O Sporting CP apurou-se, como era de esperar, para os quartos de final da Taça de Portugal, mas não ganhou para o susto e teve de arregaçar as mangas para levar de vencida o Vizela, actual líder da Série B, do Campeonato Nacional de Seniores.
Depois do empate caseiro diante do Moreirense, para a 1ª Liga, no passado fim de de semana, o Sporting deslocou-se, esta quarta-feira, até Moreira de Cónegos, para defrontar o Vizela, em jogo a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal. Talvez com a mente ainda afectada após o empate sofrido para o campeonato, o Sporting, se calhar por estar a jogar no terreno do Moreirense e não ter as feridas saradas, durante os primeiros 20 minutos, foi uma autêntica nulidade. Por seu turno, o Vizela, entrou muito bem em campo e esteve quase a roçar a perfeição nos minutos iniciais, uma equipa semi-profissional, a saber na perfeição o que fazer e mais importante, a saber como fazer.
Está de parabéns o jovem treinador da equipa minhota, Emanuel Simões, por outro lado, Marco Silva, não tem grandes motivos para sorrir, a não ser pelo facto da sua equipa se ter apurado.
Movidos pela natural motivação de jogar contra um dos grandes do futebol nacional, os vizelenses deram uma bela imagem, dignificaram o clube e foram capazes de criar pânico entre as hostes leoninas.
Como era de esperar, Marco Silva, procedeu a algumas mexidas na estrutura da equipa, Marcelo Boeck na baliza, Cédric Soares na lateral direita recuperava o lugar, Rosell surgia no lugar de William Carvalho, André Martins no lugar de Adrien, João Mário regressava à titularidade e empurrava Montero para a posição mais avançada do terreno de jogo, com os leões a regressarem ao habitual 4x3x3. Por seu turno, o treinador da equipa da casa, emprestada neste jogo, via-se forçado a mexer na equipa, pois não podia contar para este embate, com o experiente central Cláudio, que foi expulso na última partida para o campeonato, de resto, a formação que mais segurança dava ao seu treinador, estava sobre o terreno de jogo
Durante os referidos primeiros 20 minutos, há que sublinhar a forma personalizada como o Vizela se apresentou no terreno de jogo, futebol ligado e apoiado, variações de flanco e até lançamentos rápidos para as costas da defesa leonina, que esta noite, esteve um desastre (como vem sendo hábito), e perigo, muito perigo, para as redes de Boeck. Sem nunca se fechar na sua zona recuada, este Vizela, até fez peito ao leão. Desgarrado e sem se atemorizar pelo nome do adversário, obrigou muitas vezes, em demasia até, os jogadores leoninos a recorrerem às faltas para pararem o melhor jogo da equipa, que milita nos escalões inferiores do futebol em Portugal.
No futebol, também se sabe, que quem não marca costuma sofrer e assim foi, contra a corrente do jogo, num lance dentro da área da baliza à guarda de Pedro Albergaria, que levanta muitas dúvidas, o Sporting beneficiou duma grande penalidade que André Martins (talvez o melhor leão neste jogo) cobrou e aproveitou para fazer mexer no activo. Pensou-se na altura que este golo iria cortar o ímpeto à formação da casa, nada disso, sem se deixar abater, a equipa de Emanuel Simões, numa demonstração que estava ali para vender caro o jogo, volvidos 3 minutos, faria o empate por intermédio de Talocha, que aproveitou o cabaz de Natal que Marcelo Boeck decidiu levar para o jogo, estava feita a igualdade e a surpresa só existia, na cabeça daqueles que não seguiam o jogo. Rapidamente o Sporting chegou a nova vantagem, livre lateral e Paulo Oliveira (que fez uma exibição muito medíocre) com uma cabeçada bem colocada, dava nova vantagem aos leões, mas o Vizela estava disposto a fazer Taça e, na jogada antes do apito para o intervalo, Talocha, o lateral esquerdo e herói improvável, fazia de cabeça, o empate a 2-2 após a marcação de um pontapé de canto. Erro generalizado da turma leonina, nem a defesa, nem Marcelo Boeck, ficaram bem nesta fotografia.
Ao intervalo, quem haveria de dizer, 2-2, era o resultado e a equipa minhota justificava a façanha dentro das quatro linhas.
Na segunda parte o ritmo do Vizela já não seria o mesmo, a grande primeira parte iria trazer uma factura muito grande, o desgaste nos atletas foi notório, mas o recomeço teve logo no início, uma grande defesa de Boeck, que evitou assim o 3-2. A partir deste momento, os homens de Alvalade, começaram a carregar no reduto mais recuado dos da casa, a falta de ritmo dos vizelenses começou a ser mais visível, antes da hora de jogo, Carlos Mané, faria o 2-3 e com este golo, colocava ponto final na marcha do marcador. Até ao fim do jogo os da casa ainda tiveram as suas chances, chegaram a enviar uma bola à barra e ainda assustaram o Sporting, mas o resultado ficou fixado, não se mexendo novamente.
Deve dizer-se que esta equipa, que lidera a sua série do CNS, caiu de pé. É certo que as vitórias morais, na prática, nada valem, mas esta formação só tem que se orgulhar daquilo que fez, contra uma equipa que se assumiu candidata ao título de vencedor da 1ª Liga.
