Este texto de opinião foi escrito por José Manuel Torres, natural de Barcelos, aposentado da função pública, desempenhou funções de fiscalização no município barcelense. Foi também jogador do emblema do galo durante 11 épocas, jogando depois disso uma época no Vianense SC e no Desportivo da Aves. Como treinador exerceu funções durante 15 época na formação do Gil Vicente, uma época no Desportivo de Monção, Santa Maria e Fragoso. Actualmente é comentador residente na rádio Barcelos onde acompanha o dia-a-dia do Gil Vicente.
Já vamos na décima jornada desta primeira liga, e o Gil Vicente está a fazer o pior arranque dos últimos quinze anos. Muitos factores contribuíram para este facto, mas o mau planeamento no início da época parece ser o mais preponderante. Só como exemplo, basta dizer que, em Maio, tinham sido dispensados os dois centrais Halisson e Danielson, e, quatro meses depois, a sua saída, ainda não tinha sido colmatada. Toda a gente que acompanhou a carreira da equipa na última época, se interrogou quando soube da continuidade do treinador João de Deus à frente da equipa. Não ponho aqui em causa a sua competência como treinador, mas ficou muito evidente a dificuldade que o Gil teve em permanecer na primeira liga. Não fora os pontos amealhados na primeira fase do campeonato, e com certeza que o Gil não teria permanecido no primeiro escalão do nosso futebol. Assim, no defeso, dever-se-ia ter pensado não só na substituição do treinador, tal era a contestação dos sócios, mas também reformular a equipa, para que não se voltassem a repetir as más exibições e consequentemente os maus resultados. Nada disso foi feito, e muito naturalmente João de Deus acabou despedido, tendo vindo José Mota, para assumir o comando da equipa. Entretanto, procedeu-se ao “reforço” da equipa, com a vinda de dois egípcios de seu nome Marwan e Hassan, o maliano Enza-Yamissi, e os brasileiros Jander e David Batista. Os dois egipcios, bem como o brasileiro David Batista, pouco ou nada vieram acrescentar, já Yamissi e Jander têm sido titulares com algumas exibições regulares. No que diz respeito à vinda de José Mota, esperar-se-ia, dada a sua experiência e capacidade, uma mudança de atitude na equipa, mas, com excepção do jogo com o Sporting de Braga, pouco ou nada se alterou. Continuamos a ver uma equipa amorfa, sem ideias, sem fio de jogo, o que começa a ser preocupante, pois estar na última posição tem efeitos nefastos a nível psicológico. Ainda faltam 24 jornadas mas, na próxima abertura de mercado, o Gil terá que reajustar a equipa, sob pena de cair irremediavelmente na segunda liga. Nesta altura, a equipa está a braços com alguns problemas disciplinares, tendo rescindido com Keita e estando César Peixoto suspenso. O próximo jogo oficial é contra o Varzim, para a taça de Portugal, tendo José Mota duas semanas para preparar a equipa, devido a compromissos da Seleção Nacional.
Este texto de opinião foi escrito por José Manuel Torres, natural de Barcelos, aposentado da função pública, desempenhou funções de fiscalização no município barcelense. Foi também jogador do emblema do galo durante 11 épocas, jogando depois disso uma época no Vianense SC e no Desportivo da Aves. Como treinador exerceu funções durante 15 época na formação do Gil Vicente, uma época no Desportivo de Monção, Santa Maria e Fragoso. Actualmente é comentador residente na rádio Barcelos onde acompanha o dia-a-dia do Gil Vicente.
