seguir em frente na liga milionária, como também de garantir presença na Liga Europa por via do terceiro lugar no grupo. Neste momento, as águias estão a três pontos dos russos da GAZPROM… quero dizer, do Zenit de Sampetersburgo… e contam com uma diferença de golos de menos quatro, com vantagem para os homens de André Villas Boas.
É perceptível uma inflexão de discurso de Jorge Jesus em relação à Liga dos Campeões. Se no início da época esta competição era relegada para segundo plano, causando enorme estranheza já que todos os clubes aspiram à rentabilidade económica desta prova, a partir desta terceira jornada o treinador encarnado passou a encará-la com maior interesse. Isto pode ter a ver com o facto da boa evolução da equipa na liga portuguesa, onde o Benfica já lidera com quatro pontos de avanço sobre o segundo classificado, FC Porto, e tem também vantagem de seis pontos sobre o outro adversário mais directo na luta pelo título, Sporting CP.
Resta saber se esta hipotética mudança de prioridades não veio já demasiado tarde. Ou então, pode ter Jorge Jesus assumido em definitivo que não tem, esta época, uma equipa com estofo para a Liga dos Campeões.
Ricardo Jorge
[email protected]
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)
Se ainda juntarmos a estas circunstâncias a incerteza em torno da continuidade de Gaitán ou Enzo Pérez (a deste último durou até ao fecho do mercado), a Jorge Jesus e aos responsáveis do Benfica não restava outra alternativa, a não ser baixar a fasquia em termos de objectivos. Ora, seria inadmissível ao campeão em título não se candidatar à renovação do troféu.
Assim, a época foi abordada em termos de prioridades por Jorge Jesus, colocando no topo o campeonato português e relegando a Liga dos Campeões para segundo plano. Desconheço se haveria alguma segunda intenção na mente de Jesus, talvez retirar um pouco de pressão a uma equipa em redefinição. O sorteio da CL também não foi propriamente favorável, já que calhou em sorte num grupo onde pontificam clubes fortes, muito embora não sejam do lote de colossos europeus. No entanto, dois destes clubes são orientados por treinadores portugueses de prestígio, bons conhecedores do futebol português, do Benfica e das estratégias de Jesus.
Terminada a primeira volta da fase de grupos, o Benfica ocupa o último lugar do Grupo C, com apenas um ponto, alcançado ontem após um empate a zero em casa do Mónaco de Leonardo Jardim. Os benfiquistas têm ainda hipóteses matemáticas de passar aos oitavos-de-final, dependendo ainda de si próprios. E até de conseguir o primeiro lugar do grupo, em determinada conjugação de resultados dos seus adversários. Mas para isso, terão de derrotar todos os adversários, algo ainda não conseguido até ao momento.
Mas por outro lado, o Benfica tem em risco não somente a possibilidade de seguir em frente na liga milionária, como também de garantir presença na Liga Europa por via do terceiro lugar no grupo. Neste momento, as águias estão a três pontos dos russos da GAZPROM… quero dizer, do Zenit de Sampetersburgo… e contam com uma diferença de golos de menos quatro, com vantagem para os homens de André Villas Boas.
É perceptível uma inflexão de discurso de Jorge Jesus em relação à Liga dos Campeões. Se no início da época esta competição era relegada para segundo plano, causando enorme estranheza já que todos os clubes aspiram à rentabilidade económica desta prova, a partir desta terceira jornada o treinador encarnado passou a encará-la com maior interesse. Isto pode ter a ver com o facto da boa evolução da equipa na liga portuguesa, onde o Benfica já lidera com quatro pontos de avanço sobre o segundo classificado, FC Porto, e tem também vantagem de seis pontos sobre o outro adversário mais directo na luta pelo título, Sporting CP.
Resta saber se esta hipotética mudança de prioridades não veio já demasiado tarde. Ou então, pode ter Jorge Jesus assumido em definitivo que não tem, esta época, uma equipa com estofo para a Liga dos Campeões.
Ricardo Jorge
[email protected]
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)