A nível individual, destaque, para além do lateral goleador Talocha, para Fininho, enquanto teve força, foi ele quem colocou a cabeça em água à defesa do Sporting, um jogador que já passou pelo futsal leonino e Maurício, que foi também autor de uma excelente exibição no meio campo vizelense. Uma palavra também para o treinador do Vizela, Emanuel Simões, que se apresentou sem medo e não teve receio em arriscar jogar o jogo pelo jogo, mostrou que a sua equipa tem um padrão de jogo bem delineado e provou, neste embate, que nestas divisões, também há quem trabalhe com enorme qualidade. Parabéns.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)
Depois do empate caseiro diante do Moreirense, para a 1ª Liga, no passado fim de de semana, o Sporting deslocou-se, esta quarta-feira, até Moreira de Cónegos, para defrontar o Vizela, em jogo a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal. Talvez com a mente ainda afectada após o empate sofrido para o campeonato, o Sporting, se calhar por estar a jogar no terreno do Moreirense e não ter as feridas saradas, durante os primeiros 20 minutos, foi uma autêntica nulidade. Por seu turno, o Vizela, entrou muito bem em campo e esteve quase a roçar a perfeição nos minutos iniciais, uma equipa semi-profissional, a saber na perfeição o que fazer e mais importante, a saber como fazer.
Está de parabéns o jovem treinador da equipa minhota, Emanuel Simões, por outro lado, Marco Silva, não tem grandes motivos para sorrir, a não ser pelo facto da sua equipa se ter apurado.
Movidos pela natural motivação de jogar contra um dos grandes do futebol nacional, os vizelenses deram uma bela imagem, dignificaram o clube e foram capazes de criar pânico entre as hostes leoninas.
Como era de esperar, Marco Silva, procedeu a algumas mexidas na estrutura da equipa, Marcelo Boeck na baliza, Cédric Soares na lateral direita recuperava o lugar, Rosell surgia no lugar de William Carvalho, André Martins no lugar de Adrien, João Mário regressava à titularidade e empurrava Montero para a posição mais avançada do terreno de jogo, com os leões a regressarem ao habitual 4x3x3. Por seu turno, o treinador da equipa da casa, emprestada neste jogo, via-se forçado a mexer na equipa, pois não podia contar para este embate, com o experiente central Cláudio, que foi expulso na última partida para o campeonato, de resto, a formação que mais segurança dava ao seu treinador, estava sobre o terreno de jogo
Durante os referidos primeiros 20 minutos, há que sublinhar a forma personalizada como o Vizela se apresentou no terreno de jogo, futebol ligado e apoiado, variações de flanco e até lançamentos rápidos para as costas da defesa leonina, que esta noite, esteve um desastre (como vem sendo hábito), e perigo, muito perigo, para as redes de Boeck. Sem nunca se fechar na sua zona recuada, este Vizela, até fez peito ao leão. Desgarrado e sem se atemorizar pelo nome do adversário, obrigou muitas vezes, em demasia até, os jogadores leoninos a recorrerem às faltas para pararem o melhor jogo da equipa, que milita nos escalões inferiores do futebol em Portugal.
No futebol, também se sabe, que quem não marca costuma sofrer e assim foi, contra a corrente do jogo, num lance dentro da área da baliza à guarda de Pedro Albergaria, que levanta muitas dúvidas, o Sporting beneficiou duma grande penalidade que André Martins (talvez o melhor leão neste jogo) cobrou e aproveitou para fazer mexer no activo. Pensou-se na altura que este golo iria cortar o ímpeto à formação da casa, nada disso, sem se deixar abater, a equipa de Emanuel Simões, numa demonstração que estava ali para vender caro o jogo, volvidos 3 minutos, faria o empate por intermédio de Talocha, que aproveitou o cabaz de Natal que Marcelo Boeck decidiu levar para o jogo, estava feita a igualdade e a surpresa só existia, na cabeça daqueles que não seguiam o jogo. Rapidamente o Sporting chegou a nova vantagem, livre lateral e Paulo Oliveira (que fez uma exibição muito medíocre) com uma cabeçada bem colocada, dava nova vantagem aos leões, mas o Vizela estava disposto a fazer Taça e, na jogada antes do apito para o intervalo, Talocha, o lateral esquerdo e herói improvável, fazia de cabeça, o empate a 2-2 após a marcação de um pontapé de canto. Erro generalizado da turma leonina, nem a defesa, nem Marcelo Boeck, ficaram bem nesta fotografia.
Ao intervalo, quem haveria de dizer, 2-2, era o resultado e a equipa minhota justificava a façanha dentro das quatro linhas.
Na segunda parte o ritmo do Vizela já não seria o mesmo, a grande primeira parte iria trazer uma factura muito grande, o desgaste nos atletas foi notório, mas o recomeço teve logo no início, uma grande defesa de Boeck, que evitou assim o 3-2. A partir deste momento, os homens de Alvalade, começaram a carregar no reduto mais recuado dos da casa, a falta de ritmo dos vizelenses começou a ser mais visível, antes da hora de jogo, Carlos Mané, faria o 2-3 e com este golo, colocava ponto final na marcha do marcador. Até ao fim do jogo os da casa ainda tiveram as suas chances, chegaram a enviar uma bola à barra e ainda assustaram o Sporting, mas o resultado ficou fixado, não se mexendo novamente.
Deve dizer-se que esta equipa, que lidera a sua série do CNS, caiu de pé. É certo que as vitórias morais, na prática, nada valem, mas esta formação só tem que se orgulhar daquilo que fez, contra uma equipa que se assumiu candidata ao título de vencedor da 1ª Liga.
A nível individual, destaque, para além do lateral goleador Talocha, para Fininho, enquanto teve força, foi ele quem colocou a cabeça em água à defesa do Sporting, um jogador que já passou pelo futsal leonino e Maurício, que foi também autor de uma excelente exibição no meio campo vizelense. Uma palavra também para o treinador do Vizela, Emanuel Simões, que se apresentou sem medo e não teve receio em arriscar jogar o jogo pelo jogo, mostrou que a sua equipa tem um padrão de jogo bem delineado e provou, neste embate, que nestas divisões, também há quem trabalhe com enorme qualidade. Parabéns.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45)