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O Estádio do Algarve voltou a encher-se, de gente e entusiamo, para ver o segundo jogo oficial da Selecção AA na era Fernando Santos. A mudança de treinador promovida pela direcção da FPF está a dar os seus frutos. No hotel do estágio e no balneário respira-se um ar mais leve, o público reconciliou-se com a equipa e, mais importante que tudo isto, os resultados apareceram. Falta ainda melhorar a qualidade do jogo apresentado, mas como diz a sabedoria ancestral do nosso povo: “não se pode ter tudo”. Ponto prévio. O futebol é fértil em surpresas, capaz de nos desdizer em cada segundo e fazer das nossas análises, realizadas num dado instante, apenas um contributo para que estas nos sejam atiradas à cara quando algo corre menos bem depois. Mas é afinal isto que mais gostamos no futebol. A paixão com que desfrutamos cada segundo e os sonhos que, cada um de nós vestindo a nossa camisola, imaginamos alcançáveis. Contudo e porque não acredito que os projectos se encerrem apenas no imediatismo e porque acima de qualquer outra coisa acredito que o que conseguimos é fruto do nosso trabalho, creio que fazer uma avaliação do actual momento do Vitória SC terá uma margem de erro diminuta quando fizermos as contas no final da temporada e independentemente do que for alcançado. Há aliás uma frase que me vem sempre à memória quando tento, mais do que com o olhar de adepto, com o olhar de quem gosta de futebol, avaliar o momento do emblema da cidade Berço. Mais do que pelo livro, Gregg Braden escrevia a dada altura no “Código de Deus”: “Somos mais do que alguma vez nos atrevemos a imaginar ser, e talvez capazes de tudo o que sempre sonhamos”. O momento actual do Vitória, e mais do que isso, o novo rumo desenhado nos últimos anos, atira-me sempre para esta citação. Depois de erros próprios terem mergulhado a equipa em dificuldades financeiras que quase puseram em risco o clube, o Vitória foi obrigado a reerguer-se e a encontrar nos seus a força para o fazer. Fê-lo com determinação e com a coragem que, mais cedo ou mais tarde, todos terão de adoptar para se adaptarem a uma nova realidade financeira. Fê-lo com a noção de que não havia outro caminho mas com o temor de que, provavelmente, estaria a condicionar o presente para ser capaz de ter um futuro. Mas é no fundo, esta parte da equação que tem sido desmentida pelos dirigentes, jogadores e treinadores do clube. Se a conquista da Taça de Portugal em futebol de há dois anos, a conquista do título nacional de Juvenis do ano passado, acoplada com a subida de divisão do Vitória B, já tinha deixado isso bem claro, o campeonato realizado até ao momento das suas equipas profissionais, desmonta por completo esse temor. Afinal, é possível construir o futuro, sem descurar o presente. Claro que o fenómeno futebol torna estas análises voláteis à entrada ou não de uma bola, mas como considero que estas terão sempre de ser bem mais profundas do que os resultados no final de cada jogo, só posso considerar que o Vitória SC se mantém no trilho correcto. Esta temporada, apresenta como onze base, um conjunto formado por 7/8 jogadores portugueses, entre jogadores provenientes da sua formação e outros que o ano passado alinhavam na sua equipa B, no Campeonato Nacional de Seniores, onde mesmo fora dos campeonatos profissionais evoluíram ao ponto de estarem hoje a dar cartas na principal competição do campeonato português. Se nomes como André, Josué, João Afonso, Cafú, Bernard, Bruno Alves, Bruno Gaspar, Hernâni, Tomané (apenas para citar alguns) diziam pouco aos adeptos do futebol em geral, hoje acredito que já farão parte das boas surpresas no campeonato. Como o farão jogadores estrangeiros que estão pela primeira vez em Portugal como os casos de Traoré, Bouba ou mesmo Jonatan Alvez, entre outros. As provas de maturidade competitiva e qualidade já dadas esta temporada, creio que deixam bem claro que há matéria-prima de sobra no plantel, apesar da sua juventude, e apesar de apresentar uma média de idades a rondar os 22 anos. Há inclusive jogadores que, mais não sei o que terão de fazer para merecer uma chamada à selecção nacional, recompensando assim, não só a sua qualidade, mas também o trabalho realizado pelo clube. Se ao 2º lugar na 1ª Liga da equipa principal, juntarmos o facto do Vitória B estar na 2ª Liga (depois de um ano no CNS) a apenas quatro pontos da liderança da prova, só poderemos concluir que esta é, e até ao momento, uma temporada de excelência em Guimarães, com muito mérito para os jogadores, mas também para os seus dirigentes (da formação ao futebol profissional), bem como aos seus treinadores, com especial destaque para Rui Vitória (A) e Armando Evangelista (B). Claro que, há a noção clara que este plantel (e ressalvo aqui o “singular”, porque e bem tem sido sempre adoptado internamente que o Vitória dispõe apenas de UM plantel, cujos