A vitória do Sporting sobre o Nacional por 1-0, com golo de Ewerton, que assim se estreou a marcar de leão ao peito, carimbou o passaporte da equipa de Marco Silva até ao Jamor, resta agora saber, se o jogo da final será contra o SC Braga ou com o Rio Ave, sendo que a equipa minhota, tem o pássaro nas mãos.
Após o empate a dois golos, no jogo da primeira mão desta meia-final, jogado no passado dia 5 de Março, os leões sabiam que era o Nacional que tinha de fazer pela vida, talvez por isso, pareceu sempre, durante todo este jogo da segunda mão, que o Sporting esteve muito desligado no encontro. Desligado nos sectores, desligado no conjunto, desligado nas individualidades mas não desligado da realidade do jogo. Os leões sabiam, que a vantagem era sua e geriram esse factor a preceito sem fazer uma bela partida.
O encontro da noite de quarta-feira, assumia-se como um dos jogos, para não dizer mesmo o jogo mais importante da época, pois através deste, a equipa leonina pode aspirar, com toda a legitimidade, à conquista de um título, o único que os leões ainda podem almejar, por isso, a forma apática como o conjunto leonino se apresentou em campo, causou alguma estranheza.
Como estranhas foram as declarações de Manuel Machado (começa a ser um hábito), técnico dos insulares, que havia dito na terça-feira, durante a projecção do jogo, que era melhor o empate a dois da primeira volta do que uma vitória por 2-1, dizia ele isso porque, no seu entender, assim a sua equipa e a sua estratégia não poderiam ser de contenção mas de risco, das palavras aos actos, ficou a distância de um oceano, pois o Nacional pouco ou nada arriscou, o que parece mesmo, é que este bluf do professor, surtiu efeito na turma leonina, tal a apatia apresentada em campo.
Recuperando para a equipa inicial, Adrien Silva e Paulo Oliveira, ambos castigados não tinham jogado em Paços de Ferreira, Marco Silva não surpreendeu, colocou em campo aquele que é o seu onze base, destacando-se a titularidade, novamente, de Miguel Lopes na lateral direita em detrimento de Cédric Soares, parece, nesta altura, que o jogador que esteve emprestado ao Lyon na época passada, está em vantagem na luta com o colega de lugar.
Nesta noite, a inspiração não foi o forte da equipa de Alvalade: Nani e Carrillo, longe do rendimento de outros tempos, com o jogador emprestado pelo Manchester United a abusar, durante largos períodos, de jogadas individuais que levaram as bancadas ao desespero, não foram os desequilibradores que costumam ser; Adrien sem a chama do início da temporada, não conseguiu pautar o jogo; Slimani a mostrar-se sem pontaria na hora de atirar à baliza e João Mário, muitas vezes apático demais e sem a mira calibrada na hora de rematar, deram ao jogo uma falta de sintonia que não é comum ser vista na equipa esta época, a juntar a isto tudo, William Carvalho, viu-se muitas vezes engolido por Tiago Rodrigues, Christian e Ali Ghazal, não conseguindo, por acção deste trio, ser o pêndulo que costuma ser; por seu turno, o Nacional, na expectativa e à espera daquilo que o Sporting poderia, ou não, fazer, iniciou a partida com naturais receios, neste jogo, Manuel Machado, lá se decidiu pela colocação de Tiago Rodrigues e Marçal de início, eles que haviam sido, no passado Sábado na Luz, suplentes, surpreende é a inclusão do ponta de lança brasileiro Soares, no lugar de Lucas João, sendo que o jovem brasileiro tentou, sem muito sucesso, por força das suas movimentações, abrir espaços na defesa leonina para que Marco Matias e Luís Aurélio, pudessem aproveitar as brechas, contudo, para uma equipa que precisava marcar golos, o Nacional não se mostrou muito no jogo. Às vezes, o medo de perder é maior que a vontade de ganhar, o que na conjuntura insular para esta eliminatória, não se compreendeu.
Após alguns minutos a perceber aquilo que o jogo poderia dar, os alvinegros começaram a tentar colocar a cabeça fora da areia e Marco Matias, um produto da formação leonina, chegou assustar quando atirou do meio da rua ao travessão da baliza de Rui Patrício, que bem se estirou mas que nada poderia fazer, jogava-se o minuto 16 e este foi o mote para o Nacional se começar soltar, sem muita visibilidade, mas com um pouco mais de vontade e depois desta iniciativa, por mais duas vezes, o perigo rondou a baliza leonina, pelo meio, João Mário, bem lançado por Slimani, teve nos pés a possibilidade de abrir o activo. Sem golos e sem muita emoção, Hugo Miguel, árbitro do jogo, apitou pela última vez nos primeiros quarenta cinco minutos.