jogadores alinham ou pela equipa A ou pela B) tem várias limitações. No número, na experiência ou até num ou noutro sector, na qualidade. Contudo, há algo onde já demonstrou que não existe qualquer limitação… na capacidade de superação, na garra e na determinação. E por isso, e aproveitando para terminar como comecei, com uma citação, Fernando Pessoa escreveu uma vez que “Somos do tamanho dos nossos sonhos". E esses… bem esses… são absolutamente incontáveis. E agora, mesmo para terminar, este texto é escrito em véspera de dérbis. Três consecutivos para o Vitória, sendo dois deles com o principal rival do Minho. Sei bem que o momento dos clubes neste tipo de jogos conta pouco (da mesma forma que sei, que os jogadores têm a noção da importâncias destes encontros), mas e independente dos meus desejos do ponto de vista desportivo para estes dois jogos, espero que sejam jogos em que o Minho saia a ganhar, e as rivalidades se façam apenas notar, onde realmente importam, dentro das quatro linhas e nas bancadas. Termino, agradecendo o convite para escrever neste espaço e desejando que o mesmo se venha a tornar num dos espaços incontornáveis no que diz respeito à discussão do desporto, em particular, do desporto-rei. Saudações desportivas, Este texto de opinião foi escrito por Carlos Ribeiro, natural de Guimarães, é investigador pós-doutorado na área das neurociências no Instituto de Biologia Molecular e Celular, no Porto. É relator na Rádio Fundação, em Guimarães desde 2012, onde acompanha o dia-a-dia do Vitória SC. Antes de ingressar na Rádio Fundação, exerceu funções de relator na Rádio Voz do Neiva durante 3 anos. [email protected] Passadas que estão passadas dez jornadas desde o arranque da primeira liga, ou seja, um terço do campeonato já cumprido, em relação ao SC Braga pode dizer-se que a equipa está dentro do objetivo assumido desde o início da época para esta competição, que passa por conquistar um lugar entre os quatro primeiros classificados, atualmente os bracarenses estão na quinta posição, a tão-somente dois pontos do surpreendente Belenenses. Olhando para a equipa de Sérgio Conceição, que juntamente com alguns jogadores chegou neste defeso à cidade dos Arcebispos, o balanço destas dez jornadas pode ser feito da seguinte forma, o SC Braga é uma equipa com duas faces, uma nos jogos em casa, onde até ao momento conseguiu o pleno (a única equipa da Primeira Liga que venceu todas as partidas disputadas no seu estádio), cinco jogos, cinco vitórias, é claro que houve vitórias bem mais conseguidas do que outras, saltando à vista a receção ao Benfica, uma das partidas mais emocionantes do campeonato até ao momento. Já fora de portas, o figurino é bem diferente, a equipa arsenalista ainda não conseguiu vencer em casa alheia e o melhor que conseguiu foram 3 empates (Moreirense, Nacional e Académica) além de duas derrotas, destacando-se pela negativa o jogo em Arouca, onde a equipa de Sérgio Conceição mostrou uma imagem muito pobre, totalmente diferente daquela que apresentou no Dragão, onde foi também derrotada, mas fez um jogo de alto nível. Impõem-se então a pergunta, porque é que o Braga não consegue estar sempre ao mesmo nível? Não é fácil obter resposta, pois muito jogadores transitaram da época passada, logo alguns automatismos já são inerentes, pode passar pela mudança de treinador, com os seus novos métodos, embora estes sejam os mesmos para todos os jogos, o que me parece é que a equipa nos jogos fora de portas denota alguma falta confiança, tanto em termos mentais como exibicionais, ficando patente que estas situações só serão ultrapassadas com mais trabalho, empenho e motivação. Outro aspeto importante que vale a pena aflorar são os destaques em termos individuais, destaco pela positiva as exibições de André Pinto, Tiago Gomes e Danilo, embora o jogador mais, até ao momento, na minha opinião, é André Pinto, pois tem estando em grande nível, sendo um dos esteios da defesa. Para terminar, importa fazer um perspetiva do que aí vem neste próximo terço de campeonato e pede-se um Braga mais regular, principalmente nos jogos fora, pois avizinham-se confrontos interessantes, não esquecendo também a Taça de Portugal e a Taça da Liga. Este texto de opinião foi escrito por Paulo Martins, natural de Braga, é professor na área das novas tecnologias; lecciona atualmente na Escola Secundária de Amares. É relator na Rádio Barcelos há duas épocas, onde acompanha o dia a dia do SC Braga, antes de ingressar na Rádio Barcelos, exerceu funções de relator e responsável do departamento de desporto da Rádio Voz do Neiva durante 8 épocas. [email protected] Domingo gordo nesta jornada 10 da Primeira Liga. Benfica, Sporting e Porto entraram em campo para jogar as suas partidas e tiveram sortes diferentes.
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June 2016
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