Na segunda parte, a pasmaceira manteve-se, se pelo lado sportinguista, sem se compreender esta postura, aceitava-se, pois o tempo era aliado e o resultado amigo, pelo lado do Nacional, estranha-se que uma equipa que precisava ganhar o jogo, se mantivesse a jogar da mesma forma e sem intensidade que permitisse virar a agulha.
É certo que foi Soares quem teve uma grande oportunidade de fazer golo, mas aí valeu Patrício a defender e Paulo Oliveira em cima da linha a completar, mas esta jogada, juntamente com um livre frontal cobrado por Christian, que Patrício defendeu para canto, foram uma fraca produção para quem tinha de assumir o jogo, estes lances, e o apoio que veio das bancadas, o público de Alvalade esteve novamente soberbo, despertaram o leão, não para uma grande exibição, mas para agarrar o jogo e não permitir mais veleidades ao Nacional, a entrada de Mané, para o lugar de João Mário, além de rapidez, trouxe maior fluidez ao jogo leonino, o lançamento de André Martins, permitiu ao Sporting ter segurança, a partir daqui, o conjunto orientado por Marco Silva começou a cercar e a encurralar os jogadores da ilha da Madeira na sua zona de rigor, até que ao minuto 86, depois de uma boa sequência de jogadas de ataque, Ewerton, a passe de Jefferson, na cobrança de um livre, marcou o golo que carimbou em definitivo o passaporte para o Jamor.
Esta vitória confirmou o favoritismo do Sporting e, diga-se, depois dos leões terem afastado o FC Porto no Dragão e o SC Braga ter eliminado o Benfica na Luz, a equipa leonina tem que se assumir como favorita à conquista do troféu, assim como o fez nestes dois jogos, os leões fizeram jus a esse pecúlio, e a vitória neste jogo, permite, como Bruno de Carvalho tanto deseja, que a época termine com alguma beleza, mas atenção, ainda falta ganhar esse jogo, o da final.
Com esta vitória, o Sporting fica a tão-somente uma de terminar a temporada com algum sabor, ou de acabar a mesma de forma desastrosa, pois a chegada à final da Taça de Portugal, abre a porta a uma conquista, num clube que desde a época 2008/09, não ganha qualquer título e que já só pode ganhar este, mas do outro lado, estará um clube, ou SC Braga ou Rio Ave, com as mesmas aspirações.
Para já, o jogo de gala tem um lugar reservado, o do Sporting, falta saber quem será o opositor, lá para o final deste mês de Abril, o outro finalista será encontrado, para aquele que todos dizem ser, o dia de festa do futebol português.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).
Após o empate a dois golos, no jogo da primeira mão desta meia-final, jogado no passado dia 5 de Março, os leões sabiam que era o Nacional que tinha de fazer pela vida, talvez por isso, pareceu sempre, durante todo este jogo da segunda mão, que o Sporting esteve muito desligado no encontro. Desligado nos sectores, desligado no conjunto, desligado nas individualidades mas não desligado da realidade do jogo. Os leões sabiam, que a vantagem era sua e geriram esse factor a preceito sem fazer uma bela partida.
O encontro da noite de quarta-feira, assumia-se como um dos jogos, para não dizer mesmo o jogo mais importante da época, pois através deste, a equipa leonina pode aspirar, com toda a legitimidade, à conquista de um título, o único que os leões ainda podem almejar, por isso, a forma apática como o conjunto leonino se apresentou em campo, causou alguma estranheza.
Como estranhas foram as declarações de Manuel Machado (começa a ser um hábito), técnico dos insulares, que havia dito na terça-feira, durante a projecção do jogo, que era melhor o empate a dois da primeira volta do que uma vitória por 2-1, dizia ele isso porque, no seu entender, assim a sua equipa e a sua estratégia não poderiam ser de contenção mas de risco, das palavras aos actos, ficou a distância de um oceano, pois o Nacional pouco ou nada arriscou, o que parece mesmo, é que este bluf do professor, surtiu efeito na turma leonina, tal a apatia apresentada em campo.
Recuperando para a equipa inicial, Adrien Silva e Paulo Oliveira, ambos castigados não tinham jogado em Paços de Ferreira, Marco Silva não surpreendeu, colocou em campo aquele que é o seu onze base, destacando-se a titularidade, novamente, de Miguel Lopes na lateral direita em detrimento de Cédric Soares, parece, nesta altura, que o jogador que esteve emprestado ao Lyon na época passada, está em vantagem na luta com o colega de lugar.
Nesta noite, a inspiração não foi o forte da equipa de Alvalade: Nani e Carrillo, longe do rendimento de outros tempos, com o jogador emprestado pelo Manchester United a abusar, durante largos períodos, de jogadas individuais que levaram as bancadas ao desespero, não foram os desequilibradores que costumam ser; Adrien sem a chama do início da temporada, não conseguiu pautar o jogo; Slimani a mostrar-se sem pontaria na hora de atirar à baliza e João Mário, muitas vezes apático demais e sem a mira calibrada na hora de rematar, deram ao jogo uma falta de sintonia que não é comum ser vista na equipa esta época, a juntar a isto tudo, William Carvalho, viu-se muitas vezes engolido por Tiago Rodrigues, Christian e Ali Ghazal, não conseguindo, por acção deste trio, ser o pêndulo que costuma ser; por seu turno, o Nacional, na expectativa e à espera daquilo que o Sporting poderia, ou não, fazer, iniciou a partida com naturais receios, neste jogo, Manuel Machado, lá se decidiu pela colocação de Tiago Rodrigues e Marçal de início, eles que haviam sido, no passado Sábado na Luz, suplentes, surpreende é a inclusão do ponta de lança brasileiro Soares, no lugar de Lucas João, sendo que o jovem brasileiro tentou, sem muito sucesso, por força das suas movimentações, abrir espaços na defesa leonina para que Marco Matias e Luís Aurélio, pudessem aproveitar as brechas, contudo, para uma equipa que precisava marcar golos, o Nacional não se mostrou muito no jogo. Às vezes, o medo de perder é maior que a vontade de ganhar, o que na conjuntura insular para esta eliminatória, não se compreendeu.
Após alguns minutos a perceber aquilo que o jogo poderia dar, os alvinegros começaram a tentar colocar a cabeça fora da areia e Marco Matias, um produto da formação leonina, chegou assustar quando atirou do meio da rua ao travessão da baliza de Rui Patrício, que bem se estirou mas que nada poderia fazer, jogava-se o minuto 16 e este foi o mote para o Nacional se começar soltar, sem muita visibilidade, mas com um pouco mais de vontade e depois desta iniciativa, por mais duas vezes, o perigo rondou a baliza leonina, pelo meio, João Mário, bem lançado por Slimani, teve nos pés a possibilidade de abrir o activo. Sem golos e sem muita emoção, Hugo Miguel, árbitro do jogo, apitou pela última vez nos primeiros quarenta cinco minutos.
Na segunda parte, a pasmaceira manteve-se, se pelo lado sportinguista, sem se compreender esta postura, aceitava-se, pois o tempo era aliado e o resultado amigo, pelo lado do Nacional, estranha-se que uma equipa que precisava ganhar o jogo, se mantivesse a jogar da mesma forma e sem intensidade que permitisse virar a agulha.
É certo que foi Soares quem teve uma grande oportunidade de fazer golo, mas aí valeu Patrício a defender e Paulo Oliveira em cima da linha a completar, mas esta jogada, juntamente com um livre frontal cobrado por Christian, que Patrício defendeu para canto, foram uma fraca produção para quem tinha de assumir o jogo, estes lances, e o apoio que veio das bancadas, o público de Alvalade esteve novamente soberbo, despertaram o leão, não para uma grande exibição, mas para agarrar o jogo e não permitir mais veleidades ao Nacional, a entrada de Mané, para o lugar de João Mário, além de rapidez, trouxe maior fluidez ao jogo leonino, o lançamento de André Martins, permitiu ao Sporting ter segurança, a partir daqui, o conjunto orientado por Marco Silva começou a cercar e a encurralar os jogadores da ilha da Madeira na sua zona de rigor, até que ao minuto 86, depois de uma boa sequência de jogadas de ataque, Ewerton, a passe de Jefferson, na cobrança de um livre, marcou o golo que carimbou em definitivo o passaporte para o Jamor.
Esta vitória confirmou o favoritismo do Sporting e, diga-se, depois dos leões terem afastado o FC Porto no Dragão e o SC Braga ter eliminado o Benfica na Luz, a equipa leonina tem que se assumir como favorita à conquista do troféu, assim como o fez nestes dois jogos, os leões fizeram jus a esse pecúlio, e a vitória neste jogo, permite, como Bruno de Carvalho tanto deseja, que a época termine com alguma beleza, mas atenção, ainda falta ganhar esse jogo, o da final.
Com esta vitória, o Sporting fica a tão-somente uma de terminar a temporada com algum sabor, ou de acabar a mesma de forma desastrosa, pois a chegada à final da Taça de Portugal, abre a porta a uma conquista, num clube que desde a época 2008/09, não ganha qualquer título e que já só pode ganhar este, mas do outro lado, estará um clube, ou SC Braga ou Rio Ave, com as mesmas aspirações.
Para já, o jogo de gala tem um lugar reservado, o do Sporting, falta saber quem será o opositor, lá para o final deste mês de Abril, o outro finalista será encontrado, para aquele que todos dizem ser, o dia de festa do futebol português.
Daniel Lourenço
Texto redigido de acordo com as normas do antigo Acordo Ortográfico (Decreto lei 35.228/45).